Anjo De Cristal escrita por Maria Fernanda Beorlegui


Capítulo 25
A Verdade - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeey, my babys ♥
Estou felizona pela quantidade de pessoas que estão lendo a minha fanfic, só falta comentarem srsrsr Mas mesmo assim estou contente.
Espero que vocês gostem. Quer dizer...Acho que vocês vão adorar! Espero os coments de vcs, meus doces *__*



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POV Lorenzo

Do ultimo andar da minha casa eu vejo o arvoredo verde e robusto da cidade, a neblina e as luzes que dão vida as ruas. Mas eu me pego pensando em uma pessoa: Fabiana. Até agora não sei como a minha irmã foi capaz de fazer uma atrocidade dessas! Fabiana era uma adolescente viril e graciosa, tinha tudo para ser uma mulher madura e feliz. Sempre carregou no rosto um sorriso de tirar o fôlego de muita gente, uma educação jamais vista e uma impressão calma e serena. Quem poderia suspeitar dela? Mas agora eu vejo o quanto à vida é cheia de surpresas e de armadilhas.

Eu fui um cego. Sempre fui! Depois que meus pais morreram eu mimei Fabiana até me cansar, até perceber que ela já era adulta o suficiente para andar com as próprias pernas. Criei uma cobra dentro de minha própria casa. Deixei-a muito perto de Maite e de Letícia... Como eu vou ser visto agora? Justo eu! Eu que cuidei de Fabiana como uma filha quando nossos pais morreram!

—Pensando em Fabiana, pai?—Letícia pergunta e eu me deparo com ela de braços cruzados.

—Está sendo difícil para mim. —Falo e ela se aproxima de mim. —Sempre fiz as coisas pensando em Fabiana... —Falo e Letícia me olha curiosa. —O que foi?

—Ela é dona dos 50% de lucro da empresa da família não é?—Letícia pergunta sabendo a resposta. Sinto uma pontada de arrependimento em meu estomago e aceno com a mão que sim. —È uma pena ela não ter herdeiros.

—Foi melhor assim. —Falo rapidamente e ela me olha assustada. —Fabiana não seria uma boa mãe.

—Discordo. —Letícia fala me desafiando com um olhar. —Às vezes as pessoas nos surpreendem.

—Já não basta as surpresas que ela nos fez, Letícia?—Pergunto transmitindo raiva.

—Senhorita Letícia, tem visita. —Uma das empregadas fala e Letícia fica pensativa.

—Quem é?—Letícia pergunta transmitindo curiosidade.

—Disse que se chama Rafael Rivero, senhorita. —A empregada fala e Letícia cambaleiam para trás.

—Calma, minha filha. —Falo enquanto ela se apoia em mim. —Quer que eu fale com ele?

—Onde está Henrique?—Letícia pergunta assustada. —Ele não pode saber que o pai está aqui.

—Mais ou cedo ou mais tarde terá que enfrentar a verdade, Letícia. —Falo e minha filha se afasta de mim bruscamente.

—Ele nunca vai saber de Henrique. —Letícia fala e se aproxima de mim com calma. —E ai de quem contar para ele. —Ela fala com um tom ameaçador.

POV Fabiana

Já são 19h30min da noite e tenho visita, uma visita desagradável pelo o que vejo. O meu jantar está intacto no prato e eu sinto repulsa ao me ver obrigada a comer essa comida nojenta e sem gosto. Mas se eu não me alimentar irei ficar fraca, e isso é tudo o que meus inimigos mais querem. Eles querem me ver fraca e rastejando por um pouco de piedade e de compaixão. Mas eles não vão ter isso! Eu refiro morrer do que pedir perdão para todos.

—Até que em fim, querida cunhada. —Maite fala enquanto Dalila abre a cela. Maite me olha de cima a baixo e dá um sorriso de deboche para mim. —Nos deixe sozinhas, por favor. —Maite pede e Dalila sai.

—O que você quer, Maite?—Pergunto me levantando da cama.—Me ver no fundo do poço?

—Claro que sim.—Maite fala olhando ao redor com desdém.—Esse é o seu lugar.

—E o seu lugar é no inferno.—Falo me aproximando dela com raiva. À essa altura meu sangue já havia fervido e a raiva tomado conta de mim.—Sua idiota.Foi tão fácil enganar vocês...—Falo debochando dela e ela me olha com um semblante serio

—Você nos envenenou por todo esse tempo, Fabiana. Me fez passar anos em coma, tirou todos os meus filhos de mim e matou pessoas como se fossem animais!—Maite exclama brava.—Maria quase se matou por não ter a filha, eu quase morri...

—Eu sei.—Falo levantando as mãos.—As vezes até eu me admiro com a minha eficiência...—Falo com ironia e solto um sorriso para a minha cunhada.

—Você deveria rastejar no chão como uma cobra, Fabiana. Você não presta!—Maite exclama e eu a interrompo com um grito.

—EU SEI!—Grito brava e ela me olha assustada.—Somente uma coisa boa vem de mim, Maite. Apenas uma...

—Duvido muito.—Maite rebate e me olha andar de um lado para o outro.—O que poderia vir bom de você?

—Letícia.—Respondo rapidamente e Maite me olha assustada. Ela dá dois passos para trás e fixa seu olhar em mim por alguns segundos.—Muita novidade não é mesmo?—Pergunto e engulo um seco com medo do silencio dela.Meu pensamento foi único e antigo como sempre. Meu único desejo. O desejo de matar Maite para que eu seja a favorita do meu irmão.

—Eu pensei em te matar. Mas agora que sei que é mãe de Letícia...—Maite fala dando as costas para mim e eu respiro fundo e me tranquilizo.—Eu continuo com essa ideia.—Maite fala e eu fico sem entender. Dou as costas para Maite com o intuito de não escuta-la mais.

—Você não vai me matar...—Falo e me deparo com Maite vindo em minha direção com algo em sua mão. Tento segurar os seus braços, mas ela acaba conseguindo o que quer.

—Morre de uma vez.—Maite fala enquanto eu sinto o punhal rasgar a minha pele e acertar em cheio o meu coração. Quando eu me afasto de Maite me deparo com o punhal cravado em peito e cambaleio até a minha cama. —Está com medo, não está? Está com raiva?—Ela pergunta friamente enquanto me vê chorar de dor e medo. Começo a ficar inconsciente ao ver o meu sangue jorrar de meu peito com voracidade e tento retirar o punhal de meu peito, mas a dor é insuportável. —Você sempre foi à princesnha de Lorenzo até eu chegar... —Escuto Maite falar com deboche e luto para trazer o ar para meus pulmões, sem sucesso. —Bons sonhos, princesa...

POV Regina (Amara)

Eu simplesmente olhei para o rosto de cada um nesta sala presente e tomei coragem para contar sobre a minha doença. Está é a melhor oportunidade para falar tudo de uma vez e deixar o meu plano estúpido de me relacionar com Fernando e ter um filho. E então eu percebo que Leandro e eu não temos um sentimental anormal um pelo outro... Leandro não é meu irmão, mas a minha doença nos separa de todas as formas.

—Eu quero contar uma coisa. —Falo e todos me olham. —Eu estou doente.—Falo enquanto Fernando me olha assustado.—Quando estávamos na Itália eu e Daniela sofremos um acidente.—Falo olhando para Ana Rita.

—Foi um acidente de moto e não contamos para a mamãe. —Daniela fala e Ana Rita nos olha.

—A pancada na minha cabeça e inúmeros outros fatos me deixaram doente. —Falo e Leandro me olha preocupado.

—O sangramento nasal. —Leandro fala mostrando seu nervosismo.

—E a falta de ar quando conhecemos os San Román. —Francisco fala nostálgico e eu forço um sorriso. —O que você tem minha filha?—Ele pergunta e eu olho para Fernando.

—Eu estou... —Começo a falar e um nó é feito em minha garganta. Todos entendem o que quero falar e começam a chorar. —Tenho um aneurisma cerebral que pode se romper a qualquer momento. —Falo pausadamente e Ana Rita se senta na poltrona.

Um silencio apavorador toma conta da sala e eu permaneço de pé olhando a reação de cada um aqui presente. Eu respiro fundo e todo coragem para falar que existe uma esperança de eu continuar viva.

—Eu posso me salvar me operando. —Falo e todos me olham. —Mas não sei se é bem isso que eu quero.—Falo.—Como eu vou fazer para falar para Maria e Estevão que sou filha deles e que estou morrendo?

—Eu vou te ajudar.—Fernando fala e eu o olho assustada.—Quando podemos ir?—Ele pergunta e eu olhos para Ana Rita e Francisco pedindo permissão. Eles acenam que eu posso ir quando eu quiser e eu volto a minha atenção para Fernando.

—Agora mesmo. —Falo decidida e ele me abraça.

POV Letícia

Desci cada degrau da escada com medo de olhar para Rafael. Nem minha mãe e nem Fabiana podem me ajudar agora! Estou sozinha, terei que enfrentar Rafael sozinha depois de tantos anos. Não sei como irei olhar nos olhos dele e conseguir mentir sobre o nosso filho, sobre o filho que eu nunca falei para ele. Mas eu não poso fraquejar, tenho que ser firme e aparentar estar bem diante dele.

—Rafael.—Falo e ele me olha surpreso.—O que faz aqui?—Pergunto nervosa.

—Vim saber como você está.—Fala e eu o olho com ironia.—antes que você saiba que estou envolvido na investigação sobre sua tia.

—Você investigava a vidada minha família?—Pergunto com medo e raiva. Se ele investigava a vida da minha família PA anos, com certeza já deve saber do meu filho.

—Não, eu voltei para o pais e conheci Lúcia e Fernando Montenegro.—Rafael fala e eu o olho curiosa.—Sinto muito pela sua tia.

—Só veio aqui para isso?—Pergunto e ele se aproxima de mim. Sinto um arrepio percorrer pelo meu corpo ao ver sua mão se aproximar do meu rosto.—Não toque em mim!—Exclamo brava.

—Eu precisava pedir desculpas...— Rafael fala nervoso.—Por todo.

—Desculpas? Desculpas é pouco pelo o que eu passei, Rafael.—Falo brava e ele me olha assustado.—Você me deixou sozinha, sem sua proteção, sem o seu amor.—Falo dando as costas para ele. È então que eu resolvo gritar aos quatro ventos como ele me deixou e com quem.—Você me abandonou quando eu estava...

—Mãe?—Henrique me chama ao entrar na sala. Rafael olha para Henrique e me olha assustado.

—Quando você estava...?—Rafael pergunta com raiva ao me ver com medo.Ele olha para Henrique inúmeras vezes e eu fico sem ter o que falar.

—Grávida de você.—Respondo com a voz tremula e ele olha assustado para Henrique.—Henrique...—Chamo pelo meu filho e sinto vergonha em olhar para ele.—Este é seu pai...

‘’Soledad te seguira sin descansar

Tienes la maldición

De no encontrar a quien amar

Y llevas escondidas

Abiertas tus heridas

Y sentiras que el dolor no sanara

Sobre tu espalda ira el peso por querer soñar

Y pagas con tu vida

Por ser la malquerida.’’

(...)

’No necesito mas de nada ahora que
Me ilumino tu amor inmenso fuera y dentro

Creme esta vez creme porque
Creme y veras no acabara mas...’’

POV Maria

Passei dezessete anos de minha vida em uma profunda tristeza e amargura. Sem saber se minha filha está viva ou se está morta. Se está viva...Onde está? Com quem está? Será que é feliz ? Inúmeras perguntas tomam conta de minha mente por horas e horas enquanto fico sozinha me meu quarto, pensando que talvez a minha filha possa entrar na minha casa e me chamar de mamãe com todas as letras e com todo o carinho que uma filha pode ter por uma mãe.

Tengo un deseo escrito en alto que vuela ya
Mi pensamiento no depende de mi cuerpo
Creme esta vez creme porque
Me haria dao ahora, ya lo se’’

Meus pensamentos são interrompidos ao ver Regina com Francisco na frente de minha casa falando com Estevão. O que essa moça pretende vindo até a minha casa á essa hora da noite com Francisco? E por que Estevão não permite a entrada dela?

—Ana Rita...—Falo ao ver Ana Rita sair do carro com outro homem. Regina olha para a janela do meu quarto e me vê. Regina me observa por alguns minutos e Estevão permite que ela entre em nossa casa.—Está acontecendo algo.—Falo saindo da janela e respiro fundo ao sentir o olhar de Regina sobre mim.

Saio do meu quarto com a intenção de receber todos na sala, mas ao chegar na escada vejo Regina subindo o terceiro degrau e se dando de cara comigo. Olho para Ana Rita e percebo que seus olhos estão vermelhos de tanto chorar.

‘’Hay un espacio entre tu y yo
Cielo abierto que ya
No se cierra a los dos
Pues sabemos lo que es necesidad’’

—Me expliquem...—Estevão fala olhando para Regina com medo. Percebo que Estevão está tremendo e o soluço de Regina toma a minha atenção.

—O que está acontecendo aqui?—Heitor pergunta surgindo misteriosamente. Eu nem se quer me lembrava que meu filho e Vivian estavam em minha casa. Eu olho para Regina pedindo uma explicação, mas ela fala apenas uma única palavra. A palavra que eu queria tanto escutar...

—Mamãe.

‘’ Viveme sin miedo ahora
Aunque este todo el mundo en contra
Deja la apariencia, toma el sentido
Y siente lo que llevo dentro’’


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Notas finais do capítulo

Depois de tantos anos, ''Viveme'' ainda mexe muito comigo