Uma nova ameaça escrita por Lara Rafaelly Kabra


Capítulo 28
Surpresa




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A arma de Jonah foi um presente que ele ganhara outro dia de um Ekat. Era bem simples e pequena. Sua maior vantagem é que ela era uma arma silenciosa. Disparava sem fazer um mínimo ruído. Mas o impacto do corpo no chão fez com que todos parassem de lutar. Alguém pegou a lanterna do chão, e a posicionou de modo que todos vissem quem fora o atingido. Estavam todos apreensivos. Quando o brilho da lanterna foi ao chão, seus olhos se deparavam com o homem mascarado, o mesmo que, mais cedo, havia mandado levar Ian preso.

Mas ele não estava morto. A bala o atingiu no quadril, e o fez com que perdesse os movimentos de uma das pernas. Uma trilha de sangue escorria na terra. O outro homem de preto que estava com eles pôs-se de joelhos no chão, e suplicou:

– Não, por favor, não me matem! Sou um pai de família! Esse homem me obrigou a trabalhar pra ele em seus planos malucos! Ele recrutou homens que deviam dinheiro a ele na sua empresa e os ameaçou covardemente!

– Seu imbecil, o que está dizendo! – Gritou o outro, que não havia perdido a consciência, apesar do sangramento.

– Como saberemos que você está falando a verdade? – Perguntou Amy.

– Eu os vi descer quando estava fazendo a guarda aqui próximo. Primeiro vi uma corda cair de uma abertura do teto do túnel. Escondi-me atrás de uma rocha e aguardei. Então a primeira coisa que eu vi foi um par de tênis azul. – Nesse momento Hamilton olhou para os seus pés. Ele havia sido o primeiro a descer e realmente usava tênis azuis. – Em seguida – Continuou o homem – Vi a garota e o Wizard. Achei que haviam vindo resgatar o garoto, então deixei que seguissem. – (obs: Jonah era um astro da música, por isso o homem já o conhecia).

– Está bem, não lhe faremos nenhum mal. Agora vá e chame a polícia, rápido. – E o homem, que se chamava Gerald, foi e fez o que eles haviam pedido.

Enquanto isso, os Cahill se encontravam em volta daquele homem terrível. Ian se aproximou dele e com um gesto rápido, puxou a máscara que cobria o seu rosto. Todos se surpreenderam ao ver o rosto de Vikram Kabra, com exceção de Ian.

– Agora chega – Ian gritou – Chegou à hora de pôr um fim nas suas maldades insanas.

– Você não pode fazer nada contra mim – Respondeu o outro – Você está morto!

– Eu estou bem vivo – Respondeu Ian – bem vivo – repetiu com ênfase – E agora o senhor vai pagar por cada gota de sofrimento meu e de tantos outros.

– Isso não é possível! Eu sou um homem poderoso! Eu tenho dinheiro – Gritou Vikram. Ele era daquele tipo de homem que não admite perder. Que acha que as pessoas são julgadas pelo que têm, e não pelo que são ou o que fazem. Aqui precisamos concordar que, em vários casos, infelizmente a posição social de alguém e sua condição financeira influenciam diretamente no resultado de um julgamento e em outras situações. Mas não é sempre que isso acontece. Mais cedo ou mais tarde, a justiça é feita, seja ela feita pelos homens, pela natureza, por Deus.

Vikram tentou ficar de pé, mas o estado em que se encontrava impediu que isso fosse possível. Então ele começou a berrar. Amy deu um passo pra trás. Aquele grito a fez estremecer. Esperaram ali poucos minutos, e logo puderam ouvir o barulho de uma sirene. Enfim a Scotland Yard. Quatro policiais desceram pela escada. Três deles seguraram Vikram e o levaram para a delegacia, onde receberia tratamento médico e aguardaria o julgamento. Gerald já tinha contado boa parte do que Vikram tinha feito. O outro policial ficou mais um pouco, para que fosse prestado o depoimento de todos.

* * *

Depois de algum tempo, eles puderam finalmente sair dali. Estavam agora em uma limusine a caminho da mansão Kabra. Ainda bem que deu tudo certo. Ian estava ali do lado deles, e eles finalmente conseguiram descobrir quem era o causador de tudo isso. E agora ele seria levado preso e pagaria por tudo o que fez, e os Cahill não seriam mais assassinados. Tudo voltaria ao normal, se é que isso é possível.
– Eu sinto muito, Ian – Disse Amy para Ian, que estava ao seu lado no carro – Sinto muito por ter sido o seu pai o causador de tudo isso.

Ian olhou pra baixo, e deu de ombros, como se não se importasse com aquilo, como se esse fato não o atingisse. Mas o atingia e muito. E Amy sabia disso. Mas só ele sabia realmente o quanto estava sendo duro. Até que por fim, ele respondeu:

– Está tudo bem agora. Vocês são a minha família – E mesmo depois de tudo, ele se sentia feliz. Esteve a beira de morrer afogado. Tinha certeza de que Amy estava morta. Mas Amy estava viva, e ele também, ao lado dela. Tudo tinha acontecido exatamente como tinha que ser - Obrigado, a todos vocês – Ele completou.

– Ah, claro, não podemos esquecer-nos da participação de Jonah e Hamilton! – Disse Amy, virando-se para os dois que estavam no outro banco – A contribuição de vocês foi fundamental para que tudo corresse bem. Mas afinal, como souberam que estávamos naquela casa?

Os dois meninos entreolharam-se e sorriram. E então começaram sua narrativa:

– Nós já sabíamos que os Cahill estavam sendo ameaçados e mortos – Começou Jonah – Então quando você pediu o meu jatinho emprestado pra ir pra Londres, eu saquei que já deviam estar agindo, e que eu também tinha que tá nessa. Aí eu liguei pro Hamilton, que topou me ajudar na hora.

– Mas nós não sabíamos pra onde ir – Continuou Hamilton – Se para os EUA ou para Londres. Pelo que soubemos estava acontecendo tentativas de assassinatos nesses dois lugares. Até pensamos em nos separar, mas descobrimos que Dan e os Starling já estavam nos EUA e contavam com a ajuda dos Roseinbloon.

– Então fomos para a mansão Kabra. Fomos atendidos por um empregado que nos relatou o que havia acontecido com um tal de Bickerduff. Entramos, mas vocês não estavam lá. Decidimos voltar pra casa, mas ao passar por uma escrivaninha algo parecido com uma espécie de mapa me chamou a atenção. E foi aí que chegamos á casa.

Sim, várias coisas já haviam sido esclarecidas. Tudo agora parecia tão simples. Vikram Kabra que havia causado tudo isso, agora cumpriria sua pena. Eles chegaram à mansão Kabra. Logo Jonah e Hamilton se despediram. Não restava mais nada pra fazer em Londres. Amy também tinha que voltar pros Estados Unidos... pra Dan... pra sua vida cotidiana.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acham de Amy voltar para os Estados Unidos?



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