A médica que estava de plantão naquele dia, Doutora Thamires - de pele escura, cabelos castanhos curtos e sardas no rosto - deixou Hiro em um quarto, para ficar em observação pela noite, enquanto tomava soro. Segundo ela, pela manhã ele já estaria melhor.

Tia Cass ainda estava esperando na recepção para poder ver seu sobrinho. Ela não parava de olhar para seu celular, relembrando o que Nina* dissera no funeral de Tadashi.

"Se a senhora precisar de algo, qualquer coisa, é só me ligar. Eu sempre estarei à disposição"...

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Honey estava em sua casa tirando alguns brownies recém-assados de dentro do forno. Ela cuidadosamente colocou a travessa na bancada da cozinha e começou a cortar os brownies em pequenos quadrados. Depois disso, Honey iria colocá-los em um prato, mas seu telefone começou a tocar. Eram 22:18, "Estranho, quem me ligaria a uma hora dessas?", pensou Honey. Depois de dois toques, ela atendeu:

–Alô, quem é?

"–Nina?"

–Sra. Cass! Oi! O que foi? Aconteceu alguma coisa?

"–Sim..."

Cass desatou a chorar enquanto explicava o que tinha acontecido com Hiro e Nina não podia acreditar, "Por que ele faria algo assim?".

–Acalme-se Sra. Cass, eu já estou indo aí.

"–C-certo."

Honey desligou o telefone, pegou um casaco amarelo que estava largado no sofá, pegou sua bolsa e as chaves do carro, certificou-se de que tudo estava fechado e foi correndo até a garagem.

Ela entrou no seu corvette amarelo, deu a partida e dirigiu o mais rápido que pôde para o hospital.

Chegando à sala de espera do hospital, Nina olhou para todos os lados procurando pela Cass. Quando a viu, foi logo sentar-se ao lado dela.

–Sra. Cass... - Honey disse, colocando uma mão no ombro da mulher mais velha.

–Nina!

A jovem sentou-se ao lado da tia Cass, oferecendo um ombro amigo.

–E-eu não entendo, por que Hiro faria isso? - Cass perguntou.

–Eu não sei, - Nina disse - sempre que eu o via ele dizia estar bem.

Enquanto isso, no quarto onde Hiro estava...

Um homem forte, de olhar profundo e cabelos negros compridos entrou na sala. Ele vestia uma roupa de enfermeiro e estava segurando algo em sua mão direita. Ele olhou em volta, a sala estava vazia, somente Hiro e ele estavam lá. O homem fechou a porta, aproximou-se da maca e fitou o garoto deitado.

Hiro lentamente abriu os olhos e viu o homem encarando ele.

–Q-quem é você? - perguntou o garoto.

O homem levantou o objeto que estava em sua mão, uma seringa. Ele rapidamente inseriu a agulha no braço de Hiro, fazendo com que o líquido da seringa fosse injetado em sua corrente sanguínea.

A visão de Hiro começou a escurecer, e a última coisa que ele ouviu foi "Mestre Yama sempre vence".

O líquido da seringa estava quase no fim, mas como Hiro começou a dormir profundamente, não foi injetado por completo...

Passou-se um tempo, o estagiário Ramon entrou no consultório de Thamires desesperado, falando para ela que o paciente do quarto 302 não estava acordado.

Ela foi até a sala, olhou para o monitor de batimentos cardíacos e congelou.

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Horas se passaram, a sala de espera foi ficando vazia e por fim, as 23:54, quando só ficaram Cass e Nina na sala, a médica chegou com notícias.

Ao vê-la entrar na sala, Cass correu ao encontro de Thamires, seguida por Honey.

–Como ele está? Ele está bem? - tia Cass perguntou desesperada.

A doutora fitou as mulheres á sua frente e com tristeza, respondeu-as:

–Ele está... em coma.

Não!

Cass começou a chorar.