Dustin escrita por CeloFilho


Capítulo 1
Capítulo Um - A Mudança


Notas iniciais do capítulo

Hey, leitores, aqui está para vocês um novo livro, mas desta vez uma história original, narrada por um Narrador Personagem e criada por mim, hehe.E se não for muito incômodo, podem dar uma olhada nas minhas outras duas fic's baseadas na Premissa Final Destination. Boa Leitura :3



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Solto minhas malas ao lado do criado mudo do quarto da nova casa. Aquele lugar estava deixado às teias. Tudo que eu ouvia naquela casa que parecia ter saído de um filme de horror era a minha mãe falando todas as ideias que ela tinha para que aquele lugar caído aos pedaços se transformasse na casa mais luxuosa de Minnesota:

–Então Jeff, como eu ia dizendo –Minha mãe dizia ao meu padrasto que parecia estar atento– aqui nesta parte da casa podíamos colocar aquele quadro que a mamãe nos deu de presente de casamento, e ali perto da pilastra podíamos colocar aquela cadeira de balanço branca...

–Querida, não temos nenhuma cadeira de balanço... –Jeff disse sem ação.

–Que seja, compramos uma então. –A mamãe disse saindo do local.

–Dustin, o caminhão chegou! –Meu padrasto berrou no primeiro degrau da imensa escada que levava ao primeiro andar da casa em que eu me localizava até então. No primeiro andar era onde estavam os quartos da mamãe e do Jeff, do Frankie o meu irmãozinho e o meu. Meu quarto era o menor da casa, apesar dele ser até bem espaçoso, dava para pôr meu violão que eu tinha de fachada, pois eu não tocava... A minha cama, o guarda roupa, minha escrivaninha e tudo mais. Era até uma boa casa para viver, pensando melhor. Acho que só estou negando minha nova vida porque estou sem querer misturando as coisas. Até porque é difícil esquecer o que aconteceu, até me dá calafrios quando eu penso no que ocorreu há quatro anos...

A propósito, tenho treze anos, faltam exatos quinze dias para eu completar quatorze. Mas, voltando ao mundo real, mudar-me novamente para minha cidade natal foi até mais nostálgico que angustiante, pois eu posso ver a imensa rua que eu vi com dez anos agora parecer relativamente uma ruela.

O que me deixa mais nervoso é voltar à escola em que eu estudava na época em que eu morava aqui, porque entrar naquele lugar, sentar naquela carteira, conversar com os que já viveram lá, é como reviver toda aquela tragédia, porém, com certeza houve um bom motivo de eu sair de Forest Lake, afinal, aqui é tão sereno e quase não há criminalidade pelo que eu pesquisei na internet. O que “quebra as minhas pernas” neste lugar é o frio. Afinal, Minnesota é uma das regiões mais frios do mundo. E sim, também li isso na internet.

Eu estava no meu quarto, o caminhão já havia deixado tudo na nova casa, a mamãe havia organizado o básico, e o Jeff estava terminando de preparar o jantar, eu estava sentado em minha cama com a porta fechada. Eu estava com meu notebook em meu colo, vendo fotos da minha festa de despedida, a festa surpresa que meus amigos tinham feito para mim um dia antes da viagem para cá. Rio ao ver a foto que o Jack tirou do Norman roubando os doces da festa, e a foto da Dalila me dando um beijo na bochecha e... A foto de todos reunidos... Tenho que arrumar tempo pra procurar uma gráfica e revelar essa foto, tenho a impressão de que ela é a melhor de toda a minha vida. Senti um vento gelado balançar meu cabelo assanhado. Vou até a janela e assustei-me quando percebi que a janela já estava fechada, e em seguida alguém bate na porta. Eu fechei com o notebook rapidamente e o guardei na mochila. Era a minha mãe:

–Oi, querido. –Ela disse sorrindo e ajustando os óculos em sua cabeça. –Já está na hora de dormir, porque hoje à tarde quando você estava aí enfornado dentro desse quarto lendo e teclando sem parar nesse computador... Matriculamos você hoje à tarde no colégio da cidade!

–O Colégio Calibri, o colégio que é longe pra caramba da nossa casa.

–Filhos, os outros colégios são muito caros e... Olha, eu sei que é difícil tudo está acontecendo muito rápido, tudo muito novo, mas com o tempo, você se acostuma. Escute a sua mãe. –Ela sentou na ponta da cama.

–Tudo bem mãe. Eu já vou me preparar pra dormir. –Acabo fugindo do assunto, entro no banheiro da suíte deixando minha mãe sozinha na cama.

Já era manhã, e eu acordei com o despertador soando. Com quase todo o meu corpo debaixo do cobertor azul, menos o braço direito. Tateei até o despertador até que ele parou de emitir aquele barulho irritante. Levantei me espreguiçando, passei minha mão no rosto e andei meio cambaleando até o banheiro. Após lavar meu rosto, vi que meu cabelo estava mais assanhado que o normal, então entrei no Box do chuveiro e me assustei quando vi uma sombra passando pelo espelho do banheiro. Em uma fração de segundos, quando eu ia olhar para o que o espelho estava refletindo, uma espuma do xampu caiu no meu olho, e quando eu o lavei, a sombra tinha sumido. “É só coisa da minha cabeça...” Pensei alto. Após me arrumar, tomei café entrei na van escolar na esquina da casa. Foi quando o transporte escolar passou ao lado de um posto de gasolina que estava completamente coberto com uma lona grossa e cinza, logo, quando o sinal fica vermelho, a lona que acobertava o Posto voa, dando a todos a visão de um Posto anormalmente carbonizado. Respirei fundo enquanto estava ao lado da janela e vi de longe a placa da escola anunciando a entrada do Colégio Calibri. Eu estava muito nervoso, não sabia o que esperar de uma escola em que eu já tinha estudado...

O sinal toca quando parte dos alunos do Colégio de Minnesota sentam-se para saudarem a Srta. Courtney, uma mulher fina, de postura correta, olhos claros e dentes branquíssimos. Tinha joias caras penduradas em seus pulsos e um decote coberto por estampas rosa. Courtney era a Coordenadora da escola.

–Bom dia, alunos. Quero apresentar a vocês o novo aluno de nossa escola... Justin Powell! –Da porta de entrada da sala de aula, sai um menino franzino, de pele branca, olhos castanhos profundos, cabelos negros e assanhados: Eu. Naquele momento, eu usava uma camisa vermelha, calça jeans e sapatos largos. Eu estava carregando a mochila com apenas uma alça no ombro. Eu era levemente corcunda e olhava constantemente para baixo.

–É... Dustin, Senhorita Courtney. –Eu a consertei.

–Oh... Claro... Dustin Powell. –Courtney abaixa o tom de sua voz. –Muito bem... Escolha um lugar para sentar, querido. –A coordenadora sai de sala, me deixando sozinho com os alunos e a professora.

Eu estava sendo observado por todos da sala enquanto procurava um lugar, inclusive de uma garota de olhos azuis que não parecia estar atenta às apresentações. Sentei ao lado de um garoto com cabelo ruivo encaracolado, ele possuía sardas no rosto e usava óculos. O garoto tinha uma camisa amarela abafada por sua jaqueta vermelha quadriculada e calça jeans. Ele usava sapatos com meias.

–Iai. –O mesmo garoto murmurou.

–Oi... –Respondi.

–Você é novo aqui?

–Me mudei ontem.

–E já se matriculou? –Comecei a achar o cara um pouquinho inconveniente.

–É... –Falei olhando para baixo.

–Me chamo Stan, Stan Zobell.

–Dustin... Dustin Powell. –Consegui dizer envergonhado meu sobrenome.

–Powell... Este sobrenome... Já o vi em algum lugar... –Stan disse, deixando-me surpreso:

–É?

–Muito bem alunos, vamos começar. –A professora disse com o crachá preso à sua roupa de frio escrito “Prof. Sophie Moore”.

–Essa professora é nova, não é? –Perguntei, pois eu não lembrava de nenhuma Sophie me ensinando Ciências.

–Ela começou a nos ensinar no ano passado. Sabia que antes das aulas começarem, ela quase morreu?

–Quase morreu? –Arregalei os olhos.

–Pois é, foi em uma explosão ou um incêndio, alguma coisa parecida.

–Nossa...

–Meninos, prestem atenção. –A Professora Sophie nos ordenou, fazendo nosso papo ser encerrado a partir daí.

Finalmente, a aula acaba, e Stan imediatamente puxa de sua mochila cuja cor predominante era preta, sua carteira, para comprar o lanche.

–Me siga. –Stan levantou-se de sua carteira, ajustou seus óculos de leitura e correu em direção à saída da sala de aula. Eu acabei seguindo-o. Logo, em seguida, Stan e eu somos barrados por uma mulher com um rosto enrugado, olhos esbugalhados, possuía uma verruga no nariz e para completar era corcunda. Stan assustou-se, já eu conhecia aquela senhora velha que usava o uniforme do Colégio.

–Onde estão os seus passes... –Ela falava vagarosamente com uma voz sombria e tenebrosa. Stan rangia os dentes de medo, pois havia esquecido seu passe para ultrapassar o corredor.

–Senhorita Germanotta? Ainda tá aqui? –Acabei quebrando o clima.

–O que quer dizer? –Ela falava com a voz roupa e cansada. A Senhorita Germanotta havia tido câncer de garganta, afetando gravemente as cordas vocais, fazendo sua voz ser semelhante à de um urso.

–Bom, a senhora é um mito! –Falei com meu tom de voz baixo e calmo. –A quanto tempo a senhora trabalha aqui mesmo?

–Eu construí esta escola, na minha época, antes de ser uma escola, este lugar era um grande asilo!

–E a senhora o frequentava? –Stan falou, fazendo eu me virar para ele com um olhar de “Ficou maluco!”.

–É melhor vigiar a língua mocinho, cadê o seu passe? –Ela se lembra.

–Bom... Eu... –Na hora, uma bonita garota que aparentava ter uns doze anos, de pele branca, cabelo liso e uma cabeça meio redonda esbarra com velocidade na Senhorita Germanotta, passando pelo corredor às pressas. Na hora, Germanotta transfere sua atenção para a garota que correu pelo corredor do colégio sem apresentar o passe.

–Ei menina! Volte aqui! –Ela sai do local a procura da garota. Logo, a mulher passa direto pelo corredor a procura da infratora, e quando a velha mulher se distancia do local, de uma pilastra do corredor onde estávamos, se solta à garota que escalou a mesma para despistar a velha diretora. A menina corre em nossa direção, e diz:

–Os dois estão me devendo essa.

–O quê? –Stan perguntou ao meu lado.

–Eu os livrei de uma terrível notificação, não viram que eu a distraí? Pois é, em pleno primeiro dia de aula, a bruxa faz questão de nos ferrar logo cedinho. Sou Samantha, Samantha Rhodes. –Ela era da minha altura, possuía olhos azul-piscina, seu nariz era literalmente empinado e costumava falar muito, pelo que eu percebi. Engraçado, a voz dela era muito semelhante a voz da Hermione, de Harry Potter.

–Me chamo Stan, Stan Zobell.

–Dustin, Dustin Powell. –Me apresentei à garota.

–Então, são veteranos? –Ela perguntou.

–Eu sou, o Dustin é que é novato.

–Um novato... Entendo... Seus olhos...–Eu arqueei as sobrancelhas quando percebi que ela estava observando os meus olhos, mas Stan já havia percebido:

–Então... O intervalo tá acabando e... –O sinal toca, interrompendo a fala de Stan –Nós não comemos nada...

–Ah, tudo bem, fiquem com isso. –Samantha tira de dentro de seu casaco dois bolinhos envolvidos em um pote de plástico –Comam isto a caminho da sala de aula, eu e meu pai vendemos esses bolinhos, mas, considerem um presente de boas vindas.

–Obrigado, Samantha. –Eu disse sorrindo para ela e segurando o bolinho, e logo em seguida, tropeço em Stan, que estava atrás de mim ajeitando o sapato. –Oh, desculpe, eu vou indo...

–Até, logo, e me encontrem na saída! –Me distancio da voz de Samantha junto a Stan, que era desajeitado por natureza.

À Noite...

O transporte escolar me trazia de volta para a minha casa, e quando fechei a porta da van, tive certeza que vi na janela da mesma um rosto com um olhar sério ao meu lado. Olhei rapidamente para trás e percebi que não havia nada que pudesse me assustar. Respirei fundo tentando procurar alguma explicação para o ocorrido e com a chave do casarão destranquei a porta da entrada. Encontro lá dentro Frankie Powell, meu irmãozinho mais novo correndo pela sala de estar e parando em frente à escada que dava em um corredor que dava acesso aos quartos.

–Frankie? Onde será que está o moleque mais cabeçudo do mundo inteiro?! –Brinquei, e logo em seguida ele escalou a poltrona do Jeff, meu padrasto e enfim pulou em minha direção agarrando-se no meu pescoço dando gargalhadas.

–Brincar! –Ele disse.

–Já tá tarde, amigão, amanhã a gente brinca, tá certo?!

–Tá. –Ele boceja com os olhos vermelhos de sono.

–Como foi seu primeiro dia de aula, Dustin? –A mamãe perguntou descendo as escadas e pondo Frankie no colo.

–Ah, foi melhor do que eu esperava, conheci um monte de gente, reconheci a bruxa do colégio...

–Quis dizer a diretora.

–Não, não quis dizer bruxa mesmo. –Consegui arrancar um riso dela.

–Ah, só você mesmo...

–Eu vou subir para tomar banho, tive um dia cheio.

–Está bem, querido, boa noite.

–É... Mãe.

–Sim?

–Esta casa foi construído em cima de um cemitério indígena ou coisa do tipo?

–Claro que não. Dustin, você anda vendo filmes de terror demais.

–Boa noite, mãe. –Eu a interrompi e subi para banhar-me.

Eu estava me ensaboando quando percebi um reflexo de um vulto no Box do banheiro. Comecei a ficar assustado e acelerei na ensaboada.

Vesti meu pijama , liguei a televisão do meu quarto e estava passando Evocando Espíritos. Deixei o filme passando na televisão e fui buscar algo para comer. Fui descendo vagarosamente as escadas da casa e fui em direção à cozinha.

Após pegar um pacote de biscoitos e uma lata de refrigerante, retornei ao quarto, e quando abri novamente a porta, a televisão estava desligada.

–Mas o quê?... –Logo, peguei o controle, liguei novamente a televisão, deitei novamente na cama e fui assistir ao filme. Algumas horas depois, eu senti sede. “Nem pense nisso, Dustin Powell, você não vai sair deste quarto.” Pensei.

Acabei saindo do quarto para buscar água, todos já haviam dormido. Fui descendo as escadas, até que eu senti uma gélida brisa em meu pescoço, como se alguém estivesse soprando. Eu comecei a descer os degraus cada vez mais rápido, até que quando eu cheguei ao fim da escada, percebi que todas as luminárias da casa estavam ligadas e as lâmpadas, desligadas. Comecei a andar mais rápido, quase correndo.

Entrei na cozinha, segurei com força o copo ao sentir um vento frio arrepiar os pelos do braço que sustentava o copo. Eu abri a geladeira, respirei fundo, procurei uma garrafa de água para pôr o líquido no copo, e quando achei, despejei a água no copo ainda em frente à geladeira aberta. Olhei para cima, novamente dei um descanso aos meus nervos respirando fundo, e fechei a geladeira. Eu só não contava com a figura feminina de vestido vermelho, ela era do meu tamanho com um rosto sério atrás da porta da geladeira que se revelou quando a mesma foi fechada. Minha primeira atitude foi ficar parado no mesmo lugar, mas depois disso, peguei um facão na pia, dei a volta na mesa enquanto apontava o objeto para aquela curiosa figura e corri com toda a minha velocidade para as escada.

Foi quando dei uma curva no corredor do primeiro andar, tranquei meu quarto e comecei a ter uma forte crise de asma. Virei para procurar o meu telefone e dei de cara com a mesma figura que quase me mata de medo na cozinha. Minha reação a partir dali, foi tentar gritar, mas logo a mão daquele ser aparentemente anormal tapou minha boca e caiu junto comigo no chão, foi aí que ela disse alguma coisa:

–Ficou maluco? Vai acordar o Tio Powell!

–Socorro! –Meu grito saía abafado com a mão da garota me impedindo de gritar.

–Ei, Dustin, fica calado, ei! Calado! Não precisa mais ficar assustado, já absorvi ectoplasma o suficiente!

–Do que é que você tá falando? Me solta, agora!

–Só se você me prometer que não vai gritar ou fugir. –Ela cochichava.

–Não.

–Então não vou te soltar. –Ela falou dando uma chave de braço, o imobilizando.

–Tá, eu não vou gritar, e nem fugir... Mas só porque você é só uma garota.

–Uma garota? Dustin, você precisava ver a sua cara quando me viu lá embaixo, e...

–Como sabe meu nome, e como entrou aqui? Como você estava lá na cozinha e depois apareceu aqui no meu quarto? E que papo é esse de ectoplasma?

–Não se tocou ainda... –Ela deu alguns passos para trás e ficou me olhando, até eu começar a notar nas características físicas dela. Na hora, eu quase chorei de alegria:

–Não é possível... Não, não é...

–Pois é, Dustin... Também achei que não fosse.

–Wendy?


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram do primeiro capítulo? E dos personagens? Querem continuação? Deixem seus reviews! :D



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