Eu, quem sou? Renato. Posso dizer que sou apenas Renato. Isso, apenas Renato está bom.

Idade? 20 anos.

Minha graduação? Terceiro período de Direito.

Meu pai mantinha uma firma de advocacia e mesmo não falando, é claro que ele queria que seu único filho também seguisse os passos do pai. Quando contei a ele que eu queria fazer Direito e que esse era o meu sonho desde sempre, eu logo o vi me abraçando de um jeito que jamais fizera a vida toda. Então eu percebi que fazer o curso de Direito não só faria meu sonho se realizar, como também traria outras alegrias também. Eu queria estudar e passar na Federal, mas meu pai se recusou, seu discurso dizia que eu tinha que cursar a melhor graduação do estado – e também onde ele estudou; na faculdade particular mais cara do estado. Eu aceitei sem reclamar, apesar de ainda querer muito ir para a Federal. Na época eu sequer imaginava que meu primeiro amor estava chegando.

Azul e vermelho. Eram suas cores. Tinha cabelos curtos, como os meus, mas muito mais lisos. Tinha a pele pálida e os olhos meio acinzentados. Um corpo pequeno e que não parecia muito desenvolvido por causa das roupas sempre folgadas, masculinas. Dividíamos o mesmo gosto de roupa. Os lábios eram de um tom rosado que sempre me enfeitiçavam, as bochechas tão bem desenhadas – eu sempre tive vontade de mordê-las, me culpem -, e um cheiro de um perfume barato que eu desconhecia. Mas que amei logo de cara. Às vezes, um boné de aba reta escondia os fios azuis, e mais tarde, vermelhos. Seus gostos eram específicos: ela gostava de uma banda coreana chamada SPEED, onde ela insistia que amava um integrante de nome Sungmin. Mas o que me afastou dela no inicio fora o amor que ela mantinha pela namorada, Isabela. Mas eu não iria deixar isso atrapalhar. Eu iria lutar pelo meu primeiro amor com tudo o que tinha.