Meu nome é Abner, sou de uma espécie um pouco diferente, vampiro...
Em toda a minha 'vida', nunca havia conhecido alguém como ela, tão linda, seus olhos castanhos e seus cabelos ondulados e negros eram a perfeição... Se eu me apaixonei? Certamente. Vou contar a história de como eu conheci uma garota chamada Katherine, Clock Katherine.
Eu era um homem perdido no mundo, vivia bebendo e ficando com mulheres aleatórias sem me importar. E certo dia, uma moça muito bonita me achou deitado em um beco cheio de sangue nos lábios, ela pensou que eu havia me metido em uma briga, coitada, mal sabia ela que eu era um vampiro.
Eu tinha acabado de saciar minha sede de sangue, mas o cheiro dela me deixava louco... Louco de várias maneiras. Ela foi a primeira mulher que me tratou daquele jeito, com certo desprezo e nem percebeu que eu era cego.
Uma coisa que eu não contei, é que eu enxergo com a mente, vejo além de tudo, tenho olhos escarlates e cabelos bem longos e castanhos.
A garota me levou para a sua casa, cuidou de mim e me tratou bem, só que com muito sarcasmo na voz. Passei uns três dias na casa dela até ela perceber que eu realmente não tinha casa e me deixou ficar.
Com o único dinheiro que me sobrara, a chamei para jantar, eu pedi carne mal passada e nem comi o resto dos ingredientes, ela pediu salada e outras coisas com nomes difíceis. Chegamos em casa e ela acabou me perguntando sobre minha vida, quantos anos eu tinha, se eu tinha família e eu tive que contar...eu me espantei, pois ela acreditou em mim, me consolou e contou sua história.
"Sou feita de magia negra, ha um relógio no lugar do meu coração, sou praticamente imortal, eu posso sugar a vida de qualquer ser, mas ele morre. Nunca descobri a minha real origem, não lembro do meu passado, nem sei se tenho família, sou um monstro."
Foi isso que ela disse, a garota contou que tinha 234 anos e eu tive que contar que nasci 'antes de Cristo' e que tinha 3.520. Ela se espantou, mas mesmo assim me ouviu e entendeu que tudo o que eu fazia era pra sobreviver e que nós não éramos diferentes um do outro. Naquela noite nos beijamos pela primeira vez e percebi que ela não era como as outras mulheres, nossos lábios se combinavam e nossas línguas tinham um certo ritmo em harmonia, diferente de tudo, foi com ela que percebi que eu realmente tinha 'vida' porque ela era a minha vida, faria de tudo para protege-la.