P.O.V Will

Mais um dia no Colégio McKinley e os fatos insistiam em ser quase os mesmos nesses últimos anos. Na verdade apenas o meu estado civil mudara, de casado para divorciado, e minha moradia também. Após me separar de Terri não tive forças para ficar nenhum segundo a mais perto dela, então atualmente meu novo lar era um quarto de motel onde eu não tinha uma vizinhança fixa, porém barulhenta.

–Bom dia Will.-Emma me cumprimenta logo após eu colocar o pé no colégio. As vezes eu tenho a sensação de que ela sempre me observava.

–Bom dia Emma.-Digo dando um gole no café que eu segurava.

–Você não está com uma cara boa hoje, não dormiu bem?

–Bom... não muito. Meus novos vizinhos são um tanto... barulhentos.

–Onde você está morando agora? Eu posso ir lá algum dia e...

–Não! Não precisa Emma. Olha Eu já estou atrasado, tenho que ir! Tchauzinho.-Falo andando rápido pelos corredores fugindo dela. Por mais que Emma fosse bacana tentando me ajudar na maioria das coisas haviam horas que isso sufocava, e chegava a me assustar as vezes.

–Muito bem, vamos nos juntar. Desculpe pessoal, estou atrasado.-Falo entrando na sala do clube do coral.

–Bom dia senhor Schue, eu preparei um solo maravilhoso para hoje.-Rachel se aproxima de mim com a animação de sempre, enquanto todos estavam devidamente sentados e distraídos com seus assuntos.

–Desculpe Rachel mas o meu plano para hoje não é de fazer solo.

–Como assim?-Ela pergunta mudando sua expressão.

–Eu irei explicar. Pessoal preciso da atenção de todos vocês agora!-Digo chamando a atenção de todos.-Certo, pergunta para o grupo. O que é um dueto?

–Um cobertor.-Brittany responde errado, como na maioria das vezes fazendo toda a turma e inclusive eu rir.

–Um dueto é quando duas vozes se juntam para se tornar uma só. Ótimos duetos são como ótimos casamentos. Os cantores se completam pressionam o outro a ser melhor. Então para essa semana quero pares para cantar um dueto. E como todos adoram nossas pequenas competições resolvi aperfeiçoa-la.

–Como assim senhor Schue?-Kurt pergunta um tanto desconfiado.

–O vencedor irá ganhar um jantar a dois com tudo pago, no Breadstix.-Quando termino a frase vejo todos se manifestarem de forma positiva.

–Eu tenho que ganhar!-Santana diz.

–Todos vocês sabem que eu e Finn somos os melhores aqui, e quando juntarmos nossas vozes e a transformarmos em uma só... não terá para ninguém.-Rachel provoca os outro colegas de forma convencida.

P.O.V Quinn

A treinadora Sylvester me segurou no treino durante a manhã toda, ela falava que eu precisava aperfeiçoar alguns movimentos, mas eu sabia que era apenas uma oportunidade dela me manter por uma manhã inteira longe do clube do coral. Essa obsessão que ela tinha em acabar com o clube era medonha, e prometi para mim mesma nunca mais ajuda-la com nenhum de seus planos mirabolantes para prejudicar os meus amigos. Nem que isso pudesse prejudicar a mim mesma.

–Pessoal a senhorita Sylvester não me deixou sair do treino hoje, então não pude ir para a aula do clube. O que teve para hoje?-Digo sentando na mesa do refeitório em que todos estavam.

–O senhor Schue pediu para formarmos duplas e prepararmos duetos para a semana que vem.-Mercedes explica.

–Quem fará dupla comigo?-Falo olhando para eles.-Sam?

–Desculpe Quinn mas vou fazer com o Kurt.-Ele responde e então olho para Mercedes.

–A Santana já conseguiu me convencer a fazer com ela.

–E você Artie?-Pergunto ao garoto que bebericava um copo de suco ao meu lado.

–Desculpe mesmo Quinn, mas a Brittany me pediu primeiro.

–Droga! Vou ter que ficar sem participar?

–Acho que você deveria conversar com o senhor Schuester.-Sam aconselha.-Ele está na mesa dos professores ali do outro lado. Está até sozinho.

–Obrigada Sam. Vou lá. Até mais tarde.-Me levanto da mesa levando minha bandeja de almoço comigo, caminhando até o rapaz de cabelos cacheados que beliscava algumas batatas fritas e cantarolava algumas canções.

P.O.V

Eu estava destraido na hora do almoço, pensando em como o meu casamento com Terri havia descido ladeira a baixo, e como eu conseguiria me recuperar. Mas uma voz doce me despertou de meus devaneios.

–Olá senhor Schue.-Quinn Fabray me cumprimenta sentando ao meu lado.

–Olá Quinn, não te vi na aula hoje, o que houve?

–Ah, eu tive um treino reforçado, apenas isso. Mas eu vim falar sobre o trabalho que você passou hoje. Todos já tem seus pares, menos eu. Vou ter que ficar sem apresentar então?

–Tem certeza que não sobrou ninguém?

–Tenho sim.

–Bom... eu acho que... eu posso ser o seu par. Podemos competir juntos o que acha?

–Seria maravilhoso! Obrigada senhor Schue!-E então como forma de agradecimento ela junta o meu corpo ao dela em um abraço caloroso e demorado. Eu me peguei fechando os olhos e aproveitando aquele momento. O perfume doce de Quinn chegou as minhas narinas me confortando ainda mais. Porém aquele momento que parecia ser infinito tinha mesmo que ser destruído por Sue.

–O que está havendo aqui?-Sylvester pergunta com uma cara enojada.

–Treinadora eu estava apenas agradecendo o senhor Schuester por ter me ajudado em algo, mas eu já estou saindo.-Ela levantou rapidamente e caminhou corredor abaixo.

–Essa ceninha foi nojenta Schuester, mantenha suas mãos longe das minhas garotas e vá procurar a ruivinha zouida que te caça por esse colégio como cães farejadores caçam trufas negras. A diferença entre você e a trufa é que ela cheira melhor do que você.-"E é assim que a Sue pensa."

P.O.V Quinn

Enquanto eu corria pelo corredor a caminho da biblioteca um sorriso constante não conseguia sair do meu rosto, eu parecia mais uma adolescente bobinha apaixonada, mas eu não podia mais negar essa paixão furtiva pelo meu professor. O cheiro dele continuava em mim depois do abraço. Entrei na biblioteca com passos leves até a seção dos anuários do colégio, o qual eu costumava riscar o rosto das pessoas, e antigamente um dos meu preferidos era o de Rachel, enquanto eu folheava o anuário tinha Rachel com bigode, chifres, e entre outras "vinganças" infantis que eu e as meninas da torcida costumávamos fazer, mas tinha um que era o clichê dos clichês das apaixonadas. Era uma foto do senhor Schue com seu rosto emoldurado por um coração sem simetria alguma. Havia tempo que eu tinha feito aquilo, chegava a ser engraçado, e dolorido ao mesmo tempo, pelo fato de a ficha de que isso nunca iria se tornar realidade nunca ter caído.