Natsu no Hana escrita por Deusa Tsukihime


Capítulo 5
Ato V: Uma brisa de verão


Notas iniciais do capítulo

Olá olá! Me desculpem por ter ficado quase duas semanas sem atualizar a fic. Acabou que tive imprevistos e o feriado de Carnaval me afastou da internet, consequentemente não pude atualizar, mesmo tendo o capítulo pronto. Era para ser o último capítulo, mas percebi que ficou grande demais e eu precisei dividir em duas partes, então vocês irão se deleitar com um capítulo à mais ;3

Desejo uma ótima leitura!~



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Era no mínimo constrangedor Akashi sendo puxado por Melody que deslizava tranquilamente em um patins, forçando o ruivo a apertar o passo ou cair no chão. Ele repreendida a menina e ela apenas dava boas risadas da situação, uma pena não ter conseguido um patins para Akashi, as coisas iam ser mais divertidas.

– Para onde você quer ir? – Pergunta Melody.

– Minha casa, por isso me solte. – Ele diz aproveitando a oportunidade e puxando o braço para si, desprendendo-se da menina que para de patinar e o encara séria.

– Vamos sair Akashi, deixa de ser carrancudo!

– E você de ser intrometida. – Ele responde. – Francamente, não tenho tempo para esse tipo de brincadeiras, Melody!

– Escuta aqui, você... – Quando a menina ia continuar a discussão, sente uma forte tonteira e desfalece, aquilo tudo foi tão rápido que só deu tempo de Akashi segura-la pelo braço, evitando que ela caísse no chão.

– Ei, Melody? O que houve? – Ele pega o corpo da garota com mais cuidado agora e sacode levemente, mas ela não reagia.

Em outro local, longe dali, Kise e Tsukihime finalmente começaram os serviços na confeitaria da família da morena e foi um grande sucesso ter o loiro por lá, a clientela aumentou de repente, causando fila de espera por mesas. Quando viu Tsukihime vestida de maid, Kise teve certeza que precisava dela ao seu lado, não só apenas como membro do clube de basquete, ele a desejava com todas suas forças e aquilo estava deixando-o louco.

– Muito obrigada por sua ajuda, Kise. – Agradece Tsukihime ao rapaz que ajudava a terminar de colocar os sacos de lixo na lixeira aos fundos do estabelecimento.

– Foi um prazer ajuda! – Ele sorri. – E eu pude ver você de maid, ganhei meu dia!

Ela fica com o rosto rubro imediatamente o que faz o jovem rir ainda mais, ela começa a resmungar como Kise fazia hora com a cara dela e que novamente, ela nunca sabia quando ele estava sendo sério. Aquilo fez o loiro tomar uma ação totalmente inesperada pela menina que se viu presa à parede por Kise, que segurava os braços dela.

– E agora? Estou sendo mais honesto, Tsucchi? – Ela podia sentir o hálito de Kise de tão próximo que ele estava dela, ela tentou se soltar mais foi em vão, o loiro tomou os lábios de Tsukihime em um beijo suave.

A moça ficou totalmente sem reação quando os lábios do loiro soltaram os dela, já ele continuou a fita-la seriamente e por fim, soltou os braços dela. Tsukihime levou uma das mãos sobre os lábios e tinha a mão trêmula.

– O que você pensa que está fazendo, seu inconsequente! – Ela grita com Kise que continua a encará-la sério. – Não brinque comigo!

– Eu não estou brincando. – Ele também aumenta a voz um pouco. – Eu não podia mais me segurar, apenas isso...Eu gosto de você, Tsukihime...

Melody acordou assustada, tinha sonhado que precisaria voltar para Berlim, mas havia sido apenas um pesadelo. O certo a se fazer era tentar descobrir onde estava, pois assim que acordou se encontrava em uma confortável e luxuosa cama.

– Onde estou? Eu estava com o Akashi e...

– Você desmaiou e eu a trouxe para minha casa. – A voz de Akashi preenche o local e ele se aproxima da cama onde Melody estava, acompanhado de uma mulher que aparentava ser uma empregada que servia ao ruivo.

– Mas...o que...como? – Melody fica um pouco agitada e tenta sair da cama, mas o ruivo a impede.

– O médico disse que você teve uma insolação e é melhor repousar. Aparentemente você não tem se hidratado adequadamente.

Sem ter como argumentar contra a verdade, Melody relaxou o corpo e permaneceu na cama. Realmente, ela estava muito ocupado com as entregas da confeitaria, com os estudos, com o clube de Rakuzan e com Tsukihime...a cabeça dela estava à mil por hora e o verão no Japão estava quente demais, ela não estava se cuidando direito.

– Só assim para você me trazer na sua casa, né? – Ela ri e Akashi suspira desanimado.

– Você não perde tempo e já faz piada... – Ele nega com a cabeça. – Mandei que servissem o lanche aqui, eu não posso te acompanhar, pois tenho alguns compromissos, mas quando se sentir bem, irei mandar o motorista leva-la para casa.

– C-Certo...obrigada pela preocupação, Akashi... – Ela cora levemente as bochechas.

– O que precisar peça à Kaoru. – O ruivo aponta à criada que sorri simpática para Melody. – A gente se vê na escola amanhã, Melody.

– S-Sim...

Era incrível como às vezes ele conseguia deixar ela sem reação, ela espera que o ruivo saia do quarto para poder explorar melhor o local com os olhos. Aquele parecia ser o quarto dele e tinha uma grande lareira, em cima da lareira tinha algumas fotos e a curiosidade da menina foi a mil, mas precisava dispensar Kaoru. Pediu então para que ela trouxesse algo para beber e Kaoru finalmente saiu do quarto.

– Hora de explorar! – Melody dá um pulo da cama e vai direto às fotos sobre a lareira, rindo das quais Akashi se encontrava apenas de fraldas. Mas uma foto em particular chamou a atenção da menina.

– Mamãe!?

O silêncio pairava entre Kise e Tsukihime, esta última sem saber como reagir com aquela declaração repentina do loiro, ela podia jurar que ele estava escutado as batidas do coração dela, aceleradas. Kise novamente se aproximou dela e a abraçou.

– Não precisa me responder agora, Tsucchi, mas estou sendo sincero. – Ele aperta o abraço. – Você é a primeira menina que não se importa com o fato de eu ser modelo e também, eu só de causei problemas na escola...

– É por isso que você se declarou Kise? – Pergunta Tsukihime que o abraça de volta. – Culpa? Eu posso me proteger sozinha...

– Não, não é isso! Você me cativou, me conquistou... eu realmente gosto de você.

– R-Ryouta... – Ela sussurra. – A-Arigatou...

Os dois finalmente se entregam a um beijo consentido, mesmo que Tsukihime tentasse reprimir seus sentimentos, a iniciativa de Kise quebrou qualquer barreira que a impedia de gostar daquele rapaz, mesmo sabendo que enfrentaria adversidades pelo fato do loiro ser um modelo famoso e bem popular também nas quadras.

– Eu vou cuidar de você...prometo! – Ele diz antes de interromperem o beijo em busca de fôlego.

– Eu também vou cuidar de você, Ryouta..Não sou tão fraca quanto aparento. – Ela ri timidamente.

– Mas agora não está sozinha. – Ele diz apoiando sua testa à dela e com as duas mãos, massageia delicadamente o rosto de Tsukihime.

Melody estava atônita ao ver uma foto de sua mãe no quarto de Akashi, mesmo ela não estando sozinha na foto. Aquela ao lado da mãe da alemã deveria ser Yoko, mãe de Akashi. Uma série de imagens passa pela cabeça da garota que leva uma das mãos à boca, demostrando sua surpresa, agora as coisas lhe faziam mais sentido.

– Aquele do qual minha mãe falava...era o Akashi?

– Melody? – A voz do ruivo chama por ela que o fita por cima dos ombros. – O que está fazendo de pé e...

Não houve tempo para Akashi reagir e Melody voou até ele, derrubando-o no chão e ficando por sobre ele.

– Você sabia disso, Akashi? Explica-me, por favor... – Ela agarra a gola da camisa do ruivo que não entedia nada, apenas fazia força para se levantar e tirar ela de cima de si.

– Do que está falando, menina? – Ele parecia confuso.

– Yoko...Akashi Yoko! Ela foi a melhor amiga da minha mãe, Eva!

– E-Eva? Sua mãe se chama Eva!? – Akashi fica ainda mais surpreso.

– Você era a pessoa que minha mãe dizia...justo você... – Ela estava trêmula e extremamente envergonhada.

– Entendo... – Akashi suspira um pouco incomodado. – Era você...

– Minha mãe queria que eu me tornasse uma dama perfeita para o meu prometido, e vejam só...é o filho da Yoko!

– Quando minha mãe morreu, meu pai me disse que eu iria me casar com uma dama da sociedade alemã e eu não acredito que o destino nos apresentou Melody.

– Bom, eu... – Ela pela primeira vez não tinha palavras para responder ou forças para se levantar do chão, encarar o ruivo era impossível no momento.

– Melhor eu leva-la para casa, Melody. – Ele ameaçou se levantar, mas ela o deteve com uma ação inimaginável, a menina o beijou nos lábios. – M-Melody!

– Eu nunca quis me casar com o “tal prometido”, mas se ele é você...Eu quero estar ao seu lado, Seijurou...

O ruivo ficou sem reação e só percebeu que o rosto queimava, não estava acostumado com aquele tipo de contato físico, principalmente tão repentino e cheio de uma carga emocional que ele não sentia à tempos o coração bater...desde a morte de Yoko, Akashi se tornou um rapaz frio e desprovido de emoções, mas de alguma forma a presença de Melody quebrava aquela redoma que protegia o coração do ruivo.

Talvez fosse obra do destino ou mesmo de Yoko, onde quer que ela esteja, pois para alguém como ele, ter Melody ao lado era essencial. Poderia ser um resgate do antigo Akashi, o começo de uma mudança significativa e melhor para o ruivo que desde a chegada da garota sentiu-se tocado por dentro. Ele levou a mão até a cabeça de Melody e a puxou para perto da dele, tocando as testas.

– Minha mãe desejava que eu fosse feliz ao lado da filha de sua amiga, eu nunca dei importância para isso, até a morte dela. Mas algumas coisas foram acontecendo e os rumos da minha vida foram se alterado, quando percebi o desvio do que eu deveria ter trilhado já estava distante...

– Não está tudo perdido Akashi, finalmente a gente se encontrou! – Melody passa os braços envolta do pescoço do ruivo, em um abraço. – Vamos mudar o caminho que trilhamos...

– Eu estou confuso... – Ele suspira e se afasta da moça, levantando-se. – Se estiver sentindo-se melhor, meu motorista irá leva-la para casa.

– Akashi...

Não se falaram depois da última conversa, o motorista de Akashi deixou Melody na confeitaria e a menina subiu direto para o quarto, queria ficar sozinha e pensar em tudo que tinha acontecido hoje. Ela resolveu pegar o celular e ligar para sua mãe, precisava saber toda aquela história direito, assim no dia seguinte poderia conversar melhor com Akashi.

Já o ruivo não conseguia dormir e rolava de um lado para o outro da cama, pela primeira vez em anos Akashi não conseguia ter controle de seus pensamentos e emoções e tudo começou desde que Melody chegou a Rakuzan. Suspirava nervoso, pensando em como uma única pessoa poderia ter tanta influência sobre ele, que sempre foi absoluto.

Lembrava-se vagamente de como sua mãe falava na mãe de Melody e que seria adorável quando ele pudesse conhecer a filha de sua querida amiga, mas eram coisas que naquele tempo pareciam tão insignificantes que Akashi não deu muita razão, mas agora, depois de anos, tudo aquilo que Yoko dizia parecia estar acontecendo e sem intervenção de ninguém, era simplesmente o acaso brincando com Akashi e Melody.

O dia seguinte finalmente despontou no céu, era um dia ensolarado e não estava muito quente, uma leve brisa refrescava um pouco as pessoas que retomavam seu cotidiano em mais um dia típico. Os comentários em Kaijou não paravam de se espalhar, Kise Ryouta estava namorando Nakagura Tsukihime! Era quase um escândalo de noticiário do que um acontecimento normal na vida de estudantes, muitas fãs de Kise vieram pedir satisfações para ele, principalmente suas ex namoradas, mas ele sorria e respondia a mesma coisa “não temos controle sobre nosso coração”. Os membros do clube de basquete ficaram felizes com a novidade e alguns lamentavam, como era o caso de Moriyama.

– O dia está bem agitado... – Comentava Tsukihime enquanto organizava seu material para a próxima aula. – E incrível que eu ainda não fui ameaçada de morte e nada do tipo, agora que sou sua namorada...

– Eu não ia permitir, Tsucchi! – Kise estava de pé ao lado de Tsukihime e dá um delicado beijo no topo da cabeça dela. – As coisas foram mais além do que eu pude imaginar, acabei recebendo uma mensagem do Aominecchi comentando sobre o assunto, ele até nos convidou para sairmos com ele e a Momocchi.

– Aomine e Momoi são seus antigos companheiros de Teiko, né? Você comentou comigo ontem... – Ele sorri. – Eles são namorados?

– Ah não não! – Responde Kise agora brincando com uma das mechas dos longos cabelos de Tsukihime. – Momocchi namora com o Kurokocchi e o Aominecchi com a Sophiecchi.

– Bom, se você não tiver plano, eu gostaria de ir e conhecer seus amigos. – Ela sorri sem graça e aquilo foi suficiente para Kise puxa a morena pela mão e abraça-la.

– Então a gente vai sim... – Ele beija o rosto de Tsukihime. – Mas você precisa falar meu nome...

– Ryouta.. – Ela sussurra ao pé do ouvido dele que sorri malicioso.

O clima no clube de basquete de Rakuzan estava um pouco estranho, pelo menos entre o capitão e Melody, deixando Reo incomodado com a situação, até que ele puxa a menina pelo braço até fora do ginásio.

– Fala logo, abelhinha, o que aconteceu ontem? – Perguntou impaciente.

– Reo...sabe aquela pessoa que eu te disse, com quem eu deveria me casar? – Melody abaixa a cabeça, fitando o chão. – É o Akashi..

– Eh!? – Aquilo ele não esperava mesmo. – Como assim garota, me explica melhor!

Melody contou tudo o que aconteceu na casa de Akashi e que assim que ela voltou para casa, resolveu ligar para a mãe que lhe contou tudo. A mãe de Melody e a de Akashi, Yoko, eram muito amigas, as melhores amigas, elas no tempo da escola falavam que se tivessem filhos, ia ser ótimo se eles pudessem namorar e eventualmente se casar.

Quando as duas se separaram, pois Yoko teve que voltar ao Japão, estando prometida em casamento ao herdeiro da família Akashi, elas não se viram mais, mas mantiveram contato por telefonas e e-mails. Cada uma teve um filho e por sorte foram um menino e uma menina, no caso, Seijurou e Melody. Parecia que o desejo das duas amigas iria se concretizar, mas a morte da Yoko foi um choque para a mãe de Melody.

Aparentemente o desejo das duas amigas não mais se concretizaria, mas a mãe de Melody fez questão de que ela tivesse ainda assim, a melhor educação de todas, para vir a se tornar uma mulher fina. Aparentemente a mudança de Melody para o Japão não era prevista, mas poderia ser a chance de que ela viesse a conhecer, por acaso, o seu prometido, por mais impossível que fosse, mas era o que a mãe de Melody imaginava. Parece que com a morte da Yoko, o pai de Seijurou cortou relações com tudo que envolvesse a falecida esposa.

– Se não escutasse da sua própria boca, abelhinha, eu ia dizer que isso deve ser um ótimo mangá...estou em choque!

– Eu ainda não consegui falar com o Akashi... – Ela suspira triste. – Quem diria que eu o conheceria e bem...ele me conquistaria com aquele jeito estranho de ser?

– Acho que ele ficou mexido com sua chegada também...não sei mas, parece que vocês realmente estavam destinados um para o outro. Eu acho que você deve contar seus sentimentos por ele e esperar uma resposta, já que agora as coisas estão mais claras.

– Eu vou criar coragem... – Ela respira fundo. – Me ajude Reo, por favor!

– Fique aqui, eu vou dar um jeito de arrastar o capitão.

O coração de Melody disparou com a afirmação de Reo, talvez ainda não estivesse pronta para dizer tudo que foi crescendo dentro de si por Akashi, mas era o momento se desenrolar aquela situação, afinal, o verão não podia acabar sem que seu coração fosse abraçado por aquele olhar indiferente mas com coloração ardente.


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Notas finais do capítulo

Você que chegou até aqui, obrigada! Amanhã ou segunda-feira irei publicar o capítulo final e desde já peço, não deixe de comentar para que eu possa saber o que está achando do final da fic! A gente se vê na próxima atualização~

Glossário:

Arigatou - Obrigado (a) em japonês.