Oblivion escrita por Uma FicWriter


Capítulo 2
Capítulo Dois




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Quando despertou estava escuro do lado de fora. Ela só ficou encarando a janela, com uma vontade contida de sair daquele quarto e poder ver o mundo lá fora. Na sua cabeça, imaginava que quando deixasse aquele Hospital, as coisas poderiam voltar a ser como eram antes... mas, como era antes? Isso martelava em sua cabeça, era quase um mantra. La não conseguia se concentrar em outra coisa a não ser isso.

Foi quando ouviu a porta do cômodo ser aberta e por ela entrou o homem loiro de mais cedo. Estava trajando um terno de corte fino, numa cor que lembrava grafite. Estava muito bonito, por sinal. Parecia ter acabado de sair daquelas revistas de negócios. Ela balançou a cabeça a fim de tirar o visual de Oliver da sua mente.

– Hey... – ele disse se aproximando, um pouco divagar, com medo de assustar Felicity. Agia como se ela fosse um animalzinho acuado. De certa forma, era o que ela era. – tudo bem? Sente alguma coisa? Quer alguma coisa? – ele lhe fez várias indagações e ela só conseguia o encarar. Olhar fundo dentro das piscinas azuis que ele tinha.

– Onde está minha mãe? – foi a questão que veio em sua cabeça.

O homem a encarou fundo e suspirou. Quando saiu do quarto mais cedo, esperava que um dia de trabalho ocupasse sua cabeça e ele imaginasse que fora tudo um sonho, voltaria ao Hospital mais tarde e ela lhe receberia com um casto beijo. Ilusão. Desejo profundo que acontecesse, mas não. Felicity ainda tinha pra ele um olhar vazio, sem nenhum resquício dos sentimentos que as piscinas guardavam antes do acidente.

– Ela foi pra casa. – ele disse depois de um tempo. – para a nossa casa. Ela precisava descansar da viagem de Vegas pra cá meu bem, então eu disse que ficaria com você... – ele se sentou à beira da cama dela.

Felicity encarou suas mãos cruzadas sob o tronco. Ela só não queria sentir o olhar analítico de Oliver sobre si.

– Vegas? – ela pareceu confusa; coisa que lhe era bem comum nas ultimas horas.

– Oh. – Oliver lhe sorriu. – sua mãe passou a morar lá, logo após você se formar na faculdade. – ele colocou uma das mãos sob o braço bom dela. – sinto muito por não se lembrar de nada meu amor. Eu queria fazer algo para isso passar mas... – ele foi interrompido.

Oliver! Tudo bem, olha, eu não me lembro do que aconteceu, não me lembro de muita coisa, eu não sei o que perdi, e estou aterrorizada em saber que quando sair daqui, não sei o que me espera lá fora. – ela encarou a janela novamente. – mas, pelo o que todos dizem, você é meu marido, não faria nada pra me machucar. – ela deu um pequeno sorriso pra ele, mas ele considerou aquilo um enorme ganho, a final de manhã ela estava o rejeitando de uma forma tão dolorosa.

– Okay... – ele ainda sorria. – não vou mais tocar no assunto. – ele se levantou da cama. Estranhamente Felicity sentiu-se vazia quando ele se afastou. – agora vou deixar você dormir. – dito isso, foi até o interruptor próximo à porta e apagou a luz. – boa noite meu anjo.

Ela não respondeu, somente fechou os olhos e deixou-se ser levada pelo mundo dos sonhos.

***

Dois dias depois Felicity estava terminando de arrumar a pequena mala. Thea estava ao seu lado.

– Eu sinto muito por não poder ir com você até a mansão, mas meu namorado chega hoje da Inglaterra, Fel! – a morena se desculpava mais uma vez com a cunhada.

– Thea... – Felicity parou o que estava fazendo e encarou a cunhada. Ela suspirou. Era estranho pensar naquela palavra. – tudo bem, a final você disse que não se veem faz pouco mais de um mês. – a loira sorriu. – vai ficar tudo bem!

– É só que Oliver está tão confuso quanto você! – a morena sentou-se na cama de hospital. – ele se culpa pelo acidente e nada tira isso da cabeça dele. Ele anda um pouco nervoso...

Felicity agora encaixava os pontos, Oliver sempre vinha e conversava com ela, mesmo que ela estivesse com sono, ou sob efeito de alguns sedativos, - pra dor de cabeça, que era muito forte -, enfim, ele sempre vinha e na noite anterior ele não apareceu. Donna lhe dissera que ele tinha achado melhor não ir pelo tardar da hora, coisa que a loira não acreditou; podia estar sem memória sobre muita coisa, mesmo assim sabia quando alguém estava inventando uma desculpa, e sua mãe definitivamente o estava fazendo.

– Thea...- a loira balbuciou sentando-se ao lado da morena. – eu cansei de ouvir: “tudo vai ficar bem”. Então, essa frase está bem fresca na minha memória. – ela riu com a piadinha infame. – tudo vai ficar bem garota. Eu quero ter fé nisso, então, tenha junto comigo okay?

Ela recebeu um abraço apertado em resposta.

– Que cena amável! – Diggle entrou no quarto. – bom dia madames.

Felicity tinha uma face confusa, enquanto Thea ia abraçar John.

– Fel! Esse é o John Diggle! – a garota dizia empolgada. – ele é chefe da segurança dos Queen’s, e seu motorista a partir de hoje. – enquanto ela falava John se aproximou de Felicity a cumprimentando com um aperto de mão.

Embora Dig fosse intimo dos Queen e da loira automaticamente, ele tinha noção de como tudo estaria bagunçado na cabeça dela, então preferiu não abraçá-la logo de cara.

– Estou feliz que esteja bem Felicity. – ele disse.

Como a tratava pelo primeiro nome, a loira deduziu que ele era intimo da família e muito mais que um simples empregado.

– Obrigada Sr. Diggle. – ela agradeceu formalmente.

– Ah, por favor, me chame de John ou Dig, como costumava fazer, não vamos fazer tudo mais estranho do que já se encontra! – ele sorriu e pegou a mala que ela tinha sob a cama.

– Okay John. – ela ficou de pé, próxima à Thea, enquanto a mesma proferia.

– Dig, poderia me deixar no Aeroporto? – ela indagou. – e a propósito, achei que Oliver viria aqui buscá-la.

– Claro que posso Thea. E Oliver teve um conferencia, segundo ele, vai adiantar alguns assuntos para poder passar mais tempo com Felicity.

A mais nova dos Queen sorriu com a atitude do irmão.

Assim que o médico passou no quarto e assinou a alta da loira, os três pegaram o elevador até á garagem do Hospital.

Thea apoiava Felicity com um dos braços.

A Sra. Queen tinha trocado o gesso pela tala, o que lhe dava mais conforto, de certa forma, já não tinha mais as bandagens na cabeça, porém, ainda sentia-se tonta às vezes. Felicity ainda portava alguns arranhões pelo corpo; os braços um pouco doloridos. Ficara quase quatro dias no Hospital, uma estadia curta, porém não mais necessária. Os remédios poderiam ser tomados em casa, e o que mais preocupava era o fato da perda de memória, e isso seria mais bem tratado nos ambientes que convivia antes, o que não inclui o hospital.

Após alguns minutos dentro do carro, ela avistou o Aeroporto, onde Thea saiu do automóvel, com a promessa que à noite passaria em sua casa e levaria Roy consigo para que o “conhecesse”. Ela quase riu com o comentário. Era óbvio que ela já o conhecia, mas não se lembrava disso.

Quando o carro parou novamente ela encarou uma incrível mansão. Parecia que ela estava num sonho, ou num cenário daquelas séries de TV. Não demorou e John veio abrir a porta do carro pra ela e a acompanhar até a entrada da casa.

– Quer que eu te mostre o lugar? – Diggle inquiriu assim que a ajudou a sentar-se no sofá de uma das salas da casa.

– No momento eu só gostaria de um lugar que pudesse descansar. – ela lhe sorriu.

– Okay. Eu te levo pro quarto e depois busco sua mala no carro, certo? – ela somente assentiu.

Chegar ao andar superior foi como realmente estar num castelo. O tapete azul turquesa que cobria o assoalho dava um ar real á mansão, além dos quadros nas paredes e toda a arquitetura, que lembrava Barroco, Gótico, e Clássico, mas era tudo de tão bom gosto que não parecia uma bagunça de estilos e sim uma harmoniosa mistura.

Diggle abriu uma das muitas portas naquele imenso corredor, ela com certeza se perderia ali, pensava enquanto atravessava o quarto gigantesco. O carpete era um pouco mais escuro que o do corredor, a cama lembrava muito à de princesas, ela não prestou muita atenção nos outros detalhes, quando visualizou a king size, - ou seria Queen? -, ela somente pensou em como suas pálpebras pesaram repentinamente.

Diggle a ajudou com os travesseiros, até que ficasse numa posição confortável.

– Sente-se bem? – ele quis saber.

– Só cansada. Obrigada John. – ela sorriu ternamente pra ele. Entenderia perfeitamente se aquele homem fosse seu melhor amigo, ou algo assim, ele era uma espécie de irmão mais velho.

– Perfeito. – ele caminhou até a penteadeira num extremo do quarto e voltou com um celular em mãos, a entregando assim que chegou perto. – esse é novo. – explicou – pensamos que não se lembraria da senha do antigo, então Oliver providenciou. Ai está o número dele, o meu, da Thea, mansão e da empresa, enfim, todos que precisa.

– Obrigada. – ela apoiou o aparelho sob a cama e o encarou.

– Não precisa de nada? – ele indagou mais uma vez preocupado.

– Não! – ela riu – muito obrigada.

– Okay. Vou lhe deixar descansar Felicity.

Ela sorriu e o viu deixar o aposento. Respirou fundo e encarou uma pequena mesinha no centro do quarto, cheia de porta retratos. Pensou em ir até ela, mas teria tempo mais tarde. No momento ela só queria relaxar e foi isso que fez ao fechar as pálpebras.

***

Quando chegou em casa já era por volta das nove. Foi até a cozinha e viu Raissa preparando algo, extremamente cheiroso, ele devia ressaltar.

– Boa noite Mr. Queen. – ela cumprimentou assim que o viu.

– Boa noite Raissa. – ele sorriu, mesmo insistindo para que a mesma o chamasse pelo nome, a mulher insistia pelo sobrenome, se isso a deixava confortável, que fosse assim. – o que está fazendo ai? – ele indagou indo até a geladeira e servindo-se de um suco qualquer que ali havia.

– Uma sopa, a que a Sr. Queen costumava pedir quando não se sentia muito bem.

– Ela está bem? – por um momento pensou que a esposa podia estar passando mal, algo assim.

– Ela dorme desde a manhã. – Raissa dizia enquanto mexia na panela. – levei o almoço para ela, porém disse que não tinha apetite. Fiz o mesmo horas mais tarde, obtive a mesma resposta, vou levar o jantar, assim que terminar.

– Tudo bem, vou até o escritório fazer uma ligação, pode deixar que levo o jantar até ela. – Oliver disse deixando a cozinha logo após.

Quando voltou à cozinha, Raissa terminava de arrumar a bandeja. Ele pegou com cuidado e subiu escada acima, rumo ao quarto. Por um momento pensou que Diggle a teria levado a um dos quartos de hóspedes, a pedido da própria, mas ao ver a porta do quarto deles entreaberta, soube que ela estava lá.

Adentrou o aposento e viu uma bandeja com um lanche leve, ao pé da cama. Intocado. Como o mesmo esperava que estivesse. Felicity sabia ser bem difícil quando queria. Ele sorriu com o pensamento, deixou a bandeja com o jantar próxima à outra e foi até onde a loira estava dormindo traquilamente.

Sua vontade Ra só a de observá-la dormir. Ele ainda se lembrava de quando fazia isso. Quando chegava tarde em casa, ela sempre lhe prometia esperar cordada, mas acabava pegando no sono, então ele só a observada ali, era lindo ver seu peito subindo e descendo, numa respiração ritmada e calma, aquilo esquentava seu coração. O mesmo coração que não tinha dona há alguns anos. Era estranho pensar de tal forma, ele sentia-se tão bem, tão completo com Felicity que não imaginava sua vida sem ela... mais uma vez a culpa o assolou. E se ela tivesse demorado mais um minuto para ser socorrida? Oliver não queria nem pensar na hipótese.

Saindo de seus devaneios ele passou a mão pelo cabelo sedoso dela. Como sentira falta daquilo. Não que não pudesse fazê-lo, mas com a perda de memória, ele não queria causar-lhe constrangimento ou desconforto. Então, por mais que o doesse, por mais que ele necessitasse disto, ele não o fazia, pois sabia que seria o melhor pra ela. E Oliver Queen amava Felicity Queen, por isso faria o melhor pra ela, mesmo que não fosse o melhor pra ele.

Depositou um beijo terno na testa dela, a fim de acordá-la de forma carinhosa, funcionou, ela despertava vagarosa e preguiçosamente. Quando abriu os olhos arregalou-os um pouco, pelo susto de ver Oliver ali, tão perto de si.

– Hey... – ele sussurrou num cumprimento. Logo, sentou-se fronte a ela. – tudo bem?

Ela assentiu e deu-lhe um pequeno sorriso.

– Raissa me falou que você não comeu durante o dia inteiro... – ele olhava profundamente em seus olhos, até ela desviar para a janela. – meu amor... – ele tocou o rosto dela com a ponta dos dedos gélidos. – não faça mais isso. Reconheço seu cansaço, tanto físico, quanto emocional, mas você precisa se alimentar okay?

Ela o encarou, decidida. Seu maxilar estava travado. Oliver pode perceber.

– Eu faço o que mandar, mas pare de me chamar de “meu amor”, “meu bem”, “meu anjo”... – ela voltou a encarar a janela e o escuro da noite lá fora. – esses nomes carinhosos me incomodam Oliver... por que... – ela suspirou pesadamente e voltou a encará-lo. – por que eu não te conheço! Eu não me lembro de nem um segundo da minha vida ao seu lado! E isso me deixa maluca! – ela tinha as mãos próximas a cabeça, como se pudesse mostrar a confusão que se passava dentro de si.

Oliver levantou-se da cama. A fim de se afastar um pouco dela. Mais uma vez sua presença a fazia mal. Por alguns instantes ele cogitou a possibilidade de ser o próprio corpo de Felicity reconhecendo o perigo iminente que ele se tornou pra ela. Tudo aquilo da briga que antecedeu o acidente de carro... sua cabeça latejava. Parecia uma britadeira contra seu crânio.

– Felicity. – ele resolveu acatar o pedido dela. – primeiro, meu amo... – ele encerrou a frase antes de terminar a palavra. – eu não mando em você! E vou respeitar você. Não vou usar nomes mais íntimos com você. Okay?

Ela soltou um baixo “harram”, ainda encarando a janela.

– Felicity, só coma, por favor... – ele disse dando uma ultima olhada nela antes de sair do quarto e fechar a porta atrás de si.

Seriam dias difíceis dali pra frente.


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Notas finais do capítulo

Hey dlcs da minha vida! Como estão vocês docinhos de mamão?!
O segundo capítulo foi realmente um pouco tenso né? Mas, entendam, tudo isso é preciso! E ae, como vocês pensam que a Fel vai recuperar a memória? Vocês pensam nisso? Kk
Oliver ainda vai passar uns perrengues e tal! Espero estar fazendo tudo mais ou menos legal! Lol
Deixe-me saber o que pensam! o/
Obrigada à todos que leem essa bagaça, mesmo aos fantasminhas!
Eu sei, eu sei, vocês têm medo de falar comigo, pois têm medo de se apaixonarem! U,u entendo perfeitamente! –sqn
That’s all bodies!
Kisses Uma Ficwriter~
Segue no Insta! – umaficwriter



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