Beijos escondidos por todos os cantos, somos adolescentes.

Somos estúpidos.

Eu sou idiota.

– Bom dia- abro a porta e me deparo com Rogers, não me livro dele nem em casa, graças a deus estou na minha casa- o que foi?

– Sério, Steve? Sério?

– Eu trouxe flores- ele mostra um boque de rosas.

– A, obrigada, era só isso?

– Bom por enquanto só.

– Não tente fazer o misterioso, isso não combina com você.

– Eu sei- ele passa a mão nos cabelos- como estão as crianças?
– Dormindo.

– Nossa.

– São adolescente e ontem James e eu ficamos até tarde vendo Doctor Who.

– Programas de família?
– Programa de mãe e filho- o corrijo.

– Ok, senti que não fui bem vindo.

– Você é muito dramático- empurro ele- de o fora da minha casa.

– Essa casa já foi minha.

– Sim, já foi não é mais- me sinto uma adolescente.

Rogers vai pra casa ou não, sei lá realmente não me importa, o que estamos fazendo não é errado porque já fomos casados e estamos solteiros, mas tenho que admitir que é bem estranho.

– Mãe? - James chega na cozinha - De quem são essas flores?

– Minhas.

– A, preciso saber a origem delas?

– não - o entrego uma tigela com cereal - o que foi?

– Preciso que você ajude a Torunn.

– De novo - reviro os olhos - o que foi?

– Bom, você sabe que temos o Salie Hawkins?

– Sim

– e eu vou levar ela é claro.

– Tudo bem - Bato meus dedos na bancada.

– E queria saber se você ajuda ela a achar um vestido.

– Sif nao está na terra?

– No momento não.

– Ela deveria fazer isso.

– Bom eu sei, mas Torunn nao quer.

– Eu posso falar com Sif.

– Tem certeza?

– ou pedir a May.

– Ok, seria de grande ajuda.

– Tirei mais um peso dos seus ombros garoto.

– Como sempre mãe.

– Verdade, e então já escolheu seu smoking?

– Eu vou pedir ajuda ao Rogers- isso me surpreende.

– Sério?- me curvo na bancada.

– Não é pra isso que ele serve?- James diz sério.

– Se é você que está dizendo, mas compre ou alugue algo discreto.

– Claro mãe, nada de roxo.

– É, bom eu vou ligar para a torre, sua namorada deve estar lá.

– Ok- ele beija minha testa- obrigada.

– Sempre as ordens.

Entro no meu quarto e vejo Carter esparramada na minha cama, Liho não dormiu com ela dessa vez, me lembro de quando os dois eram pequenos e James a trazia para o meu quarto nas noites de tempestade, era a coisa mais engraçada que eu já havia visto.

– Catherine- ela se remexe na cama- Catherine.

– Bom dia mãe- ela coloca um travesseiro na cabeça- que dia é hoje?

– Quinta, o seu irmão tem um baile daqui a dois dias- ela solta um muxoxo- vamos, levante.

– Ta bom.

Meu celular chama deve ser mais uma das mensagens de Rogers, tenho saudade de quando ele mal sabia usar o celular.

“ Podemos levar a Carter a um festival que há no Brooklyn, tem um cantor que talvez ela goste”

“ Vou pensar, ela tem que separar roupas para doação”

“Não vai levar o dia inteiro, vai?”

“Espero que não, te mantenho informado, abraços.”

“Abraços, preferia beijos”

“ Va a merda Rogers”

“Desculpe, tchau”

– Carter eu não vou falar de novo, não sei de quem você puxou essa preguiça.

– Deve ser de algum parente- ai não. Carter as vezes tem aqueles dias que se sente sozinha por não ter avós, e fica me perguntando coisas que já resultaram em catástrofes dentro dessa casa.

– James quer ir a um festival de musica?

– o coachella?

–Não garoto, tira isso da sua cabeça.

– Um no Brooklyn.

– Pode ser, vou ver se a Torunn quer ir.

– Então ótimo- volto ao meu quarto e Carter não está mais ali- finalmente- Filha?

– Oi mãe- ela está dobrando dois casacos para a doação.

– Se arrume assim que terminar isso nós vamos em um festival.

– Nós?

– Eu, você, seu irmão, a Torunn e o seu pai.

– Steve? Programa em família?

– Vocês tem que conviver com o seu pai.

– Aham, sei.

– Ora- não vou discutir com uma criança, não sou a Barbara que da satisfação de tudo que ela faz pro Francis, acho isso patético, mas ela é minha amiga.

4 horas depois:

– Olá Capitão.

– Torunn.

– Bom- James segura a mão dela- vamos dar uma volta e qualquer coisa eu te ligo mãe.

– Precisa de dinheiro?-pergunto.

– Não eu tenho ainda, obrigada.

– Ok, se cuida.

– Tudo bem.

Os dois se afastam rápido em direção a uma cabine de fotos.

– Então somos só nos três ?

– Sim- coloco o braço em volta do pescoço da Carter.

– Não vou segurar vela para os dois.

– Catherine- Rogers reprende- somos amigos- ele não sabe mentir.

– É isso é o problema.

Nos sentamos no gramado do parque e assistimos alguns shows, James me ligou algumas vezes pra dizer que estava bem.

– Nossa altos djs e o Cody Simpson, eu gosto das musicas dele, mas a Georgina é viciada nele fica dizendo varias coisas.

– Não quero saber de hormônios de adolescentes malucas- Carter ri.

– Rogers dormiu?

– Não- ele responde- só estou aproveitando a musica e você pegou o habito de me chamar de Rogers como sua mãe e seu irmão.

– Desculpe pai.

– Só estou brincando.

– Nossa, isso foi estranho- ela diz.

– Vou buscar mais refrigerante.

– Não precisa mãe eu te dou o meu- James e Torunn aparecem, ela usa uma coroa de flores.

– Trouxe uma pra você Carter- ela entrega a minha filha.

– Obrigada é linda- ela coloca na cabeça- vamos lá pra frente.

– Vamos.

Em menos de meia hora o lugar estava cheio de adolescentes pobres que não podiam ir a festivais da Califórnia, James que disse isso não eu, Carter estava louca com as musicas que o Dj tocava.

– O que foi Carter?- ela me abraça.

– James não precisa mais de mim.

– Não diz isso querida- Steve diz.

– Ele tem uma namorada agora, ele pode dançar com ela- arrumo a coroa de flores na cabeça dela – você pode dançar com a gente!

– O que? Eu não sou mais criança.

– Não vai ser tão ruim-Steve diz.

Colocamos Carter no meio como fazíamos quando James era mais novo e laçamos nossas mãos e quando isso acontece sinto uma pequena descarga de sentimentos.

“I want you to know, that it's our time”

Carter parecia gostar da musica que o Dj tocava, ela nos puxava pra mais perto ficando esmagada entre a gente. Logo caiu a chuva e dai, foda-se.

Como dizia na musica, eu e o Rogers brilhávamos a mesma luz.