Realmente Amigos escrita por Srta Maga


Capítulo 1
Oneshot


Notas iniciais do capítulo

Fanfict betada pela maravilhosa Juliana Yagami (Rosenrot).Presente Amigo Secreto CdZ 2014 para Fab Scorpio;do fórum Need For Fic



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Pela milésima vez andava pela sala de seu templo simplesmente por não haver mais o que fazer, pois já havia passado o dia treinando e nada apaziguava seu espírito. Sentia-se impulsionado a andar de um lado para o outro, como se as coisas pudessem se mover de lugar quando passasse por elas novamente.

— Droga de tédio — Esbravejava

Se jogou de costas no chão bem no meio do templo, assoprando a franja que caia sobre seus olhos.

Ficou ali por alguns minutos sentindo seu corpo começar a relaxar, antes que pudesse sentir a sensação por todo corpo se levantou e foi andando para os fundos do seu templo.

Passou por Sagitário que estava vazia a tanto tempo e mal parou em Capricórnio, afinal não conseguia sentir o cosmo de Shura ali.

Quando estava subindo as escadas para Aquário sentiu o cosmo de seu guardião irradiar como se estivesse o cumprimentando.

— Olá Camus — Cumprimentou assim que o guardião daquele templo apareceu encostado em uma pilastra.

— Boa noite Milo ainda está entediado? — Perguntou friamente.

— Sim e vim ver se um pouco de gelo poderia me acalmar — Alfinetou.

Camus moveu seus lábios apenas alguns milímetros para cima mas para Milo aquilo já era um sorriso e tanto vindo dele.

— Entre; se bem o conheço só sairá de meu templo quando já tiver bebido ao menos uma garrafa do meu vinho — Comentou lhe dando as costas, fazendo a capa da armadura esvoaçar

— Está muito falante hoje senhor gelado — Brincou enquanto o seguia — Porque ainda não tirou sua armadura? — Perguntou rapidamente, sua curiosidade aflorando.

— Voltei a pouco da biblioteca do Grande Mestre e você sabe que não deveríamos ficar andando por ai em roupas civis — Ralhou o olhando feio.

Entrou na pequena cozinha e retirou uma garrafa de vinho que estava no fundo do armário, colocou dois copos na mesa e apontou o lugar para que Milo sentasse.

— Hum... Mas sei que morre de calor aqui na Grécia, e as nossas armaduras não são o que eu chamaria de “frescas” vamos lá Camus — Riu ao vê-lo olhar torto —É só uma conversa entre amigos eu não vou iniciar uma guerra de mil dias com você; além do mais eu estou com uma simples roupa civil como disse ou quer fazer pouco de mim trajando sua armadura enquanto eu pareço um reles aprendiz — Reclamou se sentando e apoiando os pés no canto da mesa.

— Comporte-se Escorpião — mandou ao lhe dar as costas e parando com a mão na porta — E tire os pés da minha mesa.

Milo riu enquanto ouvia o tilintar da armadura se afastando na direção que ele sabia ser o quarto do amigo.

Amigo. Quem diria que eles seriam amigos? Mas tantos anos de treinos e personalidades opostas acabaram aproximando-os apesar de Camus nunca o ter chamado de amigo.

Geralmente era ele que o dizia e agora ficava com a pulga atrás da orelha eram mesmo amigos? As vezes custava tanto para fazer o francês conversar com ele o próprio Camus parecia incentiva-lo a continuar de vez em quando e hoje parecia ser um desses dias; até tirar a armadura ele havia ido.

— Mais uma vez perdido em pensamentos Milo? — Perguntou ao entrar agora vestindo o mesmo tipo de roupa que ele “civis’ como dizia.

Ele passou ao lado dele batendo a mão em sua perna para que tirasse os pés da mesa o olhando com reprovação; pegou um queijo dentro de outro armário e uma faca.

— Hum o que temos aqui, o Senhor Camus de Aquário resolveu dar uma festa? — Brincou se sentando direito para pegar um copo.

— Apenas comprei esse Feta outro dia e pensei em compartilha-lo com você mas se não o quer... — Ia dizendo enquanto fazia menção de devolver o queijo ao armário.

—Não eu adoro Feta!! — Reclamou retirando o queijo de suas mãos e o colocando no meio deles ao lado do vinho.

— Então espero que se comporte melhor em meu templo Milo — Afirmou se sentando a sua frente e pegando o vinho; um branco doce.

— Não acredito que ainda é sobre a sua pobre mesa ser maculada pelos meus pobres pés? — Perguntou rindo

Camus o olhou torto e colocou o vinho no copo cortando um pedaço do queijo para si.

— Ora essa Camus! Sabe que gosto de brincar porque está com essa cara?

— Milo; sabe que a hora da batalha está chegando — Comentou concentrado em cortar o queijo — Sabe que não pode ficar circulando entre os templos assim.

Milo o encarou por alguns segundos ficando mais sério, sabia que ele queria falar sobre algum problema mas não achou que fosse sobre as suas idas e vindas pelas escadarias.

— O que há de mal em visitar um amigo Camus? — Perguntou antes de morder o queijo com gosto — Hum; fazia anos que eu não comia esse queijo — Comentou deliciado

Camus tomou um pouco do vinho e comeu o queijo devagar enquanto observava o outro atentamente sabia o que ele queria, e como sabia, ele mesmo já havia almejado aquilo mas sabia que não poderia pois era um sagrado cavaleiro de Athena e como tal estava destinado a morrer em batalha e não queria alimentar esperanças em seu coração nem dá-las a outra pessoa.

— Milo quero que pare de vir ao meu templo, sabe como as pessoas já comentam sobre isso e não quero que pensem que estamos planejando algo — Ia dizendo sem olha-lo nos olhos.

— Sei, do mesmo modo como comentam que Afrodite é uma mulher e o templo de Câncer cheira mal; qual é a novidade nisso? — Perguntou sondando.

Camus não deixava transparecer mas Milo o conhecia bem demais, podia sentir ínfimas variações em seu cosmo e tinha certeza que ninguém mais perceberia mas estavam lá e isso o fazia ficar de sobre aviso; onde Camus queria chegar com aquela conversa?

—Não dificulte as coisas Milo a batalha logo virá, o que custa você ficar quieto em Escorpião? — Ele bebeu todo o conteúdo do seu copo o que fez Milo arquear uma sobrancelha.

—Você está bem Camus? — Perguntou confuso.

Camus o olhou abertamente, como se decorasse cada traço de seu rosto, o longo cabelo cacheado o tom de loiro que costumava comparar as manhãs de treino os olhos tão azuis e expressivos agora confusos o tom dourado da pele bronzeada e os músculos sobre a fina roupa de treino... Milo era um deus grego no mais amplo sentido da palavra.

— É claro que estou bem, pareço estar fora do meu juízo normal? — Perguntou se servindo de outro copo de vinho.
— Não disse isso — Afirmou rindo.

Ele se sentia impelido a pressiona-lo sempre que percebia que ele iria sair dos eixos, eram raras as vezes mas quando se alterava Camus costumava falar tudo que lhe vinha a cabeça e ele parecia ainda mais admirável assim; os cabelos ruivos as unhas cumpridas pintadas da mesma cor e os olhos, o brilho daqueles olhos rubros quando zangados o tirava do sério, o corpo trabalhado que só havia visto raras vezes... tudo em Camus o fazia se sentir atraído.

—Está com algum problema Milo? Porque está me encarando desse jeito como se o mundo fosse acabar a qualquer instante? — Perguntou alterando a voz.

E então Milo entendeu o que se passava com ele.

Era temor, receio de fazer o que queria e depois se perderam, morrerem na batalha que viria porque Camus era o mestre de um deles e sabia o potencial que seu discípulo tinha.

Milo não subestimava os inimigos, confiava em sua força para resistir mas perder Camus o seu melhor amigo seu companheiro... O fazia ter raiva da vida dura que levava.

Analisando Camus percebeu o porquê de que não poderia ser daquele jeito pois mal havia cogitado a possibilidade e havia se alterado daquele jeito e se houvesse algo concreto poderia odiar sua deusa, e isso não era permitido ia contra seus próprios princípios.

— Só estava pensando em como é bom ter um amigo — Afirmou se levantando e tocando com a mão em seu ombro — Até mais meu amigo nos vemos amanhã no treinamento — Afirmou saindo apressado.

Camus apenas encarou as costas dele, o cabelo balançando na altura da cintura, e pensou em como era bom e ruim ter um escorpiano como melhor amigo.

—Até mais... amigo — Sussurrou sabendo que sua frase nunca seria ouvida.


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Notas finais do capítulo

Notas: Feta é um tipo de queijo típico na Grécia, é melhor apreciado com vinho branco doce.



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