Um mês havia se passado. Um mês desde que Matthew havia ido embora de casa. Isabelle ainda estava internada, porém havia melhorado bastante.  Matthew vagara por uns tempos pela rua, sem ter onde ficar, dormindo por praças e cemitérios. Às vezes ia até o abrigo de Kurt. E foi lá que ele conheceu Thomas. Thomas devia ter 1.76, olhos cor de avelã avermelhados e cabelos negros. Era um vampiro novo, assim como ele. Matthew começara a desabafar com Thomas sobre sua “vida”. Hum, acho que seria mais de acordo dizer sua “morte”. Thomas prestara atenção em cada palavra de Matthew e eles conversaram bastante. Desde então os dois estavam juntos a maior parte do tempo. Thomas contara para Matthew como fora transformado, suas dores, agonias. Quando fora transformado ele tinha apenas 21 anos. Desde então não se envolvia com humanos. Só por diversão, ou para se alimentar. Matthew passara a viver na casa de Thomas. Não gostava muito de freqüentar o abrigo de Kurt. Lá não o trazia boas recordações.

A música estava consideravelmente alta. Thomas estava sentado no sofá com uma mulher ruiva em seu colo. Ele sugava-lhe o sangue do pescoço e se deliciava ao ouvir os doces gemidos dela. Uma loira estava entre as pernas de Matthew, que estava sentado sobre a mesa. A campainha tocara e nenhum dos dois escutara. Tocara então mais algumas vezes até Matthew levantar-se e abrir a porta. Ele não esperava vê-la ali.

- Não irá me convidar para entrar? – Catherine dissera, olhando para dentro da casa sob o vão da porta. Matthew convidara Catherine para entrar e a mesma adentrou a sala. Thomas olhara para ela confuso, enquanto as garotas olhavam-na de cima a baixa seriamente.

- Quem é ela? – A loira perguntara para Matthew, assim que Catherine parara no meio da sala.

- Saia daqui. – Catherine dissera seriamente. – As duas.

A loira sorrira debochada. Como se desafiasse Catherine. A menina revirou os olhos e mostrou suas presas, visivelmente irritada.

- Saia se não quebro seu pescoço e lhe faço do meu jantar. Agora! – Catherine falara em um tom de voz frio e ameaçador. As duas meninas cataram suas roupas do chão e passaram por ela com medo. Thomas observava Catherine em silêncio.

- Quero conversar com você. – Ela dissera para Matthew, se recompondo.

- Diga o que tem para dizer. – Ele falara, se encostando-se à mesa, de frente para Catherine. A mesma olhara para baixo sem graça, por estar sendo observada por Thomas.

- Volte para casa. – Catherine dissera em um tom baixo, quase inaudível.- Eu preciso de você. – Ela levantara a cabeça e encarara o rosto de Matthew. Os olhos cinzas suplicantes, infantis.  – Por favor... – Ela falara em um fio de voz.

- Eu não posso... – Matthew falara com o tom de voz baixo e rouco. Catherine se aproximara dele e segurou-lhe a face com as duas mãos, encarando-lhe fixamente os olhos.

- Nós só temos um ao outro, Matt. Você pode ter quantos amigos quiser, quantos mortais quiser, mas sabe que sempre seremos eu e você. Meu anjo... Meu presente divino. És tão bonito que eu poderia passar a eternidade encarando a suavidade dos seus traços. Volte para casa. Por favor. Não é o mesmo sem você. Você sabe que apesar dos meus erros, não podes duvidar do que sinto por ti. Hein, Matt... – Catherine falara, enquanto Matthew escutava tudo em silêncio.

- Me dê um tempo. – Matthew falara de cabeça baixa. Catherine levantara o rosto dele e selara seus lábios nos do garoto.

- Quanto tempo você quiser. – Ela dissera e saíra caminhando em passos lentos, antes, virando-se para Thomas sentado no sofá e dando-lhe um aceno com a cabeça. Quando a porta fora fechada, Thomas se pronunciara.

- Essa vampirinha então foi quem lhe criou? – Thomas dissera debochado.

- Sim. A causa e a solução de todos meus problemas. – Matthew falara, colocando as mãos sob a cabeça.

- Ela é uma anciã? – Thomas perguntara para Matthew. – Ela é belíssima. – Thomas completara.

- Sim. Catherine é tão cruel quanto bela. – Matthew falara, desencostando-se da mesa e jogando-se de qualquer jeito no sofá.

- É realmente muito intrigante. – Thomas dissera olhando para a porta. Matthew o olhara seriamente e desviara o olhar em seguida. Apesar de tudo, ele sabia que as intenções de Catherine eram boas. Ou não. Estava confuso. Mas, antes de qualquer coisa, precisava ver Isabelle.