A garota dos olhos violeta escrita por Lua Love


Capítulo 8
O Jardim


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas. Mil desculpas!!! Eu nem sei o que dizer. Estou tão envergonhada! Eu passei quase três meses sem postar. Três meses! Minhas mais sinceras desculpas, eu espero que vocês possam me perdoar. Eu prometo nunca mais fazer isso! Juro pelas estrelas!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/589486/chapter/8

–Para onde está me levando?

Eu julguei que iríamos ao acampamento, mas parece que não, já que mudamos de direção no meio do caminho. Ele não me respondeu. Perguntei novamente.

–Para onde estamos indo?

–Você verá.

Bufei.

–Isso não é resposta!

Ele riu. E em seguida fez um comentário extremamente desnecessário.

–Chegaríamos mais rápido se você fosse mais depressa! Porém, você me parece ser lerda por natureza, não há o que se fazer nesses casos.

Parei de andar, indignada.

–Oi? Como é? Repete. Repete o que acabou de dizer. – disse, em tom ameaçador.

–Que parte? A que você é lerda? - ele estava obviamente rindo da minha cara.

–Então é assim? Pois bem, já que sou tão lerda assim, nem vou sair daqui. Total perca de tempo. Pois é querido, o único modo de eu sair daqui agora seria se você me levasse no colo. - sim, eu o desafiei. Não, eu não tinha a menor ideia do que estava fazendo.

Ele se virou e deu um de seus sorrisos esquisitos, dos quais eu não duvidaria se ele tivesse a patente.

–Quer mesmo fazer isso? Pois saiba que eu nunca recuso um bom desafio.

–Duvido. - em minha defesa, só posso dizer uma coisa: a culpa é das jabuticabas encantadas.

Ele foi caminhando em minha direção e só então eu percebi o tamanho do meu erro. Ele me pegou no colo e eu pude sentir minhas bochechas corarem. Desviei o olhar.

–Me ponha no chão Peter.

–Não, você me desafiou, e eu irei com esse desafio até o fim. - o olhar dele era penetrante, eu podia sentir isso. Suspirei, sem jamais o encarar.

–Bem, então, pelo menos vá rápido! Não era esse o objetivo?

Nós caminhamos por mais alguns minutos na trilha até chegarmos a uma clareira.

–Chegamos. - disse Peter.

Não era exatamente uma clareira, e sim um jardim. Cheio de flores e com um caminho de terra que levava até um arco elegante com um balanço. Muito bonito, porém ele me causava uma sensação estranha. Em vez de conhecer um novo lugar, era como se eu conhecesse uma nova pessoa, que eu já deveria conhecer há muito tempo.

Eu tenho que dar um jeito de sair daqui o mais rápido possível. Esta maldita ilha está afetando seriamente o meu psicológico.

Percebi então uma cesta de piquenique embaixo do balanço, e me toquei que estava realmente com fome. Corri para lá, porém quando abri a cesta ela estava vazia.

–Sério, não vejo a mínima graça. - eu disse, decepcionada enquanto Peter ria de mim. Ele riu mais ainda. - Para. De. Rir. De. Mim. - disse dando um tapa nele a cada palavra.

–Você tinha que ter visto a sua cara! - ele respirou fundo e conseguiu parar de rir. - Aqui é a Terra do Nunca. As coisas nunca são o que parecem. Olhe, basta imaginar, por exemplo, uma fatia de bolo e então... - ele abriu a cesta e tirou um pedaço de bolo de morango com chantilly e o deu para mim.

Eu dei uma risadinha de leve e peguei a fatia de bolo.

–Obrigada!

–Olha só, ela resolveu usar os famosos bons modos!

–Pan, você é simplesmente ridículo.

–Esqueça o que eu acabei de dizer, ela simplesmente não tem bons modos.

Eu dei uma risadinha e provei o bolo. Nossa, eu acho que eu poderia chorar por esse doce. É simplesmente divino!

Peter sentou do meu lado no balanço e tirou outro pedaço para ele, me observando enquanto devora o doce.

Olhei para ele, parando de comer.

–Você está tentando me comprar com bolo? Porque se for, por melhor que seja, não vai dar certo.

Ele deu um sorriso de canto.

–Não, não. Sabe por quê? - ele me pegou pela cintura e me colocou no colo. - Porque eu não preciso. - para minha infelicidade, eu sentia minhas bochechas queimando. Tentei mudar de assunto.

–De onde veio esse jardim?

–Está aqui há um longo, longo tempo, sem que ninguém cuide dele. Mas não mude de assunto. - ele me virou de lado, me permitindo olhar para ele diretamente. -Você não negou.

Levantei-me.

–Não achei necessário ressaltar o quanto estou indignada, irritada e indignada, por estar sendo feita de refém nesta ilha por um medíocre moleque. - disse com desprezo.

Ele sorriu de canto e se levantou. Contra a minha vontade, ele me laçou pela cintura.

–Mas você gosta desse moleque, não é mesmo? - ele tinha um sorriso petulante no rosto e estava perigosamente perto de mim.

–Eu te odeio. - disse, entre dentes.

Ele alargou o sorriso.

–Acho que posso conviver com você me odiando assim. - ele segurou meu rosto e foi chegando mais perto... Até que ouvi um barulho da parte mais fechada da floresta e eu me afastei.

Peter olhou para os lados e deu uma risadinha.

–Não foi nada. Agora, onde eu estava... - ele foi a minha direção, porém eu ouvi o barulho novamente e me afastei mais um pouco. Peter suspirou.

–Eu vou lá ver o que é. Fique aqui - ele disse rispidamente.

–Está brincando? É óbvio que eu vou junto.

Ele deu seu sorriso-marca-registrada.

–Eu e você em uma floresta escura e fechada. Se quiser mesmo se aventurar assim...

Revirei os olhos e comecei a andar para a floresta.

–Nossa, que engraçado Peter. Agora já pode parar. De dar esse sorriso estranho também. Ele me dá medo.

Ele alargou o sorriso e me segurou por trás.

–Só do sorriso ou de mim também?

Tirei as mãos dele da minha cintura, rindo.

–Lamento lhe informar, mas você não dá medo Peter. Agora pare com esse sorriso. -eu voltei a caminhar. Peter ia atrás.

–Tem certeza?

–Tenho. Agora pare!

–Eu ainda vou fazer você pensar o contrário!

Nós entramos na floresta. Era bem mais escuro que na trilha. Nós ouvimos o barulho novamente.

–Fique atrás de mim. - Peter mandou.

Seguimos devagar na direção do barulho. Peter moveu um dos galhos e...
Uma fadinha saiu voando.

–Inseto maldito! - Peter reclamou. A fada voltou e puxou o cabelo dele.

–Não fale assim dela! O que ela te fez?

Ele resmungou. Depois, olhou para mim e lançou um sorrisinho maroto.

–O que você quer? - disse, seca.

–Ah, nada demais. Quero apenas... Brincar. - ele alargou o sorriso. - É bom você correr.

–Porque... - cruzei os braços e virei às costas para ele.

–Porque este é o jogo. Você corre, e se eu te alcançar... - ele chegou bem perto de mim e começou a brincar com os meus cabelos. - Eu irei te beijar.

Ah meu Deus, por que eu não fui dotada de porte atlético?

–Você tem quinze segundos de vantagem.

Eu corri.

Eu nunca fui uma pessoa que gosta de correr (e nem de qualquer outro tipo de atividade física), entretanto, ali, com aquele completo idiota, naquela brincadeira completamente idiota, em que eu corria de um maldito beijo, eu me sentia incrivelmente bem. Em muito tempo, eu me sentia livre!

Quero dizer, até o momento em que eu resolvi olhar para trás, tropecei em uma pedra e despenquei no chão. E, pra completar, uma certa criatura loura caiu por cima de mim. Porque, até que esta certa criatura loura esteja com corpo muito mais perto do meu do que eu gostaria que estivesse, o Universo não se dá por satisfeito.

–Hey, parece que eu peguei você, não é mesmo? Sendo assim, tenho direito a meu prêmio... - Peter tinha uma mão de cada lado do meu corpo, me privando de qualquer chance de escapar.

–Isso não vale, eu tropecei!

–Ah, vale sim, minha querida. Afinal, não sei se te contaram, mas este é meu jogo. - revirei os olhos diante daquela afirmação tão egocêntrica.

–Olha, não sei se te contaram, mas, a partir do momento em que eu entro no jogo, ele se torna meu. -O empurrei de cima de mim e me levantei, tentei tirar o máximo de grama possível do "vestido". Aquilo poderia ser apenas um pedaço de pano mínimo com buracos, mas era o que tinha pra vestir.

Peter se levantou também e colocou a mão no bolso.

–Você irá precisar disso. - ele tirou meus óculos do bolso.

–Ah minha santa estrelinha! Meus óculos! E estão inteiros! Meus bebês, mal posso acreditar que estão bem!

Ele riu da minha reação.

–Tudo isso por conta de um par de óculos? Você realmente não é difícil de impressionar.

–Se você fosse míope, também teria essa reação.

Ele riu novamente. Uma risada meio rouca e profunda, tipo daqueles badboys clássicos dos filmes, especialmente ensaiados para te fazer suspirar a cada ato. Ele pegou minha mão e nos guiou novamente para a floresta.

–Preciso te mostrar algo.

Nós escalamos uma árvore e sentamos no galho mais alto.

–Minha. Nossa. - eu estava simplesmente sem fôlego. O que ele queria me mostrar. O pôr do sol da Terra do Nunca.

–Lindo, não é mesmo? Não me canso de ver essa paisagem. - Peter disse, também encantado.

–"Lindo" não é exatamente a palavra.

O céu se mesclava em um perfeito tom de rosa e dourado. As pouquíssimas nuvens pareciam serem tecidas com fios de ouro. A luz do sol batia de uma forma que toda a Terra do Nunca parecia dourada.

–Então qual é? - ele me perguntou.

Eu encarei aquela paisagem, suspirando e pensando em uma palavra digna para descrever aquilo.

–"Mágico". A palavra é "mágico".

Peter sorriu.

–Digno. - e com isso, passou o braço sobre meus ombros, me envolvendo. Provavelmente eu teria mandado ele me soltar, mas aquela paisagem... Me relaxava, tirando o ânimo para qualquer tipo de discussão. Apenas me deixei ser envolvida e encostei a cabeça em seu ombro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A garota dos olhos violeta" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.