O Convidado da Festa escrita por FireboltVioleta


Capítulo 6
Mais água no feijão




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RONY

– Mãe! Pai! Adivinhem!

Mamãe veio correndo, assustada, Já estava quase conformada com o tanto de vezes que tinha de acudir alguém na cozinha da Toca, nos últimos dez anos.

– O que aconteceu pra você entrar gritando desse jeito, Rony? – ouvi-a exclamar, quando nos reconheceu.

Hermione vinha logo atrás de mim, embalando Rose, que caíra no sono após sairmos do hospital.

– Temos uma novidade – Hermione sorriu, me acotovelando de leve – anda, conta, amor...

Revirei os olhos.

– A senhora terá um lindo netinho, mamãe!

Vi mais meia dúzia de pessoas surgirem atrás de minha mãe, espantadas.

– Um menino! – Gina nos olhou, alegre, olhando para Alvo, que estava em seu colo – outro garoto! Você vai ter mais um priminho, Alvo!

Mamãe começou a chorar, com um sorriso que parecia querer arrebentar seu rosto.

– Ah, mamãe... – fui até ela e a abracei.

Ela soluçava, mas não poderia estar parecendo mais feliz.

Quando minha mãe me soltou, ela se virou para Hermione e Rose.

– Ah, querida... que maravilhoso.. – Hermione abraçou-a também.

Rose pareceu despertar de seu cochilo da tarde, e ergueu a cabeça, encarando a avó com seus olhinhos turvos de sono.

– E você, florzinha? – mamãe pegou Rose no colo - está gostando de saber sobre o seu irmãozinho?

– Bu-bu - ouvi Rose balbuciar, dando um sorrisinho, e pegando uma mecha do cabelo da avó. Mamãe estava tão maravilhada que nem percebeu o perigo.

Minha esposa, felizmente, salvou a pátria de novo.

– Querida, não faça isso! - Hermione arfou, tirando as pequenas mãozinhas de Rose dos cabelos de mamãe.

–Artur! Venha aqui!

– Papai! – chamou Gina.

– O que foi, Molly? O que está acontecendo? – papai chegou até a sala, tenso, mas desmanchando a expressão confusa ao nos ver

– Ah... olá, filho – papai nos cumprimentou - Hermione. Ah, e nossa pequena Rose... como estão?

– Muito bem, Sr. Weasley – Hermione me abriu um sorriso arrasador – bem até demais... Rony?

Eu estava pulando de felicidade, e não aguentei esperar.

– É um menino, pai! Um lindo garotão! Eu vi!

Papai sorriu, agradavelmente surpreso.

– Mais um menino! O garotão do meu caçula! – abracei papai, que não podia estar mais satisfeito – parabéns, meu filho. Não sabe como estou orgulhoso dessa família maravilhosa que você está formando!

Baixei a cabeça, envergonhado, mas absurdamente sorridente. Eu me sentia nas nuvens com tudo que andava acontecendo.

Ele se virou para Hermione, abraçando-a.

Hermione, querida... como se sente?

– Bem, Sr. Weasley, Maravilhosamente bem – ela levou as mãos ao ventre – com uma vontade doida de chorar e rir, só isso.

– Ah, que fofo – Gina arrulhou.

– Onde está Harry? – indaguei. Desde quando Gina vinha sozinha á Toca?

– Está com Tiago... foi visitar Neville e Luna.

Sorri, me relembrando de quando fomos ver Luna, após o ultrassom.

Estava abatida, encolhida no leito da maternidade, mas emanava alegria e carinho enquanto abarcava as duas gêmeas nos braços cansados.

Neville estava suado e tenso, mas finalmente feliz, beijando as cabecinhas das recém-nascidas e chorando como o pai mais sortudo do mundo.

– Hermione... temos que planejar o quarto do nosso menino... não é, Gina? – comentei, sorrindo - vamos decora-lo todo com pomos de ouro e aros de quadribol...

Hermione bufou, me encarando com a sobrancelha erguida.

– E quem disse que ele vai gostar de quadribol?

–Ah, não – estreitei os olhos para ela, enquanto ouvia Gina e Percey rirem - ele não vai ter esse seu medo de voar. Ele vai ser um grande jogador de quadribol... como o pai.

– Humildade zero – brincou Carlinhos.

– E se ele gostar de ler? – encarei, dividido entre rir e ofegar, Hermione bater o pé no chão, com os braços cruzados – vai fazer ele engolir goles também?

Xi... parecia que a fase “delicada” do quinto mês de gravidez já estava chegando.

– Vamos descobrir quando ele crescer, OK? – falei, segurando as mãos dela e olhando para Rose, que ainda ria e brincava com mamãe – não quero brigar com você...

– Não quer brigar? – Hermione me olhou, incrédula.

– Ahn... alô? – Gina se aproximou com Alvo, os olhos arregalados dramaticamente – vocês são Rony e Hermione. Se pararem de brigar, não serão mais Rony e Hermione. Vão ser só mais um casal sem sal nem farinha por aí... falou?

Nos dois rimos.

– Verdade, Gina – Hermione fingiu amarrar a cara para mim de novo – então vamos continuar brigando enquanto eu insisto que ele vai ter mais cérebro – ela me cutucou no peito – do que músculos.

– E se o moleque não tiver nenhum dos dois? – Percy brincou, enquanto mamãe devolvia Rose ao colo de Hermione.

– Então joga fora e faz outro – Carlinhos disse, antes de Hermione e eu o fulizarmos com os olhos – brincadeirinha, gente...

Fiquei observando Hermione e Rose, apenas admirando minha esposa e filha, maravilhado e encantado. Era impossível não ver os pequenos detalhes nelas, não amá-las, e não me sentir o cara mais abençoado da face da terra.

– Você não quer brigar por que temos que brigar – lembro-me de ter dito, enquanto íamos para a cozinha.

– Não? – Hermione riu, afagando Rose, que brincava com o colar da mãe.

– Não... – continuei – você quer brigar por que gosta das reconciliações.

– Que seja... – ela empertigou o corpo – o que, em se tratando de mulheres grávidas, era um feito e tanto – vai jogar na minha cara que eu sou uma taradinha pelo meu marido agora?

– E preciso jogar? – ri, beijando seu ombro. Hermione revirou os olhos, mas sorriu.

– Acho que não...

Enquanto almoçávamos, eu sorria comigo mesmo, agradecendo aos céus pela experiência arrasadora e fantástica que estava tendo outra vez.

Meu coração, antes completamente ocupado em bater no ritmo do nome da mulher ao meu lado, havia se acostumado recentemente á abrir espaço e amar mais uma pessoinha maravilhosa, que, sob meus olhos, crescia cada dia mais forte, saudável e surpreendente. E então, há pouco tempo, uma nova luz surgira em minha vida, lançando seu luzeiro de dentro do corpo da esposa que eu tanto amava... a mãe dos meus filhos...

Chega a ser absurdo o quanto às vezes uma pessoa tem que suportar ser amada.

E chega a ser insano o quanto é bom sentir-se esmagado de tanto amar.


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Notas finais do capítulo

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