Avatar; Eras escrita por N3On


Capítulo 1
Cap. 1. Origens Poderosas


Notas iniciais do capítulo

Alguns preferem acreditar que o surgimento de mundos é simples. Pobres tolos. Se ao menos houvesse apenas só um deles, até a mais limitada inteligência humana poderia compreender sem muitos esforços.



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Em um tempo passado longínquo, é certo que nada havia. Exceto vida em sua estrutura mais bruta e pura de ser. Sem formas e somente por existir, ela se amontoava ou desagrupava-se em milhões de partes infinitamente pequenas. Nem o mais sábio sabe como esta surgiu então, talvez algo que nunca poderá ser entendido.

Com o bailar dessincronizado do vai-e-vem da vida, grandes tipos de energias começaram a concentrar-se. Das junções maiores, surgiram seres magníficos de enorme porte aos olhos desprovidos de ciência. Da mesma forma que em amontoados pequenos originaram outros, de proporções referentes às tais concentrações vitalícias criadoras. Estes seres recém-criados, que mais tarde se autodenominariam espíritos, começaram a possuir aparências complexas e ligeiramente ligadas às razões futuras de suas existências. Surgiram centenas de milhares. Fui criado de uma das menores conjunções ocorridas.

Os grandes espíritos foram os primeiros a dotarem-se de consciência, pareciam acordar de um coma profundo. Estes, aos poucos proferiram vozes facilmente ouvidas por seus congênitos mais próximos, e também dotados de ciência existencial, mas nada faziam entre si, pois não era possível ver. Conforme despertavam, os pequeninos conheciam o milagre de estar vivo. Tudo ocorria muito rapidamente de modo caótico. Inesperadamente, algo possibilitou visão clara. Este algo, provinha de um espírito, agora, com aparência encantadora a todos que a viam. Esta era Raava emitindo sua luz interior reveladora.

Poucos instantes depois, a tranqüilidade causada pelas entidades contemplando umas as outras, foi perturbada por uma desordem distante que começara a tomar proporções muito sensíveis a todos do universo infindo. Tal balbúrdia fora incitada por um ser rubro-negro, de aparência similar a Raava emitindo uma densidade escura. Este intitulava a si mesmo por Vaatu, pude ouvir em certo momento num dos berros que ele soltava. Algo em meu interior borbulhou intensamente, era ira, rancor e tristeza.

O ser encantador foi o único a não ser atingido. Ela não se contentou em observar. Transferiu-se numa velocidade inexplicável àquele local das profundezas do espaço. Ao chegar, os dois todo-poderosos trombaram-se, o que ocasionou em uma explosão do centro de ambos aos demais cantos da dimensão. Uma enorme quantidade de energia foi dissipada. Os grandes espíritos responsáveis por tal acontecimento ficaram enfraquecidos. A luz decresceu sobre as trevas e a densa escuridão deixou ser engolida pela leveza da paz. Este evento ficaria conhecido como “grande estouro”, outro magnífico pensamento dos humanos...

Da extremidade baixa de Raava e Vaatu saíram um filamento unindo-os. Um elo foi formado de modo que a totalidade dos seres viventes soubesse de sua aparição. Os outros espíritos sabiam o que imaginar. Alguns, como eu, que puderam sentir também coisas secundárias e apesar de quase oniscientes, espantaram-se com o surgimento de outra dimensão. Esta, distinta e com estrutura mais confortável aos nossos sentidos, fez-se que desejássemos muito habitá-la. O que era impossível, mas isto não impediu a tentativa de travessia de tantos. Tínhamos de transpor uma barreira que nos separava daquele paraíso de planetas redondos e convidativos. Literalmente não sabíamos sobre. O universo era deserto e sem nenhum tipo de vida e mesmo assim tão tentador. Casa perfeita para monstros de lama que um dia eu criaria, o que na época nem cogitava imaginar, apesar de sentir que isso viria. Seria um espírito das formas artesãs, não vidente, oras!

(...) Os espíritos iam construindo laços entre si até os criadores do mundo sem vida despertarem de seu cochilo de uma era. Logo estes perceberam o progresso de seus irmãos. Odiavam-se e sabiam o porquê. Eram opostos e suas existências deveriam ser unidas para sempre. De modo que um não conseguiria parar de tentar ponderar o outro. Nenhuma força dos dois mundos poderia parar isso. Nunca. Ambos detinham ciência disto, e puseram-se rapidamente a lutar para não deixar seu rival tomar posse de seus irmãos e de tudo que existia.

A barreira que separava as dimensões se atenuava quando estes estavam em seus ápices astrais. Então, no primeiro mais duro golpe de Vaatu após o grande estouro o véu que se dividia em dois, infinitamente para os horizontes, convergiu-se e tornou-se um arco. Esta linha conectada ponderou a batalha, igualando ambos em poder, restaurando a energia decrescida de Raava. A entidade do caos criara sem saber a convergência harmônica espiritual, que se repetiria até o fim dos mundos. E desta, o mesmo espírito conseguiu passar, numa tentativa de fuga dos braços poderosos da paz. Vaatu levou consigo Raava, causando uma fissura em tal barreira convergida. O espírito da luz sentiu-se estranha com a passagem, ela não pertencia a um lugar sem vida e num momento de fraqueza esta perdeu a batalha. Vaatu em acesso de fúria pela sua vitória, destruiu um planeta inteiro com um só raio. Nós, os outros seres revoltamo-nos. Mesmo sabendo que não tínhamos chances, tentamos transpor pela fissura. Não conseguíamos passar. O todo-poderoso reconstruiu o planeta em ímpeto. Sentiu-se estranho ao perceber o emergir de Raava do seu próprio corpo. A luz agiu nas trevas.


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Notas finais do capítulo

... Que foi humano? Achas que não foi formado por mim? Que ousadia! Mas é de todo certo que a ideia de vos construir não foi minha.



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