Aquele dia tinha sido bem louco! Rolou um estresse no início, mas no final, tudo ficou bem. Era isso que Do Contra pensava, louco para chegar LOGO o final daqueles dois tempos de biologia com o Professor Rubens.

– Então, para próxima aula, quero que vocês pesquisem o conceito de Fenótipo e Genótipo e me respondam aqui na sala. Até a próxima! – Professor Rubens disse, retirando-se de sala, seguido pelos alunos.

– Ai ai... Ele é tão... charmoso! Não acha DC? Magali perguntou sonhadora, arrumando o material.

– Quer mesmo que eu responda a sua pergunta? – DC disse, rindo.

– Ei, DC do meu coração, preciso m-u-i-t-o do contato do boy magia do seu irmão, pode me passar o número dele, please? – Denise chegou falando com Do Contra, na maior cara de pau!

– Pergunta pra ele, ué. Você tá mesmo falando comigo ou é impressão minha? – DC falou, sério.

– Ai DC, me desculpa, você sabe que eu não me controlo, né? Você sabe que Denise é multimídia e necessária, eu vivo no mundo da globalização!! Infomação pra mim é obrigação e...

– Informação da MINHA vida né? Pois eu vou é falar pro Nimbus a traíra que você é, deixa eu chegar em casa e...

– O QUÊ??? NÃOOOO!! Você não pode fazer isso comigo, tenha dó! Eu já sofro um bocado porque ele é da outra turma, agora vai falar mal de mim? Eu faço qualquer coisa! – A menina gritou, desesperada.

– Fazer meu trabalho de biologia seria uma boa.... – DC disse, com cara de mal.

– Quer que eu dê uma de nerd, é? Pode tirar o cavalinho da chuva amore, tá achando que Denise é bagunça? – Denise disse, cruzando os braços.

– Opa, acho que eu vi o Nimbus ali, vamos lá falar com ele... – DC disse.

– ARRGH! Tá bom, eu faço a porcaria do trabalho! Tá feliz agora? – Denise disse, ficando sem escapatória.

– Tô sim. Vou falar bem de você pra ele, pode deixar! – DC disse, rindo.

– Humpf! Chantagista! – Denise bufou.

Do contra foi pra casa rindo sozinho. Ele achava muito graça de como meninas como Denise e Carmem caiam em cima do seu irmão, mas elas nem sabiam o quanto ele crianção. O cara só pensava em ilusionismo o dia todo, nem sobrava tempo pras minas. Além disso, Do Contra desconfiava que ele estava interessado numa certa menina...

– Oi meu filho, que bom que você chegou! Cadê o Nimbus? – Dona Keiko disse, dando um beijinho no filho.

– Ele vai chegar mais tarde, ficou lá fazendo um trabalho.

– Tudo bem! Vou sair pra comprar umas coisinhas que seu pai pediu, não faça bagunça em? Se alguém tocar a campainha, verifica se é um estranho, se for, não abre!!!

– Sério isso, mãe? Putz, nem a mãe do Dudu dá essas recomendações a ele!!! – DC disse, chocado com as recomendações da mãe, que ria sem parar.

Do Contra subiu e tomou um banho rápido. Não tinha muita coisa pra fazer, então resolveu assistir a um desenho tosco do Armadura Dourada que estava passando.

– Esse desenho é aula máxima!!! Nem acredito que ainda passa, sério! – Samara disse, debruçada na janela e dando um baita susto em Do Contra.

– Caramba, avisa quando chegar! Entra aí. – DC disse, logo depois Samara pulou a janela.

– Chega pra lá, eu amava Armadura Dourada! Ai ai... que saudade do Roberto Daniel Júnior!

– Nem me fala nessa cara, por favor! – DC disse.

– Qual o problema com o RDJ? – Samara perguntou.

– E, é uma longa história... nem queira saber! – DC disse sorrindo, lembrando-se da aventura que viveu com a turma, e que, de fato, ele havia conhecido o RDJ.

– Tudo bem então... Nossa eu tô cada vez mais enturmada com o pessoal!Você já viu os desenhos da Marina? Ela pinta muito, gente!

– É que o pai dela tem um talento ESPECIAL, heheh! – DC disse.

– O Luca é incrível no basquete, gente, aquele menino vai longe! Um amor de pessoa, né?

– O Luca é maneiro mesmo! – DC disse.

– Ainda bem que eu fiz as pazes com a Mônica, ela me prometeu ajudar com toda a matéria que eu perdi! – Samara disse, fazendo DC estremecer um pouco. A menina percebeu.

– DC, se você ainda quiser aqueles conselhos sobre a Mônica... mas pra te aconselhar, eu preciso saber o que rolou aí entre vocês. – Samara disse.

– Bom, é um pouco complicado e...

– DC cheguei, estou morrendo de fome!! – Nimbus disse, chegando em casa e interrompendo Do Contra.

– Oi, Nimbus! – Samara disse com um grande sorriso.

– Oi, e aí? Nossa, preciso de um banho, daqui a pouco eu me junto a vocês!!! – Nimbus subiu, apressado.

– Nossa, ele tava apressado mesmo... bom, como eu tava dizendo... – DC começou, mas logo foi interrompido de novo, agora por Samara.

– TÁ DE SACANAGEM????? VOCÊ TEM O DVD DO PALHAÇO E A PANQUECA??? – A menina berrou, apontando pra pilha de DVDs da estante.

– Espera aí, você gosta???? Ninguém da turma gosta!!! Eu até tentei apresentar esse filme para a Mônica, mas não deu muito certo! – DC disse, empolgado também.

– Eu não acredito!!! O que a gente tá esperando?? Coloca aí!!! – A menina disse, pulando de alegria.

– Só se for agora!!! – DC disse, mais feliz ainda!

O Palhaço e a Panqueca era um filme educativo de seis horas e meia, que havia entrado para a "LISTA DE ESQUISITICES DO DO CONTRA" feita pelos seus pais e pelo seu irmão. Era seu filme preferido, embora só ele pensasse assim! Teve um episódio em que seu pai, o Seu Nimbão, tentou se livrar do filme, já que DC assistia a ele TODO DIA. Mas ele fez uma greve de fome de uma semana, Dona Keiko ficou preocupada e pediu a recuperação do bendito filme.

Quarenta minutos depois, Nimbus desceu e ficou chocado ao ver os dois com os olhos vidrados no filme maluco.

– Do Contra, você ficou maluco? Você está forçando a menina a assistir esse lixo? – Nimbus perguntou.

– Shiu! Daqui a pouco vai começar o discurso do palhaço de três horas sobre a importância das panquecas no sistema globalizado! – DC disse, surtando.

– Relaxa, Nimbus! Esse é um dos meus filmes preferidos! É educativo, inteligente e engraçado!!! – Samara disse, surtando também.

– Meu Deus... a gente já tinha um Do contra, se agora surgir uma Do Contra... não quero nem pensar! Divirtam-se com o discurso do palhaço! – Nimbus subiu as escadas, rindo.

– TRIMMMMMMMMM!!! – Era o celular da menina.

– Com licença Do Contra, preciso atender. – Samara disse, se levantando.

– Ok, vai lá. – Do Contra tentou prestar atenção no filme, mas acabou escutando a conversa da amiga.

– Oi pai, e aí? Aham... tá tudo bem... Como tá aí no Rio? Maneiro! O quê? Ah sim, tô amando! Estou na casa de um amigo agora... Pai, é amigo, não namorado... Quê? Ah tá, meu cabelo ainda tá roxo... Azul? Não sei, posso tentar! Pai, você tá triste? O que houve? Ah, não sacaneia! Mas ela não tava bem? Não acredito... pai calma, vai ficar tudo bem! Ela SEMPRE fica bem... Tá, vai lá descansar... Jaé, mais tarde, skype. Te amo muito tá! Beijos! – Samara desligou o telefone com uma cara nada boa, sentando no sofá.

– Er... aconteceu alguma coisa? – DC perguntou, nervoso.

– É a minha vó, a mãe do meu pai... ela tá doente faz um tempo, mas parece que ela piorou! Ele disse que ela se esqueceu dele ontem a noite, não sabia nem o nome do próprio filho.

– Caramba, que chato! Aposto que vai ficar tudo bem.

– Pela sua lógica Do Contra, você está dizendo que a minha vó vai ficar mal? – Samara perguntou com um sorrisinho.

– A minha lógica Do Contra foi desativada neste instante! – DC disse rindo. – É sério, ela vai ficar bem, tenho certeza!

– Deus te ouça! Mas sei lá, depois dessa dessa desanimei pra ver o filme! – Samara disse cabisbaixa.

– Façamos outra coisa então! Desse jeito você não pode ficar. Que tal música? – DC perguntou.

– É, pode ser. – Samara disse.

Do Contra desceu com um tablet plugado numa caixinha de som e colocou em cima da mesinha de centro.

– Faça a sua escolha. – DC disse.

– Caramba, belo gosto musical. Vamos ver: Iron Maiden, Slipknot, Metallica... Faz um tempão que não escuto System Of A Down, então... – Samara colocou a música "Chop Suey!"

Os dois ficaram ali escutando a música, mas vendo que Mara ainda estava para baixo, DC subiu e pegou a guitarra. Quando desceu, ficou apenas fingindo que tocava fazendo caras e bocas, se jogando no chão e fingindo que quebrava a guitarra. A garota começou a rolar de rir.

Depois, DC pegou seus gibis e eles ficaram ali lendo e rindo por um tempão. Liam gibis, assistiam ao filme maluco e escutavam heavy metal ao mesmo tempo, típica atividade do Do Contra, que Samara estava gostando, e muito! Nessa brincadeira, já havia passado duas horas. Nimbus desceu pra falar algo com Do Contra, mas parou no meio da escada, olhando para os dois ali, no chão lendo gibis de heróis. Nimbus sorriu. Ela até que era MUITO parecida com ele. Nimbus não conhecia ninguém, além do próprio DC, que conseguia fazer a proeza de fazer três coisas ao mesmo tempo, seriamente. O irmão não era MUITO compreendido pelas pessoas, então costumava fazer certas coisas sozinho. Para não interromper, Nimbus subiu.

– Eita, cinco horas já? Minha mãe vai bolar, já vou! Tchau DC!! – Samara disse apressada.

– Espera! Nós estamos no meio de um show lembra? Aqui, pega a guitarra! – DC disse, usando um controle remoto como microfone e fingindo cantar.

– Cara, minha mãe não costuma ficar bolada com o horário que eu chego em casa, mas é melhor eu... AI, QUE ISSO? – Samara gritou quando DC puxou ela pra cima do sofá.

– Nossos fãs vão ficar bolados, eles pagaram ingresso pra ver a guitarrista indo embora para casa porque está tarde??? – DC disse, fazendo o sofá de palco.

– Do Contra, vai com calma, eu vou cairrrrrrrrrr... – Dito e feito, Do Contra caiu de costas e Samara caiu EM CIMA DELE. Eles ficaram ali, se olhando por um tempo, sem se mexer. Do Contra nunca tinha percebido o quanto a menina era bonita, assim, olhando de perto.

– Do Contra, aonde você colocou aquele... CARAMBA! – Nimbus, chegou e viu a cena, assustado. Mara e DC se levantaram rapidinho, se recompondo.

– Eu... interrompi algo? – Nimbus perguntou, tentando segurar o riso.

– Não fala besteira, mano! A Mara só caiu do sofá e... – DC disse, vermelho.

– A "MARA", é? Hm, já tá nesse nível de tratamento? – Nimbus disse.

– Nimbus, para!!! – DC disse, muito irritado.

– Calma DC, ele só tá brincando... Eu já estava indo mesmo... Tchau Nimbus! – A menina disse, sem graça.

– Tchau... "Mara"! – Nimbus disse, sorrindo.

– Depois a gente conversa, Nimbus! – DC disse entre os dentes, fazendo o irmão subir as escadas rindo baixinho.

– Me desculpa por isso Samara, ele não é sempre idiota assim...

– Relaxa, DC!!! Irmão é assim mesmo... Mas sobre hoje... puxa, eu acabei nem te dando os conselhos!!! – Samara disse.

– É, mais não vai faltar oportunidade. Hoje eu... me diverti muito... – DC disse, sem jeito.

– Eu também! Ainda mais porque não é todo dia que a gente encontra fãs de "O Palhaço e a Panqueca", hahaha... Então... tenho que ir, tchau! – Samara deu um beijinho no rosto de DC, indo embora e deixando o garoto ali, paralisado.

Ele fechou a porta e ficou ali... "Caraca, que dia foi esse!" Ele havia se divertido como nunca! Pra falar a verdade, ele nunca tinha pensado que alguém poderia gostar de quase TUDO que ele gostava. Ele achava que era a única pessoa que havia comprado o DVD do Palhaço e a Panqueca no planeta TERRA! Mas tinha outra pessoa... que também gostava! E aquele finalzinho do dia foi... tenso! Mas ele ficou com o perfume dela na camisa, e era tão bom...

Mas que papelão que o Nimbus tinha feito ele passar! Ah, mas ele ia ouvir, ah, se ia...