Meu nome é johnny escrita por keell


Capítulo 2
Saindo da rotina


Notas iniciais do capítulo

Não faz muito o meu estilo sair pra bares e beber com os amigos, chegar em casa de madrugada, mas uma vez ou outra isso nao faz mal. E depois de muita insistencia e suas desculpas ja no fim, fica dificil dizer nao. Mas foi bom, foi proveitoso e foi divertido.



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Em Agosto de 2010 a loja estava passando por um momento razoavelmente bom, estávamos vendendo bastante, os lucros nas alturas, e com o projeto de expansão o patrão colocou no jornal que precisaríamos contratar mais alguns funcionários que treinariam conosco. Alguns desses novatos ficariam na HUMAN do Shopping e outros atuariam na nova loja que deveria inaugurar no fim de Setembro no centro junto com alguns funcionários nossos que seriam transferidos pra la. Foi uma loucura total. Tive que ler um por um dos inúmeros currículos que chegaram, separar os bons dos ruins, ligar para os candidatos e marcar as entrevistas, e como a loja estava indo muito bem aquele mês, o patrão disse que nenhum vendedor poderia deixar o posto para treinar os candidatos, ou seja, esse trabalho também sobrou pra mim.

Este treinamento duraria em media um mês inteiro, e não foi fácil tirar 6 pessoas num grupo de 12, todos estavam se empenhando muito e dando o seu melhor para conseguir a vaga, foi questão de pequenos detalhes que escolhi 5 pessoas porque Miguel desde o primeiro dia já despontou como o favorito e em pouco tempo, logo tive a certeza que uma das vagas era dele, Miguel Carvalho.

Seu currículo era excelente, pelo que constava ele havia trabalhado em duas grandes empresas somente, dois anos em cada uma e tinha ótimas recomendações dos patrões anteriores. Fez um cursinho técnico de administração. Tinha uma boa aparência, moreno, uma pele um pouco mais clara que a minha, cabelos muito bem aparados, olhos pretos, era magro, uma estatura mediana, usava um discreto brinco em cada uma das orelhas, boa pinta, as solteiras que estavam fazendo treinamento sempre comentavam sobre ele. No inicio ele era bem tímido, calado, ficava sempre no canto dele, mas muito atento, prestava atenção em cada detalhe, cada informação: o tema da loja, o lema da loja, como se portar com o cliente, supostas situações, tudo. Se ele tivesse alguma dúvida (o que era bem raro) ele não tinha medo de perguntar, e uma vez que a dúvida foi tirada, ele não esquecia mais.

Foi um mês bem proveitoso tanto pra mim quanto para os candidatos, e no fim do último dia de treinamento, após desejar sorte a todos, eu disse que o resultado estaria no site da loja no fim daquele dia, e no dia seguinte todos os seis deveriam estar as oito horas na loja para receber seus respectivos uniformes e começar a trabalhar conosco no Shopping, já que as obras da loja do centro estavam atrasadas. Na manhã seguinte os novos funcionários foram muito pontuais, dava pra ver a ansiedade e o nervosismo de cada um deles, e como os primeiros dias são sempre os mais difíceis, esses fatores foram irrelevantes.

Eles começaram bem, e Miguel foi se destacando cada dia mais, e ao mesmo tempo pegando intimidade com cada um da loja, inclusive eu. No fim de outubro ele já estava no time de futebol da loja, e o rapaz ate que jogava bem, ele era rápido, driblava muito, fazia belos gols, mas era um pouco egoísta, não passava a bola, ninguém é perfeito.

Certo dia estávamos no fim do expediente numa sexta feira, eu estava muito cansado, mas o pessoal quis esticar e ir para um bar tomar cerveja e jogar conversa fora, geralmente eu não faço isso, mas como tinha decidido ir pra casa dos meus pais na manha de sábado e eles insistam bastante, acabei cedendo e indo junto. Chegamos no Bar do Chico, eu, Miguel, Emily e Tabata, funcionarias antigas, sentamos em uma mesa e começamos a conversar, pedimos uma cerveja, uma porção e conversamos um pouco. Ali fomos descobrindo mais sobre o cara, ele morava com a mãe, a avó e um primo, não conheceu seu pai, sempre foi muito pressionado a estudar muito e ser alguém na vida, queria ser artista, era solteiro, tinha 22 anos, tem o sonho de se alto sustentar e sair de casa pra viver sua vida sem ficar dando satisfação. Gosta de sair, mas não faz isso sempre, gosta muito de ver filmes, principalmente terror e suspense, se amarra em ler, era de uma pequena cidade no interior do estado.

A noite foi muito divertida, nós rimos bastante, nos distraímos ao ponto de não ver a hora passar, era madrugada. Eles pediram a última cerveja e a conta, e eu fiquei esperando acabar para levá-los em casa, afinal, o único que não tinha bebido era eu. Emily sentou na frente comigo e os outros dois no banco de traz, seguimos ouvindo músicas internacionais, nós 4 tínhamos isso em comum. No caminho eu ouvia umas risadas vindas de trás, uns cochichos, parecia que Tabata estava se jogando pra cima de Miguel que fazia de tudo para se esquivar, Emily só observava e ria e eu focado no transito.

Ao chegar na casa de Tabata, Emily desceu do carro, me agradeceu, se despediu de Miguel e disse que elas haviam combinado dela dormir ali aquela noite e irem juntas para o trabalho. Tabata desceu, meio que sem graça, desapontada, se despediu, pegou a chave na bolsa e entrou seguida de Emily.

_ Pula pra frente meu caro, não sou taxista.- Eu falei com Miguel que deu uma gargalhada e trocou de lugar. _ E então, pra que lado vamos?

Miguel, por sua vez, foi me guiando até sua casa, era em um bairro distante, fomos conversando pelo caminho, ele me fazendo perguntas do tipo: “Você é casado?” , “Mora sozinho?” , “Como começou a trabalhar na HUMAN?” , e eu: “Você é de onde?”, “Nunca teve vontade de querer saber quem é seu pai?”, “Porque veio pra essa cidade?”.

O rapaz morava em uma casa grande, de muro bem algo, um portão enorme de garagem, embora ele me disse que sua família não tinha carro, um interfone, uma casa aparentemente boa, ele parecia bem de vida.

_ Mas que casão hein Miguel. – Eu comentei, afinal estava surpreso.

_ É grande mesmo, achei exagero alugarmos uma casa deste tamanho só pra nós, mas foi a que achamos, estamos procurando uma menor, se souber de alguma me avise.

_ Pode deixar,falo sim. Agora eu preciso ir, amanha vou pra casa dos meus pais, preciso descansar um pouco.

_ Sorte a sua – disse-me rindo – amanha eu e o resto dos mortais vamos trabalhar cedo. Então bom fim de semana Johnny, nos vemos na segunda.

Arranquei o carro assim que ele bateu a porta e parti em direção a minha casa. Eu estava muito cansado, so queria tomar um banho bem gostoso e deitar na minha cama. Mas era inevitável vir a mente lembranças dos momentos divertidos que tínhamos acabado de passar, havia muito tempo que não saia e aproveitava a noite tanto assim.


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Notas finais do capítulo

A história ainda ta bem no comecinho, ainda nao se sabe direito o que ta acontecendo, mas tem muita coisa pra acontecer, nao deixe de ler, comentar, favoritar e recomendar, muitas surpresas ainda estao por vir.
Espero que gostem .
Boa leitura e ate o próximo caítulo.



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