Estávamos no ultimo ano do colégio. Peeta era do time de futebol e eu do lado nerd da sala. Embora eu fosse nerd, minha melhor amiga Madge me dizia que eu tinha um corpo lindo e que deveria me vestir melhor, passei a ser mais feminina com as dicas dela, mas não entrei pras lideres de torcida por mais que elas pedissem, elas pertenciam a um grupo totalmente diferente do meu. Eu era a nerd bonitinha e pra mim tudo bem, eu era feliz assim, exceto pelos meus constantes sonhos com Peeta Mellark. Ele preenchia meus devaneios a noite, sonhava com seus lindos olhos azuis, sonhava que ele pertencia a mim e somente a mim.

Vi Peeta me olhar algumas vezes, ele é o típico de um capitão de futebol, impossivelmente lindo,alto, loiro olhos azuis e um canalha. Daqueles que tem várias meninas no seu pé e pega todas sem se importar a quem machuque.

Eu sempre ficava até mais tarde na escola e neste dia ele estava lá também, Peeta me ofereceu uma carona, eu hesitei, mas por fim aceitei. Seguimos até minha casa, conversamos pouco naquele dia. Peeta estava treinando até mais tarde pois queria ganhar uma bolsa para faculdade. Fiquei surpresa pela sua determinação, agradeci a carona e entrei para minha casa. No dia seguinte quando entrei na sala de aula, eu o vi sentado nossos olhares se cruzaram e eu entendi o recado, não comentar com ninguém que ele me dera carona. Fiquei confusa, mas é claro que ele não queria que ninguém soubesse que ele falava comigo, eu era A nerd e ele O popularzinho. Quando sai da biblioteca eu o vi encostado em uma pilastra, eu passei direto por ele sem ao menos olha-lo, então ele me surpreendeu dizendo que estava me esperando, deveria ter gritado com ele por me ignorar na frente dos amiguinhos dele, mas não o fiz, não sei porque não, talvez porque no fundo eu queria conhecer melhor a pessoa que preenchia minhas noites e assim viramos amigos secretos, como ele nos chamara. Não estava contente de esconder nossa amizade, mas sem perceber eu já estava apaixonada por Peeta Mellark.

Nos morávamos em uma cidade pequena, e ele me chamou para visitarmos o píer da cidade vizinha. E eu aceitei. Coloquei o vestido mais bonito que tinha, meus olhos tinha um delineador gatinho, nos meus lábios um batom vermelho e bochechas levemente rosadas.

Ele foi comprar um milkshake para nos e eu estava escorada na barragem vendo o mar se agitar e as ondas se formando, quando Peeta se aproxima de mim e diz:

– Vamos sair desta cidade, dirigir para um lugar afastado...

E neste momento eu pensei os céus não podem me ajudar agora. Nada dura pra sempre... as palavras surgiriam frias em minha cabeça, mas como evitar não me entregar para aquele que amo ? Mesmo que me destruísse depois, eu precisava dele. Ao menos uma vez, já da pra ver o fim, mesmo quando estamos no inicio, iremos para faculdades diferentes, não vou o ver mais, mas eu preciso disto, ao menos uma vez. Ele pegou minha mão, dirigiu até minha casa, seus lábios encontram os meus assim que entramos no meu quarto, nosso beijo era profundo e cheio de paixão, com delicadeza sua mão foi até o zíper do meu vestido abrindo-o e jogando em um canto qualquer do quarto. Minhas mãos deslizaram sobre seus músculos firmes enquanto ele olha nos meus olhos, o azul preso no cinza. Peeta me coloca com delicadeza na cama, sem tirar a boca da minha, ele passa a mão sob minhas curvas e eu arfo. E eu digo:

– ninguém precisa saber o que estamos fazendo.

Suas mãos estão no meu cabelo, nossas roupas no chão. E a voz da minha consciência repete em minha cabeça, “ nada dura para sempre”, mas isto esta ficando bom agora. Peeta se coloca dentro de mim, me preenchendo, sinto uma leve ardência mas me sinto completa, isso é bom, é certo. Nossos gemidos preenchem meu quarto.Ele então aumenta o ritmo,sinto se derramar dentro de mim quando percebo que nos chegamos ao ápice juntos. Deito sob o peito nu dele, enquanto ele faz carinho em meus cabelos e eu adormeço enroscada a ele.

Dias se passaram, e hoje era minha ultima noite em casa, ia fazer faculdade em NY e Peeta ia para Columbos Ohio, é isto este era o fim. Aquilo que tentei adiar ao máximo, mas nada dura para sempre. Nos mantivemos em segredo nossa amizade colorida, mas não vi Peeta com nenhuma menina desde que começamos a ficar, eu era dele, e ele era meu. Ele se dedicara muito para passar na faculdade, eu sentia orgulho dele mas então por que eu me sentia como se tudo tivesse desmoronando ? Era nosso ultimo dia juntos, fomos até o píer sentamos em um banco e eu quebro o silencio:

– Diga que se lembrara de mim, ali parada, com um vestido bonito. Lábios vermelhos e bochechas rosadas, diga que se lembrara de mim, mesmo que seja mentira, mesmo que seja em seus sonhos mais selvagens! Diga, por favor.

Ele pega meu rosto e não percebi que estava chorando até ele limpar docemente as lagrimas do meu rosto, sua boca busca a minha com necessidade absoluta, então ele rompe o beijo e azul se fixa no cinza.

– Eu lembrarei de você Katniss Everdeen. Eu te amo. – ele sussurra pra mim.

Um sorriso brota dos meus lábios quando eu digo: - eu te amo Peeta Mellark.

8 anos se passaram, acabara de me formar em Medicina e voltei para minha cidade natal pois meu sonho era trabalhar lá como médica para ajudar os outros... Não sabia mais de Peeta desde nosso ultimo dia juntos, mas eu o levava comigo todos os dias, no meu coração. Eu sabia que o amava e que isso não ia ir embora, tentei namorar e conhecer outros caras, mas eu os comparava com alguém que um dia fizera parte da minha vida. Meus pais ficaram muito felizes quando disse que ia voltar queriam que eu me mudasse com eles, mas comprei um pequeno apartamento no centro da cidade e aos poucos fui me instalando. Dois messes se passaram desde que voltei, não tive noticias de Peeta e não as procurei, por medo dele estar casado com filhos, e eu presa no passado, querendo que ainda pertencêssemos um ao outro. Eu deveria seguir em frente, mas não conseguia. Então um dia, quando fui visitar a cidade vizinha em busca de suprimentos para o hospital não pude evitar passar no píer, o nosso píer nada mudara aqui, o mar ainda se agitando e as pessoas alheias as próprias felicidade não pareciam notar quando eu fui até a bancada, sentindo a brisa fresca tocar meu rosto. Fecho os olhos assim que sinto as lagrimas ameaçarem deixar meus olhos cinzentos. Então escuto a sua voz em minha cabeça.

– Eu me lembro de você.

Sorrio sozinha, ótimo estou tento alucinações agora, sentia tanta falta dele assim? Então sinto o toque gentil em minhas costas, abro os olhos e me viro para trás, vejo Peeta Mellark me olhando com um sorriso doce brincando em seus lábios, então ele diz:

– Eu me lembro de você, quando estou acordado e até quando estou dormindo nos meus sonhos selvagens, eu nunca, por um dia te esqueci. Eu tentei, Katniss. Mas não consegui. E então me disseram que você tinha voltado a cidade, não acredito que não me procurou... você não se lembra mais de nos ?

– Oh Peeta. – eu o abraço sinto suas mãos pousarem em minhas costas delicadamente. – é claro que me lembro, como eu poderia esquecer ?!

– Então por que não me procurou ? Esta casada é isso ? Tem namorado ou sei lá? – pergunta Peeta com a voz triste.

Eu me separo do abraço e olho em seus olhos e digo: - Bom, eu estava com medo de te encontrar casado e feliz que você tivesse me superado e não estava pronta para ver isto. Eu também tentei te esquecer Peeta, mas nenhum deles era você.

Ele sorri e mais uma vez o azul encontra meus olhos quando ele diz: - E nenhuma delas era você.

Seus lábios pressionam os meus e sinto meu coração se agitar como a tantos anos não fazia. Um ano depois nos casamos no nosso píer, nossos votos foram simples mas cheio de veracidade, dois anos mais tarde tivemos nossa pequena menina, Peeta e eu estávamos muito felizes, um ano mais tarde descobri que estava esperando um menino que viera para completar a família.Nesse momento eu sei que era para sempre, nos éramos para sempre por que Peeta é meu e eu sou dele.