Consequências do passado escrita por Carolina S Salazar


Capítulo 23
O LAÇO Que NÃO SE Desfaz


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!! Não é miragem, sou eu mesma postando outro novo e gigantesco capítulo!! Mais novidades na nota de rodapé!!!! Boa leitura!!!!!



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Hermione abriu os olhos e sentiu uma luz forte quase a cegá-la. Mas depois de piscar bastante os olhos, percebeu que era apenas o clarear do dia, invadindo as cortinas do quarto em que estava e deixando claro para ela que ainda estava na Mansão Malfoy.

Malfoy, pensar no nome fez a bruxa pensar imediatamente em seu filho, Alexsander. Ela nem queria imaginar se alguma coisa grave tivesse acontecido com seu filho. Tinha feito tudo por ele, até dar sua própria vida para um comensal sedento por poder ela tinha feito.

Mas pensar naquilo não a fizera bem, mal acordara e sua cabeça parecia prestes a explodir, tamanha a dor que ela sentia. Tentou levantar sua mão para levar a cabeça, mas parecia que seu braço pesava uma tonelada e ela era uma formiga, fraca demais para fazer tal esforço.

Não gostou da sensação. Tentou novamente, mas parecia que algo tinha realmente explodido em sua cabeça, começou a ver flashes de cores e o dia parecia opaco em meio aos fogos de artifícios que via agora.

Estava cansada demais para fazer qualquer coisa, e assim reuniu suas últimas forças para gritar por ajuda, mas só o que conseguiu foi um leve suspiro e antes que voltasse a dormir, viu o deslumbre de um bruxo loiro na sua frente a chamar pelo seu nome.

***

Acordou assustada. A última coisa que lembrava era do Malfoy. Não o filho, mas o pai, aquele ser horrível e apavorante que tentou tirar sua vida. Sua vida e de seu filho. Pensar em Alexsander fez com que ela falasse o nome dele.

— Alexsander.

Se assustou ainda mais com a sua voz. Parecia que não falava há tempos. E sua boca e garganta fizeram um exercício tremendo para que saísse apenas um leve suspiro.

Desistiu de falar e tentou observar o local em que estava. Estava no mesmo quarto, e pelo luxo ela sabia que era a Mansão Malfoy. Ela queria respostas, queria saber do filho, mas mal podia falar, não tinha forças para se levantar e ir atrás do filho. Estava desesperada em estar naquelas condições e somente quando a porta do quarto se abriu, sentiu alívio. Porém foi passageiro, era Draco Malfoy.

Draco parecia surpreso em vê-la acordada. Não entendia o porquê disso, mas logo que viu ele carregando uma bandeja com poções, ficou preocupada. Ao tempo que ele se aproximava para lhe aplicar as poções, ela tentava de todas as formas se mexer e fazer qualquer coisa que o impedisse de lhe dar poções; mas a cada movimento seu corpo parecia pesar mais e mais e sua cabeça começava a doer mais.

— Pare de se mexer, Hermione, precisa descansar…

Porém ela não ouviu mais. Voltou a dormir.

***

O calor a tinha despertado. Sem abrir os olhos ela já sabia que era dia. O problema é: que dia? Quanto tempo estava ali? Tudo isso lhe passava pela cabeça. Ela não entendia o que estava acontecendo. Seu corpo continuava pesado, como se algo a puxasse sempre para aquela cama. Para aquele quarto. Ainda não tinha aberto os olhos, mas sabia que estava na Mansão Malfoy. Aos cuidados de Draco Malfoy, por ter quase morrido nas mãos de Lucius Malfoy, e principalmente para salvar a vida de Alexsander Malfoy.

Parecia que sua vida estava inevitavelmente entrelaçada a vida dos Malfoy. Mas não poderia aceitar isso. Tinha que fazer alguma coisa. Reuniu coragem e abriu os olhos. Estava no mesmo quarto, mas seu corpo não estava pesado por conta do que vinha sentindo. Alguém dormia por sobre suas pernas e coxas. E estava tão embolado que ela sequer sabia o que ou quem era.

Tentando descobrir tudo o que podia sem se mexer e sem falar ela olhou melhor pelo quarto. Viu que do lado esquerdo tinha uma poltrona e nela estava dormindo Draco Malfoy. Ele parecia sereno e profundamente adormecido. Então um alívio a invadiu por perceber que não era ele que estava dormindo em cima dela.

Mas o peso continuava e ela não sabia o que fazer. Não queria ver os fogos de artifícios, nem sentir a dor insuportável de sua cabeça rachar por dentro. Assim, olhou para o amontoado de cobertas e peso que estava abaixo dela, com a tentativa de acordar com os olhos o ser que estava ali.

E qual não foi sua surpresa quando as cobertas se mexeram e debaixo delas surgiu um lindo garotinho de cabelos castanhos e olhos da mesma cor dos dela, a olhava com surpresa e admiração.

Os dois se contemplaram por longos minutos, até que Alexsander saiu do meio das cobertas, abriu seus bracinhos e se jogou no colo de Hermione dizendo bem alto:

— Mamãe.

Tal palavra despertou em Hermione um sentimento que ela julgara morto e enterrado. O amor. Seu filho a abraçava forte e graças a Deus não podia ver ela chorando de emoção ao finalmente depois de 4 anos estar com ele.

O abraço pareceu durar horas, até que o pequeno Alexsander a libertou e olhando em seus olhos disse:

— Mamãe. Tá chorando?

— Você precisa ir Alexsander. _ foi o que Draco disse, havia acordado ao ouvir a voz de Alexsander e não podia deixar o filho tão próximo de Hermione.

— Mas papai…

— Sua mãe ainda está se recuperando. E agora você precisa deixá-la descansar.

— Mas ela está chorando.

— Eu sei. Vamos. _ Draco não poderia explicar tudo para o Alexsander, afinal ele só tinha 4 anos. E quando Hermione melhorasse eles poderiam se falar e se entender.

Assim, Draco saiu com Alexsander, para o desespero de Hermione que queria imensamente que o filho ficasse ali com ela. Seu filho. Ele a conhecia! Isso era tão louco. Então Draco Malfoy, tinha contado ao seu filho quem era a sua mãe? Ela queria tanto saber mais, entender mais. Mas não iria se esforçar demais. Estava cansada de dormir e perder a consciência de tudo ao seu redor. Precisava ficar acordada e ver o que acontecia ao seu redor. E saber que o filho a conhecia, a amava e estava ali perto dela, a deixou com mais forças para lutar e melhorar.

Quando Draco Malfoy voltou para o quarto, Hermione fez questão de lhe mostrar o seu pior olhar. Sabia que não podia falar nada nem se mover, mas olhar severamente para ele, desejando que ele sofresse o mesmo que ela, isso sim, ela podia fazer.

Mas Draco Malfoy sequer se intimidou com a reação de Hermione, e ignorando totalmente o fato de Alexsander estar ali com ela a alguns segundos, ele parou em frente a cama e disse para ela:

—Você precisa tomar algumas poções agora, Hermione. E para o seu bem é melhor não se recusar. Senão jamais ficará boa novamente.

Hermione Granger nunca sentira vontade de matar alguém. Nunca. Nem mesmo depois de tudo que sofreu nas mãos dos Malfoy, nunca sentira. Mas naquele momento se ela tivesse um 1/3 das suas forças novamente, com certeza teria mandado um Avada Kedavra naquela cara de insolente que Draco Malfoy lhe fazia agora. Como ele se atrevia a mandar nela com tamanha arrogância depois de lhe ter tirado o filho novamente? Mas ela precisava melhorar e por isso resolveu respirar mais longamente e esperar pelo o que ele iria fazer.

Draco esperou alguns minutos, observando a reação dela para depois preparar as poções em cima de uma cômoda no quarto. As mãos dele eram hábeis e Hermione sabia que ele era excelente em poções. Mas mesmo assim, seu instinto lhe dizia para ficar atenta e desperta e tentar detectar qualquer ingrediente e qualquer fórmula que ele porventura lhe aplicasse.

É claro que tal esforço foi em vão, Draco foi rápido e prático e logo as poções estavam fumegantes e prontas para serem tomadas. Ele as colocou em uma bandeja, se sentou ao seu lado na cama e disse:

—Você vai tomar as poções ou terei de chamar o medibruxo da família para aplicar em você?

Hermione coçou a língua para dizer a ele o que fazer com tais poções, mas pensou no filho e simplesmente o olhou com uma tranquilidade fingida.

— Ótimo. Tome.

Hermione tomou as poções sem se mexer em contradição por nenhum momento. Queria melhorar logo e descobrir o que precisava e resolver tudo o que tinha de resolver e se para isso tinha que suportar Draco Malfoy lhe dar poções na boca como se fosse uma bebê, ela ia suportar. Depois de tomadas, ele recolheu os frascos e de costas para ela, começou a dizer:

— Sei que você quer respostas, saber o que aconteceu, como está o Alexsander e acredite ele também quer muito saber de você, ficar com você... Mas ainda é perigoso. Você quase morreu Hermione. E ... precisa se recuperar, para isso terá que confiar em mim para tomar as poções e se estabelecer. _ E depois disse ele simplesmente saiu.

****

Hermione acordou e quando abriu os olhos soube que era noite. As velas iluminavam o seu quarto e a lareira estava acesa na temperatura certa para não sentir frio nem calor. Observou melhor os detalhes da decoração e todo o luxo que cercavam cada objeto daquele quarto. Desde o espelho até a cômoda, as cortinas que envolvem a cama de dossel que ela estava. O lençol que usava e também as cobertas. Tudo era de uma cor creme clássica com fios prateados que poderia jurar serem de prata.

De repente se deu conta que estava com a visão bem melhor, mesmo sendo a noite ela sentia perceber melhor o ambiente que estava e sem dúvida aquelas poções que Malfoy lhe dera a estavam ajudando. Queria desesperadamente falar alguma coisa, ouvir sua voz de novo, mas estava com medo de falar e sentir sua voz rasgada como da última vez. Quando ia se arriscar a porta do quarto se abriu e entrou por ela de passos lentos e precisos Alexsander Malfoy.

Hermione sorriu instantaneamente. Seu filho. Seu lindo filho se arriscava para ir vê-la. Quando percebeu que a mãe estava sozinha, Alexsander correu para cima da cama e abraçou a mãe. Hermione se emocionou novamente, ter o seu filho depois de tantos anos novamente nos seus braços era emocionante demais para ela. Porém, mal teve tempo de pensar em chorar já que o menino se afastou do colo dela e começou a falar rapidamente:

— Mamãe, eu não posso ficar aqui. Papai proibiu. Disse que você ainda tá dodoí. Mas eu tô com tanta saudade, não quero ficar longe, mamãe. Não quero que você vá embora de novo. Promete que vai ficar mamãe? Por favor? Promete?

— Sim, eu... fico.

Hermione se assustou com o fato de ter falado bem melhor do que da última vez. Mas o que mais mexeu com seus sentidos foi o olhar de felicidade do filho para ela. Ele a olhava como se ela tivesse dito algo extraordinário e mágico. Mas um barulho de aparatação fez o pequeno Malfoy sair correndo da cama. Com certeza não queria ser pego em flagrante. Mas antes de sair ele disse:

— Você vai ficar boa, mamãe. Eu sei, o papai tá cuidando de você. E a gente vai ser feliz, todo mundo junto. Te amo, mamãe.

E saiu. Um tempo depois, a elfa Panim apareceu no quarto. Antes de fazer suas tarefas a elfa a saudou abaixando sua cabeça até o chão e pedindo diversas vezes licença. Hermione viu a elfa limpar e organizar objetos no quarto e não percebeu quando ela terminou pois já tinha voltado a dormir.

***

Hermione acordou e percebeu ao abrir os olhos que já era dia. Instantaneamente sua mão foi direto a boca, ao bocejar costumeiro. Mas tal gesto, tão simples, foi uma grande vitória para ela, pensou. Afinal nos últimos tempos mal conseguia mover a mão e agora até levar ao seu rosto conseguia.

Aproveitou a oportunidade para ver sua mão direita. Percebeu que tinha emagrecido. Sua pele também não estava uniforme como antes, havia pequenas pintas negras na mão que antes não existiam.

Resquícios da magia, pensou a bruxa. Precisava saber o que tinha acontecido e a cada dia, estava mais próxima de descobrir. Aproveitando que levantar a mão ao rosto não a estava cansando, Hermione passou a mão pelo seu rosto e se assustou ao ver o quanto seu rosto estava seco. Ela com certeza havia perdido peso e sem sombra de dúvida não estava mais com o seu rosto costumeiro. Sua boca estava seca também e provavelmente por isso não vinha conseguindo falar.

— Pelo jeito já consegue levantar a mão sem sentir dor.

O choque de ouvir a voz de Draco Malfoy ali, fez ela parar de se auto examinar e olhar para ele. Ele estava elegante como sempre, com suas vestes caras e finas e para variar as cores de sua calça e camisa eram pretas, com pequenos detalhes em verde.

— O que... aconteceu?

— Não se esforce Hermione. Falar ainda é bem difícil para você. Sua garganta está se recuperando ainda, mas é bom ver que finalmente as poções contra a dor estão surtindo efeito. _ E ele se virou para a cômoda para preparar as poções. E mais uma vez o silêncio, ela pensou, mas foi surpreendida quando ele continuou.

— Você está tomando essas poções a cinco dias. Já era para acabar a dor e começar a se mover. Consegue mexer o braço esquerdo também?

Automaticamente Hermione tentou mexer o braço esquerdo e conseguiu com sucesso. Agora a bruxa olhava para as duas mãos. Como estava magra e pálida e com manchas, ela olhava seus braços e via manchas escuras, algumas pintas pequenas, outras maiores e algumas até como hematomas.

— Não se preocupe com isso. Vai sumir. _ disse ele tocando em seu braço esquerdo quando sentou na cama para ministrar a poção. _ Boa parte delas já sumiram. Quando você aceitou tomar as poções. Agora tome.

Hermione tomou a poção que ele lhe dava ainda mantendo o contato visual. Queria respostas, seu corpo, seu filho, tudo, enfim precisava saber. E se tomasse as poções iria dormir e sabe-se lá quando ele lhe diria alguma informação?

— Sei que está ansiosa por respostas. Por isso se quer falar, pisque uma vez para sim e duas para não.

A bruxa prontamente piscou uma vez para sim. Draco se levantou da cama depois do gesto e foi novamente a cômoda para o preparo de outra poção. De costas para ela, ele começou:

— Imagino que queira saber sobre o Alexsander. Apesar de saber que ele a viu outra vez, tenho que dizer que ele está bem. _ depois de dizer isso ele se virou e voltou para a cama para ministrar a segunda poção. _ Graças a você. Ele não teve nenhuma sequela, ou reação. E eu o mantive longe de você, porque você, não estava bem. Você, teve sequelas, reações, mesmo depois de tudo o que aconteceu, você parecia que iria morrer, ou até que queria morrer. Em todo o caso, não se preocupe com o Alexsander. Ele está bem, seguro.

A tranquilidade de Hermione foi instantânea. Até sua respiração foi solta quando soube de Draco que o seu filho estava bem.

— Tome Hermione.

Ela bebeu com confiança dessa vez. Estava melhorando e era tudo resultado do empenho dele e o filho estava bem. Tranquilidade era a palavra do dia.

***

Quando Hermione acordou sentiu que todo o seu corpo reagiu ao fato de se espreguiçar. Isso a deixou exultante. Era como se o Natal chegasse mais cedo. Sentiu suas pernas mais leves e flexionou os joelhos e mãos. Não sentia nenhuma dor. Se arriscou a levantar o corpo e ficar sentada e também não sentiu nada.

Viu em volta para saber se estava sozinha e como ainda estava escuro, provavelmente madrugada, tentou levantar da cama. Seus joelhos tremeram e ela logo se agarrou ao dossel da cama, mas quando se acostumaram com seu peso, pode ficar em pé. Ficar em pé! Finalmente estava de pé e voltando ao normal. Viu sua cama e o lençol não parecia o mesmo da última vez que o viu. Panim, pensou.

Com muita cautela ela começou pequenos passos, ainda estava fraca, mas seu corpo não sentia mais dor e assim podia se dar ao luxo de tentar arriscar. Foi andando um passo e descansando, outro passo e descansando. Fez isso pelo que pareceu horas, pois quando finalmente chegou ao banheiro, pela janela viu que uma claridade já despontava. Mas ela precisava ir ao banheiro e precisava se ver no espelho.

Como esperado, acima da pia do banheiro havia um espelho todo cromado em prata. E quando Hermione se viu no espelho, foi um choque. Seu rosto estava seco e enrugado, como se tivesse envelhecido anos. Seus cabelos estavam quebradiços e as manchas em seu rosto estavam arroxeadas e medianas.

Ela passou a mão em seu rosto e sentiu como a pele estava dura e seca.

— Preciso de um banho. _ falou e quando se deu conta que tinha falado sem sentir uma dor aguda na garganta, sorriu. Estava melhorando, é um fato. E tudo isso graças ao esforço de Draco Malfoy em lhe dar poções para dor.

Então Hermione arriscou mais uma vez a sua voz e disse:

— Panim.

A elfa apareceu com um clique. Quando a viu ficou assustada e foi logo dizendo:

— Senhora Mal..., quero dizer, senhorita Granger, o que faz aqui? Não deveria ter saído da cama, vamos eu a ajudo a voltar para cama, se o senhor Malfoy a pegar fora da cama...

— Ele não vai fazer nada. Ahan. Preciso de um banho, Panim.

— Mas senhora, senhorita!

— Por favor, Panim.

Panim a olhou e dentro dela o embate entre ouvir uma tremenda reprimenda do senhor Malfoy e não obedecer Hermione era grande. Mas como ouvir um por favor é algo muito incomum para um elfo doméstico, ela cedeu. Panim ajudou Hermione a tirar suas vestes e rapidamente preparou um banho com infusões de ervas que ajudariam na recuperação de Hermione.

A bruxa chegou ao ponto de cochilar na banheira tamanho conforto e tranquilidade que sentiu. Quando finalmente a água começou a esfriar ela saiu da banheira, vestida com um felpudo roupão cor prata. E qual não foi sua surpresa quando viu Draco Malfoy a esperando no quarto?

— O banho estava bom?

— Sim.

— Sua voz parece melhor. E claramente seu corpo também já que saiu da cama sem ajuda de ninguém e resolveu tomar banho.

— Eu precisava.

— Eu sei. Fez bem a você.

Um silêncio gelado ficou entre os dois. Mas quem o quebrou foi Draco.

— Suas poções estão aqui. Tome-as Hermione. E depois, Panim trará a você seu desjejum.

E sem mais uma palavra, ele saiu.

Hermione ainda ficou parada por alguns segundos. Até que se lembrou que ainda estava de roupão de banho e pensou nas suas roupas. Qual usaria agora? Instintivamente ela foi até a cômoda onde Draco Malfoy sempre lhe preparava as poções e ao abrir uma gaveta viu suas vestes limpas e dobradas.

Rapidamente ela se vestiu e logo se sentiu melhor. Curiosa ela foi até o guarda roupa, assim poderia ver de quem pertencia aquele quarto, já que era tão cuidadosamente decorado. Mas a presença de Panim com seu desjejum a fez recuar.

Sob o olhar vigiante da elfa, ela tomou as poções e comeu mingau como café da manhã. Como não estava sob o olhar de Draco Malfoy, resolveu ir para a poltrona onde um dia o viu adormecido. Panim até  tentou convencê-la do contrário, mas não conseguiu e Hermione ficou ali cochilando por um tempo.

Quando despertou novamente, sabia que não tinha passado longas horas, seu cabelo ainda estava com o cheiro de recém lavado, e suas vestes ainda tinham o cheiro de sabão. Testando seu corpo ela se levantou e dessa vez seus joelhos não tremeram. Ficou feliz demais em constatar que estava melhor e louca de vontade de ver o filho. Mas estava na Mansão Malfoy e não sabia se perto ou não do quarto do Alexsander. Sozinha, foi buscar algo para fazer e o que poderia ser melhor do que ver o guarda roupa?

A bruxa foi até o guarda roupa, e quando o abriu qual não foi sua surpresa ao ver roupas de bruxa ali? Eram todas peças femininas. E como se não bastasse todas dos mais ricos tecidos e belos cortes. Pegou um vestido claro, cor salmão com pequenas pérolas incrustadas e testou em seu corpo. Era o tamanho ideal para ela. Testou um outro vestido, amarelo claro, com pequenos fios de ouro pelo tecido e esse também parecia ser do seu tamanho. Blusas, saias, calças e até mesmo jeans, tecido esse que bruxos não usam, tinham naquele guarda roupa. Todos do seu tamanho.

Movida pela curiosidade ela foi abrindo cada porta e quando viu uma de sapatos, se espantou pela quantidade. Era uma porta cheia de sapatos femininos e todos cabiam em seus pés. Botas, sandálias e rasteiras. Todas claras e lindas. E principalmente todas sem uso. Novas.

Hermione não conseguia entender aquilo. Aquelas roupas. Seria de uma amante de Draco Malfoy que teria a mesma altura que ela? De repente tudo aquilo era louco demais para ela entender e absorver. Então decidiu voltar para a poltrona e repousar. Precisava ficar boa logo e entender de uma vez por todas tudo aquilo que tinha acontecido e ficar com o seu filho.

***

Hermione só percebera que estava dormindo quando acordou na poltrona. Suas pernas estavam dobradas por cima uma da outra, mas mesmo assim ela não sentiu dor. Olhava para o seu corpo e queria desesperadamente saber o que aconteceu para ficar desse jeito, com todas aquelas manchas e pintas negras.

As poucas palavras que proferira durante aquele dia tinham saído arrastadas e forçadas. Não era sua voz. Algo tinha a atingido profundamente para ficar assim, e pensar que era Draco Malfoy o responsável pela sua recuperação lhe dava um frio na espinha. Afinal Malfoy sempre fora o seu pior inimigo, pois sempre a convencia a ajudá-lo, a beneficiá-lo de alguma forma, e isso sempre tinha uma consequência horrível para ela.

Mas foi um barulho externo que a fez sair da poltrona. A bruxa se encaminhou até a janela de vidro que iluminava seu quarto durante o dia e viu os jardins da Mansão Malfoy. O requinte da grama e a organização severa das plantas e flores indicavam a mão dos Malfoy até nos jardins.

Entretanto o barulho era do lado de fora da casa. Repórteres, vários deles, estavam acampados do lado de fora do portão da Mansão. Queriam respostas, pensou Hermione. Mas se até ela não tinha, duvidava muito que os repórteres lá fora teriam. Um clique de aparatação e ela se viu na companhia de Panim.

— Seu almoço, senhora Malfo.., senhorita Granger.

Hermione se virou para elfa e a olhou com irritação. Já não era a primeira vez que ela a chamava de senhora Malfoy. Como se isso fosse ser possível um dia! Mas sua irritação passou quando Panim lhe entregou a bandeja com sopa, com as mãos tremendo. Não queria assustar a elfa e tampouco queria que ela sofresse com as auto punições. Mas também não podia falar, não quando falar ainda era tão doloroso para ela.

Hermione pegou a bandeja e experimentou a sopa. Estava deliciosa e ela estava morrendo de fome. Tomou tudo em poucos minutos e ver a bruxa com apetite fez Panim se acalmar dos tremores.

— Quem bom que comeu tudo, senhorita. O senhor Malfoy vai ficar satisfeito.

— Obrigada Panim.

— Por favor, não se esforce para falar. O senhor Malfoy não quer que se esforce. Precisa comer, beber as poções e descansar. Só assim vai se recuperar.

E sem dizer mais nada, a elfa saiu, deixando Hermione sozinha com seus pensamentos. A bruxa aproveitou que estava bem fisicamente e começou a procurar na cômoda onde estavam suas vestes, pela sua varinha. Precisava dela. É claro que ainda não tinha condições para praticar magia, mas se sentiria melhor se estivesse com ela.

Procurou em todas as gavetas e também no guarda roupa. Nada. Procurou também em todos os outros lugares possíveis do quarto e a única coisa que encontrou foi cansaço. Seu corpo reclamou de tanto mexer com os braços e pernas e ela não teve outra escolha a não ser voltar para a poltrona e descansar.

Quando abriu os olhos já era noite. Preocupada em ter dormido demais, foi cheirar o cabelo e ainda sentiu o cheiro dos sais de banho. Seu alívio foi imediato. Estava descansando como uma pessoa normal. E logo voltaria a ser uma bruxa normal. Seus pensamentos foram interrompidos pelo surgimento de Draco Malfoy no quarto. Ela percebeu que ele sequer bateu na porta ou se sentiu acanhado por entrar. Sem dúvida tinha liberdade naquela casa e no quarto e mais uma vez ela se perguntou de quem era aquele quarto.

— Você parece bem melhor.

— Estou bem.

— Isso é o que você deveria dizer a Potter. Já que ela parece não acreditar nas minhas habilidades em poções.

— Como ela t…

— Nem termine, Hermione. Sei que quer saber o que aconteceu e como todos estão. Sinceramente, você perguntou por isso a dias. Na verdade, todas as vezes em que tinha alguma crise você berrava pelo Alexsander, pelo Potter. Por isso sua garganta está tão prejudicada. Mesmo morrendo você queria respostas e isso no mínimo é insensatez. Você tinha que pensar em você antes de querer informações dos outros. Mas, eu não posso mais evitar que receba visitas. O Ministério da Magia quer respostas e logo, e o Potter e sua adorável esposa me intimaram que veriam você hoje. Assim, vamos a história.

Depois que você enfiou aquela adaga em você, toda aquela energia que sugava a vida do Alexsander saiu dele. Mesmo inconsciente ele respirou aliviado. No mesmo instante eu soube que você tinha encontrado a resposta e tinha salvado o nosso filho. E quando aquelas veias negras começaram a desaparecer, e sua mão voltou a temperatura normal, fui atrás de você.

Então eu a vi desacordada em meio a uma poça de sangue no colo do Potter. Ele me contou o que houve. Você tinha feito uma transferência. Deu sua vida pela do Alexsander. Não pensei que fosse capaz disso. Mas era um fato, você tinha feito e eu precisava salvar sua vida e acabar com todo aquele inferno.

Potter disse que você precisava ir ao St. Mungus. Contra a minha vontade você foi. Eu disse a ele que não era uma boa idéia, que Lucius poderia raptar você com mais facilidade. Mas quem pode contrariar o testa rachada? Ele não me ouviu e a levou mesmo assim. No final das contas foi melhor. Ele conseguiu ter uma idéia e se não morrêssemos, com certeza salvaríamos você.

Ele colocou uma espécie de rastreador diferente em você. Um objeto que levaria quem quer que a pegasse direto para o lado oeste da Mansão. Era uma armadilha para o Lucius. Mas só seria possível se ele caísse na isca. E a isca era poder.

Sempre o que Lucius Malfoy quis foi poder. Ele só se relacionava com as pessoas se elas pudessem lhe dar algo em troca. Foi assim em Hogwarts, quando conhecia as pessoas só pelos seus conhecimentos e ensinamentos. Foi assim com a minha mãe, quando se casou com ela pura e simplesmente pelo sobrenome honroso que ela carregava. E foi assim com Voldemort, quando se tornou Comensal só para ter mais poder do que jamais tivera na vida. Ele sempre foi assim, sedento.

Desse modo não foi difícil atraí-lo. O Potter fez o mesmo que você, e alguns membros da equipe dele também. A intensidade da transferência de energia vital iria fazê-lo querer mais e vir atrás de você, para saber o que estava acontecendo. E foi justamente o que ele fez. Quando tirou você do hospital, ele venho direto para cá. Aí o acúmulo de poder era demais para ele, uma hora ele não aguentou mais e explodiu.

Draco Malfoy levantou os olhos para Hermione e pela primeira vez ela viu o quanto tudo aquilo havia mexido com ele. Seus olhos não tinham aquele brilho de soberba ou arrogância, até seu tom de voz era calmo, sereno, como se ele lhe contasse uma história qualquer para ela. Sem ter o que dizer, ela falou:

— Sinto muito.

— O Lucius teve o que mereceu, Hermione. Ele ia matar meu filho e isso eu jamais ia permitir. Mas continuando.

A explosão foi bem maior do que poderíamos imaginar. Londres ficou sem luz por algumas horas, e logo depois comecei a receber mais corujas do que um dia recebi na vida. O Potter e eu nos preocupamos com a sua saúde e bem-estar, mas fiz questão que ficasse aqui em casa. É claro que isso não foi acordado por ele e tampouco por sua mulher, mas isso não importava. Você precisava ficar aqui. Já se passaram 6 dias desde o ocorrido. E só estou lhe contando tudo isso porque está melhor. E porque o Alexsander insiste em querer ficar com você. Vamos ter de  falar sobre isso. Sobre o nosso filho.

— Então, se prepare, suas visitas já chegaram.

Um clique de aparatação foi ouvido no quarto e Panim com um sussurro disse:

— O senhor e a senhora Potter desejam falar com a senhorita.

Hermione se levantou da poltrona e tentou desamassar a roupa com as mãos, enquanto Malfoy já se preparava para sair, os Potter já entravam no quarto. Harry passou diretamente por ele na porta e foi ao encontro de Hermione. O abraço dos dois foi reconfortante para ambos. Hermione sabia que por mais que a vida tivesse os separado, eles ainda eram irmãos.

— Como você está?

— Bem.

— Sua voz. Eu sei o que aconteceu. É melhor não falar nada.

— Ela precisa não falar nada, Harry. _ disse Gina, já passando por Harry Potter e indo abraçar a amiga. _ Não precisa falar nada Mione. Depois de tudo que você passou, já fico feliz de você estar em pé e bem, portanto mais dois dias sem falar não vai te matar!

Hermione sorriu. Essa era a Gina que conhecia e que jamais mudaria.

— Você andou tomando todas as poções corretamente, Hermione?

— Harry Potter! Ela não pode ficar falando, lembra? E com certeza tomou. Não estaria assim se não tivesse tomado.

— Bem, eu só perguntei porque... Eu, queria que você estivesse no St. Mungus Hermione. Lá você seria bem mais tratada, há equipes, excelentes Medibruxos para te atender.

— Isso eu tenho que concordar. O St. Mungus é ideal para você, Hermione. Você quer ir pra lá?

— Alexsander.

Uma palavra e o senhor e senhora Potter entenderam as razões de Hermione e porque não a razão de Draco Malfoy? Afinal se ele fez questão de salvar a vida dela, sem dúvida é pelo fato dela ser mãe do herdeiro dele.

— Entendi. Mas, imagino que o Malfoy já tenha lhe contado tudo o que aconteceu não é?

— Sim.

— Bom, isso é muito bom. Mione, eu quero que você saiba que o que você precisar, seja lá o que for, por favor, conte comigo. Esses últimos anos, seu sumiço, depois sua volta, o Alexsander, tudo isso foi demais para mim, mas mesmo assim, ainda somos amigos, somos irmãos. Quero que conte sempre comigo.

— Eu sei. _ disse Hermione com lágrimas nos olhos. Ouvir aquilo tudo de Harry depois de tanto tempo e depois de tudo que passou era extremamente reconfortante.

— É isso mesmo. Conte com o Harry e conte comigo também. Mesmo porque você vai precisar. Há uma verdadeira campanha de repórteres do lado de fora dessa casa e da nossa e também vários perambulando o Ministério. Todos querendo respostas, saber o que aconteceu, sua vinda, a saúde do Alexsander, enfim é tanta fofoca que você vai precisar mesmo da nossa ajuda.

— Gina!

— O quê? Ela precisa saber. Está um tremendo rebuliço desde que você voltou Hermione e algumas pessoas bateram nos dentes algumas coisas e todos estão especulando, inclusive não saem do pé do Harry para saber o que aconteceu.

— É, os jornalistas como sempre não sabem fazer outra coisa a não ser perturbar as pessoas com fofocas.

— Eles sempre gostaram de você.

Gina e Harry caíram na risada. E Hermione teria feito o mesmo se sua garganta não estivesse tão irritada ainda. A visita do casal durou mais alguns minutos em que fizeram relembrar o passado dos três em Hogwarts. Então Hermione bocejou e essa foi a deixa para eles irem embora.

A bruxa já estava sonolenta quando foi até a cômoda e viu as duas poções prontas para tomar. As ingeriu e foi para cama, dormir o sono dos justos.

***

Dois dias tinham se passado desde a visita dos Potter, e mesmo assim a campanha feita pelos jornalistas na casa de Draco continuava. O bruxo estava refletindo sobre os próximos passos que daria, em seu escritório, quando sua mãe, Narcisa Malfoy apareceu.

— Draco.

— Sim, mãe.

— Você está pronto?

— É claro que estou.

— Draco, você precisa entend...

— Eu entendo os riscos mãe, e sei bem o que fazer para evita-los.

— A Granger sabe dos riscos? Sabe o que está em jogo?

— Ela sabe o que precisa saber. O interesse dela é o Alexsander. E é isso que importa.

— Draco...

— E é isso que importa, mãe.

— Está bem.

A conversa acabou ali. Draco deixou a mãe no escritório da mansão e foi para a sala. Em segundos representantes do Ministério da Magia, inclusive Harry Potter, estariam na sua casa, para interroga-lo e saber dele, de sua mãe e de Hermione o que realmente aconteceu entre eles naquela casa há 8 dias. E em exatos três segundos a Comissão de Verificação do Bom Uso da Magia estava na sua sala, com seus três integrantes cordialmente recusando o chá que Panim oferecia.

A única satisfação que Draco sentia era saber que o Potter também seria interrogado. E sem mais delongas eles começaram. As perguntas mais comuns e desinteressantes, na visão do Draco. O porque de Hermione voltar. A relação dela com a família Malfoy. O motivo de Lucius Malfoy querer o neto Alexsander morto. Os motivos que levaram ele, Draco e o Potter a fazerem tal ato inconsequente ao salvar a vida de Hermione.

Todas perguntas óbvias e sendo assim Draco consequentemente já possuía todas as respostas. O Potter também parecia saber o que responder e em nenhum momento suas respostas foram contrárias ao de Draco.

Após o que pareceu horas, a comissão terminou com ele. Era a hora de sua mãe, Narcisa falar. Com um simples olhar dele Panim se retirou e chamou a senhora Malfoy. Foi a deixa para que Draco seguisse Harry Potter até a saída. Os dois bruxos pareciam desconfortáveis próximo um do outro. Mas principalmente com a proximidade do Potter de ir ao portão de saída, a imprensa apareceu como moscas no mel.

— Você sabe que terá de resolver isso um dia, não sabe? _ disse o Potter para ele, se referindo ao fato da imprensa estar acampada a sua porta como feras atrás de uma presa.

— Hermione e eu vamos resolver.

Ao ouvir o nome de sua amiga, Harry Potter se virou para o anfitrião da casa e disse:

— Sei. E eu espero que você também resolva essa situação toda com a Hermione. Para o seu próprio bem, Malfoy.

— Seguirei cegamente seus conselhos Potter. Agora um lembrete: a proteção dessa casa voltou e se intensificou. Portanto, se quiser ver ou falar com Hermione, mande uma coruja primeiro, como todo e qualquer bruxo, ok?

Harry Potter não respondeu. Se o fizesse estaria aceitando a provocação de Malfoy e a última coisa que ele queria era arrumar encrenca com o bruxo na frente de toda a mídia. Precisava se segurar e pensar no bem estar de Hermione e do Alexsander. Sendo assim, atravessou o portão e enquanto todos tentavam uma resposta dele, ele se afastou e aparatou.

De volta a sua casa, Draco viu que a sabatina que faziam a sua mãe já estava no fim e que logo seria a vez de Hermione. Ele sabia que o estado dela estava muito melhor. Tanto que agora ela falava melhor e estava o tempo todo com o filho deles Alexsander.

Mas não era isso que o preocupava e sim o que Hermione diria. O Potter não contou todos os detalhes para ela, detalhes que ela definitivamente não precisava saber. Mas tais segredos poderiam ser questionados ali, por aquela comissão e todo o plano de Draco iria por água abaixo.

Todavia, ele não teve tempo de fazer nada. Quando piscou os olhos eles tinham terminado com sua mãe e Hermione entrava na sala, vestida com camiseta e jeans. De mãos dadas a ela estava Alexsander. Pela vermelhidão em seu pescoço Draco sabia que estivera correndo no jardim ou na estufa e que Hermione o acompanhava. Agora os dois estavam sempre juntos.

Mesmo assim Hermione falou no ouvido do filho alguma coisa que o fez rir, fez cócegas em seu pescoço e entrou na sala. Draco foi até o filho.

— Ei campeão.

— Pai! _ disse o Alexsander se jogando nos braços do pai de um jeito que só crianças felizes e seguras fazem. Para o menino o pai era um herói, igual a mãe e por isso todos tinham que ficar juntos.

— Vamos até a cozinha? Aposto que Panim deve ter aquele bolo de laranja que você gosta.

A cozinha da mansão Malfoy ficava longe da sala e isso era uma estratégia de Draco para entreter o filho enquanto o Ministério conversava com a mãe dele. O menino adorava bolo de laranja e sendo assim Panim sempre fazia a guloseima pensando em agradar o herdeiro Malfoy.

Do bolo surgiu a idéia do suco de abóbora e assim Draco permitiu que o menino saborasse um delicioso lanche. Se o seu plano não desse certo, com certeza essa seria a última refeição de Alexsander feliz com a possibilidade de ter toda a família junto a si. Mas, se os representantes do Ministério não falassem demais, e Hermione Granger por breves minutos não fosse curiosa demais, seu filho, seu herdeiro, Alexsander Malfoy cresceria com uma família, uma família de verdade.

Quando o apetite de Alexsander foi saciado, eles voltaram para a sala. Os representantes do Ministério já tinham saído e Hermione estava em pé olhando tranquilamente para os jardins. A bruxa parecia serena e quando o filho foi até ela, ela o levantou do chão e o segurou no colo.

Os dois pareciam tão felizes como Draco jamais viu. Depois de beijá-lo e brincar com ele até arrancar uma gargalhada, Hermione finalmente viu Draco. E pela primeira vez na vida, ele não soube o que o olhar dela queria dizer. Ela não olhava com indiferença como na escola, ou com asco depois de Sydney e tampouco com luxúria como em Sydney. Seu olhar tinha algo mais e ele não sabia o que era. Mas seus olhares não duraram muito, logo ela deixou Alexsander no chão e disse:

— Panim.

A elfa apareceu imediatamente.

— Sim, senhorita.

— Preciso que fique com Alexsander por um tempinho. Querido, eu vou falar com o papai e depois a gente vai voltar a brincar, está bem?

— Tá bem, mamãe. _ disse o menino e logo Panim o levou para passear na enorme Mansão Malfoy.

Hermione seguiu com o olhar os dois e quando já estavam distantes o suficiente, ela se virou para Draco e disse:

— Agora somos só nós. Precisamos conversar.


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Notas finais do capítulo

Então pessoal, esse é o penúltimo capítulo!! Sim, vcs leram direito! O penúltimo, acho que já fechei a história nos termos do que aconteceu entre LuciusXHermioneXAlexsander e agora só falta fechar a história do Draco com a Hermione! Por isso esse foi o penúltimo. Sei que foi muito longo mas eu precisava criar uma intimidade entre os dois para depois revelar os demais segredos de Draco e ... Estou falando demais, espero que gostem e comentem e até o último capítulo!!!! Beijos!!!!



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