Existe uma linha tênue entre o que te faz feliz e o que é certo. Ele já não sabia qual era a sua, perdido naquele mar de preocupações e guerras... tantas mortes. Sabia que não podia abandonar aquelas pessoas, mas já não via uma saída. Nenhuma delas valia tanto quanto ele e... Por que sacrificar a única pessoa que ele se importava de verdade?

Sentiu uma mão ossuda em seu ombro e fechou os olhos. Por que aquele infeliz tinha que acabar com toda a sua determinação?

-Por favor, não me odeie. -a voz grossa de Nico mandou arrepios por suas costas. Ele sentiu a boca fria dele tocar seu pescoço e não entendeu como aquilo podia ser tão bom.

-Por que eu te odiaria? -seus olhos marrons fitaram-no com diversão.

-Eu to indo embora. -ele falou baixo e esperou que Leo o socasse até a morte.

-Eu já esperava por isso. Não é sua culpa, não fazer parte daqui, sabe.

-Não é por isso, eu... -tomou ar e encarou Leo de verdade. -Eu queria que você fosse comigo. -Leo abriu a boca e fechou. -Nós nunca ficaremos bem aqui.

-Mas e eles?

-Viveram bem sem nós, não faremos falta.

-Isso não parece certo.

-Eu não vou te perder. -Nico o prendeu na parede. -Não de novo.

-Mas... -Leo foi calado pela boca de Nico. O garoto sorria com as mãos do outro em seus cabelos caracolados. Ele prensou-se contra ele, gemeu baixinho com aquele toque em lugares proibidos... Ah, o que ele queria fazer com aquelas mãos.

-Você é realmente magricela. -Nico riu e Leo acompanhou-o.

-Como se você fosse um obeso.

-E se eu fosse gordo? -Nico fez cara de cachorro perdido e Leo o beijou novamente, seu corpo inteiro tremendo com sua decisão final.

-Eu fugiria com você mesmo assim.