FLASH BACK ON

Ana andava pelo corredor da escola, ia em direção a sala de aula, enquanto Mia e Kate conversavam com ela.

— Meninas, minha mãe já esta vendo uma nova escola pra mim, na verdade, na escola dos meus irmãos. — comentou Mia. — Assim que as vagas abrirem, minha mãe irá me inscrever.

— Mas já? Ainda faltam cinco meses para o encerramento do ano escolar, Mia. — Ana disse.

— Ana, você acha que é pouco tempo? Minha mãe já disse que me colocará no mesmo colégio de onde o meu irmão estuda. — Kate falou. — Imaginem como eu ficarei perdida, estudar em um colégio onde eu só conheço meu irmão, sentirei a falta de vocês.

— Kate, sua situação não é diferente da minha, mas eu acho que o colégio onde você vai estudar, é onde meus irmãos estudam e, eu vou pra lá. — Mia falou, enquanto sentava em sua cadeira habitual, atrás de Ana.

— Eu só tive essa conversa apenas uma vez com minha mãe, ela quer-me por em um colégio perto da minha casa, eu quem ficarei sozinha. — disse Ana, ajeitando suas coisas na cadeira ao lado de Kate.

Elas mudaram de assunto e ficaram conversando até que o professor chegasse. Às vezes Ana pensava como seria a vida em uma escola nova, onde ela não conhecia ninguém, já havia se acostumado com a presença das suas melhores amigas. Mas, infelizmente o colégio o colégio onde elas estudavam, não tinha ensino médio, e elas já estavam no segundo ano do ensino fundamental, e logo se separariam.

Ana e Kate se conheceram na segunda séria, Ana era nova na cidade. Seus pais haviam se separado quando ela tinha seis anos, ela continuou morando com o pai. Ela continuou na casa de Ray até seus nove anos, pois não se dava muito bem com o terceiro marido de sua mãe; depois que ela entrou em seu quarto casamento, Carla, insistiu para que ela se mudasse para Seattle, e ela acabou aceitando.

Nas suas duas primeiras semanas, não falava com ninguém e ninguém falava com ela. Até que um dia na biblioteca, onde ela passava a maior parte do tempo, uma garota de cabelo strawberry-loiro, olhos verdes e com um corpo curvilíneo, ela também era um pouco alta, pediu uma informação sobre um livro. Ela descobriu que Kate era de sua sala, algo que Kate já havia notado desde o primeiro dia. Depois disso, passaram a conversar e ficaram mais próximas e por fim, eram inseparáveis.

Kate era um ano mais velha que Ana, e com o tempo ela percebeu que Kate era o oposto dela. Ana era muito tímida, não gostava de fazer compras, e às vezes preferia ficar só, enquanto Kate sempre estava de saída, na moda, e fazia amigos facilmente. Ana diria que Kate era cheia de vida, confiante e tinha força de vontade, sem contar que ela adorava questionar.

Na quinta série, houve uma fofoca com o nome de Mia, dizendo que estava grávida e que o pai não era seu namorado, já que os dois nunca foram para cama. O namorado terminou com ela e não descobriram quem começou com a fofoca de imediato. Tempos depois todos descobriram que fora um boato, e quem começou a fofoca foi Sasha, que na época era sua melhor amiga, e o motivo para tudo isso? Ela gostava do namorado de Mia. Nesse tempo, Ana e Kate a encontraram chorando dentro do banheiro, e se aproximaram dela, deram conselhos e no dia seguinte, Mia já sentava ao lado delas.

Mia era baixa, tinha longos cabelos morenos e olhos castanhos. Era muito inquieta, espontânea e não pensava duas vezes antes de falar. Era muito parecida com Kate, amava sair e sempre estavam arrastando Ana para fazer compras com elas.

Ana as amava, assim como sabia que as duas amavam ela. Era a amizade mais verdadeira que podia pedir, e seria uma ótima ideia continuar a estudar com ela, mas o colégio que elas planejavam estudar era caro de mais para os pais de Ana, diferente de Mia e Kate, Ana não vinha de uma família rica.

(...)

Para a alegria dos alunos, o sinal tocou. Antes mesmo de o professor dizer que eles estavam liberados, eles já guardavam desesperadamente seus materiais. Não foram tão diferentes de Ana, Kate e Mia.

— Quer carona Ana? — Mia perguntou, enquanto as três andavam, na mesma velocidade que os outros alunos, como se a porta da escola fosse fechar, impedindo que eles conseguissem a liberdade.

— Sempre é bem-vinda! — Ana respondeu, fazendo-a sorrir.

Ana e Mia se despediram de Kate, e as duas foram em direção ao estacionamento, onde o carro da família de Mia estava a aguardando.

— Srta. Grey, Srta. Steele. — cumprimentou Davis, o motorista da família, abrindo a porta de trás, para que as duas entrassem no carro.

— Oi Davis. — cumprimentaram em uníssono, o que as fez rir.

— Ana, você pode ir à minha casa? — Mia indagou, depois que as duas já estavam dentro do carro.

— Fazer o que? — perguntou, erguendo uma sobrancelha.

— Sei lá, podemos assistir algum filme, tomar banho de piscina... A gente inventa na hora. Hoje é sexta, podemos chamar a Kate para ir também e vocês passam a noite lá e quem sabe o final de semana, você pode até ir para escola comigo. — ela disse animada.

— Ah, Mia, não acho que isso seja uma boa ideia.

— Porque não Ana? Você e Kate nunca foram à minha casa! E eu sei que você já foi à casa da Kate e dormiu lá. — disse em um tom de acusação.

— Isso foi antes de te conhecer, e minha mãe conhece os pais dela, não sei se minha mãe vai deixar.

— Você sempre fala isso, se quiser eu mesma peço, o problema é comigo, não é? Você gosta mais da Kate do que de mim.

— Rainha do drama, vamos parar aí?

— Que foi? Estou falando a verdade.

— Eu amo as duas por igual, vocês duas são as minhas melhores amigas. Se é para a felicidade da senhorita, eu vou para sua casa. Mas pede você, só assim ela deixa. — Ana falou.

Mia começou a pular dentro carro e a bater palmas.

(...)

Depois de quase meia hora, elas chegaram à casa de Ana. Depois de atravessar a sala, não muito grande, mas aconchegante, elas encontraram Carla na cozinha.

— Cheguei mãe, e acompanhada. — anunciou. Trazendo a atenção de Carla para as meninas.

— Oi, filha. — ela falou, colocando um copo no balcão. — Como vai, Mia?

— Oi, tia Carla. Estou ótima! Então tia... — Mia começou. — A Ana pode dormir na minha casa?

— Claro que pode! — ela respondeu, sorrindo.

— Obrigada mãe. — Ana agradeceu.

E como resposta, Mia sorriu e deu um olhar de “ela não ia deixar né?”. Ana apenas revirou os olhos.

— Tudo bem. Vocês vão agora?

— Sim, vou arrumar minhas coisas. — Ana falou.

Ela chamou Mia e foram para o quarto.

Continua...