NARRADORA

— Zeus? – Pergunta perplexo Hades, fazendo com que mais uma vez todos os Caçadores ali presentes tomassem um susto – Como você chegou aqui? Como VOCÊS chegaram aqui? – Se altera ao ver seu plano indo por água abaixo. 

— Oras, não gostou da visita do seu tetra-Sobrinho? Nossa eu achei que ia ser melhor recebido – Desdenha Zeus – Afinal, já faz um tempo que nós não nos vemos, não é mesmo? Eu achei que agora seria uma boa hora pra mudar isso, afinal de contas, somos da mesma família – Zomba, empunhando sua espada de modo altivo – E então? O que tem a nós dizer agora?

— Ora seus idiotas! Acham mesmo que só por que estão livres poderão me derrotar? NUNCA! – Recobra a confiança – Eu não sei como vocês escaparam da prisão, mas isso não faz a menor diferença. Com ou sem vocês eu ainda posso derrota-los, eu ainda tenho um exército em maior número e força que o de vocês! Todos iram perecer perante mim, irão se ajoelhar e me glorificar como seu superior, seu senhor! E não tem nada que vá mudar isso! – Volta a se grande ficar, rindo de modo cínico.

— Ora Hades, me poupe! – Exclama Afrodite, tomando a frente do grupo – Você não é pálio para nós sem sua imortalidade, e seu exército não está mais tão grande graças às últimas batalhas. Nós estamos bem preparados e vamos ganhar SIM de você, e cada um aqui terá o prazer de rir e comemora a 

sua derrota – Se vangloria, decidida. 

 – É nisso que você acredita Afrodite? Que eu vou perder? – Se aproxima, ainda altivo – Então vamos testar isso na prática – Sussurra só para ela, logo votando a sua posição inicial, em frente ao trono – Que comece o combate! ATAQUEM! – Dá o Ponta pé inicial à luta, fazendo com que entrem monstros de todos os lados e cerquem os caçadores, que rapidamente entram em combate. 

Sem tempo para iniciar o plano B Poseidon se vê obrigado a deixar que todos lutem da melhor forma possível contar os Alienígenas, e vai de para perto de Zeus, junto a Hera, Afrodite, Hefesto e Hermes. 

— Vocês não acham desleal seis contra um? – Pergunta Hades, puxando sua espada – Nenhum de vocês se garantem lutando só comigo? Estão com medo de perder? 

— Não adianta tentar nos manipular Hades, nós não vamos cair em seus joguinhos – Interfere Hera, também pronta para lutar – Nós conhecemos muito bem seus truques e não nos importa de que modo vamos derrota-lo, mas que vamos derrota-lo – Garante– Sem contar que cada um de nós temos motivos para desejar sua morte, queremos vingança. Não seria justo que só um vingasse todos.

— Então é assim mesmo? Vai ser injustamente que vocês vão me ganhar? Quer que eu sangre por cada uma de suas espadas? Por que se é o que imaginam que irá acontecer, estão muito enganados. 

— É isso o que vamos ver – Afirma Poseidon, se lançando para a frente com sua espada em punho, mirando em Hades. Iniciando uma batalha entre irmãos. 

Enquanto isso diversos Caçadores lutam por suas vidas contra os alienígenas. Tendo em média 3 alienígena para cada caçador, infelizmente já haviam muitos machucado e derrotados ainda no início da batalha. Não é o caso de Nico, que bravamente está lutando contra dois monstros com toda a sua força, usando de modo moderado seus poderes recentemente dominados.

Ao seu lado, também luta bravamente Thalia, que sem baixar a Guarda acaba com um dos alienígenas com um golpe fatal bem desferido em seu coração, ficando assim com um monstros na mira. 

O casal apesar de se encontrar inseguro não estão de um todo desesperançados. Nico acredita que Thalia está irritada com ele pelo fato de ele ter colocado ela e Bianca em risco ao se lançar em Hades, sem premeditar as consequências. Já Thalia acha que Nico está descontente com o modo como ela o tratou enquanto era comandada por Hades. Ela acredita que ele pensa que ela foi fraca, que se deixou domar facilmente. 

Mas mesmo com o pé atrás um com o outro, o amor que existia entre eles ainda falava mais alto, e foi o que provou Thalia ao ver o seu amado, muito abalado pelas recentes descobertas, lutar contra três monstros ao mesmo tempo, já sem muita força. Sem hesitar, Thalia se lançou na frete de Nico, tomando um dos monstros pra si, deixando um para trás que logo veio ao seu encontro, continuando com a luta.

Não muito longe dali também havia alguém em apuros que mais uma vez ia ser salvo. Jason estava enfrentando a fúria de três alienígenas, e um quarto já estava se aproximando para tentar derrota-lo quando Piper aparece e luta ao seu lado, equilibrando a batalha. Mesmo sem ter certeza do que Jason fez, ela ainda assim não o abandonou e nem deixou ele pra trás, pois se importava demais para fazer isso. Ela o amava, e os dois sabiam disso.

Ao contrário de Jason, Leo não sabia dos sentimentos que Bianca nutria por ele, nem ele tinha noção do que estava começando a sentir por ela, pois ainda estava mergulhado em seu sofrimento pela perda de seu antigo amor. No entanto isso não impedia eles de fazerem o certo, não lhes impedia de defender um ao outro com suas vidas se necessário. Era assim que eles estavam fazendo, um do lado do outro guerrilhando ferozmente, as vezes até mesmo se deixando exposto para tentar defender o outro. Foi desse jeito que Leo se feriu no braço, e Bianca no rosto: Largando suas batalhas particulares para defender um ao outro.

Mas é próximo ao trono do maléfico Hades que o desfecho dessa batalha acontece. Poseidon, Zeus, Hefesto, Afrodite, Hermes e Hera lutam bravamente contra Hades, que como o esperado estava muito mais preparado e em forma do que os outros ali presente. Talvez Poseidon se igualasse a ele em nível de batalha, mas ainda assim sua magia não estava tão forte quanto a do inimigo, por isso apesar da desvantagem em número a luta estava equilibrada, mas não por muito tempo.

Em um ataque muito bem executado, Zeus conseguiu invadir a barreira mágica de Hades, que sem alternativa baixou a Guarda por um estante, tentando estabelecer suas forças para poder erguer a mesma barreira novamente, por isso recuou. Mas isso não foi o bastante, já que Poseidon rapidamente se aproveitou de seu deslize para lhe acerta um belo golpe, que retirou a espada de sua mão e o deixou desprotegido. Foi a oportunidade perfeita, que todos os seis a muito esperavam. Assim que isso aconteceu todos atacaram. 

Naquele momento Hades foi derrotado e cada um dos caçadores ali presentes e os que não estavam mais entre eles foram vingados, como a muito tempo era esperado. Assim que as espadas atravessaram seu corpo e seu sangue jorrou um tremor abalou o castelo. No entanto só quando Poseidon lhe lançou uma forte carga mágica foi que ele tombou de joelhos no chão. 

Todas as outras lutas haviam sido interrompidas, e estupefatos caçadores e alienígenas assistiram a queda de Hades.

Assim que seu sangue parou de ser bombeado o castelo se desfez em cinzas, assim como toda a montanha e alguns dos monstros que ali se encontravam. Outros alienígenas ao se verem em menor número tentaram fugir, mas prontamente foram detidos. 

"Tudo está acabado." Foi o que todos pensaram ao olhar ao seu redor e se verem em um espaço aberto, um chão de terra no lugar da montanha e muita neve cobrindo o chão a uma certa distância. 

Por um momento tudo o que se ouviu foi a batalha entre alguns caçadores e monstros que tentavam fugir, enquanto os outros ali presentes se mantinham em silêncio, chocados, parados cada um perdidos em seus próprios pensamentos.

No entanto logo uma suspeita movimentação chama a atenção de alguns ali presentes. Vindos de uma parte da afastada florestas, um grupo foi avistado. Mais de 50 pessoas corriam empolgadas. 

Eram os prisioneiros. 

Nesse momento quem estava parado começou a se mexer ao reconhecer seus pais, mães e irmãos que haviam sido sequestrados. Se iniciou aí um emocionante encontro em família que tinha sido muito esperado. Os poucos monstros que haviam sobrado foram derrotados e com exceção de Nico, Bianca, Thalia, Jason, Piper e Leo todos estavam abraçados aos seus parentes recém encontrados.

Os seis estavam parados de frente para seus pais e mães, todos emocionados. Já não podendo mais aguentar, alguém deu o primeiro passo, e logo todos se abraçavam. Ou quase todos.

Dois deles continuaram parados, só olhando para seu pai, que jazia morto no chão. Nico e Bianca não sentiam nada. Não tinham nenhuma gota de ódio ou amor, nem sequer mágoa por aquele homem. Eles não o consideravam um pai. Era como se ali na frente deles estivessem uma pessoa como qualquer outra que errou e pagou da forma mais triste pelo seu erro. 

Só uma dúvida ainda rondava a cabeça de Bianca sobre aquele homem. 

— Nico? – Chamou.

— Sim Bia?

— Ele era meu pai? – Questionou.

Apesar da mãe dela ter lhe dito que o pai deles os havia deixado, Hades em nenhum momento mencionou uma filha em seu discurso, o que lhe deixou confusa. 

— Sim – Respondeu Jason, que se aproximava dos dois junto com seu pai, Zeus, e sua irmã, Thalia – Ele era seu pai.

— Então por que ele não me mencionou? Por que só falou de Nico? – Perguntou – Não que eu me importe realmente mas, eu gostaria de saber.

— Ele era seu pai sim Bianca, mas infelizmente ele não lhe considerava uma filha.

— Como assim?

— Ele achava as mulheres fracas, e quando você nasceu ele não gostou da gentileza que havia em você, então ele te renegou. Ao menos foi o que ele me disse – Esclarece Jason.

— Bem, ele não sabe o que estava rejeitando – Diz Leo, se aproximando com Piper, Afrodite e Hefesto para abraçar Bianca, lhe consolando – Eu sinto muito Bi…

— Eu também – Sussurra em resposta, correspondendo ao abraço.

E assim se seguiu. Jason se aproximou de Piper e lhe pediu desculpas, se declarou pra ela e esperou por sua resposta, que foi positiva e juntos se abraçaram, apaixonados. 

Assim como Thalia e Nico, que sem mais inibição se estreitaram também em um abraço apaixonado, felizes por estarem vivos e próximos um do outro e de suas famílias. 

E foi nesse clima agradável que todos comemoraram. Os prisioneiros que haviam saído da prisão que se desfez após a morte de Hades. E os cinco que haviam contado com a queda do poder do inimigo após a perda do medalhão para enrolarem os poucos guardas que haviam ficado na vigila e fugiram para a batalha. Todos eram vencedores e mereciam a felicidade e paz que lhes aguardava daquele momento em diante.

Era o fim da guerra, e o início da harmonia nas famílias dos caçadores.

***Três Anos Depois***

THALIA

— Eu não acredito que você queimou a comida de novo – Nico diz risonho, enquanto eu pego o telefone pra ligar pra pizzaria pela terceira vez nessa semana – Você realmente não nasceu pra cozinhar – Continua zombando da minha cara, quase chorando de rir apoiado na parede da cozinha. 

— Oras di Ângelo, vê se não me enche o saco seu inútil! – Esbravejo com ele, cansada de suas piadinhas – Pega os pratos e bota na mesa junto com os talheres e os copos antes que meu nível de estresse extrapole o extremo e eu bata em você com a frigideira! 

O idiota rir mais.

— Seu…

— Pizzaria Queijo Quente, boa noite no que posso servi-lo? – Sou interrompida pela atendente do outro lado da linha.

Dessa vez você escapou Nico, mas só por que eu estou com fome. 

— Oi, eu quero duas pizzas mussarela e um refrigerante sabor uva de dois litros no Seven Years número 513.

— Ok senhora, o pedido será entregue dentro de 10 minutos – Diz a atendente do outro lado.

Após agradecer pela preferência e blá, blá, blá eu deixo o telefone e vou atrás de Nico. Agora ele vai pagar pela brincadeira sem graça que fez comigo. 

— Di Ângelooooooo! – Grito no início do corredor que divide a sala da cozinha e onde tem os quartos – Cadê você? – Pergunto cínica, abrindo a porta do quarto de hóspedes. 

Não tinha ninguém.

— Vamos, aparece se você for homem! – Desafio, entrando em nossa suíte e olhando por todos os lados, inclusive no closet e no banheiro. Também não achei ele.

— Eu sei que você não foi muito longe, eu não fiquei tanto tempo no telefone – Entro na sala – Onde você estiver se escondendo eu vou te achar! – Grito mais alto, sem me importar com os vizinhos, o que eu quero é ver o idiota do meu namorado de joelhos implorando por perdão. 

Vejo de relance alguém na varanda, e sorrindo diabolicamente sigo em passos firmes para lá, com a sensação de Vitória me enchendo por dentro. Pego na maçaneta da porta que está me separando dele e rapidamente a abro com tudo.

— Achei você! – Exclamo animada, encontrando ele encostado em uma mesa simples de ferro de dois lugares, me olhando. 

— Oi amor – Tenta me manobrar – Pensa pelo lado bom, eu arrumei a mesa…

— Arrumou a mesa? – Pergunto irritada – Eu acabei de passar pela mesa e ela continua do mesmo jeito que estava! 

Ele ri.

— Eu não estava me referindo a essa mesa – Fala, se afastando da cadeira e me deixando ver a mesa a suas costas, que surpreendentemente esta muito bem arrumada para duas pessoas – Senhorita Grace, por favor? – Puxa uma cadeira para mim, que ainda desconfiada, não saio do lugar – Senta e come, depois você me tortura até eu lhe pedir perdão, ok?

Penso por um segundo, e logo me sento do outro lado da mesa, de frente pra sacada, deixando ele no vácuo. Rindo, ele vai atender a porta ao ouvir a campainha tocar.

Quatro minutos depois ele aparece com uma pizza em uma mão e o refrigerante em outra e coloca tudo encima da mesa.

— Cadê a outra pizza? – Pergunto, assim que ele se senta na minha frente. 

— Eu deixei na mesa da cozinha – Fala, nos servindo. 

— Por quê? Eu estou com fome! 

— Eu sei, mas você não vai ter muito tempo pra comer tudo isso agora, acredite no que eu lhe digo – Responde rindo, fechando os olhos e fazendo um rápido agradecimento, logo depois começa a comer. 

Não perco tempo e sigo seu exemplo. Após alguns minutos em silêncio, enquanto cada um aproveita sua refeição tranquilamente, eu percebo que isso não é normal.

Nico costuma me bajular pra tentar desviar minha atenção de algum deslize seu. Agora era pra ele está puxando assunto comigo, falando de algo que eu goste ou, mas não é o que está acontecendo. Tem algo errado.

— Di Ângelo? – Chamo, desviando sua atenção da comida – Pode desembuchar logo, o que é que está acontecendo? – Pergunto na lata, desejando uma resposta do mesmo modo.

— Você quer mesmo saber? – Pergunta. 

— É lógico, se não eu não teria perguntado.

Mais uma vez ele ri, me olhando. Ficamos assim por um tempo, ele me encarando e eu esperando que ele fale logo o que está acontecendo. Assim que eu pego meu copo com refrigerante e levo ele pra minha boca dando um gole ele se levanta rapidamente e se ajoelha ao meu lado, abri uma caixinha revelando um lindo anel Dourado com a pedra ônix e olhando em meus olhos diz:

— Thalia Grace, quer casar comigo?

Cuspo o refrigerante sobre o meu prato de pizza. 

— O QUE? – Grito em choque.

— Eu perguntei se você quer casar comigo – Repete Nico, ainda parado no mesmo lugar – Quero saber se você aceita ser a senhora di Ângelo? Minha esposa no papel? Perante Deus e os homens? Se você quer…

— Nico eu entendi o que você quis dizer – Interrompo seu discurso. 

— Mas você perguntou o que e…

— Era uma pergunta retórica – Digo – Sabe, não era necessário uma resposta. 

— Eu sei o que é retórica! 

— Então por que respondeu a minha pergunta? 

— Oras, pelo menos eu respondi, e você que não disse sim ou não até agora? – Reclama, e posso perceber através de seu olhar que ele está nervoso. 

Sorri.

— Você quer uma resposta ne? – Pergunto divertida, recebendo um olhar irritado – Então tá, eu quero pensar um pouco antes de responder, tudo bem? – Brinco, me fazendo de desinteressada. 

Fica em silêncio por um tempo, logo depois confirma com um simples movimento de cabeça, fazendo menção de se levantar. 

— A propósito – Interrompo seu movimento, me levantando e logo ficando de joelhos de frente pra ele – Eu aceito seu idiota! – Sussurro divertida, me lançando em seus braços e lhe beijando com todo o meu amor.

— Você me deu um susto! – Comenta, terminando o beijo.

— Essa era a intenção – Sorri, feliz da vida – Mas até parece que você não sabia a minha resposta, afinal eu amo você seu idiota! 

— Eu também amo você Thalia Grace di Ângelo! – Sussurra pra mim, selando novamente nossos lábios. 

Nós temos um futuro pela frente, e pretendemos seguir com ele juntos.