Em mil pedaços. escrita por GarotaMistica


Capítulo 8
De volta a melancolia.




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Então finalmente chegou sexta, nesse dia eu não fui a escola, pois de noite teve uma nevasca, que acabou bloqueando a entrada da escola.

– Claudia já são oito horas da manhã! E agora a escola?

– As ruas da cidade toda estão completamente cobertas por neve, hoje a cidade toda parou de funcionar. Acabou de passar no jornal.

– Nossa, mas de onde veio tanta neve?

– Não sabemos, mas eles disseram que é melhor ficarmos em casa para a nossa segurança.

“Passarei o meu dia inteirinho em casa, está tudo limpo, Cláudia deve ter acordado cedo e limpado e preparado a tudo, tem até comida feita.”

Coloquei uma roupa de frio qualquer, prendi o meu cabelo e resolvi sair um pouco, escondido é claro, Claudia do jeito que é, não me deixaria chegar perto da porta se soubesse.

Quando Claudia estava na cozinha, abri a porta da sala e sai, sentei-me no balanço em que havia no quintal, a neve caia em meu rosto, e não parava de pensar em coisas aleatórias, tipo, uma família com mãe, pai, tios, avós, amigas, e até quem sabe um namorado, mas eu não tenho isso, temos que viver com o que se tem, peguei o meu celular e comecei a ouvir Don´t forget the sun, get scared, amo essa música, embora ela não tenha muito a ver comigo, já que garotos não procuram pelos meus quadris, e meu corpo não é um produto, só devo me identificar por estar perdendo a minha sanidade.

Depois de uns vinte minutos pensando me levantei, pois meu rosto estava congelando, sai para andar um pouco, o que o jornal havia dito era pura verdade, mal dava para andar, cada passo era neve até os meus joelhos. Andei, andei e andei sem rumo algum, só sentia vontade de fugir, sumir, me esconder de mim mesma. Quando me dei conta eu estava no centro da cidade, não tive vontade voltar para casa, lá estava deserto, parecendo uma cidade fantasma. Passei pela minha escola e fui seguindo uma trilha, que me levaria para uma floresta, até que encontrei uma mansão, bem não era aqueeelas mansões mas era de certa forma uma linda casa, que não era muito comum de se ver por ai.

Resolvi entrar, estava muito escuro dentro dela, tudo empoeirado, não tinha ninguém lá, subi as escadas e explorei os quartos, então entrei em um quarto que aparentava ser o quarto de uma garota, ele tinha uma cama grande, ursinhos de pelúcias, caixinhas de música, todo rosa. Um quarto em que sempre sonhei em ter, e até hoje sonho.

Até que ouvi um barulho, parecia que alguém tinha entrado, fui olhar e avistei um homem, muito branco, cabelos negros, e um sorriso enorme. “Não pode ser, é- é o Jeff, o Jeff the Killer, mas ele não é real, não pelo o que eu sei, meu Deus, o que irei fazer.” Apavorada me escondi, entrei de volta no quarto e entrei de baixo da cama, respirava o menos que podia, com medo dele escutar a minha respiração. Ouvi passos de alguém subindo as escadas, um barulho da porta se abrindo, então eu o vi, vi seus pés andando pelo quarto a minha procura, e o pior é que ele nem tinha me visto mas sabia que eu estava lá. Me encolhi e fechei meus olhos, passei uma meia hora de olhos fechado imóvel, então resolvi abrir, olhei para frente, não havia nada, examinei o quarto e também não tinha ninguém, mas com insegurança, medo, resolvi olhar para trás e... Não tinha nada atrás de mim, então quanto finalmente dou um suspiro de alio, algo, puxa o meu pé para fora da cama, me arrastando.

Eu estava deitada no chão, então Jeff sobe em cima de mim, fica tão perto que pude sentir sua respiração, ele segurava meus braços, e me obrigava a olhar dentro de seus olhos.

– Está com medo? Por que não olha para mim, am? Shh, shhh shiu, não chore minha pequena, isso não vai demorar muito. – Risos-.

– Por favor, por favor, me deixe viver, eu juro que faço qualquer coisa e que nunca tocarei no assunto, me deixa viver.

Então eu tento me soltar, grito, mas Jeff coloca a mão em minha boca. Pega uma corta e me amarra, então ele me leva até o sofá da casa, coloca uma fita em minha boca, mas então resolve retira- lá para me ouvir gritar, prende minhas mão e pés.

Tipo isso, só que no sofá. https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSnB7c6fNhr051Sm0DtXBlzr0MyVo-2Ke8N1eWC9qFEZh9i2Hn7zA.

Então ele vai e lambe a minha bochecha. Então ele saca uma faca e no momento em que ia cortar a minha garganta alguém abre a porta.

– Olá Bem.

– Olá Jeff, olha o que eu encontrei pela casa.

– A garota do lago, olá Sophie.

– Diga olá Sophie.

– O-olá.

– Saiba que você não deveria nadar no lago, principalmente no inverno.

Bem diz isso e sai andando, e então Jeff diz:

– A menina do lago. – Ele para e fica me olhando com uma cara do tipo, me perdoa, e me solta, me deixando sair correndo.

Eu corri muito, cheguei em casa e levei uma bronca de Cláudia. Chorei muito, muito mesmo, não sabia o porquê, mas eu chorava muito, lembrava do que aconteceu naquela casa, da minha família, de tudo de ruim que já passei, de o quanto eu já suportei e se ainda aguentaria suportar, e as minhas roupas, com aquele cheiro de sangue, a saliva de Jeff em meu rosto.

Entrei no chuveiro de roupa e tudo e fui tirando lá dentro, eu chorava muito, muito mesmo, soluçava. Sai do chuveiro me deitei e dormi. Acordei já eram seis horas. Coloquei um vestido e sai de casa de novo, esquecendo completamente de que poderia levar uma bronca da Claudia. Corri direto para o lago e entrei nele, a agua estava muito fria, mas eu não sei o porquê, eu tinha que fazer aquilo.

Eu me senti melhor, bem, não tinha mais vontade de morrer, ou fugir, só queria estar ali.


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Notas finais do capítulo

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