The Light of Dawn escrita por Sweet Aurora


Capítulo 5
O Necromante - Parte 1




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Por dias eles cavalgaram. A terra dos hobbits foi atravessada, uma vasta região de colinas, hortas e gente respeitável tal como era de se esperar. Então a estrada tornou-se íngrime, as florestas escuras e as canções desconhecidas. Foi assim que Bilbo teve a certeza de que já não estava mais no Condado. Vez ou outra a comitiva parava para refeições e descanso, mas a disposição com a qual haviam iniciado a jornada parecia esmorecer conforme adentravam as Terras-Solitárias: era como se o próprio ar que pairasse sobre eles estivesse se tornando cada vez mais pesado.

Quando acreditou-se que o clima não poderia piorar, começou a tempestade. Primeiro foi o vento uivando, depois os relâmpagos explodindo no horizonte e, finalmente, a chuva. Sob o comando de Thorin, eles continuaram a cavalgar pela estrada lamacenta até que já não pudessem mais enxergar as patas dos pôneis. — Nunca chegaremos à Montanha Solitária desse jeito! — Bradou o rei anão ao perceber que seria impossível continuar. A urgência de Thorin havia subjugado sua habitual cautela, pois cada dia passado na estrada poderia alertar outros sobre sua jornada e atrair atenção indesejada para Erebor.

Mesmo molhados, famintos e cansados os anões não ousaram contestar a vontade de seu rei. Foi somente quando estavam voltando para seus devidos lugares que Cálë apareceu. Como todos, ela estava enxarcada da cabeça aos pés, diferenciava-se apenas pelas botas que pareciam recusar a lama e estavam quase intactas. — Devo concordar, Thorin filho de Thrain. — Calad sabia que deveria evitar um confronto direto com o anão e ainda que não tivesse parte na traição dos elfos, respeitava a mágoa dos filhos de Erebor e assumia a culpa de seu povo. — Contudo, a comida apodrecerá e arriscamos machucar os pôneis se continuarmos. — Embora detestasse admitir, a elfa tinha razão: qualquer um dos ocorridos requisitaria um desvio por um dos vilarejos e acabariam sendo atrasados em semanas.

E para a surpresa de todos, Thorin anuiu com a cabeça. Os olhos do anão percorreram o horizonte e acabaram por encontrar um desnível próximo à encosta da montanha que poderia servir de abrigo durante a tempestade. — Lá! Parece estar seco o suficiente. — Disse o rei anão, desmontando de seu pônei para guiá-los entre as árvores da floresta.

O fogo crepitava. Bombur e Dori discutiam sobre o preparo de um ensopado de coelho enquanto Gandalf narrava desventuras para os anões e todos se divertiam entre risos, canecos e cachimbos. Quando o mago contou sua última história que Dwalin voltou sua atenção para Calad. — E você, Milady? — Indagou o anão. — Qual é a sua história? — Imersa em seu próprio pensamento, a elfa deixara que os acontecimentos da última meia hora passassem despercebidos.

Ela terminou de beber seu caneco de vinho ao compreender a pergunta de Balin. — É uma história mui' longa e pouco interessante. — Respondeu e antes que pudesse ser contestada, ergueu-se. — Com sua licença, gostaria de patrulhar os arredores para ter a certeza de que nenhuma árvore interrompeu a estrada.

Dwalin anuiu com a cabeça. — Como desejar, Milady. — E tão logo ele o fez, Calad desapareceu entre as árvores. Assim que constataram que - de fato - ela havia ido, deu-se início o alvoroço.

Eu sabia! — Urrou Glóin, batendo o caneco vazio contra o próprio joelho. — Ela não é confiável.

Talvez Sra. Calad só não queira contar… — Sugeriu Ori.

E por que não contaria? Ela está escondendo algo. — Disse Bifur.

Elfos não são confiáveis. — Concluiu Glóin. — Nunca foram e jamais serão.

A discussão se encerrou apenas quando Gandalf bateu o cajado contra o chão. — Eu confiaria minha vida à Sra. Calad e vocês também deveriam. — O mago se ergueu, mantendo os olhos em Glóin. — Mas caso não estejam satisfeitos, podem procurar outro. — E assim, ele os deixou, seguindo o caminho tomado pela elfa.

Milady Calad tem a minha confiança. — Confessou Balin instantes depois que Gandalf deixou o abrigo. — Pois assim como nós, ela conhece a perda.

O que você quer dizer com isso? — Daquela vez, fora Kili a se manifestar. Interrompendo quaisquer possíveis protestos à declaração de Balin.

É uma canção antiga, sobre tempos que jamais poderemos imaginar. — Balin meneou a cabeça, observando o fogo minguar. — É uma canção que apenas Sra. Calad deverá cantar.



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Notas finais do capítulo

Então, desculpem pelo capítulo pequeno. Essa é apenas uma parte do que deveria ser o todo, mas tive alguns problemas e não consegui terminar de escrever e revisar o resto :/
Desculpem pelo atraso, espero que gostem



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