Família Dixon escrita por Andhromeda
Notas iniciais do capítulo
Essa é a minha primeira fic TWD - pq tenho a intenção de fazer outra, mas primeiro vou ver como essa termina.Adoro o casal e essa historia é a minha humilde homenagem a Beth - pq achei a morte dela ridiculamente ridícula e desnecessária
Antigamente segurança costuma ser uma palavra simples, usada para definir coisas comuns e muitas vezes sem importância. Nunca era pronunciada nas orações em meio a meias-respirações e soluços desesperados, como agora. No Apocalipse, segurança passou a ser algo que só poderia ser realmente entendido como um ato de pura fé; fé nos olhos e ouvidos daqueles que vigiavam durante os trechos lamentáveis do seu sono. Segurança havia se tornado algo tão religioso quanto um crucifixo.
Melhor, paredes de concreto, arames farpados e cercas altas, ou qualquer coisa que pudesse te separar dos dentes famintos.
No momento – para Beth Grenne – segurança eram as raízes retorcias de uma arvore velha e grande, que se espalhavam pelo chão, onde ela agachou-se junto ao Daryl, que observava tudo ao seu redor.
Emocionalmente, a garota estava um desastre; seu coração doía cada vez que sua mente trazia à tona a cena do assassinato do seu pai – por mais que tentasse a todo custo se separar dessas lembranças concentrando-se em qualquer outra coisa.
Tudo que tinha veio abaixo junto com as grades da prisão, sua família, sua casa e sua... vida.
Beth não tinha chorado tanto quanto queria, mesmo que grande parte do seu ser só desejasse se esconder em um canto escuro e ficar lá ate o próximo milênio – o bebê em seus braços a impedia.
Tenho que manter Judith segura, repetia em sua mente como um mantra de esperança.
Por mais que sua garganta estivesse seca, seus olhos ardessem por falta de sono e seus braços doessem por segurar a bebê de 5 meses por tanto tempo, ela ainda assim permanecia de pé, impulsionada apenas pelo seu instinto maternal que a obrigaria a fazer qualquer coisa para manter a menina viva.
Judith fez um som lamurioso que fez Daryl vacilar, mas Beth a silenciou rapidamente, segurando desesperadamente os dedos sujos sobre a pequena boca rosa.
– Você viu alguém? – ela perguntou, quebrando o silêncio.
Na escura noite sem estrelas, o rosto de Daryl foi lançado em cinza e prata quando se virou um pouco para encará-la – ele parecia assombrado, Beth pensou – mas logo depois o caçador balançou a cabeça negativamente e voltou a sua vigília.
– Eu tenho que encontrar a minha irmã e Glenn – sua voz era pouco mais alta que um suspiro – e nós temos que encontrar Rick e o Carl – seus olhos se encheram de lagrimas não derramadas – Daryl, temos que...
– Temos que nos manter vivos – ele disse ainda de costas para ela.
– Eles podem estar nos procurando – argumentou, segurando Judith ainda mais forte de encontro a seu peito – só...
– Nem sabemos se conseguiram escapar – ele a interrompeu com um rosnado.
– Não diga isso! – implorou o mais silenciosamente possível.
– Foda-se – Daryl virou-se, encarando-a e jogou os braços no mesmo gesto que usava quando estava muito frustrado, ou irritado – estão todos mortos nesse mundo miserável.
– Não estão, não – rebateu a garota, com uma veemência que não sentia em seu coração – eles são boas pessoas, não seria justo... – sussurrou e apertou os lábios no cabelo de Judith.
– Foda-se a sua justiça, garota estúpida – ele praticamente rosnou as palavras – a prisão foi invadida, perdemos pessoas e aquele filho da puta caolho... – andou em direção a adolescente, que por sua vez deu um passo para trás – não temos pra onde ir, não dormimos a 2 dias e ainda temos um bebê que atrai errantes toda vez que paramos por mais que uma hora no mesmo lugar.
– Mas estamos nos virando – argumentou – e se estamos conseguindo, eles também podem.
– Essa porra de esperança não vai adiantar de nada – Daryl disse, com desprezo – bote a realidade nessa maldita cabeça oca, estamos fudidos...
– Cale-se, apenas cale a boca, Daryl – uma lagrima deixou seus olhos e Judith começou a resmungar em seu colo, consciente do estado de espírito da garota – por favor...
Um grunhido reverberou por trás da madeira grossa da arvore, os dois vacilaram e Judith deixou escapar um pequeno gemido.
– Inferno, temos que sair daqui – Daryl prontamente levantou sua besta e começaram a correr em direção oposta.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Os próximos cap's serão maiores, prometo!
O que acharam?