Anjo De Cristal escrita por Maria Fernanda Beorlegui


Capítulo 15
O Despertar


Notas iniciais do capítulo

Uma das rainhas da fanfic voltou! Vamos sambar em comemoração, meninas! É hoje que o circo pega fogo(mentira só no próximo capitulo.



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POV Regina (Amara)

Quando voltei para a minha casa rapidamente fui me deitar, minha mãe acreditou na história de que eu e meus irmãos passeamos com o papai. Depois do susto me dei conta de como tive a sorte de não morrer, foi por pouco.

Ela, a morte, era um assunto assombroso para mim. Eu tenho muito medo de morrer, de nunca mais saber como é respirar, ser feliz, ter um motivo para acordar todos os dias. Mas isso só me assombra por que sinto que algo esta faltando dentro de mim, algo especial e raro. —Sinto as lágrimas rolarem pelo rosto ao pensar nisso. —Algo que é meu esta lá fora, e eu não sabemos o que é. Algo importante para mim esta a minha procura, esta morrendo de medo e eu estou aqui sem poder ajuda-la.

Vou até a minha janela e seguro firme o parapeito dela. Minha vontade é de me jogar, mas ao mesmo tempo tenho medo. Vejo-me estirada no imenso pátio, morta, morta por um momento de loucura.

—Eu só queria... —Falo enquanto minhas mãos soam ainda apertando o ferro. —O que esta acontecendo comigo?—Pergunto e vejo três gotas de sangue cair na minha blusa branca, o contraste me deixou intrigada, até eu perceber que eu estava sangrando. —O que?—Pergunto e coloco uma das minhas mãos em meu nariz, era dali que o sangue saia. Imediatamente fui ao banheiro tentar estancar o sangue. Quanto mais eu me limpava mais sangue surgia, já estava tremendo de medo.

Tudo isso deve ser em consequência do acidente que eu sofri com Daniela, meu Deus, minha mãe vai descobrir mais cedo ou mais tarde. Não estou nada bem, mas vou ficar.

—Regina?—Leandro me chama ao ver o meu estado. Ele imediatamente pega uma toalha e a molha com um pouco de água e logo em seguida limpa o meu rosto. —Você tá mal.—Fala e se assusta ao ver o sangue na toalha.

—Acha que é por causa da queda que eu tive?—Pergunto enquanto vejo que o sangue parava de sair pelo meu nariz.

—Seja lá o que for não é nada bom, Regina. —Leandro fala preocupado. —Você tem que ir ao médico.

—Vou quando chegarmos ao México. —Falo saindo do banheiro. —Nossa mãe não pode saber disso. —Falo e o olho seria. —Não quero que ela fique preocupada.

—Ela pode saber mais cedo ou mais tarde. —Leandro fala ainda preocupado comigo.

—Só se você contar, Leandro. —Falo e o olho desafiadora. —Não me subestime. —Falo e nos encaramos bravos.

POV Maria

Enquanto eu arrumava minhas malas para viajar com Estrella recebi um telefonema de Fabiana para ir me encontrar com ela, mas então pedi para que ela viesse até a minha casa. Já que eu não podia perder mais tempo por conta da minha viagem.

—Vim apenas te ver. Estava com saudades. —Fabiana fala e eu a abraço.

—Oh, toma alguma comigo?—Pergunto e ela rapidamente vai ao bar preparar algo para nós duas.

—Espero que você aproveite bastante a sua viagem, Maria. Estrella teve uma boa ideia planejar esta viagem. —Fabiana fala enquanto prepara duas bebidas.

—Ela esta um pouco apressada. Estrella nunca foi de ser paciente. —Falo e Fabiana me entrega o meu uísque. Arqueou a sobrancelha quando vejo a bebida que ela escolheu. Não sou muito fã de uísque, na verdade nunca fui de beber em dias sem comemoração.

—Beba. —Fabiana fala enquanto bebo o uísque. —Eu também pensei em viajar, mas sozinha não adianta. —Fabiana fala e sorri. —Também não gosto da ideia de deixar Lorenzo sozinho.

—Você se preocupa demais com os outros, Fabiana, e nada com você. —Falo sendo sincera.

—Pessoas más não merecem seus finais felizes, Maria. —Fabiana fala e eu fico sem entender. —Pessoas boas como você tem finais felizes. Um pouco incerto, mas sempre feliz. —Fala e nos olhamos como duas desconhecidas.

—Fala como se você fosse má. —Falo a olhando fixadamente. Ela abaixa a cabeça e balança o uísque.

—Meu coração pode ser puro como a água, Maria. —Fabiana fala com um semblante de tristeza. Olha-me e finalmente fala. — Mas minha alma é negra de trevas, negra como o carvão. —Fala e tenta forçar um sorriso. —Nunca terei minha felicidade, nunca terei o prazer de viver com alegria. Eu não sou tão boa quanto pareço, não sou digna da...fé.—Fabiana fala e me olha com um olhar diferente.

POV Letícia

Eu e meu pai conversávamos no quarto de minha mãe quando fomos interrompidos pelo barulho miserável da maquina que estava ligada á minha mãe. O som ecoou por todo o quarto, o som que nos alertava que minha mãe havia parado de respirar.

—Não. —Falo rouca e logo a maquina para de bipar. Ela havia voltado a viver. Eu olho para o meu pai e ele para mim.

—Ela... —Meu pai fala com medo. Olhamos ao mesmo tempo para minha mãe e logo vimos à mão dela se mexer. —Ela despertou. —Fala e eu arregalo os olhos.

Só se ouvia o cantar dos pássaros que voavam perto da janela, do vento fazendo as folhas das arvores balançarem, da minha própria respiração. Senti algo como o ferro perfurando todo o meu coração, era a ansiedade que me consumia como fogo. Meus olhos esperavam ver ela abrir seus olhos, meu corpo inteiro tremia, minha boca se abrir para falar mas nada saia.

Foi dai que percebi que ela acordou, ela me olhou alegre e eu desmoronei no chão ao sentir o seu olhar sobre mim. Ela se sentou na beira da cama e o meu pai ajudou a se levantar da cama.

Os dois passaram alguns segundos se olhando e se abraçaram logo em seguida. Eu permaneci caída no chão, em prantos, chorava como uma criança que acabava de levar um susto. Foi então que ela se ajoelhou e beijou o topo da minha cabeça, meu pai se ajoelhou junto á ela e começou a afagar meus cabelos.

—Cachinhos dourados... —Minha mãe fala e começa a chorar. Eu choro ainda mais, já começava a soluçar. Ela esta aqui bem na minha frente, estava viva, estava de volta!

—Mãe... —Falo quase sem voz e abraço fortemente.

—Isso, filha. Abrace a sua mãe muito forte. —Meu pai fala e sorri.

Como a minha mãe pode ter acordado do coma de uma hora para outra? Eu preciso chamar o médico para ver se tudo esta certo com ela, se ela não irá ficar com nenhuma sequela. Se bem que, aparentemente ela esta bem...

POV Leandro

Senti uma alegria muito grande se envolver no meu coração, foi de repente, como se algo de muito importante tivesse acabado de acontecer. Não sei o que esta acontecendo comigo, apenas sinto algo muito estranho se envolvendo em meu coração, como se fosse um alerta de que uma coisa muito boa e esperada por anos tivesse acabado de acontecer.

—Devo estar louco. —Falo enquanto vou até a minha janela e vejo o sol se recolhendo no final da tarde. —Mas, é como se um laço materno estivesse me chamando para fora... —Falo e fico pensativo. —Será que aconteceu algo com a minha mãe?—Pergunto para mim mesmo e saio do meu quarto a procura da minha mãe.

Assim que desço as escadas e vou até a sala vejo minha mãe e meu pai conversando animadamente com um álbum de fotografias em mãos. Eles dois pareciam estar falando sobre a minha infância e a infância das minhas irmãs, pareciam estar felizes. Às vezes eu penso que nunca irei perder meus pais, mas logo me lembro de uma conversa que tive com minha mãe quando criança...

Flash Back On

Leandro e Ana Rita acabavam de voltar de um funeral, uma prima de Ana Rita acabava de falecer depois de um trágico acidente de carro. Leandro pensava em algo muito complexo para um garoto de sua idade, mas ele pensava da mesma forma. Ficou de perguntar para a mãe as seguintes questões: O que tem depois da morte? Sentimos dor? Mas ele elaborou uma pergunta pensando que seria sensato para a ocasião, mas na verdade não foi.

—Mãe?—Leandro chama por Ana Rita. Ela o olho e força um sorriso, tentando escondera dor. —A senhora vai morrer?—Pergunta e Ana Rita se aproxima dele. Ela estava em uma praça, em publico, e odiava derramar suas lagrimassem nenhuma privacidade.

—Um dia eu irei morrer. —Ana Rita responde tentando não ser dura demais com Leandro.

—Eu vou ficar sozinho?—Leandro pergunta apavorado. Ela tentou não chorar ao pensar em um dia morrer e deixar Leandro na idade que estava.

—Você terá ao seu pai e a suas irmãs. —Ana Rita responde.

—Mas não é a mesma coisa. A senhora é a senhora. —Leandro responde e Ana Rita faz careta ao tentar esconder o choro. Ela respira fundo e então começa a falar novamente.

—Até lá você será um homem, Leandro. —Ana Rita fala e força um sorriso. —Não vai precisar de mim...

—Eu acho que sempre vou precisar de você, mãe. —Leandro fala e abraça Ana Rita de supetão. Ana Rita tenta não chorar, mas chora.

—Eu sei que vai precisar de mim. Assim como eu de você, Léo... —Ana Rita fala e desfaz o abraço e segura o filho e o olha nos olhos em seguida. —Quero que você saiba e me prometa que se um dia algo acontecer... Se um dia você souber de algo muito ruim entre mim ou algo que nos faça ficarmos separados... —Ana Rita tenta se explicar. —Você não deve me abandonar. —Fala e olha seriamente para Leandro.

Leandro era o filho preferido de Ana Rita, era o mais amado e ligado á ela. Em todos os momentos os dois estavam juntos, eram inseparáveis. De todos os filhos o que Ana Rita mataria e cometeria suas maiores loucuras era Leandro. Por ele Ana Rita mataria quantas pessoas fossem necessárias, cometeria loucuras...

—Eu prometo mãe. —Leandro fala enquanto via o olhar da mãe ficar com um olhar diferente.

Flash Back Off

—Mas o que poderia me separar dela além da morte?—Me pergunto ao terminar de lembrar a recordação que tive com minha mãe. Nada pode me separar dela, nem a distancia, nem o tempo... Talvez ela só estivesse com medo de morrer e me deixar muito pequeno.


‘’ Não importa ser de sangue, importa? Quando se quer bem a uma pessoa como irmão, mãe, pai ou qualquer outra coisa que seja nada mais importa. Ninguém vai te perguntar qual o seu tipo sanguíneo quando chegar ao céu. ’’—Maria Fernanda Beorlegui


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Notas finais do capítulo

ooooo/ Ela saiu do coma, irmãos oooo/
No próximo capitulo haverá o reencontro de Maite com os demais personagens( Só lamento o susto que a Fabiana vai levar).
Tia Regina/Amara tá doente mesmo...



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