Consequências do passado escrita por Carolina S Salazar


Capítulo 15
Capítulo 15 – confissão em família




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Draco chegou em Londres de madrugada. E mesmo depois de estar exausto devido o uso da chave de portal que tomou de Paris até ali, ele foi direto a um bar.

Mas não qualquer bar, ele foi para um bar trouxa que ficava em um ponto bem isolado da cidade e que principalmente, ninguém de lá o reconheceria, ou saberia quem era ele.

Ao entrar no lugar, ele percebeu que era o único freguês do bar, e com sua costumeira arrogância, foi logo pedindo uma dose dupla de uísque sem gelo.

O barman o serviu depois de observar bem a cara de Draco e se virou para continuar a limpar o balcão. Malfoy apenas o ignorou e bebeu de uma só vez o uísque. Ele não era de socializar com trouxas, mas depois de tudo que ouvira de Hermione Granger, ele precisava encher a cara.

E foi só lembrar dela que ele voltou a pedir outra dose dupla. E depois pediu outra, e mais outra e mais outra. Uísque trouxa era bem mais fraco que o uísque de fogo, mas servia para anestesiar qualquer um dos seus males.

E para Draco Malfoy, não havia no momento mal maior que Hermione Granger na sua vida. Ele sabia que de certa forma era responsável por todo o ódio e vingança que ela nutria por ele.

Mas ouvir da boca dela que o filho que ela carregava dele, não passava de um verme que crescia a cada dia dentro dela, o abalara tanto que a única solução possível para ele no momento era beber tanto até perder os sentidos e principalmente as lembranças.

Lembranças, foi por causa das malditas lembranças que ele tinha dela, e do tempo que passaram juntos em Sydney que ele teve a péssima idéia de ir ao encontro dela.

E agora, descobrira que ela estava grávida! Grávida! Um filho dela e dele! Um futuro herdeiro Malfoy! Um herdeiro Malfoy! Mas que para ela, não passava de um estranho, um qualquer, um verme.

Só de lembrar no modo horrível que as palavras saíram da boca dela, Draco acabou quebrando o copo. O barman o observou e com uma carranca, limpou os cacos de vidro, e substituiu o copo quebrado e vazio por uma outra dose.

Draco bebeu mais e mais e não conseguiu se lembrar como saiu do bar e foi para casa. O fato é que estava agora dentro da mansão Malfoy, e pela claridade que vinha das janelas, já estava amanhecendo. Ele não tinha noção alguma do que estava fazendo e como ainda se mantinha em pé. Assim foi uma surpresa quando ouviu a voz da sua mãe, bem ali.

_ Isso são horas, Draco?

_ Mãe. Você não... tinha de estar.. dormindo?

_ Não. Eu acordei cedo e perdi sono. E você? O que houve para chegar em casa, nesse estado?

_ Amanhã. Mãe. Amanhã.

_ O amanhã já é hoje, Draco. Afinal, já amanheceu.

Ele procurou a mãe e a viu. Como sempre ela parecia impecável. Draco sabia desde pequeno que nada, absolutamente nada abalava Narcisa Malfoy. Para ele, a mãe era como uma rocha, impenetrável, forte, tanto quanto fria e absoluta. Mesmo bêbado ele sabia que ela jamais iria aceitar o que ele fizera, e sendo assim ele não conseguiria ouvir blasfêmias do seu herdeiro por outra mulher tão cedo. Mesmo que a mulher fosse sua mãe.

Assim, ele respirou fundo, se concentrou nas palavras e disse:

_ Eu sei, mãe. Eu sei.

E sem dizer nenhuma palavra, ele rumou para as escadas e foi direto para o seu quarto.

Narcisa observou seu filho e soube que algo muito sério tinha acontecido. Ela conhecia Draco. Sabia das suas fraquezas e dos seus receios como ninguém, e mesmo depois de terem passado uma guerra juntos, de terem sido julgados, ela condenada a viver apenas na Mansão Malfoy e Draco absolvido; mesmo assim, nunca tinha visto o filho quebrar as próprias barreiras, nunca o tinha visto tão vulnerável e perdido como ela acabara de ver.

Assim não lhe restou opção a não ser esperar. Ela foi para a biblioteca, era um dos seus lugares prediletos na mansão. Afinal na biblioteca não tivera lembranças tão sórdidas e terríveis com seu marido, Lúcio Malfoy.

Ela pediu um chá para Panim e esperou. As horas passaram de modo diferente para os dois Malfoy.

Para Narcisa as horas correram devagar, tão vagarosamente como se fossem feitas de gotas intermináveis. Já para Draco as horas passaram com grande velocidade e quando este acordou, parecia que todo o cansaço e torpor não tivessem passado.

A primeira lembrança que viera a cabeça do bruxo, fora a revolta e ódio puro de Hermione para ele e para seu filho. Seu filho. Ele seria pai e de certa forma, desde que soubera de tal fato, era como se fosse certo. Correto. Ele teria um herdeiro e ninguém jamais iria maltrata-lo ou levá-lo para longe dele. E foi com essa idéia fixa em mente, que ele se levantou, tomou um longo e demorado banho, fez toda sua higiene pessoal, se vestiu com o seu mais elegante traje de trabalho e foi até a sua mãe.

Se iria travar uma guerra, então que arranjasse logo um aliado. Para ser mais exato, uma aliada. Assim ele encontrou sua mãe na biblioteca. Ela já o esperava e não seria surpresa nenhuma se ela estivesse lá desde a hora que ele chegara em casa. Não querendo enrolar mais, ele disse:

_ Olá, mãe.

_ Boa tarde, Draco.

Ela não estava satisfeita, Draco percebeu só de olhar. Mas agora ele teria de ir até o fim.

_ Pelo visto estava me esperando?

_ Sim. Mandei que servissem um chá. Apesar de que para você seja mais apropriado uma poção, talvez?

_ Não é preciso, estou bem. _ Na verdade uma poção cairia muito bem, sua cabeça latejava, mas sabia que se pedisse uma poção, mostraria para ela que estava fraquejando, e ele era um Malfoy, não podia fraquejar. Não tinha esse direito.

Depois de alguns instantes, ele disse:

_ Mãe, eu não estive a negócios em Paris.

_ Não?

_ Não. Eu fui a Paris para ver uma pessoa.

_ Quem?

_ Hermione Granger.

Narcisa levantou os olhos da xícara que estava tomando o chá e olhou bem profundamente o filho. Ela observou que Draco estava com a mesma aparência que um Malfoy devia ter mas seus olhos estavam cansados, sem o brilho de poder que sempre emanavam. Curiosa, mas não menos preocupada, ela perguntou:

_ E por que você foi atrás de Hermione Granger, Draco?

_ Eu estranhei o fato de ela ter sumido, logo depois do meu julgamento. Ela simplesmente desapareceu e por essa razão eu fui atrás do seu paradeiro.

_ Então devo supor que a encontrou.

_ Sim.

Fez-se silêncio entre eles, Narcisa esperando pacientemente que Draco lhe contasse o que quer que seja e por sua vez, Draco tentando de todas as maneiras contar o que descobriu sem chocar tanto sua mãe.

Depois de alguns minutos, ele respirou fundo e disse:

_ Eu a encontrei e descobri que ela está grávida, esperando um filho meu.

Narcisa estancou ao ouvir tais palavras, sua expressão tão serena, deu lugar ao choque que ela sentira ao ouvir o que o Draco acabara de dizer. Com um esforço sobre-humano para não deixar a xícara que tomava chá, cair, ela disse com um fio de voz:

_ O quê?

Draco observava atentamente sua mãe, com certo receio que ela tivesse algo mais grave fora a palidez no rosto e o tremor nas mãos. Então rapidamente ele respondeu:

_ Exatamente o que ouviu, mãe.

Narcisa repousou finalmente a xícara no tampo da mesa. Fechou os olhos com força, tentando alcançar o restante de calma que ainda tinha e assim perguntou:

_ Como isso foi possível?

Diante dessa pergunta, Draco não viu outra alternativa a não ser contar toda a verdade. Ele contou que através de um informante dos comensais descobriu que Hermione ia sozinha para Sydney. Contou que no tempo que ela gastou para ir de meio trouxa, ele procurou os pais dela, se passou de cliente para eles, e que armou um lugar bem protegido para levá-la quando chegasse a hora. Contou que conseguiu fazer as poções que seu padrinho lhe ensinara e que ele ficaria orgulhoso se o visse. Contou para mãe que todo o plano deu certo, até o momento que ficou com Hermione presa na cabana improvisada. E que a partir daí tudo começou a ruir. Contou que não deu para ela outra poção senão a poção do desejo. E que do contrário que a poção age, eles tiveram várias relações. E que em nenhuma delas, ele ou ela, usaram métodos contraceptivos.

_ E enfim, isso responde a sua pergunta.

_ Eu não consigo acreditar que você fez isso, Draco.

_ Mãe, eu..

_ Você deveria ter se prevenido! Ter tomado cuidado! Por Merlin!

Foi a vez de Draco se assustar. Em toda a sua vida, jamais tinha visto sua mãe gritar com ele. Ela nem mesmo falava alto. E agora cá estava ela, gritando com ela, sobre a sua tremenda irresponsabilidade.

_ Mãe, eu sei, mas..

_ Mas? Mas agora é tarde, Draco Malfoy! Agora você precisa pensar bem, pensar muito bem no que fazer!

_ Eu já sei o que fazer, mãe.

_ Sabe? _ E ela parecia mais surpresa ainda com a resposta dele. Ao notar que estava em pé, gritando com seu próprio filho, ela alisou sua roupa com as mãos e voltou a se sentar.

_ Sim, eu sei, mãe. Eu vou honrar o meu filho, pois é isso que ele é, meu filho, e como tal, vai ser criado.

Narcisa observou por um tempo seu filho, e depois de alguns minutos disse:

_ E como você pretende fazer isso, Draco? Se casando com Hermione Granger? Formando uma família com ela?

_ Não. Eu vou pegar o bebê para mim. O meu filho para mim.

_ Deixe-me ver se eu entendi, Draco. Você pretende pegar esse bebê dos braços da mãe, que não é ninguém menos, que Hermione Granger? E como pretende fazer isso? Arrancando o filho dos braços da mãe?

Draco passou a mão nos cabelos, e com certo receio do que ia falar, decidiu levantar e andando de um lado para o outro, disse:

_ Hermione não vê assim, mãe. Ela me disse que... disse que estava carregando um verme no ventre, um verme! E que só estava grávida para não sujar as mãos com um verme, que eu coloquei dentro dela! E que jamais iria cuidar de um filho meu, que prefere dá-lo a adoção! Adoção, mãe! Eu não posso permitir que isso aconteça!

Narcisa parecia se é possível, mais pálida do que já estava. Depois de alguns longos minutos, ela disse:

_ Ela falou isso?

_ Sim, mãe. Hermione me odeia e passou esse ódio para o meu filho, como se ele fosse culpado de tudo que aconteceu! Entende, mãe, por que eu não posso simplesmente abandonar meu filho?

_ Sim. Por mais que ela o odeie, ela não pode passar a culpa de tudo para o bebê. Mas, como você vai fazer, Draco? Como vai convencê-la a dar o bebê pra você?

_ Eu não vou, mãe. Hermione quer dá o meu filho para adoção. Pois bem. Vou pegá-lo antes que ela consiga dá-lo a qualquer um.

_ Está certo, Draco. Eu vou ajudar você.


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Notas finais do capítulo

Então galera, vcs estão gostando? Pq até agora só recebi 3 comentários!!! :( Poxa, eu sei, ás vezes dá uma mega preguiça comentar e tal, mas não custa nada, né? Bem, se quiserem comentar fiquem a vontade! Espero até o final de semana agora postar mais!! Beijinhos!!!



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