Diário de intercâmbio - Isabella Bissoni escrita por Autora desconhecida
Notas iniciais do capítulo
Estou decepcionada com vocês , sério mesmo :C. Boa leitura!!
Todos sabemos o real significado do natal. Pelo menos eu acredito que todos já ouviram do nascimento de Jesus Cristo. Na família Bissoni nos reunimos na noite do dia vinte e quatro para jantar, e como de costume para o prato principal sempre temos o peru. Depois da janta geralmente os homens vão pra área e ficam bebendo e conversando entre eles, e as mulheres vão arrumar a cozinha fofocando, ou melhor, falando sobre a vida dos outros. E depois da meia noite trocamos os presentes e o “papai noel” aparece e deixa o das crianças no presépio.
Aqui nos Estados Unidos, pelo menos na minha família o dia que antecede o natal foi como um dia qualquer. Assim que acordei logo levantei, a janela estava apenas no vidro, me avisando que a Bea já havia levantado e possibilitando a visão de uma vizinhança coberta de neve. Fui ao banheiro e fiz minha higiene matinal, depois desci as escadas e vi uns colchoes e algumas pessoas espalhadas pela casa inteira. Sai pulando tentando pisar apenas nos pequenos espaços que encontrei e cheguei na cozinha vendo uma Beatrice sentada com sua tigela de cereal no colo e mexendo no celular.
_Morning.
_Hey, morning. Olha o que o duende fez na cozinha hoje!
Ela apontou para a direita e eu vi umas panelas fora do lugar e coisas no chão. Uma das tradições no Natal dos EUA, é que além de mentir sobre a existência do papai Noel, eles também inventaram um “duende” que é uma espécie de “elfo do mal”, que espalha VÁAARIAS coisas, bagunçando a casa pra dizer para as kids que é errado e tal. E como aqui em casa temos um menino de oito anos e uma fofucha chamada Lyndsey de três anos o duende apareceu todos os dias da semana. Só para dar trabalho para a gente limpar depois.
_Uauu, que bagunça. E falando em bagunça porque tem gente espalhada pela casa inteira?
_Natal em família, sis. – Ela me respondeu dando um sorriso de propósito com a boca cheia de cereal mastigado.
Não demorou muito para o pessoal ir acordando, eu ainda estava sentada na mesa conversando com a Bea quando a Lyn e o Lucca –meus irmãozinhos mais novos- chegaram na cozinha e assustados com a bagunça.
_Ahh doende mal, ainda não aprendeu que quando faz bagunça tem que arrumar? – Lyn parecia indignada, pela menos ela já tinha aprendido a “moral da história”.
_Mas pessoal como que ele conseguiu entrar ? Ele não é pequenininho? Como que ia tirar a neve da frente da porta?
Garoto esperto, logo logo ele descobre que nada mais é que uma mentira. Por mim já teria contado, mas não quero estragar o mundo imaginário deles. Minha host mom ficou falando com eles como o duende “era malvado”.
_E ai meninas querem me ajudar a escolher o pinheiro para completar nossa decoração?
Foi eu e dad, ninguém mais quis ir, arranjaram desculpas e acabaram ficando por casa e “fazendo sala” pro resto da família que eu acabei de conhecer. Eram um casal de idosos, e dois casais de meia idade. E também tinha uma garota de vinte anos que era filha de um deles.
Entramos em uma loja que só abria essa época do ano, tinha muitos presépios e até pinheiros recém cortados. Tudo estava decorado e as luzes davam um clima mágico. Escolhemos um pinheiro grande o suficiente para caber presentes de mais de uma dezena de pessoas.
_Sabe Isa, você pode levar alguém pra jantar conosco se quiser!
_Estou bem assim, sempre passei o natal com minha família e este ano tenho vocês.
_Por falar em família, andei falando com seu pai.
_Really?
_Yeah, parece que mandaram seu presente pelo correio, e comentaram algo que vai te surpreender.
_Conta, por favor.
Daddy ficou fazendo suspense mais deixou sair alguma coisa sobre uma foto, não entendi direito. Mas eu estava muito curiosa, iria chegar amanhã segundo o prazo de entrega. Não conseguia imaginar o que receberia dos meus pais, e muito menos alguma coisa a ver com fotos. Meu pai no brasil era o único além de mim que falava inglês, por isso ele conversava bastante com o daddy.
Resumindo meu natal foi ótimo, assim que chegamos em casa começamos a decorar o presépio todo mundo junto o que foi muito legal. Colocaram música natalina e começamos a cantar e dançar, Lyn sempre animava. Luke contava piadinhas e os velhos relembravam histórias que aconteceram há tempos. No fim da tarde minha host nos avisou pra irmos tomar banho e ficarmos prontas para o jantar porque depois veríamos um filme (tradição da minha família ver um filme que se passa no natal). Entrei para o meu banheiro, tomei um banho relaxante pensando em que minha família estaria fazendo no Brasil, me ensaboei, esfoliei minha pele e lavei meu cabelo. Desliguei o chuveiro ainda ouvindo vozes e risadas lá em baixo, esfreguei a toalha um pouco no cabelo e depois me enrolei nela para pegar as roupas no quarto.
Me dirigi ao roupeiro como algo natural, dando pulinhos rápidos para ver se meu cabelo jogado para o lado pingava menos. Peguei as roupas e assim que me virei dei de cara com alguém.
Gritei mexendo os braços e com o susto esqueci que a única coisa que me mantinha tapada era minhas mãos segurando a toalha.
E no momento que eu percebi que estava nua de frente para o Noah, eu corei. Parecia que todo meu sangue foi para o rosto de tanta vergonha que eu sentia. E pior eu não conseguia fazer nada estava em choque.
_Eu só vim te entregar seu presente, indiazinha. –Ele disse com um sorriso safado sem tirar os olhos do meu corpo.
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O que estão achando? O próximo será sobre o reveillon.