Viva la vida escrita por slytherina


Capítulo 9
Regina Let's go


Notas iniciais do capítulo

Sam sai sem avisar. Telefona duas horas depois pra acalmar Dean. Ele resolvera andar por aí a esmo. Precisava disso.



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Dean acordou às seis. Ele não precisava, poderia dormir até às onze. Não havia mulher e filhos, e nem um empreguinho escravizante com horário a cumprir. Ele acordava às seis por força do hábito, pois esse era o horário preferido para cair na estrada e dirigir até a próxima cidade. Sam logo estaria chamando-o para não se atrasarem muito.
Dean se vestiu, escovou os dentes, barbeou-se e arrumou a mochila para pegar a estrada. Foi só aí que ele percebeu que algo estava errado. Sam não estava ali.
– Que merda, Sam!
Nesse momento o celular toca. Sam.
– Sam? Onde você está?
– Estou perto do motel, Dean. Precisei clarear um pouco as idéias. Logo volto praí.
– Você esqueceu que temos que ir para outra cidade? Sério, Sam, essa é uma péssima hora para bancar o emo sensível e solitário.
– Eu sei, Dean. Em trinta minutos estou de volta.
– Não, não! Fique aí mesmo. Dê as coordenadas que eu vou te buscar.
– Não, Dean. Eu prefiro ... ficar sozinho. Já estou voltando pro motel. Não se preocupe comigo.
Dean ficou sem palavras e ouviu quando o telefone de Sam ficou mudo e desligou. Aquilo fora inesperado. Como o que agora Sammy queria ficar sozinho? Será que ele estava magoado com alguma coisa que Dean dissera ou fizera? Será que fora algo grave, sério demais, a ponto de seu irmão preferir ficar sozinho e distante?
Dean sentou-se em sua cama desfeita, triste e pensativo. Ele ficara radiante quando Sam resolvera retornar à vida de caçador ao lado dele. Nunca lhe passara pela cabeça que seu irmão estivesse sofrendo e não aguentasse mais as agruras daquele estilo de vida. Quem em sã consciência gostaria de ser um caçador de aberrações? Ele sabia a resposta para aquela pergunta. Dean Fodido Winchester. Só ele mesmo para sentir-se bem fazendo aquele tipo de coisa. Mas Sam era diferente. Fora educado em Stanford. Era um menino normal, um rapaz de futuro brilhante. Era um crime arrastá-lo naquela vida de mercenário e fugitivo da lei. Seu irmão merecia algo melhor.

Sam caminhara bastante. No tempo em que estivera em Stanford sempre treinara corrida, nem tanto para manter o corpo atlético, mas principalmente para arejar as idéias. Ele se acostumara a ser um estudante calado, introspectivo, dado a estudos solitários e meditação. Até Jéssica respeitara essa faceta dele. Sempre achara que se mantivera afastado de badalações pelo hábito de mentir e se esconder, que aprendera na infância. Nunca gostara de ser falso e de usar a imaginação para tentar parecer o que não era. Talvez por isso ele tinha tanto apreço pela normalidade. Era mais fácil ser Sam Peterson, o filho de um caixeiro viajante, ou Sam McGruff, filho de um militar reformado, do que ser Sam Winchester, o caçador de monstros, filho de um pai obcecado com aberrações, assombrações e coisas sobrenaturais. Sam suspeitava que nunca conseguiria concluir o colegial se sua verdadeira estória viesse à tona. No mínimo seria levado para um orfanato.
Seus pés o levaram naturalmente para perto do Impala estacionado na frente do motel de beira de estrada. Dean estava parado na porta do quarto que ocuparam. Estava sério e um pouco triste. Sam sentiu-se culpado.
– Ei, Dean? Tudo bem? Já podemos seguir viagem?
Dean nada respondeu. Deu meia volta e pegou as mochilas no quarto para colocá-las no porta-malas do carro. A seguir trancou o quarto e levou as chaves para o dono do motel. Quando ele entrou no carro para irem embora, Sam já estava sentado e com o cinto de segurança posto. Seguiram em frente.

Após duas horas de viagem, Dean resolveu falar.
– Quando for me abandonar em um quarto de motel, me avise antes. Em nossa profissão, o risco de um de nós ser ferido ou sequestrado é muito grande.
– Ok!
– Afinal, o que era tão importante para você sair no meio da noite sem me dizer uma palavra, sem deixar um aviso?
– Nada.
– Nada? - Dean fez uma careta. Trincou a mandíbula. Ele achou que já havia engolido aquele sapo até demais. Diminuiu a velocidade e manobrou o carro para fora da estrada, estacionando-o perto de uma clareira.
– Muito bem, vamos colocar isso em pratos limpos. Qual é o seu problema comigo?
– O que? Eu... nenhum.
– Fale a verdade, Sammy, ou eu não conseguirei olhar na sua cara, nem tratá-lo como um irmão, mas como um estranho, que é isso que você está se tornando.
– Eu só precisei de um tempo sozinho. - Sam começou a hiperventilar.
– E...?
– Eu... precisei... estabelecer ...fronteiras. Precisei ...sentir ...meus limites... minha... personalidade... novamente.
– Sammy... Você está passando mal? Você não está respirando direito. Vamos, relaxe... Inspire e expire... isso. Assim, mesmo. Está melhor agora?
– Sim... Estou melhor.
– Agora me explique isso de fronteiras. O que isso quer dizer?
– Nós vivemos juntos, praticamente nos bolsos um do outro, 24 horas por dia. Isso é... um pouco asfixiante. Eu preciso de tempos em tempos, de um momento só pra mim. É isso. Foi isso que aconteceu.
– Quer dizer que eu te sufoco?
– Não... Sim. Mas eu sei que isso não é intencional, Dean. Eu sinto muito.
Dean cofiou o queixo, olhou para fora da janela. Aquilo estava tomando uma proporção inesperada. Ele não queria seguir por aquele caminho, mas já que ele começara, tinha que ir até o fim.
– Você quer voltar pra Stanford?
Sam foi pego de surpresa. Ele procurou os olhos do irmão para poder ler na sua alma.
– Não, Dean. Eu quero ficar com você.
– Tem certeza disso?
– Tenho.


Regina let's go (CPM 22)

Let's go!!!!
Em muitas vezes procurei tentar achar
Onde eu errei em coisas que nem têm porquê
Naquela vez te perguntei,
você não soube responder
O que eu tinha feito pra você

Agora como eu vou saber
Tem hora que é melhor esquecer
Esperar o dia amanhecer
Pra ver o que a gente vai fazer

Não me importa mais não tem como voltar
É, eu não vou mais me importar
Qualquer coisa faz sua ideia mudar
A gente ainda pode se entender

Em muitas vezes eu pensei em tentar falar
o que eu nem sei de coisas que eu já quis saber
( Mas eu nem te avisei)
Naquela vez te perguntei,
você não soube responder
o que eu tinha feito pra você

Agora como eu vou saber
Tem hora que é melhor esquecer
Esperar o dia amanhecer
Pra ver o que a gente vai fazer

Não me importa mais até quando voltar
É, eu não vou mais me importar
Qualquer coisa faz sua ideia mudar
Quem sabe a gente pode se entender
Daqui a pouco é tarde demais,
Mas isso é entre eu e você


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