Que eu me lembre Mia não me viu conversando com Bruno na sala de aula e não rolou clima nenhum agora.

- Eu vi vocês dois conversando na aula da Isa. Se não percebeu, ele parece bastante afim de você.

Eu revirei os olhos.

- Deve ser coisa da sua mente. Não rolou nada entre a gente, e ele não está afim de mim. Lembre-se tenho um namorado – suspirei me lembrando da quase discussão que tive com ele mais cedo – Mas de qualquer modo, amo Edward, então Bruno para mim é apenas um amigo.

- Se você diz – ela falou. Sabia que ela estava colocando um ponto final no assunto, para minha sorte ela me respeitava quando não contava algo a ela.

Assim que as aulas terminaram fui para meu quarto acompanhado de Mia.

- Aah! Que delícia! – Ela falou deitando-se na minha cama.

Abri a mini geladeira que havia no quarto e peguei uma garrafa de água para me refrescar.

- Aya, tem uma carta para você – Ela disse estendendo a carta.

- Pra mim? Deve ser da minha mãe – falei lembrando que fazia um bom tempo que não falava com ela. O que era um milagre vindo de Alma Rey.

Peguei o envelope endereçado a mim, e quando vi meu nome escrito notei que a letra não era da minha mãe. Abri a carta imediatamente.

“Aya, meu grande amor” Diziam as letras fortes e inclinadas.

Ando sentindo muito a sua falta, você não imagina a raiva que sinto de seu protetor Edward Cullen. Se não fosse por ele não estaríamos afastados. Mas como você não demonstrou nenhuma reação às minhas cartas anteriores, deve estar achando que eu desisti, não é mesmo? Vou te mostrar o quanto sou real quando a fizer deixar de ser menina em minha cama.

O meu amor por você é tão forte, que eu não aguento mais ver você nos braços de outro, estou me contendo para não tirar a sua vida e em seguida a minha. Você é minha! Somente minha! E de mais ninguém!

Em breve irei possuí-la. Por mais protegida que você esteja nada vai livrá-la de mim. Vou possuí-la até fazer você gritar o meu nome de prazer.

Seu eterno admirador Luke Clanks.

P.S:Te amo muito, nos veremos, em breve”

Mesmo retirando a carta o envelope ainda estava “cheio”, inclinei o envelope e, lá havia um segundo pós-escrito no bilhete de Luke.

“P.P.S: Caso queira se encontrar comigo, vá para a praça da Rua Flamintongs, hoje às 7:00 p.m. De qualquer forma nos veremos em breve”

Meu coração estava disparado, minhas mãos tremiam. Luke me ameaçando? Quem ele achava que era para fazer tal coisa? E que outras cartas ele se referia? Havia mais cartas como aquelas?

- Ei, você está bem? O que tem nessa carta? – Mia veio andando na minha direção para tentar ler a carta.

Comecei a procurar mais cartas nas gavetas, em baixo da cama, nas prateleiras. E nada.

- Não está tudo bem, é só uma carta de um cara louco – falei dando de ombros.

“Nossa!” pensei. Que carta mais encantadora. Não é de espantar que nunca tenhamos combinado. Que modo mais romântico de se dizer que me ama.  Se ele achava que eu iria ser dele, estava muito enganado.

- Aya, me deixa ver essa carta. O que está acontecendo? – ela disse muito preocupada, tentou pegar a carta, mas eu me desvencilhava dela – De repente você ficou pálida, e depois assumiu uma expressão de raiva.

Que mal teria se ela lesse a carta? Nela não mencionava nada de vampiros, ou coisas relacionadas. Escondi o bilhete em que havia o endereço na minha mão esquerda.

- Tudo bem, pode ler. Apenas me prometa que não contará nada a ninguém. Nem ouse pensar nesse assunto. Ok? – falei ao me lembrar que Edward pode ler pensamentos. Isso o deixaria ainda mais preocupado, a não ser, que ele já saiba. É óbvio, isso explica o fato de não ter recebido as cartas anteriores referidas por Luke. Arght!

Ela assentiu.

Pegou a carta da minha mão e começou a ler.

No final da carta sua boca abriu num perfeito “o”.

- Meu Deus! Esse cara é maníaco! Você o conhece? Quem é ele? – ela jorrava perguntas freneticamente.

- Ele é bom... – precisava pensar antes de falar as coisas, mas a única coisa que veio em minha cabeça foi que ele era um inspetor, mas isso não esclarecia muita coisa, mas o que mais eu poderia dizer? Que ele é um gato? – um ex-inspetor daqui.

- Ex? O que aconteceu com ele? – ela perguntou extremamente interessada.

- Sinceramente não sei, ele simplesmente sumiu – menti.

Não podia falar para ela que ele havia virado um vampiro sádico, e sedento por sangue. Principalmente pelo meu, que segundo ele havia um cheiro de dar água na boca. Tremi ao me recordar daquele dia. Sem comentar sobre o fato do meu namorado, Edward, ser também um vampiro, porém vegetariano.

Ela com certeza acharia que eu estava ficando louca.

- Mas se esse cara acha que vai ser exclusivo, está enganado. Né?

- Ãh? – o que ela queria dizer com exclusivo? Minha mente não estava funcionando muito bem depois do susto de ser ameaçada.

Mia arregalou os olhos.

- Não me diga que você e o Edward ainda não... – ela parou de falar no meio da frase. Mas eu havia entendido, ela queria saber se eu e ele não tínhamos transado – Você ainda é virgem?

- Nossa! – gritei me sentando – Que babado!

Como se aquilo fosse alguma novidade. Só porque eu não tenho vergonha de me aparecer, quer dizer que eu preciso sair por aí dando pra todo mundo?!

- Shii – ela sussurrou – cala a boca. Você está em estado de choque.

Então quando eu levantei a minha mão me rendendo, ela notou o papel na minha mão.

- Hm, e o que há nesse bilhete que você está tentando esconder de mim? – ela disse levantando a cabeça. E estendendo a mão.

- É... Hum... É só um papel, não tem nada escrito nele – falei debilmente, já sabendo que ela não acreditaria em tal coisa, ela continuou com a mão estendida – Pegue.

Ela leu o papel rapidamente.

- Pelo amor de Deus, me diga que você não vai se encontrar com ele. Aya! Ele é louco! Vai lá saber o que está tramando... Vai que ele decide... NÃO! Não vou deixar você ir. – Ela balançava a cabeça negativamente.

- Respira fundo. Mia de qualquer forma ele escreveu que nos veremos em breve. Então, quer eu queira ou não, irei me encontrar com ele novamente. Agora vamos voltar para a aula.

Arrastei ela o caminho inteiro até a área de lazer.

Ela ainda estava perplexa. E eu ainda estava inconformada.