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Elisa

Cheguei em casa animada, hoje a tarde vamos todos  dar um rolé. Andy veio comigo pra casa almoçar, meu pai adorou sua presença e até então Arthur não tinha aparecido.

— Que horas você quer ir Elisa?_ Perguntou. Ele estava deitado na minha cama, mexendo no celular.

— Umas três e pouco. Antes tenho que te apresentar uma pessoa. _ Andy era como um irmão, ele se sentia em casa aqui. Meu pai o via como filho!

— Quem é? _ Olha pra mim com curiosidade.

— Eu o conheci a pouco tempo. Está morando aqui com a gente._ Sua expressão mudou. Ciúmes?

— Hum._ Voltou a atenção para o celular, eu o conheço, está fingindo que não se importa.

— Tudo bem Andy, ele não é nada!_ Me aproximei dele e beijei seu rosto. Rapidamente agarrou minha sintura e me puxou pra abraçá-lo. Eu envolvi meus braços em sua volta e encostei a cabeça em seu peitoral, ele sorriu e suspirou aliviado.

— Quantos anos ele tem?_ Remexeu meu cabelo.

— 18.

— Já Beijou ele né? _ Às vezes fico impressionada. Andy sabe muito sobre mim.

— Como eu não beijaria?_ Ele arregalou os olhos.

— Ok, entendi. Então você sai beijando qualquer cara que aparece na sua frente?! _ Alterou a voz e eu me afastei. Cara, se controla aí!

— Não é assim Andy, ele é diferente. Gosto dele._ Sentei com as pernas cruzadas a sua frente.

— Você...gosta...dele?_ Resmungou.

— Acho que sim. _ Sorri.

— Então vão começar a namorar e você esquecerá seus amigos._ Pegou minha mão.

— Não vou largar vocês nunca. Já viu irmãos se separarem dessa forma? _ Tento tranquilizá-lo.

— Confio em você. _ Beija o canto da minha boca. Cara esse moleque é tão gostoso!

— Você tá muito sentimental. Para com isso! _ Sorrio.

— Eu te amo Elisa! _ Olhou firme em meus olhos.

— Eu também te amo!_ Me levantei da cama. Sabe, nós temos toda essa melação e tal, beijo pra cá e pra lá, mas isso tudo é amor de amigo e eu nunca deixaria de tirar um gostinho do Andy e do Ethan, eles são tentadores, tenho que admitir. Ambos são pessoas boas e eu os amo muito mesmo, assim como eles tem um carinho especial por mim.

— Elisa!_ Chamou me tirando dos meus devaneios. _ Tudo bem se você quiser namorar alguém, só não esqueça seus amigos! _ Piscou e eu assenti.

Depois disso nós descemos. Meu pai estava terminando a comida, não era muito bom na cozinha, mas se esforçava. Arthur e eles estavam em uma conversa contagiante,  pareciam grandes amigos. Será que estavam falando de mim?

Andy bateu o olho em Arthur e ambos ficaram se encarando por bastante tempo, pareciam estar em um conflito , suas expressões não eram nada boas, e meu pai percebeu.

— Ei meninos!_ Os dois olharam para meu pai rapidamente. _ Não façam essas caretas, vão se dar bem quando se conhecerem. Até parecem lobos marcando território, eu hein, a Elisa é uma garota, não uma presa! _ Piscou sorrindo. Ah, meu pai me salvou! Por um lado estou adorando essa merda toda, mas por outro, nem tanto. Logo Ethan vai se meter também e quando isso acontece tudo acaba mal. Ele não é brincadeira. Mas vamos ser otimistas, Arthur e Ethan lutando por mim seria divertido.

— É... Vocês são dois cachorros mesmo, um ciumento e outro atirado._ Todos riram e senti que a tensão diminuiu.

— E aí cara? Beleza?_ Disse Arthur se levantando e tocando a mão de Andy.

— Beleza!_ Sorriu.

— Andy,esse é Arthur, vai morar com a gente. Arthur, esse é Andy, meu irmão. _ Sorri e fui pro lado do meu pai.

— Que tenso hein! _ Sussurrou enquanto mexia a panela.

— Não sei o que deu neles!_ Kkk, é lógico que eu sei!

— Mentirosa. Você sabe sim. Acha que eu sou idiota?

Sorrio e ele termina o almoço.

— Vamos comer! Me desculpem se estiver difícil de engolir!_ Há, espero que ninguém morra aqui!

Todos nós sentamos e quando coloquei uma garfada dos legumes na boca tive que cuspir. Doce!

— Urgh! O que colocou nas verduras? _ Perguntei fazendo uma careta horrível ,  nem ligo pra isso.

— Ué, sal né! _ Respondeu achando que eu estava louca! Manézão! Coloca açúcar na comida e se faz de sabichão.

— Tenho certeza que não é sal!_ Disse Arthur debochando.

— Isso é açúcar pai. Não sabe nem diferenciar sal de açúcar? _ Será que já tá caduco?

Andy não parava de rir, e não tinha nem tocado em sua comida.

— Mas eu coloquei desse pote aqui!_ Pegou um pote identificado por sal._ É sal tá vendo? _ Colocou o dedo dentro e provou. _ Não é sal._ Disse aborrecido.

Andy seu va-ga-bun-do! Você não presta, eu estava com fome. Fui até o garoto raquítico cheio de tatuagens que não parava de rir e puxei a gola de sua camisa.

— Seu moleque! Eu tava com fome! _  Finquei os pés no chão e apertei os dentes._ Sem vergonha, maldito, filho da mãe, vagabundo..._ Fui interrompida!  Caralho, que raiva, ele continuava rindo.

— Você fica sexy nervosa._ Arthur disse e eu tive que começar a rir. Esse cara é louco, Andy não se atreve a falar isso!

Meu pai olhava a cena maravilhado, ele se divertia pakas. Adorava as zoeiras adolescentes e eu também!  Mesmo estando nervosa e com fome.

Andy olhou pra Arthur que tinha um sorriso retardado e ambos riram mais.

— Ok Ok! Você tem o meu respeito! _ Diz Andy batendo nas costas de Arthur o fazendo sorrir tranquilo.

— Cara, eu que te devo respeito. _ Eles se abraçam. É assim? Um cara faz uma coisa "legal" e ganha o respeito do outro? 

— Vejo que agora são amigos. Vamos pedir comida chinesa e tudo ficará bem! _ Meu pai é o melhor!

[...]

Elisa off

Depois do almoço Logan foi trabalhar e só voltaria no dia seguinte, mas não veria sua filha. Os três saíram e foram a caminho do centro da cidade.

— Aí Elisa. Quantas vezes você leu o dicionário de palavrões hein?_ Perguntou Arthur debochando.

— Hum, acho que umas três vezes, ou mais._ Disse em tom sarcástico.

— A língua dela é solta Arthur, e só fala merda.

— Cala a boca Andy. _ Deu um soco em seu ombro.

— Onde vamos?_ Arthur pergunta com curiosidade.

— Vamos vandalizar um pouco._ A loira estava animada e com a mochila  cheia de coisas.