Para Siempre escrita por Dayane


Capítulo 8
Uma decisão


Notas iniciais do capítulo

Olá, desculpem a demora, tive um problema com a internet mas já estou de volta, e pra compensar minha demora amanhã mesmo posto o próximo capítulo
Espero que gostem



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E agora como eu explico? não tenho como inventar nada, tenho que falar a verdade

–fala Violetta, qual é a verdade?- ele insistiu quando viu que eu não respondi

–eu... quando eu morava na Argentina eu fazia parte do stúdio on beat, um stúdio de música, depois de um tempo eu virei a estrela do U-mix e fiz shows exclusivos e também com os meus amigos do stúdio que são, a banda e mais quatro- eu disse me enrolando um pouco com as palavras

–porque você nunca me contou isso?- ele perguntou um pouco chateado por não ter contado tudo sobre mim

–não é por você, só que me machuca pensar em tudo o que deixei pra trás, e a essa altura nem sei mas se o que fiz foi a melhor coisa- eu disse revelando uma dúvida que a um tempo se passa pela minha cabeça

–se isso te machuca tanto, porque você esta sempre vendo coisas sobre eles?- ele disse. Por essa eu não esperava, não que eu esperasse que ele passase a mão na minha cabeça e disesse que eu estou certa por tudo o que fiz, mas não esperava isso, ele fala como se quisesse que eu esquecesse a minha família e meus amigos, minha vida.

–porque fala assim? apesar de eu estar triste com isso não que dizer que eu tenha que simplesmente ignorar tudo que já vivi, esquecer de tudo, afinal minha vida vai sempre estar ligada ao passado- eu disse realmente magoada

–não me entenda mal, não quero que você se esqueça de nada, só acho que você deveria seguir sua vida, seus filhos precisam de você- ele disse e eu me senti como se tivesse levado um soco no estômago

–ta dizendo que eu não dou atenção para os meus filhos? se eu vim pra cá foi exatamente penssando neles, eu desisti do meu sonho pensando somente na segurança deles, eu trabalho o dia inteiro pra dar o melhor pra eles e você diz que eu não ligo para os meus filhos?- eu disse me alterando um pouco

–e isso é o suficiente Violetta? e o pai desses meninos? ou acha que vai poder fugir pra sempre desse assunto? (eu disse a ele a pergunta que o Pedro fez) e o que você vai responder? vai dizer que fugiu por medo da reação de todos? que não teve coragem de enfrantar à todos que se opusessem a isso, pra protege-los?- ele disse o mesmo tom que eu. Eu não estava acreditando no que estava ouvindo, me recusava a acreditar no que os meus ouvidos ouviam

–eu realmente não acredito aonde você quer chegar, se eu fiz o que fiz foi porque eu estava desesperada, eu era somente uma adolescente e a melhor coisa que pensei naquele momento foi fugir, mas percebo que não foi o melhor, achei que eu teria um amigo que me ajudasse e não que me fizesse sentir pior ainda- eu disse mais baixo com uma voz embargada pelas lágrimas que eu segurava pra que não saisem

–agora a culpa é minha? eu não te ajudo? a única coisa que eu fiz foi te ajudar, mas se você não me conta nada como posso te ajudar?- ele disse ainda alterado e eu engoli as lágrimas e senti a raiva me dominar

–te agradeço por tudo que você fez por mim e pelo meus filhos, mas nem toda a ajuda são coisas materias, mas se foi um encomodo, porque me ajudou? porque não deixou que eu morasse em uma caixa de papelão qualquer? mas é claro, quem deixaria uma grávida desamparada que fugiu por ser covarde? eu deveria ter percebido isso antes, e que diferença faz quem são eles? tudo o que eu te contei é verdade, em nenhum momento eu disse uma coisa que não fosse somente a verdade- eu disse novamente alterada

–você não sabe o que diz, tudo o que fiz por você foi por amor e não por pena, e também amei esses meninos desde o primeiro momento em que os vi, mesmo sendo de outro homem sempre me importei com eles e não me arrependo de tudo o que fiz e faria tudo de novo se fosse preciso, mas se pode entender isso, quem sou eu pra tentar explicar- ele disse com a voz já normalizada e com uma mistura de raiva e decepção em seus olhos

–tem razão, eu não entendo, eu não entendo como pensei que você me entenderia, mas novamente me enganei, acho nunca vou aprender- disse baixo e decepcionada

Saí do carro sem dar tempo pra ele responder qualquer coisa e entrei em casa

Fui tomar um banho e dar boa noite aos meus bebes que já dormiam feito anjinhos, depois me deitei na minha cama mas não consegui dormir, não parava de pensar nas palavras do Clement, aquilo me magoou, talvez eu tenha mesmo errado em não contar que exatamente quem eu era, mas e os insultos? qual é o motivo de dizer que não sou uma boa mãe para o Pedro e o Kauan, amor? se é isso mesmo ele não deveria dizer essas coisas que fazem só com que eu fique brava, só se... não ele não pode ser tão egoista assim, ou pode?

No meio do meu rio de lágrimas acabei dormindo

POR LEON

Depois do show fomos todos para o hotel, cheguei e fui direto para o banho, queria que a água levasse junto com ela todos os meus pensamentos.

"porque sempre tem algo pra atrapalhar meus planos? porque não simplesmente esqueço a Violetta de uma vez? tenho que ficar tendo essas alucinaçoes que me confundem e me perturbam o tempo todo"–eu pensava questionando a mim mesmo

Depois de um bom tempo eu saí do chuveiro e me vesti somente com uma calça de moletom e me atirei na cama

————

Acordei parecendo que não havia dormido nada, se eu achava que os ensaios eram cansativos, certamente não havia saido em turnê por quase três meses, os shows e as viagens são muito cansativas.

Olhei no relógio e vi que eram 15:00h me levantei e fui até o banheiro, me olhei no espelho e me assustei do que vi, eu estava cheio de olheiras e com uma expresão amargurada. acho que a maior causadora das minhas noites mal dormidas são essas alucinaçoes e não a turnê. porque tudo é tão complicado?

POR VIOLETTA

Quando era 14:00h eu fui até a pracinha com os meninos pra me distrair um pouco e passar um tempo com os meus bebes. fiquei brincando um tempo com eles no chão, depois me sentei em um banco, mas de olho nos dois

Quando eram pouco mais de 15:00h eu vi o carro do Clement parar em frente à pracinha, ele desceu do carro e veio em minha direção

"que ótimo, tudo o que eu preciso agora é brigar com ele na frente de todos"–eu pensei ironicamente

–oi- ele disse calmamente quando chegou a minha frente, e depois se sentou ao meu lado

–oi- eu respondi normalmente mas ainda estava magoada com as palavras dele

–desculpe por ontem- ele disse olhando para os meninos

–por que você agiu daquele jeito?- eu perguntei o olhando

–só fiquei chateado por você não ter me contado que você realmente era, mas sei que não tinha direito de te dizer aquelas coisas, você é uma ótima mãe e eu não tenho nada a ver com quem é o pai desses meninos, me desculpa mesmo- ele disse me olhando e depois abaixou a cabeça

Eu pensei um pouco. será que ficar chatedo é um bom motivo pra fazer o que ele fez? Entendo sempre fazemos besteira em falar sem pensar, mas será que o que ele falou foi mesmo sem pensar? ou tem um motivo que ele não quer me dizer?

–foi esse mesmo o motivo pra você agir daquele jeito?- eu perguntei e ele me olhou

–não acredita em mim? acha que estou mentindo?- ele disse com um ar decepsionado

–só acho que estar chatiado não é um motivo pra tudo que você disse- eu disse me explicando

–Violetta, eu não quero discutir novamente, eu te disse o porque de eu agir desse jeito e você sabe disso- ele disse. E eu pensei um pouco e logo percebi do que ele falava

–e gostar de uma pessoa te dá o direito de ofende-la?- eu disse calma mas incrédula

–me desculpe se te ofendi, só tenho medo- ela disse e abaixou a cabeça

–medo de que?- eu perguntei curiosa e confusa

–você nunca esqueceu seu passado nem por um minuto, você teve pessoas muito importantes em sua vida que ainda são- ele disse olhando pra mim mas logo desviando a olhar

–então o que você tem medo é que eu volte pra Argentina?- eu perguntei e ele não respondeu, o que me fez perceber que eu estava certa. Eu já havia pensado nessa possibilidade, mas não achei que ele seria tão egoista a esse ponto -Clement, eu não posso te prometer que nunca irei voltar porque isso nem eu mesma sei- eu disse

–então porque você veio?- ele perguntou como se o que havia dito tinha o afetado

–como você mesmo disse, eu fugi por ser covarde e não enfrentar a todos que se opusesse a isso- eu disse aquelas palavras rasgando pela minha garganta, eu sabia que era verdade nas mesmo assim doeu

–e o que mudou até aqui, digo, se você fugiu por medo, o que mudaria agora?- ele perguntou. Essa é uma pergunta que eu realmente me faço que tem uma simples resposta

–eu cresci, naquele momento eu não estava pensando direito, mas agora com eles ao meu lado eu posso tudo, tenho forças pra enfrentar o mundo se for preciso- eu disse pensando nas minha duas jóias mais prociosas e ele deu om sorriso, mas logo se desfez

–então isso que dizer que você está mesmo pensando em voltar?- ele perguntou meio triste e com medo da resposta

–não sei, eu não acho certo o que fiz, mas tenho medo de eles (o Kauan e o Pedro) serem rejeitados pela pessoa mais importante- eu disse pensando em qual seria a reação do Leon

–mas então estou perdoado?- ele perguntou mudando de assunto e eu sorri

O que ele fez não faz, mas mesmo assim eu precisava do meu amigo por perto

–está- eu disse ainda sorrindo e ele também sorriu

–obrigado, er... será que posso te dar um abraço?- ele perguntou sabendo que eu não me sentia confortável depois do que ele me disse. Eu gostei disso, ele me respeitou envez de simplesmente ignorar o que eu penso

–claro- disse sorrindo e ele também sorriu e me abraçou, dessa vez sem tentar nada

Continuamos na pracinha por mais ou menos meia hora e depois fomos para casa, o Clement foi junto e ficamos conversando

POR LEON

Depois que me levantei fui almoçar, e depois dar um passeio pela cidade, quando passei em frente a um restaurante vi um rosto conhecido, ela estava um pouco mais a frente de onde eu estava, fui até lá

–Lara? que bom te ver denovo- eu disse sorrindo

–pra mim também é muito bom te ver novamente, então, aqui estamos depois de três anos- ela disse também sorrindo

–é mesmo, mas então, o que você faz?- eu perguntei curioso

–eu trabalho na minha própria pista de motocross- ela disse satisfeita com o que saia de sua boca

–que bom, parabéns, será que algum dia posso ter a honra de conhecer esse lugar- eu perguntei

–obrigado, e pode sim, alias, eu estava indo pra lá agora mesmo, se você quiser- ele disse já me convidando

–é claro que eu quero- eu disse e nós fomos o caminho inteiro conversando, era bom reencontrar uma velha amiga

POR VIOLETTA

O Clement ficou em minha casa até umas 19:00h e depois foi embora e eu fiquei brincado com os meus tesouros por mais algum tempo e depois fui tomar um banho e preparar o jantar

duas semana depois

POR LEON

Estamos no avião de volta para Buenos Aires, agora são 04:56 da madrugada e eu estou sem sono olhando para o nada

Quando desembarcamos do avião todos as meninas já esperavam e quando nos viram corrreram até nós, e depois foi aquele "que saudades" todo e depois fomos todos para suas casas. Quando cheguei simplesmente me atirei na cama e dormi, acho que só estava com saudades da minha cama mesmo e sinceramente estou quase concordando

Resolvi não falar nada sobre a minha alucinação, eles iriam me dizer que estou ficando louco

POR VIOLETTA

Agora é mais ou menos 13:00 e eu estou brincando de caça ao tesouro com o Pedro e o Kauan está dormindo

–mamã, pocuia- ele disse saindo do meu quarto

Me levantei e fui a procura de uma bola de pelúcia, procurei em todos os lugares mais baixos e fáceis mas não achei, até que pensei que poderia estar em alguma gaveta mas ele não coseguiria abrir, mas mesmo assim tentei, abri umas 2 gavetas e não achei, quando abri a terceira eu achei

–achei- disse com a bola na mão

–sua veiz- ele disse dando pulinhos fofos. Me virei pra fechar a gaveta e algo me chamou atenção, era um diário, o meu diário, peguei o diário na mão e abri, desde que vim para cá não escrevi nele

–que icho mamã?- perguntou Pedro vindo até mim

–coisas da mamãe, amor- eu disse. Me sentei na cama e coloquei ele ao meu lado

Começei a folear o diário encontrando coisas de muitos anos atrás, do Tomás, do Diego, minhas travessuras, minhas tristezas, brigas com o Leon, os casamentos do meu pai, mas o que me chamou mesmo minha atenção foi um desenho do nome do Leon. Olhei pra gaveta ainda aberta e vi uma caixa, fui até ela e a peguei, quando abri vi várias fotos com os meus amigos, somente com as meninas, com o Leon, uma minha, da Fran e da Cami em uma festa fantasia, em uma festa do stúdio com tema dos anos 70 e 80

–ta cholando mamã- Pedro disse e ai que percebi que chorava enquanto me recordava dessas lembranças

Olhando tudo aquilo que estava em minha frente uma pergunta me veio na cabeça

"foi certo fugir sem deixar o Leon nem saber da existência dos próprios filhos?"

Eu fui covarde em deixar que algo me separasse do homem que amava e ainda amo, deixar que separassem a nossa família dessa forma, e mesmo que o Leon me rejeitasse e também aos seus próprios filhos eu devia ter lutado e não deixasse que nada lhes acontesesse (com o Pedro e o Kauan). Pensar que machuquei meus amigos e minha família me dá uma dor no peito, a dor da saudade e do arrependimento

Eu vou voltar pra Buenos Aires


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram?
Desculpem qualquer erro
Bjo



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