Projeto Eligio. escrita por P B Souza


Capítulo 31
Capítulo 31.




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Sul – 23h51min 16/12/2630

– Pense como um avanço para a ciência Vitor. – Celina disse debruçada sobre a mesa metálica. – Você é um homem de ciência não é?

– Me poupe dessa conversa inútil. – Vitor Bom Aro tinha motivos para suportar Centinel, mas não possuía razão alguma para aturar Celina, Takano ou Crisfim. – Vá buscar seu dono, temos de começar.

Celina revirou os olhos se levantando e saindo.

Minutos depois Takano voltou junto de Celina, logo atrás Crisfim vinha servindo de apoio para Centinel que se mantinha em pé apenas pelos braços de Crisfim ao seu redor.

O velho estava doente, muito doente. Tossiu e Celina se virou retornando a ele tirando um pano de cor vinho do bolso e colocando na boca dele, Centinel escarrou, e com gemidos e grunhidos fez que Celina se afastasse após ter limpado sua boca.

Celina olhou para o pano, era daquela escura por um único motivo, evitar a o vermelho do sangue de aparecer. Ela dobrou-o e guardou no seu bolso de novo, sem nem se lembrar que nunca mais precisaria daquilo.

Centinel olhou para cada um deles, aquelas pessoas ali eram tudo que tinha sobrado.

– Vamos logo com isso. – Disse rudemente indicando com a cabeça o local onde deveria ir.

Sua pele estava acinzentada, seu corpo degradado, os olhos quase fechados, magro como nunca antes esteve. Centinel estava morrendo, de novo. Mas ele nunca morria, não de verdade.

Foi com isso em mente que Centinel se despiu daqueles panos escuros que cobriam seu corpo machucado pelo tempo e se enfiou com dificuldade na incubadora, um grande tubo que seria vedado em breve. Vitor foi até ele carregando agulhas que ligou nos tubos descendo do teto da incubadora, começou a espeta-las nos braços, pernas, peito, pescoço, costas de Centinel até que nenhuma ficasse solta. Depois os eletrodos, por fim Centinel estava imóvel envolto por cabos e tubos, a última coisa a ser feita foi a máscara. Centinel olhou pelo visor da máscara para Vitor e disse com a voz saindo abafada.

– Depois disto, Vitor, terá sua filha!

Vitor nada respondeu. Se virou e puxou a porta de vidro da incubadora, quanto o tubo se fechou um silvo metálico foi ouvido, em seguida um liquido esverdeado transparente começou a subir pelos pés de Centinel, que permaneceu imóvel.

Takano olhou para aquilo com um rosto de nojo se então se virou.

– Takano? – Celina o chamou colocando a mão em seu braço, ele puxou o braço e olhou para ela;

– Já estivemos do lado de lá! Sabe como é horrível. Ninguém deveria passar por isso de novo. Nunca!

Vitor abriu um sorriso ao ouvir aquilo, não soube o porquê, mas o fez.

– E as outras cobaias cientista? – Perguntou Crisfim, em um tom sério encarando a incubadora, então olhando as outras a esquerda, todas com corpos dormindo, hibernando.

– Estão prontas, só esperando por Centinel.

Crisfim deu alguns passos indo até elas, olhou para uma das cobaias, um homem extremamente musculoso de olhos fundos e uma cicatriz que deformou sua orelha.

– O que acontece com eles? Ainda estão vivos?

Vitor olhou para sua esposa nos computadores, ela fez que sim com a cabeça e ele começou.

– Sim, estão vivos, e conscientes. O processo é complicado e Centinel só conseguirá controle sobre as cobaias se elas aceitarem isso...

– E porque estes homens deixariam Centinel controla-los?

– Porque eu fiz meu trabalho, Eligio! – Crisfim fez uma careta ao ouvir aquilo. – Eles precisam dizer sim a Centinel, mas jamais fariam isso, então eu entro, com drogas que os deixam suscetíveis a qualquer coisa.

– E quando o efeito das drogas passar?

– Não vai! – Vitor garantiu. – Do que tem tanto medo? – Perguntou vendo uma curiosidade mista com temor nos olhos de Crisfim.

– Você me criou e criou os outros nove. Você salvou sua esposa da morte e garantiu a vida eterna para ela e para você. Agora criou mais de nós, melhores, pelo que sei. E recriou Centinel. O que eu tenho medo? Você!

Vitor se sentiu orgulhoso ao ouvir aquilo, seus feitos eram memoráveis, ele tinha mudado a história do mundo, tinha sido ele o responsável por recriar a história.

– É um homem sensato. – Vitor olhou para sua esposa, depois para Centinel que já se encontrava inconsciente no início do processo de transformação. – Se Centinel pode controlar aquelas cobaias o que garante que você não é só uma marionete sendo controlada por alguém? Minhas invenções são perfeitas, Eligio, vocês são perfeitos. Ao menos, foram criados para assim ser, mas medo não faz parte da minha criação! Talvez de fato, tenha algo errado!

– É um louco. – Celina retrucou, lá do outro lado, sentada olhando Centinel.

– É parte do preço a pagar pela genialidade. – Disse Vitor em resposta.

– E qual a outra parte?

– Para essa pergunta, vocês deveriam saber a resposta. – Vitor terminou lançando um olhar sobre as incubadoras, as cobaias, Centinel...

Por fim Crisfim compreendeu que eles, os Eligios, eram a outra parte.


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Notas finais do capítulo

Olá pessoas! Bem?
Espero que sim, quem tá lendo, acompanhando, gostando da história... Eu fico super feliz de verdade!
Só gostaria de dizer que vou dar uma pausa nela por um tempo, mas não vou abandonar ok.
Só pausar mesmo porque estou com a mente travada no medieval e não no futurístico. Enfim, espero que entendam!
Até o próximo!!!



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