É uma viagem longa e cansativa, mais precisamente 8 horas de viagem dentro de um carro.

Minha mãe resolveu me levar para um colégio interno na Califórnia, ela diz que eu não a respeito e blá, blá, blá.

Mamãe me olhou pelo retrovisor:

– Vai ser bom para você querida, eu quero apenas o seu bem.

Estava com a cabeça encostada no vidro, observando a chuva que caia.

– Sophia você sabe que eu odeio quando me ignora.

– O que você quer que eu fale? Que vai ser ótimo?! Você não precisou da minha opinião para me mandar para o colégio, e precisa dela agora?

– Eu já te expliquei mil vezes é um dos melhores colégios da Califórnia, vai ser ótimo para sua carreira profissional.

– Só com isso que se importa mesmo! - Resmunguei sem que ela ouvisse.

– Eu e seu pai conversamos muito sobre isso, e tomamos essa decisão juntos.

Continuei a viagem inteira sem falar nada, nada a fazia tirar essa ideia maluca da cabeça.

Assim que chegamos o sol estava brilhando forte na Califórnia. Portões enormes com proteções, um gramado verdinho com uma fonte no meio que jorrava água a metros de altura, um prédio do estilo antigo.

– Ótimo! Estou em uma cadeia, não em um colégio.

– Sem reclamações Sophia Miller - Esbravejou ela.

Em seguida um dos portões se abriu, e um homem de cabelos grisalhos, terno preto, pele surpreendentemente bem cuidada, sem nenhuma ruga, andou em nossa direção.

– Senhora e senhorita Miller sejam bem-vindas ao colégio interno Wolderfor, sou o diretor Ted - Falou esticando a mão para nos cumprimentar.

– Vou lhes mostrar todo o colégio, explicar nossas regras e horários... me acompanhem por favor.

Peguei minhas malas e andamos em direção ao portão, a minha vontade era de sair correndo dali.

Aquele papo formal estava me dando sono e fome, aliás comi só um lanche durante a viagem.

Ao caminhar até o interior do colégio, vi vários grupos de garotas espalhadas pelo colégio, extremamente disciplinadas, elas usavam uniforme, uma camisa branca com um blazer azul marinho por cima, uma saia da mesma cor do blazer e um sapato preto.

Ele nos mostrou o colégio todo era enorme e até que era bonito.

Os corredores que levavam aos quartos eram enormes, com muitas portas, e alguns quadros pendurados na parede, o que dava um toque suave ao ambiente.

– Aqui está seu quarto senhorita Miller, o 309 vai dividi-lo com mais duas garotas, aqui está sua chave. - Ele disse erguendo-a.

– Tchau filha.

Eu simplesmente a ignorei, ainda não acreditava que ela havia feito isso comigo.

Abri a porta assim que eles foram embora, tinha um tapete lilás fofinho que cobria todo o quarto, uma beliche e ao lado uma cama de solteiro, as camas eram brancas com edredom roxo, um criado mudo ao lado de cada cama, três guarda-roupas branco de solteiro, coloquei minha mala em cima da cama, e ao lado estava meu uniforme dobrado e bem passado.

Observei as fotos que tinha em cima do criado mudo, haviam duas garotas e sua mãe provavelmente.

Juntamente a varanda havia uma janela bem grande com vista para o jardim.

Caminhei até o banheiro era grande tinha até uma banheira.

Tenho que admitir que o quarto era lindo.

Eu estava distraída guardando minhas roupas no guarda-roupa, até que a porta se abriu.

– Olá - Duas garotas falaram ao mesmo tempo.

– Oi!

– Eu sou Alexia.

– E eu Alana.

Falaram me cumprimentando com um beijo no rosto.

Elas eram idênticas.

– E você deve ser a Sophia?

– Sim, sou eu. Como vou diferenciar vocês duas?

– Com o tempo você se acostuma - Uma delas falou sorrindo.

Assim que terminei de guardar minhas roupas, deitei para dormir um pouco, tinha um relógio na cabeceira da cama, marcava 15:30.

– Estou exausta, por favor não me acordem - Falei colocando minha venda nos olhos.

– Sinto muito em te dizer, mas agora é a hora do café, e o senhor Ted não gosta nem um pouco que desobedeçam as normas dele.

– Ta bom, eu vou só porque estou morrendo de fome.

Coloquei uma calça jeans e uma camiseta preta.

– Não vai colocar o uniforme?

– Não, eu não vou usar isso, e quero ver quem vai me obrigar. - Falei apontando-o.

– Então tá, depois não fale que eu não te avisei.

Dei de ombros e nos encaminhamos até o refeitório, todos ficaram me olhando só porque estava sem o uniforme, parecia até um crime.

Haviam duas longas mesas, uma para os meninos e outra para as meninas.

Peguei uma bandeja e andei em direção a bancada.

– Alana me passa o leite.

– Eu sou a Alexia.

– Vai demorar para eu me acostumar com isso. Eu pensei que os meninos e meninas ficavam sempre separados.

– Só nos encontramos para as refeições e nas aulas.

Estávamos indo em direção a mesa.

– Olha que pássaro estranho naquela árvore.

Virei a cabeça em direção a janela para poder vê-lo, e um garoto esbarrou em mim, o leite caiu todinho na minha camiseta, sem contar o tombo que eu levei. Todos riam.

– Desculpa.

– Qual a dificuldade de olhar por onde anda? Olha o que você fez! - Esbravejei.

Quando eu olhei para cima, fiquei até sem ar era um garoto muito lindo, nunca tinha visto tanta beleza assim antes, tinha cabelo castanho claro lisinhos que realçava sua pele branquinha, olhos azuis com tons de verdes, um sorriso perfeito com dentes brancos e bem alinhados.

– Eu já te pedi desculpa, ignorante.

– Desculpa não vai limpar minha roupa!

– Garota insuportável!

Subi correndo para o quarto, tomei um banho e deitei na cama com meus fones de ouvido.

Logo em seguida Alexia e Alana entraram.

– O que foi aquilo?

Tirei meus fones para que pudesse ouvi-las.

– Aquilo... o que?

– Você respondeu Brandon Levis, todas as garotas morrem por ele, ele é tipo o deus grego da escola.

– Eu não sou todo mundo! - Falei sem dar importância, colocando meus fones e deitei novamente.