Diamond: A história de uma loba escrita por meriesha


Capítulo 7
Amber


Notas iniciais do capítulo

EU NÃO MORRI! :D ESTÃO FELIZES EM ME VER DE VOLTA? *leva pedradas* ai.
ç-ç sério, me desculpem por me ausentar por décadas. Mas eu juro que não faço isso de novo. Heh' ;-; até troquei a capa da história, poxa. ;-;
Enfim, nesse cap quem narra é o Mike. Um tempinho se passou e os pups já tem quase 2 meses de idade!

esperu qe gostem ♥


[capítulo revisado e editado em 22/12/2017]



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Mike

 

— Volte aqui! — Diamond gritou ao me perseguir. Eu era muito mais ágil do que ela, então era bem improvável que ela conseguisse me pegar. Já tínhamos dado umas três voltas ao redor da toca, e admito que estava começando a ficar meio tonto.

— Será que os dois podem parar de correr?! — papai pediu pela milésima vez. Ele estava dando um banho em Moony, que visivelmente queria sair de suas patas.

— Só vou parar quando pegar o Mike! — Diamond vociferou enquanto grunhia. — Sei que não vai demorar muito...

Demos nossa quinta volta. Eu estava cansado de correr, então dei uma olhadela para Midnight, que estava na toca conversando com Nix. Ela deu uma piscadinha e eu logo entendi o recado. Parei de correr repentinamente, o que fez Diamond cair no chão.

— Qual o seu problema?! — ela gritou, passando a pata pela cabeça.

— Você, sua chata! — eu disse brincando e logo pulei em cima dela. Uma luta, finalmente!

— Sai de cima de mim! — Diamond rosnou ao tentar me empurrar para fora da jaula que eu fiz sobre ela. Papai havia me ensinado esse truque. — Anda logo, sai!

— Sai você debaixo de mim! — provoquei.

Ela tentou, tentou e tentou. Eu podia ficar ali até o dia seguinte sem muito esforço. Nix e Middy continuaram sua conversa e papai continuou a dar banho em Moony. Perguntei-me se ele também ficaria lambendo-a até amanhã.

Eu ria enquanto Diamond tentava escapar. Eu estava focado nela, até que vi um par de olhos esverdeados entre as árvores e me desliguei por completo.

“Não... Não pode ser...” Eu dizia em pensamento. “Mas só pode ser outro lobo. Coiotes não têm olhos verdes!”

Só voltei à realidade porque papai me pegou pelo cangote.

— Hã? — foi o que saiu da minha boca. Sábias palavras.

— Ei, você podia ter me matado! — Diamond rolou os olhos.

— Espera... o quê?

Por quanto tempo eu me desliguei?

— Você estava com a pata no pescoço da Diamond, mas não estava apertando com força. — papai explicou. — Estava realizando o truque que eu ensinei, mas então você deixou seu peso cair sobre sua irmã e eu precisei intervir.

Ele me olhava com uma expressão que eu diria ser um misto de seriedade e confusão.

— Desculpe. É que eu vi uns olhos reluzentes na floresta, e fiquei... hipnotizado, eu acho. — disse.

Na minha cabeça a frase parecia bem mais bonita, mas falando em voz alta soava bem patético.

— Olhos reluzentes? Um coiote! — papai colocou suas garras pra fora e minhas irmãs se entreolharam, já se colocando em posição de fuga, pronta para entrarem na toca.

— Não! Eram olhos verdes. Olhos pequenos e verdes. Coiotes não têm olhos assim, não é? Pelo menos... a maioria não.

Todos me olharam intrigados e eu sabia o porquê: era bem complicado ter um filhote de lobo vivendo ali, pois se houver um filhote, deve haver uma mãe ou pai, e nós notaríamos um lobo adulto vagando por aqui. O filhote deve estar acompanhado porque é impossível um filhote sobreviver aqui sozinho.

— Ahn... Mike, você tá bem? — Midnight perguntou. — Um filhote? Sério?

— Juro que vi dois olhos verdes me fitando!

— Bem... Se é assim vou verificar. Todos na toca! — papai disse e saiu para rondar a área.

Ao entrar, as quatro pequenas lobas ficaram me encarando. Eu sabia que elas estavam pensando algo como “Droga, Mike! Vamos ter que ficar aqui na toca sem fazer nada por sua culpa!” É um saco ter quatro irmãs. Eu tento manter meu posto de liderança sobre elas, e acho que até está dando certo. Por enquanto.

— Eram verdes mesmo? Tem certeza que você não viu errado? – Diamond começou o questionário. — Errar é normal, não fique envergonhado, maninho!

— Eu não vi nada errado. — bufei e me encolhi como uma bolinha felpuda.

— Hmph, não precisa ficar irritado. – ela revirou os olhos e fez o mesmo que eu.

Fiquei pensando se o que eu vi era mesmo real, e cada vez que me lembrava da imagem, eu só tinha mais certeza de que era sim real. Eu vi aqueles olhos observando tudo. Só não sei a quem eles pertenciam, mas adoraria saber.

Alguns minutos depois, papai voltou e disse que não havia encontrado nada. Nem coiote, nem lobo. Fiquei frustrado, pois realmente pensei que ele fosse farejar alguma coisa.

— Podem sair agora. E imagino que logo a mãe de vocês estará de volta com a caça. — ele disse sorrindo e foi se deitar na toca para ter uma boa visão de todos nós.

Novamente, as minhas adoráveis irmãs me olharam com aqueles olhares congelantes. Se um olhar matasse eu já estaria morto. Quatro vezes. Elas se reuniram num grupinho a alguns metros de mim e começaram a cochichar. Ao apurar os ouvidos, consegui ouvir alguma coisa.

— Acham que ele está ficando louco? — Moony perguntou.

Todas se manifestaram ao mesmo tempo, e então um “Shhhh!” bem alto pôde ser ouvido.

— Vamos dar apenas um tempo pra ele. — Diamond disse. — Ele adora ficar filosofando sobre a vida. Vamos deixá-lo filosofar sobre isto.

Olhei de canto e vi que todas assentiram com a cabeça.

— Deve ser chato não ter outro garoto aqui com ele. — Mid comentou.

— Talvez. Mas deve ser legal ter quatro irmãs tão incríveis! — Nix exclamou e todas riram.

Abanei a cabeça enquanto sorria e fui vasculhar os arredores da toca.

— Mike! — era papai num tom de repreensão. Obviamente eu não poderia me afastar.

— Não se preocupe. — eu disse prevendo o que ele iria dizer. — Eu não vou longe.

Continuei andando quase que sem rumo. Como Diamond dissera, eu adorava refletir sobre as coisas, e realmente precisava de tempo para pensar nisso. Ou investigar. Jurei a mim mesmo que não iria muito longe e que iria ser rápido. Como papai disse, mamãe logo voltaria com a comida, e eu pretendia voltar antes dela.

Dei uma olhada nas árvores e no mato, sempre com cautela. Nunca se sabe quando um coiote vai saltar de um arbusto, e eu sou apenas um filhote. Logo, estava numa enorme desvantagem. Farejei tudo o que achei ser “suspeito”, mas não consegui encontrar nenhum rastro. Bom, na verdade eu farejei várias lebres, mas isso não conta.

“É melhor eu voltar.” — pensei. — “Talvez Moony esteja certa... Eu devo estar louco.”

Fiz o curto caminho de volta pra toca. Nem havia saído do território, na verdade. Isso seria suicídio. Só andei alguns metros longe da loucura de minhas irmãs. Estava trotando lentamente, distraído com o céu, as árvores e tudo o mais, até que tropecei num galho.

— Droga! — praguejei, mas me arrependi de ter dito tão alto, pois comecei a sentir um cheiro familiar.

Lobos!

Cheguei perto de alguns arbustos, com muita cautela, e conforme me aproximava mais, o cheiro se tornava mais notável, embora parecesse se misturar com outro cheiro muito forte.

Escondido numas moitas, tive a visão perfeita da dona dos olhos verdes: uma loba filhote de pelos alaranjados, quase da cor de um pôr do sol. Apesar de eu ter dito que eram verdes, não eram um verde azeitona, como eu pensei que eram. Estavam mais para a cor das árvores, porém eram brilhantes.

Ela estava de cabeça baixa, assentindo com o que uma loba adulta — provavelmente sua mãe — dizia. Ela tinha pelos mais claros que os da filhote, e estava de costas para mim.

— Você poderia ter sido flagrada! — ela gritava. — Que coisa estúpida! Não se deve ficar observando os outros lobos!

Então ela estava mesmo nos observando. Hum...

— Sim, mamãe. Eu... Eu sinto muito.

— Não, não sente, pois sei que irá fazer o mesmo daqui a uns dias. Se aquele macho souber que vivemos nos arredores de seu território, irá nos matar!

Depois que ela disse aquilo, fiquei pensando em como elas conseguiram camuflar seu cheiro. Então observei mais, e notei algumas plantas perto de onde elas estavam. Talvez o odor forte delas camuflasse o cheiro das lobas.

Estratégia inteligente.

— Eu sinto, mamãe! Eu só queria ser como aqueles filhotes. Brincar, me divertir... Ah, não seria nada mal.

A filhote parecia ter um brilho nos olhos. Eu admito, estava encantado com ela. Era linda, sonhadora e não parecia ser como nenhuma de minhas irmãs.

— Eu sei, querida. Mas não dá. — a loba mãe a lambeu. — E você não pode mais ficar ali perto. Às vezes nem o mais forte dos odores pode nos esconder.

A pequena loba assentiu.

— Não estamos aqui por opção. Estamos aqui por necessidade. Entende isso, Amber?

Amber. Aquele era o nome da bela loba.

— Sim, mamãe.

Amber. O nome estava preso na minha mente.

Sua mãe a abraçou e ela sorriu. Por um momento, parecia que ela tinha me encontrado e que estava olhando no fundo dos meus olhos. Sorri também e saí dali o mais rápido que pude, mas sem fazer barulhos.

Amber.


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Notas finais do capítulo

c: playlist:

Outside - Cavin Harris ft. Ellie Goulding
J'Adore - Inna
Paradise - Coldplay
Unconditionally - Katy Perry



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