Palácio Murat escrita por Bella Black


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oi amooores. Estou me sentindo tão feliz com os comentários, opniões, dicas, favortos e acompanhamentos de vocês que eu sinto que poderia escrever 10 capitulos em um unico dia. Mas por hoje só consegui um mesmo. Hahaha.
Eu gostária de agradecer especialmente a Nanda por ter sido a primeira a comentar, a Secret Andy pelos maiores e mais construtivos comentários, a Marie, e a diva DaraVisentin que sempre está por perto.
Muito obrigada.
Boa leitura ♥



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Aquele céu azul e aquele Sol brilhante pareciam estar me desafiando. Deus do céu! Aquele dia era o dia da minha sentença, provavelmente um dos piores dias da minha vida, e ele não podia estar mais bonito. Contrastando com o que eu sentia por dentro.
E por que eu não fugia? Minha mãe havia tentando. Preciso dizer que não deu muito certo?
Ela me deixou na casa de uma amiga dela e disse que quando ela estivesse em um lugar em segurança ela mandaria alguém ir me buscar. Nesses dias ela ainda era uma pessoa viva e alegre, apesar de tudo. Não chegou nem a cogitar a opção de que as coisas podiam dar errado. Mas deram.
Ainda no dia em que ela fugiu o Rei, que estava atento aos passos dela, mandou dois homens atrás persegui-la, menos de 48 horas depois ela estava de volta ao castelo. O Rei mandou que me procurassem e também tive que voltar.
E a partir dai as coisas começaram a piorar, e muito. Ela não durou mais de uma semana após isto.
E é claro que eu não sou nem louca de tentar fazer o mesmo. Além de Erce e Issa eu não poderia contar com ninguém para me auxiliar, já que eu nunca pude sair das imediações do castelo de forma que nunca fiz amigos lá fora.
Enfim, não importa o quanto deprimida eu estava, eu tinha de levantar-me cedo e fazer os meus serviços chorando ou rindo. E os fiz sem reclamar. Tentei fazer o máximo de serviço que eu conseguia, na intenção de ocupar-me a mente e as mãos.
Somente pude refletir um pouco durante o almoço, até ali ainda não havia falado nem com Galahad nem com as Issa e Erce, coisa que eu não pretendia fazer tão cedo. As meninas estavam bastante animadas e conversando alto. Estranharam um pouco o meu silêncio e a minha falta de apetite, mas não ficaram me enchendo de perguntas. Por incrível que pareça.
Durante a tarde toda tive de esfregar uma parede na ala norte do castelo. E juntando o cansaço, a fome que eu sentia por não ter almoçado direito e o meu estado psicológico totalmente abalado, foi impossível conter as minhas lágrimas. Chorei por quase uma hora.
Cada lágrima levava uma parte do peso de minha dor, um peso muito grande para uma gotinha tão pequena, mas a dor não se ia embora junto com as lágrimas, ela continuava lá, não tão sufocante, mas ainda assim lá, pesando. Por que comigo? Eu nunca fiz mal para ninguém! Nem mesmo para um animal, eu não nasci para merecer isso. Mas também, de que adiantava eu ficar me lamentando, não ia mudar nada. Que a vida não é justa todo mundo sabe, estava na hora de eu levantar a cabeça e encarar o meu destino.
Quando finalmente pude me recompor já era hora de servir o jantar, então dei como encerrada a limpeza da parede e fui para a cozinha. Servi a mesa e fiz de tudo para não ter de ir ao salão na presença de todos (todos = Rei + Galahad). Mas é claro que nem isso podia conspirar ao meu favor, fui obrigada a ir levar uma jarra de vinho à mesa.
Com a jarra em mãos e olhando diretamente para o chão atravessei o salão me esforçando para não olhar para o rosto de ninguém. Principalmente do Rei e do Príncipe. Antes de eu conseguir depositar a jarra sobre a mesa, alguém me interrompe:
–Querida, é você, encha o meu copo com esse vinho. Era o Rei.
Uma sensação de terror invade o meu corpo, mas, é claro, eu faço o que fui ordenada. Após servir o copo do Rei, faço um gesto com a jarra de forma a perguntar se os que estão próximos querem ser servidos também, mas ninguém se manifesta. Por alguns segundos meus olhos fitam os de Galahad, que estava ao lado do pai, e ele me olha como se procurasse algo em mim, revistando-me, por dentro e por fora.
Voltei para a cozinha com o roso rubro e com o coração disparado. Tratei logo de me ocupar com alguma coisa na cozinha pra não ter de voltar de jeito nenhum. Quando comecei a pensar sobre o que aconteceu, minhas mãos começaram a tremer e a minha garganta secou. Será que de algum modo o príncipe Galahad sabia do que ia acontecer? Será que ele desconfiava? Senti-me tão envergonhada que fiquei a beira das lágrimas. Mas se ele sabia ou não, não ia mudar nada. Eu era uma simples empregada, ninguém ligava para uma simples empregada.
Após o jantar fiquei na cozinha ajudando a limpar os pratos, tentando me manter ocupada novamente. Não tive apetite para comer e naquele momento estava com dor de cabeça. Limpei toda a cozinha depois que as outras serviçais já haviam ido deitar-se, e quando eu não tinha mais nada para fazer, simplesmente sentei-me no chão e comecei a chorar.
O desespero tomava-me conta, eu tremia e soluçava. Ninguém podia me ajudar, nem eu mesma. Fiquei com tanta raiva de mim. Por acreditar em contos de fadas, por sempre me imaginar em um final feliz. Sonhei alto e caí em um chão duro e cheio de espinhos.
Quando calculei que fosse quase a hora e levantei-me do chão frio onde eu estava e comecei a andar até a ala leste. Cada passo me fazia querer voltar, mas infelizmente, essa opção não existia. Lágrimas se formavam novamente, mas não as dei passagem. Não ia chorar na frente de ninguém, muito menos na frente daquele monstro.
Quando eu estava quase chegando ouvi uma porta se abrindo próxima a mim e recuei instintivamente. Antes que eu me desse conta do que estava acontecendo uma mão me puxou para dentro de algum cômodo.
–Ei, não era para ter te assustado... - Era o príncipe Galahad e nós estávamos na biblioteca. Por um lado me senti tão aliviada que não consegui falar nada.
–Deu, por que estas chorando, Guinevere? – Disse ele com um profundo ar de preocupação.
–Não, eu não estava. Não é nada. – Disse eu atrapalhando-me.
–Estavas a ir aonde há essa hora? – Disse olhando-me desconfiado.
–A lugar nenhum. Estava somente caminhando.
–Pois então, se não estava fazendo nada demais por que não fica aqui, fazendo-me companhia? Eu posso até começar a te ensinar ler e escrever! - Sugeriu ele animado.
–Não, não. Talvez outro dia, quem sabe. Amanhã eu tenho de levantar-me cedo e é melhor eu ir deitar-me logo...
–Tens certeza?
–Tenho. Tchau. – Respondi eu já indo em direção aporta.
–Tchau. - Murmurou ele.
Ao sair da biblioteca respirei fundo e fui em direção ao quarto em que o Rei havia indicado através do bilhete. Parei em frente à porta e tomei folego. Meu coração ainda estava acelerado, mas eu estava um pouco mais calma. Mais conformada. Respirei fundo e bati na porta.
Primeiro uma fresta se abre e em seguida a porta é aberta o suficiente para que eu entrasse. Era uma sala bonita, tinha janelas grandes com cortinas pesadas, um divã em um canto. Uma cômoda, uma porta que dava provavelmente para o banheiro, um espelho de corpo inteiro e a cama, que era grande e parecia ser muito confortável, muito mais que a minha de empregada. A me ver encarando a cama o Rei, a quem eu ainda não tinha dirigido a apalavra disse colocando a mão sobre o meu braço:
–Não precisa ter medo. - Sua voz era grossa e autoritária. Ele era um homem grande, com alguns cabelos já grisalhos. Era pelo menos uma cabeça mais alto que eu e umas três vezes a minha largura. Mas ele não era gordo, era o tipo forte. Aos meus olhos parecia um monstro.
Eu não consegui responder nada e não consegui encara-lo também. Continuei olhando para a cama.
–Você se parece tanto com a sua mãe, os mesmos olhos – Disse ele passando a mão pelo meu rosto – O mesmo cabelo – Alisando o meu cabelo.
Automaticamente me afastei do toque dele. O que fez com que certo rancor passasse pelo seu rosto, mas ele tentou parecer calmo.
–Não faça isso garota, eu sou seu dono. – Disse ele desafiando-me com o olhar. Agora eu o olhava nos olhos, o que só aumentou o meu pavor. Eu queria gritar e correr, mas a única coisa que fiz foi continuar exatamente como eu estava. – Você é uma garota má, e terá que aprender uma lição. – Ele disse isso com tanta perversão que quase me fez vomitar, sua mão enorme e áspera foi parar em minha cintura, descendo para o meu quadril e a outra em minhas costas impedindo-me de me afastar, enquanto ele me beijava brutalmente. Eu tentei gritar, mas sua boca áspera sufocava a minha, eu batia em seu peito, mas era como uma rocha, ele parecia não sentir dor.
Suas mãos passeavam em mim me enchendo de repulsa, sua mão direita foi parar em meu decote, apertando o meu seio, me machucando. Meus gritos saiam abafados. Foi quando alguém abriu a porta.
Eu aproveitei a deixa para tentar me soltar, mas o Rei Uther continuou prendendo o meu braço. Esforçava-me tanto em soltar o meu braço que quase não percebi o Príncipe Galahad acertando um soco no próprio pai. Que cambaleou para trás me soltando. Por um segundo não consegui me mexer de tão atônita que eu estava. Galahad estava socando o pai por minha causa?! Quando consegui raciocinar novamente percebi o quanto Galahad se arriscara. Ele podia ser forte (e era), mas não tanto quanto o pai, se Uther tivesse tempo de revidar ele não tinha a menor chance.
Mas o Rei não teve tempo. Galahad pegou na minha mão e começou a correr pelos corredores do castelo me arrastando atrás de si em direção à saída. Segurando a sua mão macia e forte e acompanhando os seus passos apressados, eu tive certeza: Eu nunca havia sido tão feliz e livre em minha vida toda.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Espero que tenham gostado!
Não esqueçam de comentar! (Não, esse não é o final da fic)
Voltem sempre e até o próximo cap.
Bjs ♥



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