Finn caminhava por dentre as árvores procurando a clareira. Cumprimentou um velho que por lá passava e viu flores rosas e laranjas, nascendo num mesmo arbusto. Sorriu triste e continuou andando. Ao sentir o cheiro de churrasco, soube que estava na direção certa.

Caroço estava em uma cadeira de balanço, comendo costelas enquanto o tricô desancava em seu colo. O rapaz se aproximou, pôs a mochila no chão e se sentou na grama. “Oi”. Lumpy ofereceu sua carne e Finn recusou. Esperou que a princesa terminasse sua refeição.

– Acho que nunca te agradeci de verdade.

– Pelo quê? – Perguntou a roxa, limpando sua bagunça de barbecue com o cachecol.

– Por ter me ajudado a recuperar o meu braço.

– Que bobeira – retrucou, se levantando e jogando o novelo e as agulhas no lixo – Isso já faz tanto tempo (*)

– Sem você isso nunca teria acontecido – disse o jovem, seguindo-a pela cozinha.

– Eu não fiz nada, foi o seu sonho com a Jujuba.

– Você me fez ficar no lugar certo na hora certa. Se não fosse por você, eu ainda estaria em casa, me afundando no poço.

– Bem, então acho que eu fui realmente importante haha. De nada – disse jogando o cabelo – Mas vocês não estão juntos.

– Ela tem razão, eu sou muito novo. Acho que eu sempre vou ser (**). Tenho muito tempo para aproveitar as coisas belas da vida – Finn acariciou delicadamente o rosto da garota.

– Para.

O loiro ficou confuso com a reação de Caroço, que se virou e passou a mexer na gaveta de talheres.

– Você também foi muito importante para mim naquela noite, Finn. Brad estava sempre excitado e eu não estava pronta, ao contrario de Melissa que nunca recusava. Você foi gentil e carinhoso, foi perfeito – ela voltou a olhá-lo de frente – Eu recuperei Brad, como no tempo em que ele me amava! Ou fingia me amar... Você é um herói Finn, e eu sempre irei ser grata a tudo que você me fez, mas nosso tempo acabou.

– Bem, eu estou feliz por você. Por vocês dois. Eu só achei que... Bah.

– Ouça – disse a princesa, se aproximando – Eu sei que você vai conseguir tudo aquilo que você quer, está no seu destino, e eu não sou quem você quer.

Com um abraço se despediram. “Diz para o BMO que eu mandei um oi”. O humano fazia o caminho de volta pela floresta, e não viu Jujuba colhendo ervas com menta.

– Estas roxas são um excelente remédio, Madame, mas eu não pegaria as verdes, podem ser fatais.

– Administradas com cautela podem ser muito úteis. Não vamos precisar de muitas. Veja, Finn!

Ao convite da princesa, o rapaz se aproximou e se ofereceu para segurar a cesta.

– O dezoito não está muito longe do vinte e dois – Suspirou a rosada.

– Ele nunca alcançará o oitocentos. É uma corrida desleal.

– Porém nenhum dos dois corre até o infinito, e mesmo desbalanceados, eles podem se encontrar durante o caminho.(***)