You are all I need escrita por MoonEyes


Capítulo 3
Capítulo 3




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Oliver acordou desanimado naquela manhã. A noite passada fora exaustiva, principalmente por ter sua mãe lhe falando para assumir um cargo na empresa de seu pai a cada cinco minutos.

– Mãe! Por favor, pare de insistir! Eu não quero, será que pode entender? - Ele já estava irritado com tanta insistência.

– Mas Oliver, é o melhor para você. Eu sei que voltou da guerra há pouco tempo, que pode estar traumatizado e tudo o mais, mas você precisa ocupar sua mente! Caso contrário essas lembranças vão lhe consumir. - Ela estava certa, apesar de tudo.

– Eu sei mãe, acredite, sei disso. - Todas as noites sonhava com explosões, com os rostos de seu amigos que aos poucos foram padecendo, um a um, enquanto Oliver permanecia lutando e tentando ser forte por eles. Mas os horrores da guerra... São coisas das quais jamais é possível se esquecer. - Eu vou procurar um emprego, está bem? Mas quero algo tranquilo, sem muitas preocupações, e certamente sem reuniões estressantes.

– Tudo bem. Só saiba que as portas da empresa estarão sempre abertas à você, e eu ficaria muito orgulhosa se o visse seguindo os passos de seu pai.

Com isso Oliver se levantou e foi para o seu quarto descansar. Agora, uma noite depois, estava deitado em sua cama, ainda pensando no que poderia fazer com sua vida. Tudo o que havia aprendido nos sete anos desde que se tornara maior de idade e deixara a escola era lutar, lutar, e lutar mais. Agora, com vinte e cinco anos, depois de passar um ano na guerra, e cinco ajudando as pessoas a reconstruir suas vidas, ajudando da melhor forma que podia, vendo todos os horrores que a guerra havia causado, e presenciando a cada dia mais morte e destruição, ele se sentia vazio.

As pessoas achavam que o pior da guerra era a guerra em si, mas ruim mesmo era o que vinha depois. As pessoas doentes nos hospitais, que não tinham recursos para tratá-las. Milhares de famílias desabrigadas, pois suas casas foram bombardeadas sem piedade. Crianças órfãs, sem ter onde dormir nem o que comer... Era tudo tão horrível! E para que pudesse ajudar ele simplesmente havia se fechado para qualquer tipo de emoção. Não podia se deixar abalar enquanto milhares de pessoas se apoiavam nele para recomeçar. Teve que ser forte, e quase insensível mediante tanta tristeza. E o resultado disso? Bom... Ele não conseguia mais se abrir. Em algum momento entre o que ele era e o que passou na guerra e depois dela, aquele Oliver jovem, despreocupado e feliz havia se perdido, para sempre, ele temia.

O que ele precisava era se distrair, concluiu. Um trabalho que envolvesse mais esforço físico do que mental era o ideal. Por isso se arrumou e saiu em busca de um emprego.

Andar pelas ruas de Starling era sempre rejuvenescedor. Oliver podia se lembrar de quando era mais novo, e saia com sua irmã para tomar sorvete. Na maioria das vezes arranjavam amigos no caminho, e paravam para brincar de pique-esconde ou pique-pega, e voltavam para casa só à noite, rindo despreocupadamente até que Moira os via entrando pela porta da mansão.

Ela ficava uma fera, dizendo que qualquer dia um maluco os pegaria no meio da rua e eles nunca mais voltariam para casa. Os dois escutavam de cabeça baixa, enquanto a mãe os dizia que se aquilo se repetisse estariam proibidos de sair novamente. Mas memória de mãe é curta, e uma semana depois eles faziam a mesma coisa, só para tudo se repetir mais uma vez.

Deixando as lembranças de lado, Oliver parou em frente a um mercado com uma placa alegando que precisavam de funcionários. O serviço era basicamente carregar caixas, organizar os produtos e manter o estabelecimento limpo. O salário não era ruim, e embora dinheiro não fosse problema para a família Queen, ele bem que gostaria de começar a andar com as próprias pernas. Então entrou e falou com o dono, que disse que ele poderia começar no dia seguinte, e pela primeira vez no dia, Oliver voltou para casa razoavelmente feliz.


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