Love Me Like You Do escrita por Ane Viz


Capítulo 2
Capítulo um:


Notas iniciais do capítulo

No capítulo anterior:

Apertei o papel contra meu peito e sai correndo pelas ruas da cidade até a casa da Elena. Por um momento, quase desmaiei ao encontrar a varanda vazia. Não, não. Pensei desesperada. Respire Bonnie, disse a mim mesma. Corri pela escada abrindo a porta com força, apesar de hesitar um Segundo, ao abrir a porta minha esperança se foi ao encontrar a sala vazia. Estava sozinha, de novo. Um sorriso de resignação tomou conta do meu rosto enquanto as lágrimas caiam sem parar.

Deixei o cansaço e a dor derrubarem meu corpo no chão e fiz a única coisa possível no momento. Extravasar tudo através do choro. Sentia-me balançar conforme os soluços tomavam conta de mim, mas não me importava. Nada mais importava. Jamais sairia de lá. Haviam partido. Ele havia partido, sem mim…


Boa leitura!



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Capítulo um:

I've become so numb

I can't feel you there

Become so tired

So much more aware

I'm becoming this…

Um nó em minha garganta parecia me impedir de respirar, tudo em mim doía. Desde os meus olhos de tanto chorar e o corpo pelo esforço de antes. Havia nadado contra a correnteza para morrer na praia. Não sabia dizer por quanto tempo fiquei ali, caída sobre os joelhos deixando as lágrimas rolarem por meu rosto, porém o vento frio começou a bater contra meu corpo. Não podia ficar ali. Por quê? A pergunta ecoou em minha mente.

–Não há mais nada. – Murmurei.

Empurrei o chão, jogando o peso para cima dos meus pés. Respirei fundo, sentia que não aguentava mais. Envolvi meu corpo em um abraço para ver se mantinha a temperatura. Andei devagar, quase me arrastando. O caminho nunca tinha sido tão longo. Havia passado por lá muitas vezes durante minha vida. Às vezes, as pernas falhavam e usando a última força permanecia de pé, seguindo pelas estradas vazias. Sozinha, a palavra se repetia na cabeça.

O céu escurecia rapidamente da mesma forma como meu humor. Em vários momentos tinha berrado no rosto de Damon que a fé, a esperança, era o motivo de me manter em pé... Precisava acreditar nisso. Porém agora estava tão difícil. Encarar a minha cidade parecendo fantasma me dava angustia e não havia ninguém para me ajudar, seja com uma implicância ou com um comentário sem importância. Simplesmente era eu.

Meus pés seguiam a passos lentos e pesados. O corpo agora cobrava as horas de esforço desenfreado e a promessa não cumprida de descanso. Precisei fechar os olhos para impedir novas lágrimas. Ao levantar o rosto avistei a casa onde cresci, porém não quis entrar. Não encontraria minha família ou minhas coisas. Nada que pudesse me confortar. Por um segundo me lembrei da Ms. Cuddles.

Sabia para onde queria ir, ou melhor, precisava ir. O único lugar onde poderia ficar e aguentar a situação. Talvez, talvez eles voltem. Tentei acreditar nessas palavras ao alcançar a mansão. Entrei como se a casa fosse minha. E realmente estava sendo durante a temporada no meu inferno particular. Suspirei fechando a porta atrás de mim deixando as pernas fraquejarem. Segurei na parede com as forças que tinha para me impedir de desabar.

Permaneci naquela posição por uns minutos para minhas pernas voltarem ao normal. Quando voltei a ter controle sobre eles testei me desencostar devagar, mas não o fiz completamente. O estomago roncou alto dizendo que precisava resolver isso. Consegui ficar de pé definitivamente e me arrastei pelos móveis em direção a cozinha para não me machucar. Sem me conter lembrei de Damon fazendo as panquecas e dei um sorriso triste.

–Chega, não pensei. – Ordenei. – Essas lembranças não vão te ajudar em nada.

Procurei me concentrar na ideia do quão ruim era comer aquilo todos os dias. Mesmo aquele vampiro cozinhando bem. Na verdade, apenas dizia isso para irritá-lo. Balancei a cabeça, decidida a me concentrar na tarefa de matar a fome. Abri o armário pegando um biscoito e um copo de leite. Sinceramente não cozinharia nada agora. Encarar o fogão estava fora de questão. Depois de comer fui até a pia lavando a louça e me escorei na parede e no corrimão subindo as escadas lentamente.

Estava assimilando a nova forma de ver a vida. A partir de hoje irei fazer tudo no meu tempo. Pressa era uma palavra que havia sido aniquilada de meu dicionário. E silenciosamente, desejava que fosse a única. E principalmente a última. Mesmo não tendo total convicção disso. Ao chegar ao segundo andar fui em direção ao terceiro quarto de lá. O que Damon tinha deixado para mim durante minha estádia em sua mansão desde o dia em que surgi em sua casa.

Fui ao banheiro, tomei um banho bem demorado e quente para tirar o sangue de mim. Era como sentir os músculos irem relaxando um por um. Ao terminar, estava com uma sensação de leveza. Ou talvez fosse o entorpecimento. Caminhei de volta ao quarto, deixei meu peso cair sobre a cama causando um ruído baixo ao sentir o colchão. As horas na estrada sugaram toda a energia.

–Hm... – Gemi ao me mexer na cama sentindo as costas arderem.

Caso tivesse coragem poderia me levantar e procurar um remédio para dor muscular. Mordi o lábio ao sentir uma nova pontada, mas estava tão cansada que não demorei nada a adormecer ignorando a dor. Pedi mentalmente que amanhã me sentisse melhor. Foi uma noite tranquila e sem pesadelos. Na verdade, acredito que nem ao menos sonhei. O que me deixou feliz. Não aguentava mais os constantes pesadelos me assombrando.

Apenas voltei à realidade devido ao som irritante do despertador. O aparelho foi o responsável por me acordar na manhã seguinte. Pisquei os olhos algumas vezes. Estiquei os braços me espreguiçando com cuidado e por sorte todas as dores em meu corpo haviam sumido. Ou tinha parado de sentir... Completamente. Podia ser uma teoria. Sentei sem pressa porque ninguém estaria esperando por mim. Agora tinha um novo método de agir: piloto automático. Empurrei o lençol para longe e fiquei de pé.

–Comer e sair. – Disse a mim mesma.

Desci calmamente para chegar ao térreo. Andei para a cozinha, mordi o lábio dando uma olhada nas opções. Suspirei baixinho, pensando que devia ir ao mercado na volta para a casa. Uma pequena parte de mim estava gritando Quem sabe não seja preciso? Sorri por ainda ter esperança. Saí de casa levando comigo o resto do pacote de biscoito do dia anterior. As ruas permaneciam vazias como das outras vezes. Suspirei novamente enquanto chegava à rua da Elena.

Ao encarar a fachada da casa me sentei nos degraus e fiquei esperando. O dia passou assim e poucas vezes me movi. As dores causadas pelo piso duro não foram o suficiente para fazer com que saísse de lá. O sol deu lugar a noite fazendo com que saísse e fosse para a mansão. Se fosse em outro momento, ou melhor, outro tempo estaria apavorada de andar sozinha durante a noite com medo de que algum vampiro surgisse a minha frente.

Antes a imagem de um vampiro pulando em meu pescoço soaria assustador. Neste momento não sinto... Prendi o cabelo em um coque frouxo para ficar mais confortável. Conforme diminuía a distância para chegar aonde queria. Entrei no mercado sem me importar com o barulho das portas que bateram com força na parede. Afinal, ninguém iria reclamar de qualquer jeito. Peguei o primeiro carrinho que vi empurrando pelos corredores.

Sem me conter lembrei das vezes que estive ali com Damon. Droga, pensei fechando os olhos e apertando o carrinho em minhas mãos. Respirei fundo antes de voltar a me mover.

–Vai ficar louca se continuar assim. – Disse alto e ri irônica.

Bom, como pode piorar? Estou falando sozinha. Como sentia falta das minhas amigas! Ficar parada relembrando momentos que nunca retornariam era burrice. Sacudi a cabeça, peguei tudo o que precisava para fazer um bolo de chocolate, lasanha e procurei por algumas guloseimas como biscoitos recheados, barras de chocolate, pão, presunto, queijo e outras coisinhas mais. Uma mecha de cabelos caiu em meu rosto e coloquei atrás da orelha.

Tratei logo de guardar tudo em sacolas para deixar o mercado. Apesar da noite passada ter sido tranquila ainda me sentia muito cansada, portanto, fiz um sanduíche e tomei um copo de leite quente para subir as escadas, tomar um delicioso banho e cair na cama sem pensar em nada. E por cerca de três semanas, minha vida foi assim. Então, domingo, depois dessa rotina percebi como estava entorpecida e fazia tudo sem realmente refletir.

Saia da cama me arrastando, alcançava a cozinha comendo algo simples, uma fruta ou um biscoito. Se pudesse morrer certamente estaria e a causa seria estar desnutrida. Encarei o nada, quero dizer, as ruas vazias em frente à casa da Elena. O ar parecia mais pesado ou talvez fosse eu. Fechei os olhos sentindo as pálpebras cederem ao cansaço. Ainda assim sabia não adiantar. No instante em que batesse na cama o sono desapareceria. Rolaria um pouco até me levantar cansada de brigar.

Puxei meus cabelos um pouco irritada. A vontade de dormir sempre vinha na hora errada. Esfreguei os olhos e entrei na casa. Sem olhar para os lados fui até o banheiro jogando água no rosto encarando meus olhos verdes no reflexo no espelho.

–Você está um lixo. – Murmurei.

Respirei fundo antes de jogar mais um pouco de água na testa e atrás do pescoço. Em seguida voltei para o lado de forma me sentando ali. Agora o vento frio também não incomodava. Nada mais incomodava. Coloquei a mão no bolso pegando o bilhete de Damon e o amassei jogando no chão. Essa rotina estava me deixando louca. Ergui o corpo fiquei no meio da estrada parada.

–Não aguento mais. – Gritei encarando o céu. – Perdão! – Sinceramente não sabia pelo que, mas dizia de coração. Pedia por tudo e por nada. Apenas queria sair de lá.

Deixei o peso do meu corpo fazer seu papel me derrubando no chão. Novamente, depois de um longo tempo libertei minha dor através das lágrimas. Vinha as impedindo de descer, mas não agora. Permaneci desabando em minha dor por um bom tempo até me levantar, com o rosto inexpressivo. Não precisava de um espelho para saber disso. A partir de agora não queria sentir nada. Dor, medo, saudade, esperança... Só queria dormir.

Havia sido mais um dia de espera sem resultado na varanda da casa de Elena. Mais uma vez, fui ao mercado para conseguir suprimentos. A lua no céu brilhava quando sai do supermercado carregada de sacolas com meus alimentos preferidos e principalmente muitas bobeiras. Entre elas um delicioso pote de sorvete de chocolate e uma barra grande de chocolate. Carregada de munição para sobreviver ao aguentar meus tormentos no mesmo dia por toda a eternidade.

–Quem diria que uma bruxa viveria eternamente, hein? – Disse a ninguém. Afinal, estava completamente sozinha. – Pensei que isso era para vampiros.

Apertei as sacolas em meus dedos com mais força ao sentir o vento jogar os cabelos contra o rosto. Voltei para a mansão mantendo os olhos voltados para o chão, apressada. Estava cansada e não queria fazer nada. De um tempo para cá não dormia bem. Apesar de ter noites ‘tranquilas’ não podiam ser consideradas revigorantes. Acordava tendo a sensação de ter corrido uma maratona enquanto estava na cama. Então, estava com olheiras fortes embaixo dos meus olhos verdes.

Entrei na casa que passou a ser minha, disposta a preparar uma comida rápida para aliviar a fome. Ao invés de fazer uma refeição de verdade. Ultimamente estava me tornando uma preguiçosa de primeira. Em minha cabeça uma placa piscava dizendo: Cuide-se! Caso não fizesse isso, nenhuma outra pessoa o faria. Coloquei uma mecha atrás da orelha e enfiei a mão no bolso procurando um enfeite para prender o cabelo. Aqueles fios se arrastando em meu pescoço estavam me deixando irritadiça.

–Bonnie você não pode continuar assim. - Disse a mim mesma decidida. – A partir de amanhã irá cuidar mais de si mesma.

Sabia que se estivesse em meu estado normal teria rolado os olhos, porém agora conversar sozinha ou falar com objetos era a única forma de não enlouquecer de vez. Suspirei baixinho. Precisava desistir dessa ideia de sair daqui. Estava presa, para sempre. No dia seguinte não voltaria à casa de Elena. Eles não voltariam. Haviam desistido de mim. Fechei os olhos para impedir as lágrimas de caírem. Não vou mais chorar, repeti como um mantra.

Mordi o lábio dando uma olhada a volta. Talvez pudesse fazer umas mudanças na casa, deixar mais a minha cara. Sorri com isso. Enquanto a água fervia subi para tomar um banho. Depois de seca, coloquei uma bermuda jeans junto com uma blusa de alça fina verde. As sandálias verdes faziam um suave barulho ao bater contra o chão. Passei a mão por meus cabelos fazendo um rabo de cavalo alto. Olhei no espelho e ri do pequeno rabinho. Como faz falta meu cabelo longo!

Quando entrei na cozinha coloquei a massa de macarrão na água e em pouco tempo estava com o prato feito, sentada em frente à televisão e um copo de refrigerante. Liguei a TV passando o canal, por sorte, estava passando um seriado muito bom. Fiquei assistindo aquilo enquanto comia o jantar para depois atacar aquela deliciosa barra de chocolates que chamava por mim. Podia até mesmo escutá-la dizendo “Bonnie, me coma, por favor!”.

E querendo dar sossego a pobre coitadinha fiz um esforço em devorá-la. Por poucos segundos era como voltar a ser uma adolescente normal. Nada de ex-bruxa ou ex ancora. Sim, meu lado piedoso jamais me deixou. Ao terminar subi apressada para o segundo andar pronta para dormir. Entrei no local que poderia considerar de meu, mas nem naquele quarto estava me sentindo segura, em casa. As paredes pareciam estar se fechando e me sufocando, estava em ar.

Hesitante da minha decisão, sai de lá. Parecia errado e ao mesmo tempo certo. Mordi o lábio, mas ainda assim caminhei para o quarto de Damon, tomei um banho bem demorado, lavando os meus cabelos e vesti uma de suas camisas pretas. Em seguida, me enfiei debaixo das cobertas e puxei o ar sentindo o aroma da pele dele. Fechei os olhos, aproveitando o momento. Finalmente, estava me sentindo em casa. Ou pelo menos era o que me parecia mais próximo disso.

–Sinto sua falta. – Disse num tom baixo. – Até mesmo do jeito em que ficávamos calados ao lado do outro.

Sabia o quanto esses pensamentos soavam irônicos. Passávamos a maior parte de nosso tempo juntos discutindo, porém sempre ajudamos um ao outro. Ele sempre me ajudou. Claro, depois de me morder e ameaçar não sei quantas vezes. Dei um fraco sorriso ao constatar isso. Não precisava me focar que de parte dele era por conta de Elena. Podia ficar por uns minutos com a sensação de ser minimamente importante para ele. Sorri, sentindo o corpo relaxar.

As pálpebras pesaram lentamente me forçando a ficar de olhos fechados. Aproveitei a sensação de não me sentir sufocada naquela escuridão. Aos poucos fui caindo na inconsciência, me perdendo em um lugar somente meu. Num mundo onde estava perto de todas as pessoas que amo. Depois de muito tempo, eu consegui dormir uma noite tranquila e completa. Desta vez, revigorante. Foi como adormecer em meu quarto.

O sol atravessou as frestas da janela invadindo o quarto, iluminando aos poucos o ambiente. Abri os olhos e pisquei algumas vezes antes de me adaptar. Sentei na cama e franzi o cenho por não ter o costumeiro cansaço de sempre. Era uma sensação nova, porém muito agradável. Dei de ombros para logo levantar e seguir em direção ao banheiro, tomei um banho, vesti a calça jeans com uma blusa marrom junto de um sapato da mesma cor.

Após estar pronta, penteei os cabelos, mas não me dei trabalho em prender. Sai do quarto andando pelo corredor até parar ao ver o porta guarda-chuva caído no chão. Encarei o objeto ajeitando imediatamente. Será que esbarrei ontem ao sair do meu quarto para o de Damon? Perguntei por pensamento. Mordi o lábio para logo dar de ombros ao escutar o ronco vindo de minha barriga. Balancei a cabeça para esquecer o assunto.

Desci as escadas me segurando no corrimão, aparentemente meu corpo estava descansado, mas não tinha certeza cem por cento. Quando cheguei ao andar térreo do pensionato Salvatore ia me dirigir para a cozinha quando notei um bloco aberto em cima da mesa da sala. Caminhei até ele desconfiada. Não havia bloco nenhum. Segurei com cuidado o pegando e vi desenhos meus, de Elena, Vicky entre outros. No canto de cada imagem havia assinatura Jere.

Meu coração disparou por um minuto se enchendo de esperança. Apertei a mão contra o bloco até o soltar. Elena devia ter deixado quando veio tentar me buscar. Precisei afastar qualquer sentimento de mudança antes que sofresse mais ainda ao saber que nada havia mudado. Virei às costas para a mesa e fui para a cozinha. Decidida a não pensar em nada abri o armário pegando um pacote de biscoitos. E franzi o cenho ao encontrar suco de laranja na geladeira.

Cocei a testa para logo depois dar de ombros tomando o suco e uns biscoitos de chocolate. Aquela manhã a comida parecia estranhamente fresca e estranhamente não me lembrava de ter comprado suco de laranja. Optei por não prestar atenção em bobagem e seguir com meu dia. Depois de lavar o que havia sujado no café da manhã andei até a sala vendo uma jaqueta preta apoiada por lá. Franzi o cenho. Não me lembrava de tê-la visto no dia anterior.

–Estou ficando mais doida a cada dia. – Resmunguei.

Hesitando, por medo de estar imaginando coisas, me vi atraída como se fosse um imã. Esta jaqueta é de Damon. Não tenho a mínima dúvida disso. Raras as ocasiões deixava de usá-la. Caminhei até ela com as pernas um pouco falhas devido à emoção. A respiração também não ajudava em nada. Passei os dedos levemente pelo tecido e o aroma dele tomou conta de meu olfato. Parecia que havia usado fazia pouco tempo por conta de seu perfume.

Acariciei uma última vez antes de ignorar a pequena centelha de esperança em meu peito. Precisava deixar bem guardado e trancado a sete chaves este pensamento para me proteger. Ainda assim, sentia que algo estava acontecendo. Ou realmente havia enlouquecido de vez. E pedia as minhas ancestrais que realmente tivesse ocorrido uma mudança. Tinha de verificar. Encarar as ruas vazias seria a maneira mais rápida e dura de reconhecer a verdade.

Passei a mão por meus cabelos e sai da mansão para fazer o mesmo de todos os dias. Dar uma volta pela cidade fantasma para depois jogar algo e comer. Continuar com a interminável rotina dos meus dias no inferno. Suspirei ao fechar a porta atrás de mim. Desci as escadas da varanda olhando para meus sapatos. Até que criei coragem e levantei o rosto. Meus olhos verdes se arregalaram ao ver um senhor andar em minha direção com jornal em sua mão.

Percebendo aquela pessoa girei no calcanhar percebendo um casal sentado num banco e um grupo de pessoas mais afastadas de onde estava rindo. Permaneci parada por alguns segundos, com medo de estar alucinando, porém tinha de tirar a prova. Talvez tivesse voltado para casa. Minhas mãos suavam frias e as batidas do coração se aceleraram ao me mover.

–Ei, senhor! – Gritei correndo em sua direção.

Ele se virou me olhando um pouco assustado e pela primeira vez em tanto tempo tive vontade de sorrir.

–Poderia me emprestar o jornal? – Pedi com o tom mais baixo e suave possível.

Apesar de levemente assustado, o que pude perceber por seus olhos, me estendeu o jornal. Segurei a respiração antes de encarar a parte de cima do jornal que dizia:

17 de fevereiro de 2014


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Notas finais do capítulo

Olá a todos! Gostaria muito de agradecer a Bamon4ever, Anna L e Natalia St Anna por seus comentários. Espero que gostem do capítulo.

Aguardo ansiosa a opinião de vocês.

Beeijinhos mil e até o próximo capítulo!



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