Red escrita por Kori Hime


Capítulo 7
River Flows in You


Notas iniciais do capítulo

Dia 7 - River Flows in You

Tive que sair hoje, estou toda atrasada. Mas saiu aeee



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Retornar para a sexta divisão era como estar de volta em casa. Renji ficou pouco tempo longe dali, mas quando pisou o pé no gramado do campo de treinamento, todos vieram lhe cumprimentar como se eles não o vissem há séculos. Recebeu reverências e pedidos para que nunca mais fosse embora.

Renji não sabia o qual fora a desculpa que Byakuya deu para todos, sobre sua partida, mas agora não importava, ele estava de volta.

Aproveitou a manhã de céu azul sem nuvens, para caminhar pelo esquadrão. Ali não havia segredos que ninguém pudesse saber. Era um lugar tranquilo para aperfeiçoar as técnicas e aprender coisas novas. Será que Byakuya tinha a remota ideia do significado daquele lugar para ele?

Após uma boa caminhada, Renji decidiu sentar-se embaixo de uma árvore. Dali ele tinha uma vista privilegiada para toda a sexta divisão. Pegar no sono não foi uma tarefa difícil, estava relaxado e aproveitando o clima agradável do vento que passava por ele. Quando despertou, ficou embaraçado por ser assistido pelo seu capitão. Dormir em plena manhã, logo no primeiro dia que retornava, era vergonhoso.

— Kuchiki-sama. — ele se levantou apressadamente, alisando o uniforme amassado com a mão. — Eu sinto muito.

— O dia está tranquilo, não? — Byakuya perguntou, com as mãos para trás, ele olhava despretensiosamente para a copa da árvore, depois para o céu e então para Renji. — Ontem a noite você me disse que respeitaria meu tempo e pediu para eu não te abandonar.

— Sim, é verdade. — Renji moveu a cabeça, concordando com o que era dito. — Eu confio no senhor, tenho certeza de que teve seus motivos. Só quero que saiba, Taichou, que se eu lhe fiz algum mal, qualquer coisa errada, estou aqui para me redimir. Apenas preciso que me diga o que eu fiz.

Byakuya ergueu a mão.

— Não, você não fez nada de errado. Muito pelo contrário. — o capitão suspirou levemente — Você é uma pessoa admirável, Renji. Tenho inveja de sua desenvoltura, de como consegue abrir seu coração e falar o que pensa. Eu... — ele direcionou o olhar para a grama e depois voltou a encarar o tenente — Eu não posso fazer isso. Existem coisas que eu simplesmente não posso dizer em voz alta e isso me corrói por dentro. Acaba se transformando em um peso ao qual eu tenho que carregar, como uma bola de ferro amarada no meu tornozelo por uma corrente.

Renji jamais conseguiria imaginar Byakuya andando por aí com uma bola de ferro amarrada em seu tornozelo. Nem em mil anos aquela imagem faria sentido em sua mente. Só que o ruivo capturou um tom sombrio na expressão do capitão. Os belos olhos acinzentados de Byakuya transmitiam solidão.

— Pensei que afastando-me de você, eu conseguiria lidar com esse... isso... — Byakuya fechou as mãos, deixando Renji afobado e curioso com o que ele estava para dizer.

— Taichou, o senhor não precisa...

— Sim, Renji. Eu preciso dizer a verdade. Você, mais do que ninguém, merece ouvir a verdade. Eu estou pronto para isso, só desejo que você esteja pronto para ouvir o que tenho a revelar.

O coração de Abarai Renji estava em disparada. As palmas das mãos suavam e o estômago revirava de ansiedade. Por um instante, a voz de Byakuya parecia um sopro saindo de sua boca. Como se o que ele quisesse dizer fosse mais pesado que mil bolas de ferro.

Renji aproximou-se do capitão, ignorando aquela voz interna que gritava para ele não fazer nenhuma besteira. Byakuya não afastou-se, o que tranquilizou o ruivo.

O que ele diria? O que poderia fazer? Estavam em plena luz do dia, olhando um para o outro. O corpo de Renji não se enganava com algo assim, ele desejava poder abraçar o capitão ali mesmo e mandar as regras para o inferno.

Renji esticou o braço, não muito, apenas o suficiente para que sua mão tocasse gentilmente os dedos da mão de Byakuya.

— Eu não consigo parar de pensar em você. — O desabafo saiu em um sussurro. Renji arregalou os olhos e se perguntou se não estava delirando. — E eu não sei se quero parar de pensar.

Durante muitos anos Renji admirou aquele homem de todas as formas possíveis. Sentia-se bobo quando fantasiava que alguma vez em sua vida, Kuchiki Byakuya corresponderia 1% do sentimento que Renji guardava em seu coração.

— Se isso for um tipo de sonho, eu não sei se vou ter forças para despertar e encarar a realidade. — Renji segurava a mão de Byakuya.

— Eu posso lhe garantir que estou bem acordado.

Renji sorriu, balançando a cabeça, abobalhado talvez.

— Isso me deixa muito feliz, taichou.

Byakuya desfez o contato com as mãos, tentando não parecer rude, Renji ele poderia ser desatento para algumas coisas, mas ele estava aprendendo a ler os gestos e expressões do capitão.

— Vamos trabalhar, temos muito a fazer.

— Sim, claro. — eles caminharam, um ao lado do outro. — Ah! Taichou, não quero parecer atrevido, mas gostaria de convidá-lo para jantar em minha casa.

— Hmm. Quando?

— Pode ser quando o senhor quiser. — Renji estava entusiasmado.

— Vamos esperar mais um pouco?

— Claro, pode ser. — Renji mexeu nos cabelos, ajeitando a bandana que prendia os fios. — Que tal semana que vem?

Byakuya parou e o olhou.

— Pode ser.

— Legal, vou cozinhar algo especial. — o tenente continuou caminhando ao lado do capitão. Definitivamente ele estava se sentindo em casa.


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Notas finais do capítulo

AWNNN tô tão feliz com eles