A mulher subira as pequenas escadas da casa de seus pais. Estava cansada, porém com muitas saudades. Nem acreditava que aquele final de semana ela poderia enfim passar com eles. Girou a chave e abriu a porta, vendo a sala vazia.

- Mãe? – Isabelle gritou, ouvindo uma resposta ao longe. A mãe descera as escadas do segundo andar e sorrira para a menina, indo correndo abraçá-la.

- Bel, que saudades! – A mãe a sufocara com o abraço, fazendo-a rir e fazer o mesmo.

- O que houve? Você e meu pai lá em cima a essa hora? – Isabelle perguntara curiosa, indo se sentar no sofá juntamente com sua mãe.

- Oh querida, você não sabe o que aconteceu. – A mãe de Isabelle fora até a cozinha, pegando um pouco de chá e levando até sua filha, que aceitou. – Encontramos uma carta de nossa vizinha, Rose. A filha dela chegou há pouco tempo e está adoecida. Rose pediu para que cuidássemos dela enquanto ela está fora. É uma menina adorável, tem apenas 16 anos.

- Sério? Nem sabia que a Rose tinha filhos. – Isabelle falara, enquanto bebericava um pouco de chá.

- Sim. Querido, venha cá! – A mãe de Isabelle gritou para o marido, que estava no segundo andar. Isabelle pode ouvir os passos fortes do pai descendo as escadas e abriu um longo sorriso ao vê-lo. Mas deixou o copo cair em seguida, sujando todo o chão e sua roupa com o chá quente quando seus olhos pousaram nela.

- Querida? O que houve? – A mãe de Isabelle falara, enquanto catava os pedaços de vidro no chão. O pai de Isabelle se aproximou e a menina ficara estática em frente a Isabelle.

- Essa é a filha da Rose, a Catherine. – O pai de Isabelle apresentara a tão conhecida menina para Isabelle. Catherine estava diferente de como costumava se vestir. Os cabelos estavam penteados em uma longa trança, e não possuía nenhuma maquiagem no rosto. Trajava um vestido rosa claro, um pouco infantil, que aumentava seu ar juvenil. Ela abrira um sorriso e se dirigira até Isabelle, estendendo a mão.

- Prazer, Isabelle. – Catherine dissera com sua voz forçada e os olhos grudados no rosto de Isabelle. Isabelle mantinha a expressão de pavor e mil coisas rodavam em sua cabeça.

- Venha querido, vamos comigo levar os cacos até a cozinha e pegar um pano para limpar essa bagunça. Isabelle, fique com a Catherine, nós já voltamos! – Isabelle pode ouvir sua mãe falar e sair com passos rápidos até a cozinha, junto de seu pai. Quando ela desapareceu de suas vistas, ouviu a voz de Catherine.

- Seus pais são adoráveis e muito receptivos, Isabelle! – Catherine dissera, sorrindo ironicamente.

- O que você está fazendo aqui, seu demônio?? – Isabelle falara com a voz afetada, com a vontade de gritar entalada em sua garganta. – Saia de minha casa! SAIA!

- Isabelle, Isabelle... Você me tomou algo. Nada mais justo que eu tome algo teu. – Catherine dissera, sorrindo.

- Saia de perto dos meus pais. – Os olhos de Isabelle estavam marejados. Medo. Ela o sentia tomando conta de todo seu corpo.

- Seus pais ficaram bem, se você me devolver Matthew. Mande-o embora, dê seu jeito. – Catherine dissera com seu tom de voz firme. – Se fizer isso, irei embora amanhã.

- Não! Vá embora agora! Dou-te minha promessa que Matthew voltara para você, se deixar meus pais. – Isabelle falara em desespero.

- Tudo bem... Seja feita vossa vontade. – Catherine sorrira e saíra porta à fora, deixando uma Isabelle confusa e desesperada para trás.