Sem Necessidade Para Emergências escrita por Masakitte


Capítulo 1
Tenchi in Space - Capítulo 1




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Sem Necessidade Para Emergências

Kiyone Makibi tinha alcançado o seu almejado sonho, uma promoção. Ocupava, neste momento, uma confortável cadeira e tinha a sua ampla sala dentro do quartel general da Polícia Galática. Deixara para trás sua rotina de agente encarregada pelo Sistema Solar, como também sua parceira, Mihoshi Kuramitsu, que assumira o seu lugar na fiscalização do todo o setor do planeta Terra.

Mihoshi sempre descia à Terra passando dias na companhia de Tenchi e todas as outras garotas. Festejava com todos os presentes da casa Masaki atrasando sua volta ao trabalho. Ryoko nunca encontrou alguém no universo que dormia tanto como Mihoshi. E sempre quando precisava acordá-la, bastava apenas um chute e a pobre agente da Polícia Galática voltava de seus devaneios com a antiga parceira.

A atual supervisora chefe do Departamento de Roubos girava a cadeira para a imensa janela que se encontrava às suas costas sorvendo vagarosamente uma caneca de chá; o típico chá do quartel. Não era o mesmo doce chá que Sasami preparava todas as tardes, mas mesmo assim não era tempo para retornar ao passado. Estava disposta a esquecer a antiga rotina.

– Com licença, supervisora chefe.

A porta eletromagnética abria e um soldado de patente inferior se aproximava da mesa de Kiyone com um calhamaço de relatórios dos roubos registrados pelos agentes de todos os setores sob a jurisdição da Polícia Galática.

– Ah sim! Por favor... Ponha-os em minha mesa, eu irei analisá-los. Até o final do dia de amanhã envio de volta para a central. – A garota, com sua antiga faixa na testa, observava algumas folhas que estavam a sua vista assim que foram colocadas na mesa.

– Muito obrigado. Estou à disposição – Batia continência e saia deixando Kiyone imersa no silêncio de sua sala.

Ela voltava a beber o chá olhando com certo desinteresse para os relatórios. A burocracia de sua nova função a deixava desgostosa por algumas vezes; o salário até compensava, no entanto, sentia que sua vida precisava de mais emoção.

Uma luz vermelha piscava insistentemente no painel fixado ao seu lado. Kiyone pressionou o botão e solicitou ser informada o que seria aquela emergência.

– Senhorita Kiyone... – Soou uma voz um tanto quanto apreensiva. – Senhorita Kiyone, temos um chamado de reforço no setor do planeta Terra. Foram enviados vários homens para lá. Creio que seja algo muito sério.

– Mihoshi? – Kiyone levantou-se da cadeira e arregalou os olhos – Eu sabia que não poderia deixá-la sozinha. Pressionou novamente o botão e disse duramente. – Peço que chamem as espaçonaves de volta, pois eu mesma vou para lá.

– Mas senhorita Kiyone. É muito perigoso. Acho que não deveria ir...

– Isto é uma ordem. Entendeu, soldado? – Colocou a arma em sua cintura, ajustou os coletes e andou apressadamente para fora da sala em direção ao hangar de decolagem das espaçonaves.

Em direção à Terra, Kiyone estava apreensiva e imaginava o que poderia ter acontecido com sua antiga parceira. Ajustou os comandos para pousar sobre o Japão, precisamente na região da casa de Tenchi; o lugar de onde vinha o chamado de ajuda.

Tenchi cuidava do campo quando avistou a espaçonave branca pousar em sua frente. Parou de fazer o seu trabalho e esperou a visita de Kiyone.

– Kiyone... Fico feliz de ver que retornou. Seja bem-vinda. – Sorriu gentilmente enquanto Kiyone descia e corria em sua direção.

– Tenchi! O que está acontecendo? Onde está a Mihoshi? Recebemos uma chamada de emergência. – Assustada colocou as mãos sobre os ombros do garoto.

– Com a Mihoshi? Nada. Acho que ela está lá em casa. Por quê?

– Nada?! Mas como assim? Nós recebemos uma chamada...

– Venha! Eu te levo até ela – Tenchi sorriu um pouco sem graça caminhou ao lado de Kiyone levando-a para a entrada da casa.

Assim que chegaram, avistaram todas as garotas reunidas na varanda. Ayeka costurava algo com muito afinco. Ryoko bebia o resto da garrafa de saquê que não conseguia no dia anterior por estar muito bêbada. Washu estava em silêncio na frente de seu computador tridimensional e Sasami brincava com Ryo-oki rodopiando uma cenoura no ar.

– Hum? O que a polícia está fazendo aqui? – Ryoko desapareceu e retornou a aparecer com as mãos na cintura ao lado de Kiyone – Pensei que você nunca mais iria voltar. Já sei... Veio tentar me prender, né?

– Ryoko! Você está bêbeda! Não atrapalhe a nossa visita. – Ayeka caminhou em direção à policial e sorriu – Seja bem-vinda, Kiyone. Estávamos com saudades.

– Você estava. Eu não, princesinha... Acho que o trono de Jurai está muito tempo vago. Creio que eles não sentem saudades de você. – Ryoko provocava encarando Ayeka de frente.

– Kiyone. O que fez retornar à Terra? – Washu levantava a cabeça para olhar.

Tenchi ria sem graça em meio toda àquela confusão separando Ayeka e Ryoko que se estapeavam. - Ela está procurando a Mihoshi.

Washu, sem ao menos se espantar, levantou o dedo e mostrou onde Mihoshi se encontrava. A bela garota de cabelos loiros dormia tranquilamente debaixo da árvore falando baixinho algumas palavras soltas.

– Mihoshi! – Kiyone correu até ela e a pegou pela camiseta rosa de alças falando enfurecida. – Mihoshi! Por que mandou aquele sinal de emergência para o quartel? Ficou maluca?

Aos poucos, Mihoshi abria os olhos azuis para em seguida começar a chorar desesperadamente. - Kiyoneeee! Você voltou! Estava com saudades! – Abraçava a companheira ainda em nervos.

– Mihoshi! Por que enviou aquele sinal de ajuda?

– Desculpa! Eu esbarrei sem querer no botão do meu sinalizador enquanto dormia ontem. Não tive a intenção de atrapalhar... – Chorava muito agarrada à amiga.

– Mihoshi... Sua... – Ao seu lado, sorridente, aparecia Sasami com uma caneca de chá.

– Você deve estar cansada. Vamos... Tome um pouco, por favor. – Kiyone agradecia de volta aceitando o presente.

– Acho que precisava disto... É muito parado lá no quartel. Ficarei aqui alguns dias. Avisarei a central sobre a minha ausência.

– Vai mesmo?! Que bom! Vamos ser parceiras novamente, Kiyone – Mihoshi juntava as mãos parando o choro para sorrir - As detetives juntas novamente.

– Eu não disse isto... Pode parar por aí. – Kiyone tentava se afastar com Mihoshi agarrada em suas pernas.

Washu com os braços cruzados observava a todos dizendo para si mesma. - Parece que tudo voltou como deveria ser. – Olhou para Ayeka e Ryoko puxando o cabelo da outra sobre o Tenchi desmaiado no chão.

– É... Tem coisas que nunca mudam.


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