–Código vermelho Doutor Seeley Booth compareça ao pronto socorro, Doutor Seeley Booth compareça ao pronto socorro!
Mais uma noite agitada começava no hospital Saint Peaice e ele mais uma vez correu para a emergência. Chegando lá viu o homem deitado na maca inconsciente
–Qual a situação? - Perguntou para a enfermeira
–O nome dele é Alex Andrew, tem 32 anos, foi um acidente de carro, ele estava no banco de frente sem cinto de segurança, um caminhão bateu na traseira do carro e ele foi arremessado, a cabeça abriu...
–Ele teve um traumatismo craniano, isso é certeza, mobilize ele novamente, leve-o para tirar uma tomografia e depois centro cirúrgico
–Sim doutor...
Começaram a mobiliza-lo enquanto ele ligava para a outra equipe de enfermeiros pedindo para preparar tudo para a cirurgia, depois disso ele correu para o centro cirúrgico. Chegando lá já encontrou sua equipe aposta, ele explicou a situação e depois foi esterilizar as mãos, quando voltou o paciente já estava na mesa e ele em fim começou a cirurgia, cirurgia essa que não foi nada fácil, o crânio havia se partido em vários pedaços e ele teve de retirar pequenos fragmentos que ficaram encrustados no cérebro, isso acabou gerando uma hemorragia, ele fez de tudo para controla-la e acabou conseguindo
Depois de horas de cirurgia, ele finalmente pode transferir o paciente para a UTI. Respirou aliviado ao perceber que não tinha perdido o paciente na mesa. Agora vinha a parte mais difícil, falar com os parentes
E lá estavam eles, ele mau havia saído do centro cirúrgico quando os viu aflitos sentados na cadeira esperando noticias
–Alex Andrew? - Ele perguntou e duas mulheres se levantaram e vieram em direção a ele
–Vocês são parentes de Alex Andrew?
–Eu sou a esposa dele, essa é nossa filha Charlotte, Meu marido esta bem?
Ele respirou fundo, tinha aprendido que independente do tempo que trabalhasse, dar a noticia que um ente amado estava em situação critica, nunca iria se tornar uma tarefa fácil
–O seu marido sofreu um acidente de carro, ele teve um traumatismo craniano e alguns pedaços de ossos perfuraram o cérebro dele, tivemos de retirar esse fragmentos, só que um deles havia penetrado fundo demais e quando retiramos causou uma hemorragia
A mulher começou a chorar desesperadamente e foi a vez da filha perguntar - Ele morreu?
–Não mas esta em estado grave na UTI
–Quais são as chances dele doutor?
–As chances dele sobreviver são poucas mas eu vou fazer o possível para salva-lo
–Se ele conseguir sobreviver, ira ter alguma sequela?
–Provavelmente, muitos fragmentos entraram no córtex, e é provável que...que ele fique cego
–E como...como sabemos se ele ficou cego? - Ela perguntou aflita
–A única maneira de saber vai ser quando ele acordar...
–Quando ele vai acordar?
–Não sabemos, o efeito da anestesia devera passar daqui uma hora, mas é possível que ele durma mais do que isso
–Ha alguma chance dele voltar a enxergar? - Ele ficou em silencio, pensativo - Responda doutor!
–Sim...ha uma pequena chance, mas eu não contaria com isso
Mesmo ouvindo as palavras dele a menina respirou aliviada - Obrigada doutor
–De nada...- Ele foi em direção ao enfermeiro chefe - Hodgins?
–Doutor Booth? Pensei que seu plantão já houvesse acabado
–Já acabou, mas eu estava em cirurgia
–Entendo
–Hodgins poderia me fazer um favor?
–Claro
–Se o paciente do 502 acordar, me bipe?
–Claro, pode deixar
–Obrigado Jack
–De nada
Booth seguiu para a loja de presentes do hospital chegando lá a atendente sorriu ao vê-lo
–Bom dia doutor
–Bom dia Rebecca
–Aqui estão seus narcisos
–Obrigado
–De nada - Mais uma vez ele voltou a correr pelo o hospital, porém foi em direção a um quarto
–Pensei que não viesse hoje - Disse o enfermeiro Edson
–Eu sempre venho Clark
–Pensei que tivesse aberto uma exceção
–Não abri nos últimos anos, por que abriria agora?
–Boa pergunta
Booth entrou no quarto sem bater pois sabia que não ouviria uma resposta
Ele pegou as flores do dia anterior e substituiu pelos novos narcisos. Como sempre, arrumou melhor o cobertor dela e se sentou ao lado da cama. Ele sabia que aquilo era muito irracional, a final ele nem conhecia ela, mas algo o fazia voltar sempre, talvez fosse o mesmo motivo que o incentiva a pagar as despesas dela. O hospital era caro mas ele não ligava muito, tudo o que ele queria é estar ao lado dela quando a mulher acordasse
Ela havia sido seu primeiro caso, e mesmo ele não tendo ideia de quem ela fosse, tinha prometido a si mesmo que nunca desistiria dela
–Oi B, sou eu Booth, eu trouxe flores dessa vez são narcisos, espero que goste, sabe...ontem eu conversei com a doutora Camille, ela disse que talvez você nunca acorde...sabe o que eu respondi? Falei para ela que eu acreditava em você, eu não menti, eu realmente acredito que um dia você vai acordar desse coma e então vai poder ver sua família novamente...espero que tenha família...eu acho que não, se não eles teriam te procurado, não é mesmo?...Eu espero que consiga me ouvir... - O telefone tocou - É a Payton! - Ele atendeu - Oi Payton
–Oi amor tudo bem?
–Tudo e você?
–Estou também...Onde você esta?
–No hospital, acabei de sair de uma cirurgia
–Hmm, tem certeza que esta bem?
–Por que pergunta isso?
–Sei como você fica abalado depois de perder um paciente...você me parece abalado
–Eu não perdi o paciente, estou apenas cansado
–Eu sei querido, dar plantão de 60 horas não deve ser fácil...mas eu estou te esperando, quando você chegar te faço uma massagem
–Ok, assim que eu puder eu vou para casa
–Estarei te esperando, beijo
–Para você também, tchau
–Tchau - Ele desligou
–Ela quer que eu volte...mas eu prefiro ler nossas páginas diárias. Como o livro que estávamos lendo ontem acabou, resolvi comprar esse. Ele se chama coração de mármore, de uma autora chamada Angela Montenegro, talvez você conheça, dizem que ela faz sucesso a muitos anos mas eu nunca havia parado para ler um livro dela. Esse livro aqui é de romance policial, na verdade é uma série de livros e esse é o primeiro. Bom vamos começar!
E assim ele seguiu lendo para ela. Quando finalmente terminaram de ler o capitulo 3 ele disse:
–Bom esse é o final do capitulo 3, eu estou gostando, acho que a autora escreve muito bem. Quem você acha que é o assassino? Eu aposto no Willian, a maneira como ela descreveu os olhos do assassino é a mesma maneira que eu imagino serem os olhos do Willian, frios e sem vida...Como são seus olhos? - Perguntou a ela enquanto arrumava uma mexa insistente que ousava cair sobre seu rosto - ...Bom eu tenho que ir...Até amanhã - Beijou a testa dela e saiu porta a fora retirando o jaleco
Quando chegou a portaria do hospital percebeu que estava com muito sono, talvez ele devesse pegar um taxi
–Doutor Booth, que surpresa vê-lo aqui! - Disse o dono do hospital
–Olá senhor vaziri como vai?
–Muito bem e você?
–Acabei de sair de um plantão
–Quantas horas?
–60
–Bom, você deve estar cansado
–Um pouco
–Tudo bem, outro dia conversamos. Tchau
–Tchau
Arastoo vaziri era o sócio majoritário obtendo 52% do hospital enquanto Wendell Bray tinha 48% Ele e o irmão postiço viviam brigando para tomar as decisões.
Assim que ele entrei no Taxi ligou para Payton
–Oi amor - Ela atendeu toda Feliz
–Oi Payton, acabei de sair do hospital
–Que bom, estou te esperando, adivinha quem está aqui?
–Quem?
–Só uma dica, ela perdeu os dois dentes da frente e agora esta banguela
–Miley?
–Isso, seu irmão acabou de deixa-la aqui
–Por que ele deixou ela ai?
–Não entendi direito, ele estava com pressa, mas parece que houve um problema com as filmagens, e ele teve que refazer algumas cenas, como a babá dele estava de folga ele pediu para nós tomarmos conta dela essa tarde
–Hmm, e como ele esta?
–Bem melhor da ultima vez que eu o vi...ele não te culpa pelo o que aconteceu.
–Mas eu sim...tenho que desligar, te vejo depois?
–Claro, até daqui a pouco
Ele desligou e passou a olhar para a rua, nunca iria se perdoar pelo o que tinha feito com o irmão
Ele estava tão cansado que acabou adormecendo no carro