Porque a gente terminou escrita por Sofi


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Espero que vocês curtam, porque é a primeira fic que eu faço em um tempããão, é isso, flw vlw, beijos. Desculpem pelos possiveis erros.



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A campainha tocou. Aomine revirou-se na cama, não queria levantar tão cedo naquele dia. Naquele dia quando fazia uma semana que seu namorado, Kise Ryouta, terminou com ele sem mais nem menos. Sem justificativa. Só bateu na porta do moreno (ao invés de tocar a campainha três vezes seguidas como era o costume) e disse que estava tudo acabado. Sem beijos, abraços, cumprimentos ou despedidas. Apenas três palavras secas e passos longos para o mais longe que as pernas do loiro pudessem ir. Depois disso, ele não atendeu o celular, respondeu mensagens ou ao menos visualizou os e-mails de Daiki.

O de cabelos azuis não ouviu o toque estridente de novo, mas desceu mesmo assim. Ainda tinha esperanças de ver aqueles olhos amarelos encarando-o feliz e ouvir o “Aomine-chi!” costumeiro. Mesmo depois de anos de namoro, Kise não chamava Aomine pelo seu nome e vice-versa.

Ao abrir a porta de madeira, porém, não viu a figura alta de cabelos amarelos. Mas, ao olhar para o lado, o viu andar pela calçada, sabe-se lá indo para onde. A postura dele era desajeitada, as mãos postas no bolso e uma blusa leve demais para o dia frio.

̶ Kise! ̶ ele chamou em voz alta.

̶ Olhe para baixo. ̶ o outro gritou de volta, sem nem ao menos parar de andar ou olhar para trás. O de pele escura fez então o que fora pedido.

Encontrou ao seus pés, ocupando o tapete de entrada inteiro, uma caixa marrom sem escrita alguma, lacrada com fita isolante. Daiki abaixou para pegá-la. Não era pesada, mas parecia frágil. Não tardou em abrir. Quando o fez, encontrou, antes de tudo, uma carta longa, escrita a mão. Em algumas partes, haviam manchas onde a caneta azul fora borrada por algo molhado que caiu lá. Aomine começou a ler.

“Imagino que você esteja pensando o motivo de tudo aquilo da semana passada. Agora vou te explicar por que nós acabamos.

Sempre dei tudo de mim para você, Daiki. Literalmente TUDO, se você me entende. Sei que entende, já que só pensa em sexo. Por isso que o primeiro item que você verá é essa embalagem de camisinhas e a foto que tiramos na minha primeira vez. Sim, minha primeira vez, já que você, obviamente não era mais virgem. O primeiro sexo sempre foi algo que imaginei. Pensava em algo lindo, romântico, cheio de carinho. Velas, um quarto pouco iluminado, com cheiro de lavanda e uma cama macia. Mas, bem, não foi assim. Foi na caçamba da caminhonete velha do seu pai, em cima de um colchão velho, furado, manchado e com as molas pulando para fora. Acho que até vi uma barata sair de lá. Claro que você não esperou até chegarmos em casa e disse que não teria problema em ser lá mesmo. Também falou que iria com cuidado e não foi, caramba, eu cheguei a sangrar lá atrás! Nas outras VÁRIAS vezes, não foi diferente. Você é agressivo. Só liga para o seu próprio prazer. É uma maquina de sexo, e não no bom sentido. Pra mim, nunca foi bom. Por isso, Daiki, a gente terminou.”

Aomine rolava a embalagem nos seus dedos e depois examinou a foto.

̶ Ele disse que foi bom! Se bem que a cara dele não estava das melhores... ̶ ele disse para si mesmo, deixando os dois itens em cima do sofá.

“Esse urso você me deu quando fomos ao fliperama pela primeira vez. Lembra-se dele? O ‘trapo’, como você apelidou? Bom, o nome dele é Maneco. Porque foi a primeira coisa que te veio a cabeça quando quis dizer algo sobre ele. Eu gostava muito desse urso. Ainda gosto, mas não podia mais dormir com ele sem me lembrar de você. O ponto é: veja todas as manchas nesse urso. Os pontos. O olho caído. São culpa sua. Você não valoriza o que eu gosto e principalmente, o que é importante para nosso namoro. Não se lembra que quando me deu, demos nosso primeiro beijo? Esse urso não é um trapo, Daiki. Esse urso me traz lembranças de um dia que não deve ser nada para você. E é por isso que a gente terminou.”

Aomine bufou. Tinha que admitir, Kise não disse nenhuma mentira. Não se lembrava direito desse urso e também desse dia. Partiu para o próximo objeto.

“Não tenho certeza de quantas vezes assisti Frozen com você. Tantas vezes, que até comprei o dvd que está nessa caixa. Realmente, um filme infantil, para crianças, não para caras da minha idade. Mas não posso evitar. Acho lindo. Queria ser importante para alguém como a Anna era para Elsa e vice-versa. Mas nem para você eu fui. Lembro-me de quando pedi para você cantar Love Is An Open Door aquela do Hans e da Anna. Você disse que eu era ridículo. Quando disse que Let It Go é uma música bonita, você disse que isso era idiotice e que eu era um ‘viadinho’ (chega a ser até engraçado você falando nisso, porque, afinal, você era meu namorado, não?). Eu sempre me senti mal, afinal, você era especial para mim e achava isso? Gostava de me xingar? Você me ofende. Por isso a gente terminou.

Eu sempre fui emotivo, tenho que admitir. Sempre chorei muito. Qualquer coisa que acontecia lá estava eu, me debulhando em lágrimas. Quando perdi para o Kuroko-chi e o Kagami-chi. Quando vi Marley e eu pela primeira vez. Quando você me pediu em namoro. São só alguns exemplos dos meus vários descontroles emocionais. Quando começamos a sair, cada vez que eu chorava, você me levava para beber aquela cerveja caseira que o moço estranho da casa da esquina vendia. Até hoje não sei o que tem naquilo, mas era bom demais! Lembro de você toda vez que passo em frente aquela casa quando estou indo para meu curso de pilotagem. Por isso, coloquei aqui o saquinho zip-lock com todas as tampinhas das ‘brejas’ que tomamos juntos. Mas, da ultima ver que chorei, você não estava lá. Eu te liguei e já estava me trocando esperando você mandar eu te encontrar lá, porém, não ouvi o que esperava. Você disse que se me visse, seria só para me dar um tapa na cara e ver se eu parava de frescura. Queria ter informar que naquele dia, meu pai foi diagnosticado com câncer. E você não estava lá para me ajudar. Você não se importa comigo. E foi por isso que a gente terminou.”

Naquele ponto da carta, algumas palavras já foram borradas pelas lágrimas de Aomine que caiam livremente pelo papel. A vontade dele era amassar a carta e jogá-la na parede. Depois, queria jogar ele mesmo na parede. Como pudera ter sido um namorado tão ruim e não ter notado? Podia ter largado a carta naquele momento, mas já que estava acabando, decidiu continuar.

“Você sempre gostou muito de frango. E isso me levou a colocar uma pulseira de hospital nessa caixa. Nós fomos num restaurante digamos, bem pedreiro no meio da estrada. Eu não confiava muito, mas você insistiu que não teria problema. Quando entramos, eu já quis ir embora, preferia morrer de fome a comer lá. Mas você insistiu para irmos, então fui. Não comi mais que um pedaço de carne. Já você, parecia que nunca tinha visto comida na vida. Voltamos para a estrada e você estava bem. Ao chegarmos no hotel onde ficaríamos, você continuava bem. Porém, no meio da noite, acordei com o som de você vomitando. Não foi a coisa mais bonita que eu ouvi. De acordo com você, estava bem, mas passou o resto da noite naquele banheiro e eu não consegui pregar o olho de novo. De manhã, te levei a um hospital. Você teve intoxicação alimentar. Falou que eu devia ter dito para não comermos naquele lugar de quinta. Bom, Daiki. Eu falei. Você não me escuta. Por isso a gente acabou.”

Sem que notasse, Aomine chegou ao fim da caixa. Só faltava um item. Pegou uma foto. No seu verso, estava escrito “por isso a gente acabou”. Quando a virou, quase quis se matar. Tinha lembranças vagas daquele dia. Pôs-se a ler o que Kise dissera sobre.

“Essa é a pior das lembranças. A única que quero apagar, com certeza. Um certo dia, Kuroko-chi me ligou. Dizia que queria conversar. Fomos até o parque em frente à sua antiga escola onde fez o ensino médio. Eu achei que ele queria apenas relembrar os velhos tempos ou perguntar algo, mas ele foi direto ao ponto. Perguntou se tínhamos terminado. Eu, logicamente, estranhei. Ele me disse que Momoi-chi foi uma certa noite num restaurante com o intuito de testar sua nova Polaroid (caso você não saiba, ela virou fotógrafa. Não devia saber, já que você não se importa com ninguém além de você mesmo). E então, Kuroko-chi me mostrou a foto que está na caixa. Aomine Daiki, eu posso engolir suas ofenças, os momentos que você mentiu ou faltou com respeito comigo. Mas não uma traição. Isso nunca. Você ousava reclamar que eu tinha ciúme demais. E bom, eu tinha razão em sentir ciúmes.

Mas saiba que afinal, eu estava errado nessa história. Eu te apoiei demais. Te amei demais. Confiei demais. E foi por isso que a gente acabou.

Kise Ryouta”


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Notas finais do capítulo

Bom, oi. Gostaram, não? Dêem sua opinião, por favor. O resultado não foi exatamente o que eu queria mas ta valendo. Até a proxima talvez né >



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