Sacrifício escrita por princessNathy


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Yeah!
Minha primeira one-shot!
Não sou muito fã de vampiros, por isso modifiquei um pouquinho a raça kkk

Espero que gostem!



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Frio...

Essa foi a primeira coisa que sentiu ao abrir os olhos, depois pode notar a escuridão do ambiente a sua volta. Mas essa sensação foi momentânea, pois logo seus olhos começaram a se acostumar com a pouca claridade e por fim distinguir aonde estava. Era um amplo salão, havia grandes janelas só que estas estavam cobertas com pesadas cortinas, se era noite ou manhã, não poderia saber pois o tecido escuro da cortina poderia muito bem filtrar os raios solares os impedindo de adentrar no recinto. Onde estava? Tentava se lembrar o porquê de estar ali? Sua memória ainda estava meio confusa... Tal como vários fragmentos aleatórios de imagens misturados sem uma ordem cronológica dos fatos. Será que tinha a drogado? Tentou se levantar, só então percebeu que seus calcanhares estavam acorrentados.

-Mas o que... –Começou a formular uma pergunta, mas um frio desceu lentamente a sua espinha, sentiu que não estava sozinha.

-Vejo que já acordou, Izabelle.

A garota quase sentiu seu coração parar de bater quando aquela voz misteriosa se pronunciou. Olhou novamente para os lados, o salão só tinha alguns moveis cobertos com um pano branco, uma lareira não acesa, mas nenhum indicio de outra ser vivo.

“Ser vivo... O que resta deduzir que pode ser um não-vivo.” Aquele pensamento surgiu em sua mente subitamente, era o seu subconsciente estava tentado lhe dar alguma dica?

-Eu estava esperando ansioso por sua chegada... –A voz continuou.

-Quem é você? Por que estou acorrentada?

-Essas perguntas geram respostas obvias, por que colocaríamos correntes em alguém? Logicamente não é para enfeite.

-Você está me mantendo prisioneira aqui! –Izabelle tentava de alguma forma livrar seus tornozelos das corretes, seu pai sempre falara que ela tinha tornozelos e pulsos finos, aquilo poderia ser uma vantagem , não? Mas...Onde estava o seu pai? Por que permitiu que algo assim ocorresse?

-Prisioneira? Isso é uma palavra muito forte, eu prefiro dizer que se trata que estou sendo precavido.

-Precavido? Você costuma ser precavido com todas as mulheres que vem visita-lo? Que cavalheirismo!

Uma gargalhada ressoou pelo o salão sombrio, Izabelle sentiu seu corpo tremer, não era de frio e sim de medo. Com quem afinal conversava?

-Bem que me disseram que você tinha um senso de humor interessante...

-Quem te disse isso? Quem é você?

-Acho que já chega deste mistério... Creio que você ainda não se lembra do motivo de estar aqui, não é mesmo?

Izabelle tocou a cabeça, suas memórias ainda pareciam perturbadas, mas aos poucos se organizavam.

-Eu vou te dar um pequeno impulso em sua mente! –Nisso um dos panos que cobria um móvel perto da garota caiu no chão revelando um espelho antigo. As bordas já estavam escurecidas mas o reflexo ainda era possível de se distinguir. Izabelle se viu, estava usando um vestido branco, seus cabelos negros caiam delicadamente sobre seus ombros alvos. Essa não era a roupa que costumava usar, normalmente gostava de camisas e calças jeans, aquilo a fazia parecer como estivesse entrado em alguma realidade vitoriana.

-Por que? –Tocou levemente o seu reflexo, uma pontada de dor em sua cabeça a fez se ajoelhar no chão. Imagens, flashs, lembranças começaram a se materializar em sua mente.

-Izabelle o que está fazendo é muito corajoso...-Seu pai falou segurando a sua mão, seus olhos estavam chorosos –Se voluntariar para salvar a nossa vila... Eu tenho tanto orgulho de você! Lembre-se disso!

Homens vestindo mantos escuros que ocultavam as suas faces a puxaram de perto do seu pai, gritou por ele. Lágrimas escorreram de seus olhos.

-Não se preocupe criança... Nós te faremos dormir... –Sussurrou um dos homens que subitamente puxou seu cabelo a fazendo gritar de dor, enquanto isso a forçaram beber um liquido azedo, depois disso sua visão escureceu...

-Eu sou o sacrifício... –Falou ao acordar de sua visão, para sua surpresa um rapaz de cabelos castanhos, ondulados, olhos com íris amarelada que parecia brilhar na escuridão, usava calças e camisa negras, estava descalço, na verdade seu visual poderia indicar desleixo, ou simplesmente não ligava para a opinião dos outros quanto o modo como se vestia. Ele era belo, Izabelle não podia negar aquele fato, mas além da beleza aquele jovem irradiava uma energia que ao mesmo tempo a assustava como atraia.

-Sim, você acertou...Você é o meu sacrifício. –Sorriu, para o desespero da menina caninos pontiagudos se mostraram naquele sorriso nada amistoso.

-V-você...É um vampiro! –Disse se arrastando, lentamente, para trás, tentando se afastar o máximo possível daquele ser místico e perigoso.

-Novamente, acertou! –Bateu palmas – Você é bastante inteligente para uma humana.

-Minha vila...-Balbuciou tentando conter as lágrimas.

-Sim, eles têm esse estranho costume de entregar jovens virgens para o meu clã de tempos em tempos. Apesar de estarmos no século 21 ainda agem desta maneira, antiquados, não?

-Seu clã ameaçou destruir a minha vila! –Rangeu os dentes, encarando o jovem vampiro que riu, parecia se divertir com a forma como agia.

-Meu clã...Você tem certeza que os lideres de sua vila lhe falaram a verdade?

-Por que eles mentiriam?

-Sei lá! –Deu os ombros se levantando da poltrona aonde estava sentando, sacudiu um pouco da poeira que tinha se impregnado em sua roupa –Por poder de controle, talvez... Sei que o mesma família se mantem no poder politico de sua vila, quem sabe eles não queiram contar a verdade para manter o seu status como os únicos que podem se comunicar com os vampiros e transmitir as mensagens deles para o povo. Cobiça e poder são coisas perigosas, tal como drogas, alguns não conseguem ficar sem e necessitam de maiores quantidades a cada dose.

-E-eu...Não entendo... –Sacudiu a cabeça, tentava organizar os pensamentos e também entender o que aquela criatura estava falando, se não era para servir de alimento para um vampiro faminto, por que a necessidade do sacrifício? Essa tradição existe a centenas de anos! Era a sempre a mesma história, uma jovem garota virgem era escolhida e levada para ser sacrificada ao membro mais jovem do clã Wolfmans, vampiros cujo território abrangia a vila onde Izabelle tinha nascido. Este sacrifico ocorria de tempos em tempos, não tinha um prazo fixo, o clã dos vampiros era que limitava esse evento horrendo, ele ameaçaria destruir a vila e a única alternativa era enviar a dita jovem para apaziguar a relação com os vampiros e permitir que a vida retorne a tranquilidade.

-Vocês humanos chamem de sacrifício...Para nós, trata-se de uma dadiva.

-Ah? –Agora sim estava confusa.

-Você vê algum humano desaparecendo misteriosamente nestes anos? Aparecem corpos desprovidos de sangue em sua vila?

-N-não...-De fato, era algo que sempre estranhava, se viviam em um território de vampiros por que nenhum humano morria devido o ataque destas criaturas a qual diziam ser sedentas por sangue?

-Vocês realmente não sabem o que é um vampiro. –O rapaz se ajoelhou ao lado de Izabelle e estendeu a mão tocando-lhe o rosto, a garota tentou se afastar daquele gesto, desviando o rosto –Você é meu presente... A minha vida...

-Eu, sinceramente, não entendo.

-Um vampiro deve buscar sua fonte vital... Vocês nós chamam de mortos vivos, de fato não estão tão errados em relação a isso, somos mortos até encontramos aquilo que pode nós manter vivos ao longo dos séculos...

-E o que seria essa fonte vital?

-Uma humana de alma compatível com a do vampiro, a qual quando este beber o seu sangue seu coração volta a bater e pode, finalmente, andar sob a claridade do sol. Sem mais limitações, seriamos muito semelhante aos humanos, contudo ainda precisaríamos de sangue, mas este só poderia ser retirado deste humano ou humana especial.

Izabelle agora estava ofegante, seu coração batia rápido, conforme o rapaz falava podia sentir os olhos do mesmo a observando. Devia sentir medo e aversão do outro, mas estranhamente o seu corpo se sentia atraído e até ansiava por seus toques.

-E eu sou esse tipo de humana especial? –Se atreveu em perguntar.

-Sim, Izabelle, você é minha humana especial, você é compatível comigo, seu sangue e corpo me pertencem...-Falou puxando o pulso da garota a fazendo colidir com o seu corpo musculoso e frio.

-E-eu não sou uma espécie de objeto para pertencer a alguém! –Disse, mas sua voz estava falha, ficar tão perto daquele jovem vampiro fazia seu corpo reagir, seu coração estava praticamente explodindo de seu peito.

-Não, nenhum objeto teria um cheiro como o seu...-Ao falar isso cheirou o pescoço da humana que emitiu um gemido, Izabelle levou uma das mãos a boca tentando suprimir mais sons constrangedores –Muito menos teria o seu gosto...-O vampiro lambeu a pele alva, agora rosada da sua “vitima”.

-Não me toque! – A garota levantou a sua mão e tentou esbofeteá-lo, mas o vampiro era muito rápido e interrompeu o golpe, segurando a mão antes que esta atingisse o seu rosto.

-Isso só prova como somos compatíveis... Costumo ter uma personalidade forte, muitos até me acham irritante... Você foi feita para mim, assim como fui feito para você. Esse é o destino.

-Não quero servir de seu suprimento de sangue eterno!

-Você realmente não entende? –Agora o rapaz parecia irritado, seus olhos pareciam brilhar ainda mais – Izabelle... Você é muito mais importante que alimento... Você é minha vida. Sei também que consegues sentir essa ligação invisível que nós une. Não pode negar isso.

-N-não sei ...Do que está falando...-Baixou os olhos, evitando encara-lo, mas o vampiro segurou o seu queixo e a forçou a fita-lo.

-Então te farei entender...- Izabelle iria tentar argumentar mas seus lábios foram selados em um beijo. Seus lábios se chocaram com os lábios frios e secos do vampiro, sabia que deveria sentir repulsa, mas o que sentiu foi justamente o oposto. Seu corpo parece ter despertado, um calor percorreu sua pele, o frio que tinha sentido antes tinha se esvaído totalmente. Só o toque dos lábios não era o suficiente, queria sentir mais, provar mais... Seu pensamento racional estava sendo substituídos pelo instinto, seus braços envolveram o pescoço do rapaz vampiro e o beijo foi aprofundando. Línguas se tocaram, bocas foram exploradas. Izabelle nunca se sentiu tão viva antes... Sentiu um gosto férrico, logo notou que o vampiro tinha mordiscado o seu lábio e lambia lentamente a ferida.

-Desculpe...Me animei mais do que deveria. –Sorriu, seus caninos não estavam mais visíveis.

Izabelle conteve uma exclamação de surpresa, o rosto pálido do vampiro agora parecia corar, seus olhos diminuíram o brilho. Aquele era o efeito do seu sangue? Só algumas gotas são o suficiente para o fazer transformar daquela forma?

-Seu nome... –Balbuciou a humana.

-Ah? –O vampiro tombou a cabeça para o lado, uma expressão de confusão se fez visível em seu semblante.

-Eu quero saber o seu nome, não é justo que saiba o meu e eu não saiba o seu...-Resmungou, bochechas coradas, olhos abaixados. Não acreditava que tinha beijado um vampiro, o deixado morder o seu lábio e agora estava interessado em conhecê-lo mais... Será que as drogas que tinham lhe dado afetaram seu cérebro de alguma forma?

-Me chamo Richard. –Respondeu acariciando novamente a face da humana.

-B-Bem...Prazer em conhece-lo... –Se sentia meio idiota falando aquilo, mas estranhamente não sentia aversão por aquele garoto, agora que a sua aparência vampiresca tinha desaparecido, ele parecia um rapaz normal, pele morena, seus olhos agora eram verdes e expressivos... Na verdade ele estava ainda mais atraente do que antes.

-O prazer é meu. –Sorriu.

“Não acredito que estou aceitando tudo isso...” Pensou contrariada, sua razão gritava para resistir e não confiar naquela história de força vital, mas seu coração ainda palpitava loucamente por aquele vampiro chamado Richard, sentia uma atração que era muito maior do que simples desejo carnal... Havia mesmo uma espécie de ligação invisível os unindo.

-Então... Por que não testamos o que você falou há minutos atrás...

-E o que seriam?

-Você não gostaria de andar no sol?

Os olhos verdes de Richard pareciam transbordar de alegria, agora era a vez de Izabelle sorrir. Ele realmente parecia animado para ver o mundo diurno já que deve ter passado grande parte de sua vida preso na escuridão da noite.

“Dane-se a razão...”.

-Mas antes... –Ela tombou a cabeça oferecendo o pescoço –Acho que vais precisar de mais do que algumas gotas de sangue.

Richard parecia surpreso com a oferta, mas não a rejeitou, se aproximou, beijou carinhosamente a pele da humana para depois fincar suas presas, bebendo o seu sangue. Izabelle mordeu o lábio inferior tentando conter o gemido de dor misto com excitação... Não era um sacrifício... Era a força vital de seu vampiro...


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Notas finais do capítulo

E aí gostaram?
Deixem comentários para auxiliar na melhora da minha escrita!


Eu tenho outra história que estou começando a publicar:
http://fanfiction.com.br/historia/589767/Omega/

Se quiserem dar uma olhada será uma graaaaaaaaaande ajuda. ok?
Beijos!



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