Eternity escrita por sallyssong


Capítulo 14
Isabelle.




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Matthew estava sentado naquela velha praça. O barulho do vento gélido à noite beijava-lhe os ouvidos e cantava-lhe uma velha canção. Ele suspirou e sentiu alguém sentar ao seu lado. Deveria ser Catherine, como sempre.
- À noite, aqui, é magnífica. – A voz dela soara. Não doce, aveludada, ou infantil. Intrigante. Matthew virara para encarar a figura ao seu lado e viu Isabelle parada.
- Você deve realmente gostar da companhia de vampiros. – O garoto deu uma breve risada e inclinou o rosto para olhá-la. Ela sorriu para ele.
- Posso lhe informar que gosta de uma vida... Hm... De riscos.
Matthew sorriu olhando-a em seus olhos. Eles ficavam tão negros à noite que poderiam ser confundidos com a imensidão do céu noturno. E lembrou-se de uma pergunta que queria lhe fazer.
- De onde conhece Catherine? – Ele perguntou, curioso. Ouviu-a suspirar e virar para frente, tirar um maço de cigarros do bolso e acender, tragando rapidamente.
- Pode-se dizer que é uma velha amiga. Que eu faço questão de esquecer. – Ela sorriu de lado, brincando com a fumaça do cigarro. – Vocês dois não se parecem em nada. Porque convive com ela?
Ele suspirou ao ouvir aquela pergunta. Nem ele mesmo entendia o por que disso.
- Não sei... Catherine me abraçou, me ensinou a maioria das coisas que preciso... Sinto que tenho um laço com ela, mesmo não querendo. – Ele dissera, encarando a face de Isabelle. Inalou o ar por um minuto, não fazia isso por muito tempo. E foi aí que ele sentiu o cheiro do seu sangue descer queimando toda sua garganta. Sua boca clamar pela pele quente e pelo sangue da garota. Suspirou e olhou para baixo, fechando suas mãos em punhos e socando de leve o banco. Isabelle o encarou e sorriu.
- Você é um vampiro novo, é normal coisas assim acontecerem. – Isabelle falou, levantando-se do banco e jogando o cigarro no chão, pisando em cima do mesmo. Ela tirou um pequeno papel e caneta do bolso e anotou algo, estendendo para o garoto. – É meu endereço. Passe qualquer dia lá. – E sorriu para Matthew, apertando o casaco contra o corpo e caminhando calmamente em direção a saída do parque.

Matthew abriu à porta da sala e viu o ambiente vazio. Dirigiu-se as escadas e as subiu calmamente, chegando até o corredor do segundo andar e abrindo a porta do seu quarto. Tirou sua camisa e jogou-a pelo chão do quarto, empurrando a tampa do caixão para o lado e deitando no mesmo, fechando-o novamente. Não interessava saber onde Catherine estava. Sua mente viajava agora na intrigante Isabelle.

Na outra noite levantou mais cedo. Assim que o sol se pôs e a lua surgiu no céu, ele saiu do seu caixão e pegou qualquer camisa perdida pelo quarto. Penteou seus cabelos vaidosamente e colocou algum tênis que achou por ali. Não é só porque estava morto que deixou de se preocupar com sua aparência. Desceu rapidamente as escadas e não viu Catherine. Ela deveria estar dormindo. Melhor assim.
Andava rapidamente pelas ruas Londrinas enquanto via algumas pessoas rirem e outras se dirigirem a velhos pubs que havia no local. Algumas mulheres o jogavam cantadas baratas e sorrisos sensuais. Acenava em resposta e ria consigo mesmo. Tão tolas...
Chegou à porta da casa de Isabelle e subiu os pequenos degraus que havia no começo, tocando a campainha e esperando ansiosamente para ela atender. Em alguns segundos ouviu barulho de passos e ela abriu a porta, sorridente.
- Você demorou! – Ela sorriu sincera para ele e deu passagem para o garoto entrar. Matthew sorriu de lado para ela. Ela deveria saber como as coisas eram.
- Convide-me para entrar. – Ele falou e viu ela dar um tapa na própria testa, como se tivesse esquecido de algo.
- Perdoe-me, havia me esquecido desse pequeno detalhe! – Ela sorriu e prosseguiu – Entre, por favor.
Ele adentrei a pequena sala da casa dela. Os tons predominantes ali eram o azul. Os móveis eram da cor branca, assim como os sofás e o tapete. Ela fechou a porta e se encaminhou até a cozinha. Ele foi atrás dela.
- Irei preparar algo para mim, me perdoe não ter sua refeição aqui. – Ela deu uma pequena risada. – Não comi nada o dia todo.
- Você pode ser meu jantar. – Matthew sorriu galanteador e deu uma pequena risada, vendo-a levantar uma sobrancelha e olhá-lo seriamente.
- Não acho uma boa idéia. – Ela sorriu, enquanto tentava fazer um molho. O rapaz viu sua dificuldade e sorriu para a mesma.
- Quer ajuda? – Ele ofereceu. – Quando era humano, costumava cozinhar muito bem.
- Um vampiro sabendo cozinhar? Essa é boa! Tudo bem, a cozinha é toda sua, pode começar. – Ela o entregou a panela e sorriu desafiante para ele. Ficaram algum tempo na cozinha conversando enquanto ele fazia sua comida. No final, colocaram no prato e se dirigimos até a sala. Matthew sentou em um sofá e ela em outro. A garota começou a comer e elogiou o prato.
- Isso realmente está bom. Você me surpreendeu! – Ela sorriu para ele, enquanto comia.
- É... Tem certos hábitos que nunca perderemos. – Ele sorriu em retribuição. – Mas conte-me... De onde veio toda sua fascinação por vampiros?
Ela ficou um tempo pensativa e colocou o prato em cima da mesinha de centro, sentando-se de frente para ele.
- Sempre me interessei. Freqüento muito o ninho de Kurt. Acho fascinante. – Ela sorriu e o rapaz se levantou, sentando-se ao lado dela.
- Invejo-te por ainda ser humana. – Ele falou, repousando sua cabeça no encosto do sofá e olhando para o teto. Ela pareceu o observar durante um bom tempo.
- Não tem motivos para me invejar. Você é imortal, sempre continuará assim... Enquanto eu irei envelhecer, ficar doente... – Ela sorriu, passando uma de suas mãos pelo braço do mesmo. Matthew virou seu rosto e encarei o dela, a milímetros do dele. Aproximou-se ainda mais e colou seus lábios por alguns segundos. Separam-se e ficaram encarando-se seriamente.
- Me interessar por um vampiro não foi o que pretendia agora. – Ela falou e sorriu. O rapaz deu um meio sorriso em resposta e levantou-se, acenando com a cabeça para ela e indo embora. Não era muito confiável continuar ali por mais tempo.

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