Recuerdos escrita por Cissey Senna


Capítulo 19
Benjamin


Notas iniciais do capítulo

"Mas pelo menos fala pra mim
Esse silêncio é que me atordoa
Se foi tudo à toa
Volta e me deixa

Me recolho, volto ao meu mundo
O que é só meu, tem que voltar pra mim..."

- Zélia Duncan

Quem é Benjamin? Saiba a seguir...



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Noite Seguinte.
–Mãe boa noite!- diz violet beijando o rosto de Matilda.
–Já vai é?- diz Matilda acariciando os cabelos da menina.
–Vou mamãe, tenho muitos textos pra decorar, mas eu acho que vou descansar um pouco, estou exausta!- boceja a garota.
–Vá querida, descanse que amanhã tem mais!- sorri Matilda.
–Descanse você também mamãe!- diz a menina saindo.
–Eu dormi a tarde inteira querida, estou sem sono, mas vou ler algumas revistas lá no meu quarto, boa noite minha vida!- diz Matilda saindo também atrás da garota.
Duas horas depois, Violet estava entregue a um sono profundo e Matilda estava deitada apreensiva.
–Pelo amor de minha velha mãe, cadê esse incompetente que não chega logo? Bom vou apagar essas luzes antes que a Violet acorde!- diz Matilda enquanto percorre silenciosamente o corredor.
Tudo estava combinado para que o tal rapaz aparecesse duas horas atrás, já eram quase 23 horas e nada nem ninguém havia sequer ligado para avisar alguma coisa.
Matilda mesmo apreensiva, agora estava convencida de que ninguém viria e já planejava o que dizer quando encontrasse em o velho canastrão.
–Se ele pensa que eu vou cair na dele, há, está muito enganado!- diz Matilda despindo-se lentamente.
Enquanto isso a porta abre-se devagar e por ela entra o tão esperado portador das novas para Matilda.
–Senhora Matilda!- diz ele dando o ar de sua presença.
–Que susto!- diz ela virando-se para a porta ligeiramente assustada. Até que enfim, ele disse que você viria faz duas horas! O que aconteceu hein? Se soubesse teria deixado as chaves, um mapa ou um GPS para aquele velho!- esbraveja ela.
–Silêncio!- diz ele segurando-a junto a si tapando-lhe a boca com a mão, num gesto rápido para que ela se calasse imediatamente.
–Deixe-me!- murmura ela entre os braços do rapaz. O que há com você hein?
–A sua filha...Por um triz eu não encontro com ela no corredor. - diz ele referindo-se a Violet que havia saído a buscar água e agora voltava pelo corredor sonolenta.
–Ela te viu?- pergunta Matilda assustada.
–Não! Mas quase...- responde o rapaz soltando-a suavemente.
–Me solta!- diz ela tentando soltar sua camisola que estava presa junto ao rapaz.
–Eu não... diz ele percebendo o que havia acontecido, a camisola havia se prendido ao botão da blusa.
–Cuidado! É novíssima!- suplica Matilda recolhendo-se suavemente até o rapaz novamente.
A respiração de ambos se tornava mais ofegante cada vez que seus ombros se tocavam e cada vez que sentiam suas peles "roçarem" uma na outra.
–Eu tiro a minha blusa, ou você tira a sua...com todo respeito!- sugere ele. Eu tampo os meus olhos...
–Que bela sugestão!- diz ela sarcástica. Tente desembaraçar.
–Mas não dá, um movimento e a blusa se rasga! Minha mão nem passa neste espaço!- diz o rapaz tentando inutilmente desprender o botão. Faça assim, encolha-se junto de mim e a blusa vai afrouxar e vai desprender o botão...
–Esta bem!- diz Mas é só para afrouxar!- impõe ela.
–Sim, sim, apenas para é, afrouxar o botão!- diz ele envergonhado.
Matilda aperta seu ombro contra o ombro do rapaz lentamente totalmente desconcertada e sem reação a cada suspira e mirada que dava. Apesar de toda sua crueldade ainda residia ali dentro uma mulher que tinha medo, que era desconcertada, insegura e que tinha dentro de si o que toda mulher por mais "IRON LADY" que seja tem encubada dentro de si, por mais que não queira.
Era como se por um segundo as máscaras caíssem e revelassem uma Matilda mulher que necessitava carinho, companhia, amor, atenção e afeto.
As luzes eram brandas, apenas o que iluminava o quarto era o abajur ao lado da cama... e quanto mais os corpos se tocavam mais ambos sentiam aquele frio nas mãos, aquela atração súbita, fazendo com que nem percebessem que os fios antes presos já estavam soltos, por si só, mas eles continuavam presos em corpos, mãos e bocas.
–E as novidades...- murmura ela tentando se livrar daquele momento, em meio aos beijos e as carícias que percorriam todo o seu corpo.
–Não fale nada!- diz ele calando-a com um beijo. Não pode esperar um pouco?

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Naquela noite, a paz reinou na casa, Violet pôde "contrabandear" quantas guloseimas quisesse ser ser flagrada.
–Pode mamãe!- dizia ela enquanto atacava um pedaço de pudim. Estava exausta.
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Dia Seguinte.
–Acordou!- diz Matilda sentada em um divã único no fundo do quarto envolta em um roupão de banho.
–Que horas são?- diz o rapaz levantando-se assustado.
–08 da manhã!- responde Matilda cruzando suavemente suas pernas, já totalmente recuperada da " Matilda romântica" que se apoderará dela na noite anterior.
–Ah!- suspira ele aliviado.
–Como você se chama?- ri Matilda enquanto imagina a sua reação se alguém estranho dias antes lhe propusessem que passassem a noite juntos sem que ao menos que se conhecessem ou soubessem o nome.
–Por que está rindo!- estranha ele, sentindo-se incomodo.
–Eu fiquei, aliás passei a noite com um homem e nem faço ideia de qual seja o nome dele e de onde ele saiu!- diz ela enquanto ri de si mesma.
–Benjamin!- diz ele apresentando-se.
–Ben-ja-min!- detalha ela caminhando lentamente pelo quarto enquanto repete lentamente o nome do rapaz. Deve estar com fome? Coma!
– Não precisa! Eu saio daqui e...- diz ele todo educado.
– Pode comer! E não venha com essa educação que me sufoca! Vai me dizer que não está com fome? A noite diz por si, você...- diz ela sentando-se novamente.
–Foi boa a noite?- diz ele. Digo... Eu! de mim...
–Não se preocupe! Você foi um tremendo cavalheiro, e eu não sou de ir passando a noite assim com nada não, o homem tem que atrair me convencer, do contrário eu não... Bom, eu já não estava como nos velhos tempos...
–Foi esplêndida!- diz o Benjamim.
– Que há com você ein? Você não é como aqueles que trabalham para o Gurgel! Olha... se você está tentando...- diz Matilda estranhando o comportamento do rapaz.
–Calma!- diz ele segurando delicadamente as mãos de Matilda. Eu apenas trabalho para ele, um serviço extra de entregador, tenho planos e preciso de mais dinheiro, mas não faço o serviço sujo que ele faz... e muito me admira a senhora, meiga recorrendo a pessoas como ele.
–Eu? Meiga!- gargalha Matilda. Ah pobre Benjamin, você nem sabe o que está dizendo... Ontem foi...
–Maravilhoso!- diz ele beijando-a pela primeira vez naquela manhã.
–Você é realmente estranho! diz Matilda correspondendo ao carinho. Necessito dos meus papéis....
–Estão todos aqui!- diz ele recolhendo de trás de si a papelada. Hoje lá pelas 15 horas o Gurgel v irá para ir contigo ao projeto...
–Projeto? - Questiona ela.
– É o nome que eles dão para esses eventos que fazem...- diz ele referindo-se ao papel. Bom obrigada pelo café, pelas frutas, estava tudo ótima, mas agora tenho que ir...
–Agora?- questiona Matilda como se dissesse " Já?".
–Sim. Volto ao trabalho logo mais, sou administrador dos escritórios de advogados que o dr Gurgel faz parte!- diz ele vestindo suas roupas.
–Tudo bem!- sorri ela meiga de verdade pela primeira vez. E você é um grande homem Benjamin.
–E você uma grande mulher, com M maiúsculo Matilda, eu não sei o que você o sr Gurgel tramam a fazer, sei que coisa boa não é, por que aquele lá não faz nada de bom, é um advogado canastrão, só usa seu diploma pra fazer coisa que não presta. Se livre dessa gente enquanto ainda tem tempo Matilda, você tem que deixar pra lá o que quer que seja que está te levando a fazer essas coisas!- aconselha Benjamin, alguém forte o suficiente para encarar Matilda olho á olho.
– Você não entende metade querido.- diz ela mudando a feição de repente. E é até melhor que não saiba mesmo, para o seu próprio bem...
–Bom, se precisar de mim, pode me chamar! Tenha um bom dia!- Diz ele beijando suavemente a testa de Matilda em sinal de respeito.
Ela sorri ao vê-lo se afastar, percorrer o corredor e desaparecer no elevador do prédio; já havia muito tempo que não se sentirá assim, uma mulher de verdade em todos os sentidos, que desfrutará de uma companhia, de um carinho mútuo. Benjamin que do nada havia aparecido lhe fizera esquecer por uma noite inteira como era solitário o seu quarto, e fazê-la ao mesmo tempo recordar de como era amanhecer com alguém e se sentir acolhida.
"MÃE,
Eu não quis te acordar, mas tive que sair mais cedo hoje, o diretor ligou e vamos gravar hoje as primeiras cenas do filme aqui mesmo em São Paulo! Isso é ótimo, estou eufórica.
Tenha um bom dia, e me ligue se precisar, até loguinho!
Um beijo!
Violet!

dizia o bilhete sobre a mesa...

–Ah!- suspira Matilda lançando-se de braços abertos sobre o sofá recordando-se da noite anterior. Ah Benjamin, a sorte é sua e a felicidade minha, sorte a sua se realmente não souber nada de mim e felicidade a minha se não precisar... fazer nada de mal com você!


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Notas finais do capítulo

"...Quero amanhecer com alguém,
Cujas forças me defenda de minhas dúvidas
Que não rompa meu silêncio com perguntas
Que saiba como amar-me e não queira mudar-me..."
-Daniela Romo

Capítulo dedicado em homenagem a cantora e atriz mexicana, DANIELA ROMO.
Te quiero mucho Dani



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