A Colheita de Sangue escrita por Amber Dotto


Capítulo 1
Capítulo 1- Sombras da Escuridão


Notas iniciais do capítulo

Neste capítulo, Dean Winchester chega a Cotton Ridge para investigar uma série de assassinatos, revelando uma história sombria e misteriosa.
O encontro com Isobel Collins adiciona uma camada intrigante, enquanto o conflito interno de Dean entre sua vida de sacrifícios e a busca pela felicidade se destaca.
Elementos sobrenaturais, como o assassino sem olhos, e a atmosfera enigmática de Cotton Ridge intensificam ainda mais o suspense.
Espero que gostem!



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Bobby, apontou para uma notícia aparentemente inofensiva em um jornal local. Entretanto, a verdade revelava-se na reportagem abaixo, descrevendo um corpo sem vida, sem sangue, pendurado em uma árvore em um local distante do centro da cidade.

Era o nono caso em de uma série assustadora de ataques. A população especulava sobre realização de rituais de magia negra, após uma testemunha afirmar que o assassino era uma criatura grotesca, com olhos ausentes e vestes obscuras.

— Dean, eu acho encontrei algo para você. Disse Bobby apontando para a notícia publicada em um jornal.

— “ J.Lo acertou no look: Sexy e vintage. Veja os erros e acertos dos famosos. ” E daí, agora você se interessa por moda? To começando a te estranhar hein Bobby.

— Não seja tão estúpido Dean! Estou falando da reportagem abaixo. Dean analisou por alguns instantes.

— Hum... isso não é bom!

— Na reportagem está escrito que um morador encontrou o corpo de uma jovem de 24 anos sem sangue, pendurado em uma árvore há algumas semanas. A população está assustada e acredita que o assassino está cometendo crimes para rituais de magia negra. É a nona garota em 9 meses, e ainda não há suspeitos do crime.

— É realmente desagradável a situação. Ficaria mais chateado ainda se as garotas forem gostosas. Mas essa não é nossa especialidade Bobby, quem tem que resolver isso é a polícia local.

— Há uma pequena parte da história que você desconhece.

— E qual seria?! — Uma amiga da vítima, Megan Martin viu o assassino, e afirmou que ele não era um homem comum, sim um monstro, com um longo casaco preto, roupas pretas, e o principal: Sem olhos, apenas buracos escuros e profundos. Completou Bobby vendo Dean arquear uma de suas sobrancelhas.

— É, eu acho que tenho um caso.

— Então você está indo?!

— É claro, e irei me tornar o herói das mocinhas indefesas... A recompensa costuma ser ótima. Falou Dean sorrindo.

— Você não muda mesmo né?

— Você me conhece bem... Onde fica Cotton Ridge?

— Fica a umas vinte e cinco milhas daqui.

— Tudo bem, eu vou arrumar minhas coisas e vou nessa. Ah, e se tiver notícias do meu pai não hesite em me ligar. Independente da hora e do dia.

— Tudo bem Dean, mas não fique ansioso. O John sabe se cuidar... ele é o melhor caçador que eu conheço e eu tenho certeza que está tudo bem.

— Obrigado Bobby, mas sem essa. Sei bem a vida que temos e os riscos. Não há experiência que nos garanta voltar para a casa todos os dias. — Respondeu Dean dando-lhe as costas.

O vento cortante da noite balançava as folhas das árvores da estrada, enquanto Dean Winchester seguia em direção a Cotton Ridge, Louisiana. A cidade estava envolta em um clima sombrio e assustador, com jovens mulheres brutalmente assassinadas nos últimos nove meses. Enquanto dirigia, o jovem pensava em seu pai desaparecido e em seu irmão, Sammy, que o havia deixado. Sentimentos de solidão e raiva o consumiam.

 Após algumas horas, uma placa indicava que ele já havia chegado em seu destino. Dean estava cansado, e decidiu dormir um pouco antes de finalmente iniciar as atividades. Ele dirigiu até um pequeno hotel e resolveu ficar por ali mesmo. Disfarçado como agente do FBI, o jovem conquistou a confiança da senhora e garantiu um quarto para sua estadia.

— Olá! — Uma senhora de cabelos escuros e pequenos óculos apoiados na ponta do nariz disse analisando-o. Em que posso ajudá-lo?

— Meu nome é Dean Winchester e eu sou agente do FBI. Estou aqui para investigar os recentes assassinatos que aconteceram na cidade. Disse Dean mostrando uma de suas identidades falsas.

— Agente do FBI? — Questionou a senhora desconfiada. Você me parece um pouco jovem para ser um agente do FBI, e todo agente que se preze tem um parceiro. Onde está o seu?

— O meu parceiro ficou doente, esse tempo maluco. O coitadinho pegou uma pneumonia, não sabemos nem se ele vai resistir. — Respondeu cinicamente. E o FBI hoje em dia prefere os rapazes de boa aparecia ... As pessoas, digo, as mulheres em especial acabam colaborando mais com a investigação. Sabe-se Deus o porquê. Mas eu não sou tão novo assim, a senhora me daria quantos anos?

— Vinte e Quatro, ou vinte e cinco.

— Bom palpite, mas eu tenho 36. — Mentiu. — Essa face de bebê engana as pessoas o tempo todo. Agora será que eu posso ter um quarto para passar a noite, ou uns dias?

— Claro que pode. Graças aos assassinatos, o turismo na cidade está fraco. Aqui está a sua chave, quarto 28. Aproveite sua estadia!

— Muito obrigado Sra....?

— Senhora Brandon.

— Muito obrigado Senhora Brandon, agora com licença, eu pretendo descansar um pouco. Amanhã o dia será longo! Respondeu Dean.

Dia seguinte Dean acordou cedo, tomou o seu café em uma confeitaria próxima a delegacia e seguiu para o escritório do Xerife. Um policial rapidamente apareceu para atende-lo e Dean fez sua apresentação.

— Bom dia, sou Dean Winchester, agente do FBI, e estou aqui para investigar a série de assassinatos que vem ocorrendo nos últimos meses.

— Santo Cristo! O FBI está na cidade? Vocês deveriam estar gastando o tempo com coisas mais importantes, não?

— Mais importantes? E a morte de nove garotas para você não é importante?

— Dez.

— O quê? — Questionou Dean mudando sua expressão rapidamente.

— Uma senhora encontrou o corpo de mais uma jovem, pendurado em um galho próximo ao lago Deke.

— E onde fica esse lago? Como eu faço para chegar lá?

— Vá pela rua principal, e depois entre na primeira rua a esquerda; ande por mais uma milha e vire a direita. Então você verá uma placa indicando o local, não tem erro! Lá você vai encontrar o Xerife Martin e ele poderá te informar melhor sobre o décimo assassinato.

— Martin? Ele tem alguma ligação com Megan Martin, a testemunha?

— Sim, é o pai dela. Pobre garota, deve ser traumatizante ver a amiga morrer. Posso te ajudar em mais alguma coisa?

— Não, eu vou procurar o Xerife, obrigado agente. Tenha um bom dia.

— Igualmente. Respondeu o policial dando-lhe as costas em seguida.

Dean voltou para o carro pensativo. Ele suspeitava que Megan soubesse mais do que havia dito, e decidiu que também tinha que falar com ela. Após seguir o trajeto indicado pelo policial, o rapaz finalmente chegou no lago, e percebeu que o circo estava armado.

A imprensa com seus jornalistas além dos curiosos, estavam ao redor do local que havia sido isolado.

— Rapaz me desculpe, há uma investigação policial acontecendo e você não ultrapassar a faixa amarela. Falou um policial identificado em seu crachá como Iam Morris.

— Sou agente do FBI, meu nome é Dean Winchester. Apresentou-se mostrando seu documento. Fui enviado para lhes ajudar.

— Oh, me desculpe! Estou apenas fazendo o meu trabalho. Tem muita gente da mídia querendo ultrapassar a faixa, então tenho que ser cuidadoso.

— Eu entendo, e você está certíssimo Sr. Morris.

O corpo da jovem ainda estava no mesmo lugar, pendurado de cabeça para baixo, em um tronco. A garota tinha cortes profundos do estomago a cabeça e seu rosto parecia ter congelado em uma cena de terror.

— Puta merda! — Disse Dean se afastando do policial e indo para o canto por estar enjoado.

— Você está bem? — Indagou o policial ao vê-lo voltar.

— Não, eu não estou! Aquilo é nojento. Explicou e prosseguiu em seu raciocínio. — Será que eu posso falar com o xerife? Onde ele está?

— Pode, é claro. — Falou Iam levando-o e o apresentando em seguida. Xerife esse é Dean Winchester, ele é agente do FBI e está aqui para nos ajudar. O xerife o analisou de cima abaixo até dizer algo.

— Você não é muito novo para ser do FBI não rapaz?

— Engraçado, todo mundo pergunta isso. — Falou Dean tentando ser convincente.

— Sei...

— Que informações você já conseguiu sobre a morte da garota? Sabe qual o horário da morte dela?

— Fazem três ou quatro horas no máximo. — respondeu o Xerife.

— E ela foi encontrada da mesma forma que as outras garotas?

— Exato.

— Fiquei sabendo que a sua filha foi testemunha de um dos assassinatos. Você se importa se eu tiver uma conversa com ela?

— Não, desde que espere alguns dias... Megan está muito abalada, o que é compreensível. Respondeu franzindo a testa para Dean.

— Tudo bem. Eu manterei contato com o senhor. Tenha um bom dia Xerife Martin! Falou Dean se afastando.

Mais tarde O céu parecia desabar em Cotton Ridge. A tempestade pegara de surpresa aos moradores da pacata cidade, mas ninguém parecia se importar, afinal era sexta feita e todos queriam se divertir, inclusive Isobel. A garota havia combinado de encontrar sua amiga Olivia em um bar. Era a segunda sexta feira do mês e esse dia era conhecido como a noite das garotas. Mas, para a surpresa dela Olivia estava acompanhada de seu noivo. — Olá Isobel. Que bom que aceitou o meu convite e veio me encontrar. O Aaron já está de saída não é mesmo amor?

— Liv, não. Porque eu não posso ficar aqui com vocês? — Indagou.

— Ladies Night, lembra? Aaron, combinamos que você iria embora assim que a Bel chegasse. — Respondeu Olivia poupando a agonia de Isobel ser cordial com ele.

— Eu sei, mas como vou ficar fora por alguns dias eu pensei que talvez... — Ele parou de falar e Olivia olhou para Isobel. Ela conseguia perceber pelo olhar da amiga que ela queria muito ele por perto, mas estava com receio de deixa-la sozinha. Seria impossível ter que escolher entre sua melhor amiga e o seu grande amor.

— Preciso de uma bebida... Vou dar uma volta, conversar com alguns conhecidos e depois eu volto aqui, pode ser? — Falou a garota.

— Tudo bem, mas Isobel, tem uma coisa que você precisa saber. — Falou Liv.

— E o que é?

— Mathew está aqui. Se encontra-lo e quiser ir embora é só me falar e eu te acompanho.

— Eu vou ficar bem. Já superei toda essa história. Respondeu saindo e indo para o balcão. A garota pediu uma dose dupla de vodka, até reparar em um homem desconhecido que estava ao seu lado. Ele era alto, tinha os cabelos loiro escuro, voz rouca e olhos verdes que pareciam ter visto e feito tudo. Debaixo daquela pose de bad boy e daqueles sorrisos sexys, para não mencionar a luxúria constante, havia uma enorme dor. Ele estava zangado com o mundo e parecia querer descontar em alguém ou em algo. Ela olhava discretamente até esbarrar sem querer no joelho dele.

— Noite difícil? — Questionou a garota sorrindo. Dean olhou assustado. Ela parecia muito com a Cassie, e isso era motivo o suficiente para ele manter distância. Os mesmos cachos escuros e a pele caramelo, com aparência suave e perfumada. Elegante e misteriosa. “Ah, era o que eu realmente precisava! Ser perseguido por mais um de meus demônios.” Pensou antes de responder.

— Mais ou menos. Quando se tem 26, e está sozinho por aí é isso que acontece. E você?

— Eu? — Ela respondeu parecendo um pouco confusa, como se estivesse pensando no passado.

— É, noite difícil? — Insistiu o rapaz vendo-a beber o resto de sua bebida.

— Talvez... - Respondeu de forma presunçosa

— Aguente firme. — Foi o que ele consegui responder. Para alguém tão jovem e inocente, ela parecia mandona demais. E convenhamos que nada deixava Dean tão excitado quanto uma mulher mandona segurando sua bebida com firmeza. Exceto uma mulher nua e mandona segurando sua bebida.

— Porquê? — Perguntou a garota levantando uma de suas sobrancelhas. Talvez eu goste do que é difícil. — Respondeu mordiscando os lábios.

— É mesmo? — Então ela estava falando com o cara certo, pensou Dean. Ai meu Deus, eu não posso acreditar que eu disse isso... Essa abordagem da Liv, é tão nada a ver comigo. Completou limpando sua boca com o guardanapo.

— Meu nome é Isobel Collins, e você é?

— Dean Winchester. — Não havia necessidade de mentir para ela respondeu pensando em tudo o que aconteceu até hoje.

— Hey! Terra para Dean. Você me ouviu? Eu perguntei o que você está fazendo em Cotton Ridge.

— Eu só preciso de um lugar para descansar.

— E escolheu logo Cotton Ridge? Com seus mistérios? — Falou Isobel sorrindo. Enquanto Dean conversava com a jovem, ele pode perceber que alguém estava atrás dele. Os olhos de Isobel já não brilhavam mais, e seu comportamento mudou ao ver um homem de cabelos escuros passar por eles sorrindo. O clima havia ficado pesado, e antes que Dean o encarasse, uma garota se aproximou deles.

— Olha, olha, quem resolveu sair de casa. Como você está Isobel? Nós sentimos muito a sua falta. 

— Estou bem. — Respondeu Isobel de forma seca.

— Eu estou vendo... Você está muito bem. — Retrucou Megan encarando Dean dos pés à cabeça. Meu nome é Megan Martin. — Completou estendendo a mão para ele.

— Dean Winchester. — Disse sorrindo. — Espera... Megan Martin, filha do Xerife Martin?

— Exato. Porque? Já ouviu falar de mim?

— Oh sim, e muito. Estava ansioso para conhecer você! Será que nós podemos conversar mais tarde, em particular?

— Quando você quiser gato... — Respondeu Megan deixando-os a sós.

A atmosfera se tornou-se tensa, e Dean percebeu que as conexões entre os presentes não era das melhores ao ver Isobel levantar.

— Vou embora, foi um prazer conhece-lo. — Falou Isobel sentindo-se incomodada com a situação.

— Espere. — Exclamou Dean segurando o braço da garota. — Não deixe ninguém estragar a sua noite. A jovem exitou por alguns momentos, entretanto, se acomodou novamente na banqueta.

— Você tem razão.

— Algo me diz que você não gosta muito da garota. — Murmurou Dean bebendo um gole de uísque.

— Não importa, não vou "estragar minha noite" falando sobre isso... 

O dia clareou, e o lugar fora se esvaziando. Dean e Isobel eram os únicos clientes que ainda estavam no estabelecimento, então o garçom resolveu interrompe-los.

— Será que vocês dois não gostariam de conversar em outro lugar? Vocês foram os meus únicos clientes nas ultimas 2hrs, estou cansado...

— Desculpe Larry. — Respondeu Isobel ao garçom.

No momento em que Dean e Isobel deixaram o bar, a cidade estava mergulhada na calmaria que precede uma tempestade. O destino entrelaçava suas histórias de maneiras que nenhum deles poderia imaginar. Do lado de fora os dois se despediram.

— Mais uma vez, bem vindo a Cotton Ridge, Winchester.

— Quer que eu te leve em casa, Isobel?

— Não é necessário, eu moro aqui perto.

— Tem certeza? — Ele queria leva-la para a casa, mas não era bom reviver o passado e Isobel era uma versão mais nova de seu primeiro amor, o que era um grande problema.

— Sim, eu vou ficar bem... A gente se esbarra por aí.

— Vou torcer para isso acontecer. — Respondeu Dean


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham amado deste capítulo!
Se estiverem gostando, deixem seus comentários e favoritem a história. Agradeço antecipadamente por qualquer correção ortográfica que possam fornecer.
Sejam bem-vindos para se envolverem na trama e compartilharem suas teorias.
Aguardo ansiosamente pelo feedback de vocês!
Abraços e beijos



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