– Então Ray, o que acha? - Felicity estava parada na sua frente, praticamente pronta. Ele ainda não a tinha visto com o vestido, desde o dia que comprara, pois ela dissera que era uma surpresa.

Agora que estava vestida, ele tinha a impressão de estar vendo uma miragem. O vestido era justo em seu corpo, marcando cada curva. Apesar de cobrir desde seus ombros até seus pés, parecia revelar muito mais do que ele gostaria. Era todo bordado, de uma cor clarinha que puxava para o dourado, e tinha um decote ousado coberto por renda.

– Você está linda. - Ela sorriu, sem graça.

– Espere até ver o melhor. Mamãe me obrigou a comprar este aqui, então se tiver algo para reclamar, reclame com ela.

Ray entendeu a frase somente depois de ela se virar de costas. O vestido tinha uma grande abertura nas costas, que era coberta por renda mas deixava à vista sua pele branca e macia. O decote ia até quase a cintura, em formato de "v". Felicity olhou para trás, esperando sua reação. Ele estava com a boca um pouco aberta, de olhos arregalados.

– Não acha que está mostrando um pouco de mais? - Ele falou finalmente, e ela pode perceber o ciúme na sua voz.

– Como disse, minha mãe que escolheu. E não tenho tempo para trocar, o casamento começa em duas horas. Vou fazer o penteado e retocar a maquiagem. - E saiu antes que ele pudesse falar qualquer coisa. Ray de repente sentiu a necessidade de estar perto dela a noite inteira, como um guarda-costas, protegendo justamente suas costas.

Enquanto isso, na mansão Queen, Moira já estava pronta, gritando para todos e com todos, querendo deixar tudo perfeito. A decoração tinha chegado à tarde, e por algum motivo era decoração de casamento. Será que Walter... Não, não era possível. Deveria haver alguma boa explicação para aquilo.

Ela resolveu deixar Thea supervisionando as coisas enquanto subia até o quarto de Oliver para ver se estava pronto. Em poucas horas os convidados começariam a chegar. Ela bateu na porta duas vezes, e não obteve resposta, então entrou no quarto assim mesmo. O filho estava deitado em sua cama, lendo tranquilamente, ainda de pijama, como se não tivesse nenhum compromisso.

– Oliver! Posso saber por quê diabos ainda não está se arrumando?

– Porque eu não vou. - Ele lhe olhou com cara de paisagem.

– Como "não vai"? Pensei que tivesse deixado bem claro que não havia muita escolha.

– Bom... A escolha é minha, e eu não vou. Seja onde for, com quem for, ou o motivo... Não me importa. Ficarei em casa, lendo Shakespeare pelo resto da noite, enquanto você e Thea lidam com pessoas mesquinhas e insuportáveis que eu não estou a fim de suportar hoje nem nunca.

– Ah, então é muito azar o seu, porque a festa será aqui em casa, e a não ser que você queira que eu anuncie a todas as moças solteiras que vir na minha frente que há uma comemoração privada no seu quarto é melhor ir se arrumar. - Moira estava séria, e muito irritada quando falou isso.

– Espere aí, a festa será aqui??? Como não me avisou sobre isso?

– Se não tivesse passado o dia trancafiado em seu quarto poderia ter visto com seus próprios olhos. Agora se apresse. Em uma hora voltarei aqui e juro Oliver, que se não estiver pronto farei valer minha palavra.

Oliver viu a mãe bater a porta. Revirou os olhos e deixou o livro de lado. Foi até o closet e se olhou no espelho.

– É... Parece que não tenho muitas opções. - Suspirando, ele começou a procurar seu melhor terno em meio à bagunça que aquele lugar atualmente se encontrava.