Coletânea De Contos escrita por lizzy earnshaw


Capítulo 3
Sinta-me - Elia/Lyanna


Notas iniciais do capítulo

AVISO: SEXO HÉTERO, LÉSBICO E PALAVRÕES.

Okay, eu vou ser cara de pau e pedir desculpas de novo. Não tem justificativas, além do meu péssimo dom para administrar meu tempo. Sério, gente, eu sou uma merda com isso.
Enfim, desculpem-me.
Esse capítulo já havia sido escrito há muito tempo atrás, porque, como alguns podem notar, minha paixão pela Elia é grande demais, contudo, eu tive grandes receios de postar. Porém... Tomei coragem, e aqui está.
Estou escrevendo os dois próximos: Oberyn Martell; Arya/Gendry. Não sei qual eu irei terminar primeiro, se vocês tiverem preferencia por algum dos dois, digam, que eu apressarei mais.
Espero muito que gostem, que eu agrade pelo menos alguém. E juro que posto um dos dois que citem acima no feriado de sexta-feira, de preferencia.
Deixem suas sugestões, que estou anotando todas e trabalhando nelas (como podem notar, os dois próximos são sugestões).
Ah, e sobre o último capítulo:
Fico feliz que tanta gente tenha aprovado, é realmente importante para mim. E atualizando a versão real da história: eu encontrei a garota na rua outro dia.
Não consegui o número dela. Infelizmente, nem todos temos nossos finais felizes.
Agora parando de falar sobre mim, boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/589220/chapter/3

Elia, que queria ser ferida, tocada, amada.

Lyanna, que ansiava para fazê-la sentir-se viva.

Os sentimentos nem sempre surgem em situações convencionais.

 

Ela sempre esteve cansada de ser a garota-pena. Toda sua vida as pessoas lhe olhavam como se fosse feita de vidro, prestes a quebrar no mais singelo dos toques. Contudo, Elia era forte, embora poucos realmente notassem isso.

As malditas visitas no hospital faziam com que todos a tratassem de forma diferente. No fundo, ela achava que era isso que a deixava tão doente.

[...]

Durante muito tempo, quando era criança, ela pensou que não fosse uma Martell de verdade. Não parecia se encaixar ali. Oberyn era forte, com personalidade, do tipo que fugia de casa em uma noite para ir em uma boate com os amigos, e na manhã seguinte levava a filha assistir desenho animado no cinema.

Já Doran era como águas calmas, como a relva, ele sabia a hora certa de atacar. Muitos diriam que ele era fraco, mas ninguém tinha pena dele.

Entretanto, quase ninguém notava Elia. Ela só era a irmã do meio, o sol apagado em meio a tantos brilhos fortes e intensos.

[...]

— Estou cansada. – Suspirou, deitada na cama do hospital, mais uma das várias noites em que seus pais tiveram que largar tudo para cuidar dela.

— Eu sei, meu amor, mas logo vamos para casa. – Sua mãe acariciava seus cabelos escuros com delicadeza.

— Não é isso. Eu estou cansada de ser um problema para vocês, de ser tratada diferente pelas pessoas por pena.

Ariella Martell franziu a testa, olhando para a filha com intensidade.

— Você não é e nunca vai ser um fardo para mim, Elia. Além disso, durante sua vida toda vão te olhar de uma forma que não é certa, contudo apenas você pode faze-los mudar de ideia, só você pode conseguir com que te olhem de uma forma diferente.

Elia jamais iria se esquecer dessas palavras.

[...]

— Não vou quebrar se você não foi tão delicado assim, Rhaegar. – Ela sorriu, envolvendo as mãos ao redor do pescoço dele e brincando com o cabelo prateado. A cama era grande, confortável, seu namorado era lindo e terrivelmente sexy. Ainda assim, algo faltava.

— Eu sei. – Ele suspirou, beijando a boca dela de leve e descendo até o pescoço. Elia se conteve para não revirar os olhos. Não, ele não sabia. Se soubesse a estaria tomando nos braços sem tanta doçura e a fodendo com força.

Ela envolveu a cintura dele com as pernas, o puxando para mais perto. Seus beijos subiram de novo para sua boca, enquanto suas mãos tocavam seus seios.

— Rhaegar, por favor... – Pediu, entre os gemidos. Ela o queria dentro de si, queria que ele a possuísse brutalmente.

Ele rapidamente atendeu aos seus pedidos, lhe adentrando devagar. Seus movimentos foram se acelerando conforme os gemidos iam ficando mais altos.

Por mais que o sexo fosse ótimo, ela sabia que ele não iria deixar algumas marcas em seu pescoço ou faze-la gritar ao ponto de até os vizinhos saberem o que estava acontecendo entre aquelas paredes. Ele jamais iria forte demais, com medo de machuca-la.

Enquanto ele gozava, Elia rezava para que um dia ele notasse que ela era uma mulher de verdade e não um vaso de porcelana.

[...]

A aliança combinava bem com seu tom de pele. Brilhante e pequena. Ela gostava de coloca-la contra a luz e admirar o arco-íris que o diamante conseguia fazer. Ela gostava de ficar repetindo “Elia Targaryen” apenas para saber como soava.

[...]

Rhaenys veio gritando ao mundo. Mostrando a todos o quão forte ela.

Sua filha bebê era mais saudável do que a própria Elia jamais foi. E isso a fez sorrir, porque ninguém jamais iria sentir pena da sua garotinha.

[...]

A gravidez de Aegon foi mais complicada.

Vivia com tontura, desmaios e ondas de calor. Contudo, ao pega-lo pela primeira vez no colo, após dez horas de agonia em trabalho de parto, ela soube que passaria por tudo mil vezes se necessário.

Ela repassaria cada momento agoniante, cada minuto em que teve medo de não sobreviver, apenas para sentir seus filhos junto de si.

[...]

Quando descobriu que seu marido estava com outra mulher, Elia quis gritar. Gritar até seus pulmões e garganta sangrarem. Porque ela havia sacrificado muita coisa, segurado a mão dele a todo momento, cuidado do seu coração sentimental e melancólico, apenas para ser trocada por outra.

Lyanna Stark era mais nova, mais bonita, mais saudável.

Ela era tudo que Elia não era.

[...]

Ela não sabia o que lhe havia feito ir até o apartamento do outro lado da cidade, bater na porta e aguardar.

Elia sabia que deveria sair correndo antes que abrissem. Antes que ela se arrependesse. Contudo, ela não conseguia se mexer.

A maçaneta girou e uma bela moça apareceu.

— Posso ajuda-la? – Elia pigarreou, tentando encontrar a voz.

— Hm... Você é a srta. Stark?

— Sim. E me chame apenas de Lyanna. Por quê? – A garota parecia confusa. Será que ela tinha ideia de quem Elia era?

— Meu nome é Elia Targaryen.

— Targaryen? – Ela quase engasgou, surpresa.

— Sim, eu acho que precisamos conversar.

[...]

— Eu não tinha ideia que ele era casado, me desculpe. – Ela abaixou a cabeça, deixando que alguns cachos lhe caíssem pelo rosto. Elia rezou para que ela não fosse começar a chorar ali.

— Está tudo bem, a culpa não é sua. Ele enganou nós duas.

Lyanna ergueu o rosto, algo em seu olhar queimava.

— Rhaegar é um babaca! Quero dizer, olha para você – ela fez um gesto com a mão – sendo tão gentil comigo. Como alguém poderia te trair? Como alguém poderia enganar duas mulheres dessa forma?

Elia sorriu. Ela podia ver raiva no olhar da garota Stark, podia ver compressão, mas não havia uma gota de pena ali.

[...]

Elas não sabiam bem ao certo o que estavam fazendo. Aquilo era uma amizade ou o que? Nenhuma das duas sabia dizer, mas de repente idas a cafés e conversas ao telefone se tornaram constantes.

Lyanna era uma boa ouvinte, e toda sua impulsividade fazia Elia se sentir viva. Ela quase podia entender o que tanto havia atraído Rhaegar.

[...]

Rhaegar não esperava pelo pedido de divórcio. Na verdade, ele nem esperava que Elia fosse descobrir sobre Lyanna. Elas eram tão opostas, como universos diferentes, que ele pensou que jamais se chocariam.

Mas se chocaram. Se encontraram. E a explosão foi tão grande que o jogou para longe.

[...]

Lyanna não entendia o que estava acontecendo. A três meses atrás, quando Elia bateu em sua porta, ela estava pronta para odiá-la, pronta para odiar qualquer um pelo simples motivo que era injusto demais tudo Rhaegar havia feito.

Mas, de repente, sem que ela soubesse direito o que a estava movendo, o caminho até a casa de Elia havia se tornado bem conhecido. O número de celular decorado. E o nome dela soava bem em seus lábios. Tão bem que nem o melhor poeta poderia capturar a essência daquilo tudo.

[...]

Ela bateu na porta com força, com mais raiva do que pensava sentir. Quem Lyanna Stark pensava que era? Ela não podia surgir do nada, se tornar tão próxima e necessária, e depois ignorar suas ligações e mensagens.

Elia estava fervendo. Fervendo tanto que saiu de sua casa quase correndo e foi parar no tão conhecido corredor, quase incendiando tudo com a loucura dentro de si.

Ela não se importava se amanhã teria que ficar mais tempo na cama, se estaria cansada e precisaria sacrificar algumas horas de brincadeiras com os filhos. Ela havia atravessado metade da cidade a pé na esperança de que em algum momento da caminhada, as coisas começassem a fazer sentido.

— Elia? O que você faz aqui? – Lyanna abriu a porta, surpresa.

— Por que você não me atende mais? – Perguntou, já sem folego. – Já faz mais de semanas, Lyanna. Você sumiu, parou de ir em casa, de passar a tarde no café do centro e de falar comigo. Eu mereço saber o porquê, eu preciso...

— Tudo bem, entra, se senta. Você parece que vai desmaiar.

Elia não discutiu, apenas entrou e se sentou em uma poltrona antiga, enquanto Lyanna lhe entregava um copo d’água.

— Eu não podia falar com você.

— Porque não?

— Porque é difícil, está bem?! É difícil para caralho, Elia! – Ela não percebeu que estava gritando, ela não queria perceber. Sua única vontade era colocar tudo para fora, antes que explodisse.

Elia queria que ela gritasse, queria que ela jogasse tudo ao chão, sem medo de feri-la

— É difícil lidar com o fato que eu estou apaixonada –  fechou os olhos, prevendo o pior.

Não esperava por aquilo. Era isso então? Ela estava apaixonada por Rhaegar? Por isso era tão complicado? Droga, ela quase podia sentir seu coração ser esmagado no peito, sufocado por esperanças idiotas.

— Por você. Eu estou apaixonada por você e eu não quero te encarar todo dia e saber que eu sou a única a se sentir assim.

Ela precisou de alguns momentos para absorver aquilo. E quando o fez, um sorriso se abriu. O copo de água foi ao chão e a Martell não pode evitar pular nos braços da garota e a beija-la com força.

[...]

Ela havia feito questão de deixar a cortina da sala aberta, para que os fotógrafos pudessem tirar várias fotos dela beijando Lyanna Stark, tirando sua roupa, subindo com ela para o andar de cima.

Elas se deitaram na cama, jogando as poucas peças de roupa que ainda estavam em seus corpos, rindo como crianças fazendo travessuras no Hallowen. Lyanna a empurrou contra os travesseiros, sorrindo de forma selvagem. Elia ansiara por isso a sua vida toda. Os beijos desciam até seus seios, os chupando com força, da forma que ela sempre desejou.

Naquela noite, ela gritou enquanto Lyanna a chupava, enquanto lábia todo o seu corpo e a mordia, sem se importar que fosse acordar dolorida. Ela queria a dor. Queria sentir-se viva e Lyanna estava ali, lhe proporcionando isso, lhe amando. Ela era como um sopro de vida, após um mergulho profundo.

Amanhã, quando as fotos saíssem nos jornais, ninguém mais sentiria pena dela. Talvez a odiassem, talvez rissem dela. Ela era uma Martell, afinal, em algum momento faria um escândalo. Mas ela fez o mundo olha-la com outros olhos, como sua mãe havia lhe ensinado.

A vida toda Elia foi eclipsada. Era a garota-Martell-doente, depois foi a esposa-traída do menino de ouro, Rhaegar Targaryen. Mas não com Lyanna. Com Lyanna ela poderia ser quem quisesse e ninguém jamais apagaria o brilho do seu sol.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Alguém gostou? kk
Não me odeiem, mas o Rhaegar bem que mereceu as duas se pegando e ele de canto.
Juro que vou parar de escrever tanto sobre a Elia, jurooo.
(Mas só pra pesquisa, só eu que shippo ela com o Jaime? Okay, parei).